*capítulo oito*



Capítulo Oito
Ou Airplanes


“Se você tiver sorte o suficiente para ser diferente, nunca mude” – Taylor Swift


Então, finalmente, as coisas começaram a dar certo. Não existiam mais morros em meu futuro iminente nem desamores. A felicidade brotou em mim e se parasitou em meu coração tão profundamente que eu a sentia na carne.


Minha vida estava quase se tornando piegas. Sabe a felicidade tosca da Ronnie, a personagem principal de A Última Música? É, eu estava tão idiota quanto ela. A velha Marlene não era tão idiota. Claro que ela queria o amor, mas não pretendia se envolver com algum cara nem menos namorar a sério com algum deles. A família de Sirius não era propriamente rica; o emprego que o pai de Sirius arranjara desde o nascimento do filho com certeza tinha estabilizado muito a mulher e Sirius, mas eles não viviam em pleno luxo ou em plena elegância.


Claro que depois que Allyson roubou o pouco que tínhamos reservado, a minha vida e a de meu pai começou a se esfarelar um pouco. O livro dele não saía e parecia que as inspirações não iam de encontro a sua mente. E com isso eu estava preocupada, pois apenas me restava o fim de semana. Seria meu último fim de semana naquela cidade. Finalmente eu partiria para Oxford e teria a minha própria história para contar. Não queria realmente deixar meu pai e meus amigos (apesar de que Remus tinha sido aceito em Manchester, e por conta disso a Dorcas estava morrendo e chorando muito nos últimos dias), mas era preciso. Era o que eu queria. Era onde meu coração estava. E eu respeitava muito o meu coração, sabe.


Por conta desse fato, eu adorava o Sirius também. Não sabia bem por que eu simplesmente não começava um rolo na faculdade, já que na época que mamãe morava conosco, ela vivia dizendo que “é bem melhor ir para a faculdade sem namorado algum, porque tudo pode se complicar depois”, mas eu tinha um motivo bastante forte para acreditar que Sirius era quem eu queria passar boa parte da minha vida. Era bem simples: Sirius tinha princípios e acreditava, tal como eu, em seu coração. Além de, claro, ter afirmado que me amava desde a primeira quinta-feira que me viu, ele também acreditava em mim. Ele não era do tipo que estava comigo só por causa do meu corpo; ele adorava as horas que ficávamos assistindo àqueles canais de nerds e quando eu o ficava corrigindo por míseros detalhes.


Na sexta-feira, um dia depois da formatura e da declaração de amor dele, passamos a tarde na casa de James. Os pais dele tinham ido a uma conferência relacionada à empresa e por isso a casa tinha restado a ele. James, logicamente, se aproveitou e logo nos chamou para uma festinha. Não era bem como a da última vez, porque, na verdade, não tinha mais ninguém além de mim, do Sirius, da Dorcas, do Remus e de Lily. Então, digamos que foi uma festinha bastante privativa.


Papai estava tão feliz quanto eu. Ele não era muito de se alegrar quando eu estava tendo algum rolo com meninos, sabe. Ele costumava dizer que eu ainda me machucaria muito no final de todos eles. Não que ele estivesse errado – eu realmente me machucara em todos eles, não porque os caras tinham realmente me magoado, já que eu não me relacionava tão sentimentalmente com eles, mas porque em todas as vezes não encontrei o amor que esperava experimentar. O do tipo verdadeiro, sabe. Não aquele do tipo ridículo, que vive aparecendo nos livros ou nos filmes. Só aquele tipo que sentimos e nos alegramos. Nada de piegas ou grude excessivo. Afinal, sentimos o amor no coração, não nas mãos, não é? A menos, obviamente, que o amor seja expressado com o corpo, mas acho que não é amor. É só uma conseqüência dele. Certo? Afinal, nenhuma das vezes que tinha ido para a cama com desconhecidos – que eu conhecia a menos de três semanas, até – eu tinha sentido amor.


Mas, como Dorcas sempre falava: “Quando você sentir de fato o amor vai perceber que tudo será piegas a partir daquele momento”. Apesar de estar sentindo, com cento e vinte por cento de certeza, o amor não podia dizer que o mundo começou a ficar clichê para mim.


