Na minha casa.



- Hermione querida, acorda – Era a voz da minha mãe.


Abri os olhos e senti o corpo cansado pela noite mal dormida, e uma dormência no braço esquerdo por ter dormido em cima dele naquela poltrona desconfortável. Minha mãe trazia nas mãos uma troca de roupa e uma bandeja de café da manhã.


- Café na cama? – eu olhei surpresa.


- Não é para você – minha mãe disse rindo – é para a visita.


Aah claro, minha mãe que nunca levou café na cama para mim, estava dando essa mordomia ao Malfoy... ah se ela soubesse quem ele é... Não sei nem como ele vai reagir por estar numa casa trouxa, nem o que ele vai fazer com essa comida trouxa porque eu tenho uma leve impressão que ele tem uma certa aversão a tudo isso.


- E a roupa? – eu perguntei.


- Apareceu aqui em casa hoje de manhã. Creio que seja desse menino – Disse minha mãe –bom filha, desça para comer sim?


E depois disso, minha mãe desceu. Procurei por um pedaço de pergaminho nas minhas coisas da escola, depois uma pena e um tinteiro. E então escrevi:


 Malfoy, você está em minha casa. Há um café da manhã para você na mesinha e uma troca de roupa para você no banheiro. Você pode tomar banho se quiser. Eu estou lá em baixo com a minha família, já estou subindo


Hermione Granger


 


Deixei o bilhete na mão dele, ele ia ver assim que acordasse. Desci. Minha mãe e o meu pai já estavam na mesa da cozinha tomando café, eu sentei e esperei pelo interrogatório.


- Agora, Hermione, quem é esse? – Perguntou meu pai.


- Esse é Draco Malfoy – Respondi – É do meu ano na escola. Só que esta em outra casa.


- Em que casa ele está? – perguntou meu pai novamente.


- Sonserina – e obrigada Merlin, por meus pais serem trouxas e não entenderem o que significa ser da Sonserina.


- Huum – disse papai – E o que ele esta fazendo na nossa casa? E quem era a mulher que estava aqui ontem?


- Ele estava em perigo ontem a noite – eu estava me esforçando para não mentir – eu fui até onde ele estava para tentar salvá-lo, e como ele estava inconsciente eu o trouxe pra cá. Aquela era a nova diretora de Hogwarts, Minerva Macgonagall. Eu avisei a ela do acontecido e ela veio para cá imediamente.


- Como você sabia que ele estava em perigo? – minha mãe perguntou curiosa.


- Draco tem um jeito próprio de me avisar quando alguma coisa está errada – Eu disse corando violentamente.


- E você gosta dele, Mione? – minha mãe perguntou.


- Bom, a gente não se dava muito bem na escola – Eu disse.


- Eu quis dizer, você realmente gosta dele, Mione?


E então eu entendi o que minha mãe quis dizer.


- Não, claro que não.


Eu comecei a tomar meu café da manhã, comi algumas torradas bem devagar e bebi um copo de suco. Enrrolei o máximo que eu pude para ir para o meu quarto. Subi as escadas bem devagar e abri a porta. A bandeja de café ainda estava em cima da mesa, mas agora praticamente vazia. A porta do banheiro estava trancada e dava para ouvir o barulho do chuveiro. O bilhete que eu havia escrito estava aberto em cima da cama.


Olhei para o chão e vi minha mala, e lembrei que tinha que terminar de arrumá-la, comecei a colocar as roupas e os livros que faltavam. Alguns minutos depois a mala estava pronta, comecei a separar a roupa que eu ia usar, e então a porta do banheiro abriu. Congelei um pouco na posição que eu estava e depois me virei para encarar Draco Malfoy. A expressão dele era indecifrável.


- Hum, bom dia Malfoy – eu tentei.


- O que estou fazendo aqui Granger? – ele perguntou ríspido.


- Ontem a noite havia comensais em frente a sua casa – eu disse, explicando pela terceira vez essa história.


- Sim, disso eu me lembro – Disse Malfoy. - Estavam tentado saquear a mansão


- Eu aparatei em frente a sua mansão, e trouxe você para cá. Você já estava desacordado.


- Lutou com os comensais para me tirar de lá? – Ele disse levantando uma sobrancelha.


- É – eu disse, e cruzei os dedos, não faça aquela pergunta, não faça aquela pergunta, por favor, por favor.


- Como você sabia? Como você sabia que os comensais estavam lá? Como você sabia que eu estava sendo torturado? – E ele fez a pergunta que eu torcia para que ele não fizesse, a voz carregada de desconfiança.


- Eu... Sonhei – Eu respondi ficando vermelha. Droga Hermione, por Merlin. Você não consegue falar disso sem virar um pimentão?


- Você... Sonhou? – Ele disse, com seu desdém sonserino.


- Ligação de Alma – Eu disse olhando para baixo – Sempre vou saber quando você não estiver bem.


Ele pareceu não ter mais nada a dizer, eu peguei a minha roupa e entrei no banheiro para me trocar, quando eu sai ele estava sentado na minha cama e já olhava para mim.


- E a minha mãe? – ele perguntou.


- A professora Macgonagall mandou os Aurores revistarem e protegerem sua propriedade, ela entrou em contato com a sua mãe e disse o que havia acontecido, e que os aurores avisariam ela para voltar para casa somente quando fosse seguro.


- Eu vou pra Hogwarts com você?- ele perguntou.


- Vai – eu respondi – Macgonagall pediu que sua mãe enviasse suas coisas direto pra lá.


Nesse momento minha mãe adentrou o meu quarto.


- Hermione, já está quase na hora de irmos... – e então ela parou o que estava falando e olhou para Malfoy – Você já esta melhor? Precisa de alguma coisa? É Draco não é?


- Sim, é Draco – Ele sorriu para minha mãe, e eu nunca tinha visto aquele sorriso – Estou melhor, não preciso de nada, obrigado pela hospitalidade.


Ele foi educado e humilde com a minha mãe, uma trouxa que eu tinha quase certeza que ele abominava. Quem era aquele menino, e o que ele tinha feito com Draco Malfoy?


- Bom, vamos meninos – Disse minha mãe – Leve a mala Hermione, seu pai já espera no carro.


Eu apontei a varinha pra a minha mala e ela flutuou. E então, nós descemos.


 

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