Naquela tarde, eu estava tão idiota, que quando Sirius chegou lá em casa, dizendo aquele meu “Oi” especial (o que vinha acompanhado com o sorrisinho torto), eu não me incomodei em beijá-lo bem na frente de papai. Papai não era bem o tipo de pai fresco ou nojento, mas claro que ele não apreciava de verdade as demonstrações.


- Hey – Sirius me disse um tanto quanto constrangido, assim que eu tirei meus braços ao redor de seu pescoço. Ao sorrir para mim por um mero segundo, colocou seus olhos em meu pai, como que se desculpando: - Hm, olá, senhor.


Meu pai nada fez. Digo, não foi lá colocar o Sirius para fora ou algo assim. Na verdade, ele começou a rir.


- Oi, Sirius. Entre, rapaz – papai disse, estampando um verdadeiro sorriso feliz.


Sirius, agora mais a vontade, entrou na sala e fechou a porta. Papai, que estava na cozinha/sala tomando sorvete, se virou para a geladeira, fingindo que procurava alguma coisa dentro dela, para que nos desse mais privacidade.


- Então, o Jay me ligou e disse que era para pegá-la e irmos até a casa dele – Sirius me disse.


- Ah, a Lily já me mandou uma mensagem. Já ia ligar para você – respondi, sorrindo.


Era engraçado, mas desde a noite anterior eu não parava de sorrir. Talvez eu tivesse “romantismonite”. Não que o Sirius não estivesse sofrendo da mesma doença.


- Vamos? – ele me convidou, todo alegre. Eu sabia que ele estava muito animado com aquilo. Possivelmente o óculos-de-sol estava dentro do carro, pronto para ser usado naquela tarde linda.


- Ah, você sabe que eu não sou muito dessas coisas, Sirius... – fiz beicinho.


- São os nossos últimos três dias, Lene – ele me sussurrou.


Eu tinha dito a ele que não falasse sobre a nossa partida para Oxford perto ou na frente de meu pai. Papai estava muito sensível e não podia ouvir a palavra “Oxford”. Não que ele quisesse que eu não fosse, pois tudo o que papai desejava era que me desse bem na vida fazendo o que eu amava fazer, ou seja, fazendo faculdade de jornalismo. Ainda assim, papai não estava querendo muito bem aceitar que viveria até o Natal sem mim. Possivelmente papai não acordaria no horário e não colocaria o lixo para fora nunca mais, mas o que eu podia fazer? Levá-lo junto para Oxford? Ele já tinha deixado muito mais do que claro e cristalino que não iria de maneira alguma. A vida dele estava naquela cidade, ainda que ela lhe remetesse lembranças medíocres, como minha mãe. Além do mais, não importava o lugar, as inspirações não mudariam e ele continuaria a escrever os mesmo tipos de livros. Papai não queria se tornar um Dan Brown, ou até mesmo um Nicholas Sparks, mas desejava alcançar sua realização pessoal, e isso eu tinha puxado dele. Minha perspectiva de futuro não era dinheiro ou fama, mas a realização pessoal. Se eu fosse boa, conseqüentemente o dinheiro chegaria. Mas, de verdade, tanto fazia.


- Podíamos passar aqui. Papai vai ficar no quarto dele escrevendo. Ele me disse que o dia está bom para escrever – falei também usando minha voz baixa.


- Está calor, Lene – Sirius riu, pegando minhas mãos com carinho – Dias assim são feitos para serem aproveitados fora de casa, em um lugar livre, como a piscina de James.


- Uhg, de novo? – fiz uma careta – Não quero ir para a piscina.


- Quer sim – ele me disse – Vamos lá, por favor. Ainda quero vê-la de biquíni – seu sorriso se alargou.


- Ará! Eu sabia! Você queria essas coisas, não queria? – elevei a voz, esquecendo-me de meu pai ali perto e batendo nele. Que cara safado – E depois o quê? A gente vai pra cama? – sussurrei em seu ouvido.


- Só se você quiser – seu tom estava jubiloso e maroto.


Eu me limitei a rir, corando. É, eu era muito babaca. Quero dizer, oi, praticamente todo mundo faz sexo. É normal. Mas eu tinha sérios problemas com isso. Bem, tudo bem que era com o Sirius – e isso era bom -, mas eu tinha medo de intimidade. Bem, ele me amava, mas não eu achava que as coisas deveriam sempre acabar na cama. Eu precisava de mais gestos, entende.


Acho que eu julgava demais o que os outros pensariam. Mesmo que eles não soubessem de nada. Claro que as meninas sabiam, pois eu já tinha contado a elas, mas mais ninguém tinha conhecimento daquilo.


- Shhh – falei, olhando o meu pai de canto de olho – Pare de ser besta! – ataquei.


- Certo, certo. Parei – ele passou os dedos pelos meus cabelos e sorriu mais uma vez – Só se você prometer que no domingo à noite vai a um lugar comigo.


- A que lugar? – perguntei.


- Um aí – ele fez mistério, dando de ombros.


- Fale – pedi.


- Não posso. Surpresa é surpresa.


- Argh, odeio isso – contei.


- Não vai odiar quando chegar lá.


- Sei que não, mas odeio quando você não me conta as coisas.


- Eu devo dizer o mesmo?


Fiz uma careta, repreendendo-o.


- Você sabe como eu sou fechada – falei.


- Sei e respeito. Só estava lhe provocando – ele estalou a língua e logo pegou minha mão – Vá se trocar – ele apontou para o meu quarto.


- Mas... – tentei prorrogar aquilo.


- É sério, Lene – ele me falou – Não é pelo biquíni, é só por você.


- Então você não me quer ver de biquíni?


- Eu já a vi sem o biquíni. E acho que a prefiro sem nada – ele me disse, fazendo-me corar.


- Sirius! – exclamei veemente – Cale a boca! – disse, olhando para meu pai, que agora sentara ao sofá para assistir mais um jogo de basquete.


- Ele nem está nos ouvindo – Sirius rolou os olhos – Agora vá logo, antes que eu tenha que lhe tirar suas roupas pessoalmente.


Olhei-o furiosa e logo fui para o quarto, contra vontade. Eu realmente não queria ter de fazer aquilo. Piscina não era um lugar muito bom para se estar quando eu podia estar assistindo a um programa nerd.


- Juro que se você rir do meu biquíni, eu vou atirá-lo na piscina na primeira oportunidade – falei pela porta para Sirius.


- Por que ela é sempre assim, hein? – ouvi-o perguntar ao meu pai, rindo.


- Você precisava conhecer a mãe dela. Aquela lá era mesmo um caos – papai disse tristonho, mas divertido.


Sirius não sabia se ria ou se nada falava, então preferiu se engasgar.


Saí do quarto com cara fechada. Não gostava quando papai falava de mamãe. Odiava aquela mulher.


- Hm, e aí? – perguntei para Sirius.


Ele me olhou e logo sorriu. Estava na cara que ele me preferia sem roupa.


- Ótima. Você sabe que é linda – ele continuou sorrindo.


Eu ri. É, eu sempre soube que era linda. Até parece.


- Vamos logo – falei.


Fomos logo.


Lily e James estavam jogando vôlei na água com Dorcas e Remus. Senti-me deslocada ali, por mais que eles fossem meus melhores amigos.


- Caramba. Não acredito nisso! – a Lily berrou, assim que me virou.


É, eu não era de usar biquínis. Nem na frente dos meus amigos. Poucas vezes realmente fazia algo fora do comum. Mas, pensando bem, o Sirius estar me amando era terminantemente fora do comum. Não que eu estivesse me importando. Ele me fazia bem e era ótimo em química e biologia. Assim, já estava ótimo para mim.


- Em quê? – me fiz de boba. Sirius riu e apertou a minha cintura.


- Você! – Dorcas apontou para mim, depois olhando para Sirius, disse: - Cara, você mudou a Lene!


Não sei o que deu em mim. Sei que não tinha gostado daquilo, afinal, o Sirius não tinha me mudado. Ele só me fazia feliz, e por conta disso, talvez tenha percebido que queria tomar um banho de piscina e vestir um biquíni do ano anterior.


- Hm, acho que não – Sirius sorriu mínimo.


Ao menos alguém tinha juízo e bom senso.


- É, ele só me prometeu um noite de amor enlouquecida depois – brinquei.


- Hm, é? – Sirius quis saber.


As meninas riram e James e Remus rolaram os olhos.


- Claro – confirmei.


Então, nos enfiamos na água. Brincamos de boiar na parte rasa da enorme piscina, enquanto os outros continuavam com o jogo.


Sirius, claro, foi me perguntar sobre a tal noite enlouquecida de amor.


- Claro que é verdade! Eu sei que você me convidaria para isso, então me adiantei e...


-... Anunciou para todo mundo que iremos transar. Que sutil, Marlene – ele sorriu, rindo.


- E daí? Não iremos fazer isso de qualquer modo? – questionei.


- Bem, não pretendia fazer realmente isso, mas já que insiste... – Sirius me agarrou e me tascou um beijo molhado, cheio de cloro.


- Convencido – xinguei, tentando fingir que não o queria por perto.


- Seu pai irá sair?


- Não sei. Ele pretendia jantar na casa de alguns amigos, mas se ficou escrevendo o dia inteiro, acho que não vai nem querer dar um tempo para jantar.


- Então...


- Eu o coloco para fora – sorri despretensiosa.


- Sério?


- Total – afirmei.


E foi bem isso que fiz. Arranquei meu pai do quarto (eu sei que adorava quando ele dizia que estava cheio de inspirações, mas, bem, eu precisava de um momento com Sirius. Não precisávamos realmente fazer amor, mas adoraria se ele ficasse meramente me beijando) e lhe disse que deveria dar uma volta e ir visitar Debby e Carl, para combinarem mais pescarias durantes as férias e mesmo a contra gosto e sob reclamações (“Mas, Leninha, se eu sair agora, nunca mais recuperarei esse parágrafo que acabei de formar em minha mente!”) ele saiu de casa.


- Caramba, você é uma doente, Lene – Sirius riu, quando a porta se fechou.


- Agora você me pode dizer aonde vamos no domingo à noite. Que tal? – incitei vagarosamente.


Sirius deu de ombros e foi se sentar no sofá, indicando que o assunto estava extremamente proibido.


- Ah, qual é. Não faça isso. Dê-me, ao menos, uma dica. Umazinha só – pedi.


Sirius não me respondeu por alguns segundos, mas aí, com muito descaso, disse:


- Você vai gostar.


- Só isso? E como tem tanta certeza de que vou mesmo gostar? Você tem uma bola de cristal, por acaso?


- Não, mas eu conheço você – ele me falou simploriamente.


Fiz uma careta veemente para ele, mas logo me enrosquei nele e mudei para desenho do Bob Esponja. Ele não fez objeção nenhuma, pois sabia que eu era apenas uma menina idiota que apreciava a Disney e esponjas falantes.


- Nós estamos namorando, não estamos? – perguntei, de repente.


- Não era isso que você queria?


- Diga.


- Sim, estamos namorando. Por que isso agora? Lembra-se que ontem eu quase perdi você para sempre?


- Só para deixar bem claro.


- Meu Deus, como você é insegura, Marlene – Sirius me disse, mas não estava com tom necessariamente de quem reprime.


- Bem, sou assim – dei de ombros.


Caramba, como eu odiava aquele meu lado boba e carente. Sirius talvez pudesse me achar a menina mais enjoativa do mundo.


- Nunca mais vou ser idiota com você, prometo. E se eu for, você tem total permissão de me bater – Sirius me falou.


- Não quero bater em você – eu disse.


- Talvez você fique com tanta raiva de mim que fará tal coisa.


- Por que está dizendo isso? – estranhei.


- Eu sou o cara mais feliz do mundo com você, mas se algum dia eu deixar de fazê-la feliz, eu tenho que me ajeitar.


- Você é perfeito comigo – passei a mão pelos cabelos ondulados dele.


- Espero permanecer assim pelo resto de nossas vidas – ele confessou.


- Own, “pelo resto de nossas vidas”? – fiz uma careta boba.


- Não quer que fiquemos juntos pelo resto de nossas vidas?


- Ou podíamos encontrar a Terra do Nunca e não envelhecer – brinquei.


- É, mas acho melhor não sonharmos tão alto – ele me falou.


- Qual é o problema de sonhar?


- Uma hora você vai cair das nuvens, se machucar feio e não conseguir mais se levantar – explicou.


- Mas eu sei que se algum dia eu cair, você vai estar lá para mim.


- Com certeza.


- Eu amo você.


- Espero que para sempre – ele sorriu bobamente e uniu seus lábios aos meus.


Duas tardes depois, eu estava na casa de Sirius tomando banho de Sol nas lajotas quentes.


- Entre na água, Lene. Você vai torrar aí – ele me falou, passando as mãos úmidas pelas minhas costas desnudas, fazendo-me arrepiar.


- Ai, tire a mão. Você vai me fazer ficar com frio – atirei, fazendo uma careta.


- Então venha aqui.


- Não posso. O propósito de tomar banho de Sol é justamente ficar no Sol, não na água.


- Eu estou na água e ainda sinto o Sol.


- Não complique, Sirius! – riu, jogando água nele.


- Não, sério, me deixeeu beijá-la aqui dentro.


- Você não pode fazer isso aqui? É só esticar um pouco o pescoço!


- Não seja manhosa, Marlene! – exclamou ele, alterando-se divertosamente.


Ele, afinal, me derrubou da borda da piscina e me beijou dentro d’água. Quase me afoguei, mas tudo bem.


- Está vendo? Melhor assim – ele analisou, roçando seus dedos pelo meu rosto.


- Meu cabelo vai ficar cheio de cloro – enfatizei.


- Depois você toma um banho. Mamãe tem milhares de condicionadores – ele me contou.


- Hm – deixei escapar, fingindo que não prestava atenção nas tentativas dele de me beijar.


- Quer tomar alguma coisa?


- Limonada? – sugeri.


- Hm, bom – ele fez uma gesto com as mãos e fomos nadando até as escadas.


- Hey, meninos, tem salada de frutas na cozinha – o pai de Sirius nos disse, vindo, provavelmente da aula de tênis, pois estava com roupas esportivas.


- Obrigada, senhor – agradeci.


- É melhor irem rápido. Régulo está acabando com tudo – ele riu.


- Vou matá-lo – Sirius prometeu.


- Sirius – ralhei, dando lhe um tapa.


Secamo-nos e encontramos a mãe de Sirius assistindo as reprises de Friends.


- Oi, querida. Deixei uma toalha extra no banheiro de Sirius, caso queira tomar um banho. Também detesto todo esse cloro – a Sra. Black me disse contente, me beijando no rosto.


- É, é um saco – falei – Iremos comer salada de frutas – contei. Eu gostava de frutas.


- Ah, a Rita acabou de fazer – mamãe Black me disse, dando-me uma piscadela.


Sorri e segui Sirius até a cozinha branca e limpa.


- E aí – Regulo me disse.


Não era a primeira vez que o via. A primeira vez que o tinha visto tinha sido da noite de formatura, pois Sirius tinha me convidado para conhecer “seu quarto” e, então, não pudemos fazer nada já que seu irmão estava na casa e, como tinha dito: “estava de olho em nós”. Mas, no geral, Régulo era bem legal. Não falava muito e não era do tipo que se apaixonaria facilmente por mim, porque estava mais preocupado em pegar meninas sem cérebro que aceitavam qualquer copo de cerveja.


- Oi – sorri.


- Você está fazendo mal ao Sirius. Sabe disso, não sabe? – Regulo me perguntou, bem sério.


Não soube o que responder.


- Hm, por quê? – senti-me ligeiramente desconfortável, mas assim que vi Sirius rolar os olhos e agir como se não fosse a maior notícia do mundo relaxei um pouco.


- Ele não para de dizer que o amor é a melhor coisa do mundo – Regulo me explicou com os lábios divertidos.


- Ah – disse – Mas, hm, se algum dia você se apaixonar...


- Blablabla. É, já sei dessa parte. Mas eu não estou nem aí para isso – o irmão se Sirius riu, provavelmente me achando a fracassada da vez.


- Hm. Bem, você está perdendo grande parte de uma vida feliz – eu lhe disse, muito séria.


- Caramba, me comovi agora. Vou até ir para o quarto chorar. Se liga, Marlene – ele me deu um empurrãozinho de brincadeira e seguiu caminho para seu quarto.


- Nem ligue. Ele é um idiota – Sirius pareceu ter ficado furioso.


- Eu gosto do seu irmão. Ele é sarcástico. Gosto disso – dei de ombros, mexendo as frutas do copo transparente.


- Você é atípica, sabia?


- É, sou muitas coisas estranhas – concordei.


Sorrimos.


Sirius me levou para casa e disse que esperava eu trocar de roupa. Íamos para o tal “lugar especial”. Eu não sabia o que realmente vestir. Algo elegante? Algo simples? Mas ele me assegurara que bastava ser eu mesma. Então, optei pelas costumeiras roupas. Calça jeans, camiseta com um York Shire fofo estampado e All Stars da sorte. Não sabia se precisaria de sorte, mas por via das dúvidas era melhor estar preparada.


- Pai, vamos sair, certo? – avisei, abrindo a porta do quarto dele, pois, mais um dia, ele estava trancado lá apenas escrevendo e escrevendo no lap top. Eu gostava quando ele escrevia, mas às vezes me sentia sozinha sem ele na cozinha ou na sala.


- Ah, okay. Vê se não demorem, certo? Dizem que vai cair um temporal pala madrugada – papai me aconselhou.


- Certo, certo. Já sabemos, ouvimos no rádio – falei. Acenei e dei a mão para Sirius.


- Seu pai é um cara tranqüilo, hein? – Sirius riu.


- É, ele é um amor. Nem sei o que farei sem ele em Oxford.


- Hey, eu vou cuidar de você. Prometo – ele garantiu.


- Obrigada – sorri agradecida e o beijei castamente.


Ainda bem que Sirius também tinha sido aceito em Oxford. Sentia-me extremamente mais aliviada e segura, apesar de tudo.


- Então, agora me pode dizer aonde vamos?


- Não, ainda não – ele uniu os lábios.


- Você consegue me irritar, hum? – comentei.


- Eu não disse que era santo – brincou.


- E nem um mau menino. E agora você está sendo completamente um mau menino – analisei, brincando.


- Não seja boba, vamos logo.


Fomos logo. Bem, não tão logo. Andamos quase dez quilômetros até ele finalmente estacionar o carro. Não estávamos mais dentro do perímetro da cidade, e eu só via mato em volta.


- Que lugar é esse?


- Certo, agora quero que confie em mim.


- Eu confio em você.


- Feche os olhos e dê a mão para mim – ele me disse.


- Quanto suspense – rolei os olhos.


- É sério, não seja teimosa – ele pegou minhas mãos e aguardou eu fechar os olhos.


Tenho que admitir que fechar os olhos enquanto sabia que estávamos sozinhos (pelo o que eu achava, claro, vai que algum maluco estava nos espreitando no milharal como naqueles filmes tensos?) não me deixou bem segura. Sabia que Sirius estava ali, eu podia senti-lo e ouvir sua respiração, mas, poxa, estar no meio do nada às sete horas da noite? Pelo jeito, Sirius não tinha entendido bem o significado de “Eu tenho medo de filmes de terror”. É, não.


Ele me conduziu pela estradinha, enquanto eu achava que a qualquer momento pudesse tropeçar e me dar muito mal.


À medida que avançávamos podia ouvir choros. Não eram de crianças, mas eram choros.


- Ah meu Deus, o que é isso? Que barulho é esse? – perguntei.


- Shh. Finja que não está ouvindo – ele riu. Uma porta se abriu e eu me surpreendi com o barulho – Abra os olhos.


Abri os olhos.


Eram felizes aqueles pequenos. Lisos, ralos, encaracolados. Todos fofos e saltitantes.


Cachorros.


- Mas que diabos é isso, cara? – comecei a rir no minuto e vi aquela matilha.


- O seu lugar especial.


- O meu lugar especial? – repeti surpresa.


- Naquela primeira aula de biologia juntos, você tinha me dito que sua mãe detestava animais e que você sempre quis um cachorro.


- É, mas eu já me conformei. Além do mais, agora eu tenho você – eu disse.


- Mas eu não lato – ele negou.


- O quê? Agora eu tenho que cuidar dos cachorros?


- Não, Bert me disse que pode escolher um.


- Posso escolher um?


- Bert era o antigo proprietário da nossa pequena fazenda e aqui cria cães. Conversei com ele, depois do que me disse, e ele concordou em deixá-la levar algum desses cachorros...


Não sabia se na faculdade era mesmo permitida a hospedagem de animais, mas se a Elle Woods conseguiu entrar com o seu cachorrinho Pinscher em Harvard, talvez eu tivesse alguma chance.


- Não sei se... – bruscamente o interrompi, parecendo hesitante.


- Eu quero um cachorro – ele confessou, sorrindo tímido – Quero que tenhamos um cachorro em nossa casa.


- Sirius, não estamos prestes a nos casar – lembrei-lhe e, de repente, a cara que ele fez, assustou-me e partiu a minha insegurança – Certo, certo.


- Promete escolher?


- Promete não ficar em cima de mim insistindo qualquer coisa boba?


- Dependa da coisa boba.


Olhei-o incisiva e irritada.


- Hey, acalme-se! – ele riu, e eu pude notar que fluía mais descontração entre nós.


- Estou calma – confirmei – Venha me ajudar. E vou logo avisando, se você não me ajudar a criar esse demoniozinho, vou largá-lo para sempre com você e peço divórcio antes de completarmos um ano de casados.


- Prometo, juro que prometo – ele juntou as mãos com cara de cachorrinho pidão.


Fomos até os cercados e depois de muito pegar quase todas aquelas bolinhas felpudas no colo, optamos pelo York Shire tremelicante e de laço amarelinho.


- Não acredito que me levou a uma fazenda de cachorros! Achei que meu lugar especial fosse, sei lá, uma praia deserta ou outra hidrelétrica fechada – falei, assim que ele deu ré com o carro enquanto eu tentava equilibrar o pequeno cachorrinho em minhas pernas.


- Eu não lhe disse que o passeio tinha terminado, disse? – Sirius me perguntou sorrindo feliz.


- Ai, caramba. Agora eu vou adotar o quê? Um porquinho? – ri.


- Vai adotar a sua boca bem fechadinha até eu mandar – ele sugeriu com desenvoltura.


- Uau, quanto amor – falei sarcástica.


- É sério, Lene. Não estrague o momento.


- Não estragarei, juro.


Andamos mais um tanto. Mais um tantão. Quase mais vinte minutos. Quando vi portões de ferro antigo, exclamei um “Puxa” e quase soltei a Little Heart (é isso aí, esse é o nome tosco que demos à cadelinha).


- Aonde estamos dessa vez? – questionei brevemente.


- Hm, ao meu lugar preferido.


- Sério? Tipo... o nada é o seu lugar preferido?


- Não, sua boba! – ele riu com gosto, estacionando o carro, fazendo-o deslizar pelo cascalho – Aqui é a Garden Flowers.


- Hm, bonito nome. E...?


- É a fazenda da minha família. Mamãe e vovó plantaram rosas no quilômetro atrás da casa.


- Uau – analisei o lugar com dificuldade por causa do negrume da noite, mas fiz de coração. O cheiro era ótimo. O vento trazia aromas almiscados e suaves – Parece lindo.


- Venha – ele pegou minha mão, esquecendo-se da pequena adotada – Opa, desculpe, Little. Venham, vocês.


Saímos.


Estava mesmo escuro lá fora e o silvo do vento irritadiço me deixava aflita, mas esperei que Sirius agarrasse minha cintura e me conduzisse para algum lugar.


- Sério que precisávamos ter vindo aqui à noite? Não sei se gosto muito disso – reclamei.


- Não tem ninguém em casa. A fazenda está fechada há quase seis meses. Desde que vovó morreu, mamãe está tentando se desfazer da fazenda.


- Lembranças ruins?


- Não, lembranças boas – corrigiu-me.


- Uh – suspirei.


- Vamos passar a noite, tudo bem?


- Opa, o quê? – parei no meio do caminho - Não posso passar a noite aqui! Amanhã viajamos para Oxford, lembra?


- Seu pai deixou.


- Você falou com meu pai?


- Sim, na sexta. Ele disse que tudo bem.


- “Tudo bem”? Sirius, ele não pode ter dito isso!


- Você não quer passar a noite aqui comigo?


Ajeitei a cachorrinha melhor no meu colo e mudei a peso do meu corpo para a outra perna.


- Claro que quero! – exclamei, corada – Mas... bem, não quero traumatizar a Little Heart.


- Não iremos fazer o que está pensando. Só quero ficar olhando para o teto, de mãos dadas com você, conversando sobre qualquer bobagem.


Ownsh.


- Hm. Isso parece bom – concordei.


- Aqui é o meu lugar especial.


- É. Gostei daqui.


- Sério?


- Juro.


Sirius sorriu na escuridão. Acendeu a luz da grandiosa sala de estar. Ao móveis cheiravam a guardados e a madeira.


- Vamos ver as estrelas? – ele me convidou.


- Agora?


- Não, depois que elas não mais existirem – ele brincou.


Rolei meus olhos. Enterrei minha testa em seu peito, absorvendo seu aroma fresco de colônia.


Meu lugar especial não era na fazenda de cachorros. Não. Eu não precisava ter viajado para fora da cidade; meu lugar especial estava bem pertindo de mim, e ele era o Sirius. Não os braços dele, mas ele por inteiro. Ele era o meu porto seguro. Ele era exatamente como o refrão daquela música: Because maybe you're gonna be the one that saves me, and after all you're my wonderwall.


Encaixávamo-nos tão certamente, tão perfeitamente, que era difícil enxergar as falhas mínimas de nosso relacionamento. Porque, logicamente, todo relacionamento têm ranhuras e imperfeições. Eu tinha a insegurança (eu estava bem melhor nisso, mas ela fazia parte do meu caráter, então, embora Sirius me passasse muito confiança, eu não conseguia baixar a guarda por completa) e ele tinha aquela personalidade extremamente inquebrável, inabalável, que propiciava muitas discussões. Ainda assim, nossas diferenças não nos distanciavam, muito pelo contrário; acho que elas nos complementavam de um jeito completamente insano e perfeito.


E, tudo bem, é meio vergonhoso admitir, mas não apenas ficamos olhando para o teto e conversando. Ou olhando as estrelas, como Sirius me propôs depois da meia-noite. É, a gente ficou lá traumatizando um pouco a Little Heart, porque, bem, como eu poderia negar o corpo de Sirius? É como negar sorvete de chocolate. Hm, nunca funciona.


Quando despertei no dia seguinte, Sirius não estava na cama comigo. Encontrei-o sentado na varanda lendo A Cabana.


- Hey, deixou-me sozinha lá, é? – ri, brincando.


- Você estava ferrada no sono, Lene – Sirius sorriu ao ouvir minha voz atrás dele e deixou o livro de lado.


- Dá para acreditar que em menos de quatro horas estaremos viajando para outro lugar? – suspirei, penteando meus cabelos com os dedos, distraidamente.


- Cidade nova, vida nova – ele me disse. Levantou-se da cadeira de vime e me abraçou, fazendo-me encolher em seus braços, satisfeita e sentindo-me acolhida.


- Você acha que vai dar tudo certo?


- Se não der, continuarei com você, como sempre – ele me assegurou convicto.


Suspirei e gemi sonolenta.


- Você é o melhor cara do mundo, Six – sorri pequeno, escondendo meus lábios entre seus cabelos.


- Só quando estou perto de você, minha cara – ele riu, brincando com as mãos em meus cabelos e com a alça da blusa que eu tinha rapidamente colocado assim que acordei.


Sorri, sentindo que não precisava de mais nada, além daquele momento.


Os pássaros já se pronunciavam com seus piados agudos e o vento soprava mais ameno do que à noite.


- Seu pai disse para tomarmos café da manhã lá na sua casa, porque quer passar um pouco mais de tempo com você – Sirius me disse.


- Típico dele – comentei sentindo um aperto no coração.


Eu ganhara Sirius, mas perderia papai. Não sabia se era uma troca justa. Por que eu não podia ganhar o Sirius e manter papai? Ah, a faculdade não esperaria. Não, nunca. Meu sonho não podia mais ser adiado.


- Vamos – ele me puxou. Little Heart já estava ao nosso lado tremendo feito geléia. Sério, aquela cadela tinha sérios problemas.


Voltei para o quarto e busquei a minha velha bolsa de bolinhas. Então entramos no carro de Sirius e retornamos à cidade, como se estivéssemos voltando de uma longa viagem de férias.


- Papai! – exclamei, abraçando-o. Já sentia saudades, sabe.


- Oi, Leninh... que bicho é esse? – ele apontou para a York minúscula que descansava no colo de Sirius.


- Ah, meu presente de quatro dias de namoro – Sirius respondeu, rindo fraco.


- Um bichinho de pelúcia?


- Não, pai, é um cachorro de verdade – falei e assim que notei sua expressão, logo emendei: - Mas ela irá conosco para Oxford. Você não terá de cuidar dela.


- Isso é bom. Deus sabe que mal sei cuidar de mim mesmo, quanto mais de um cachorro – papai agradeceu aos céus.


- O café da manhã está pronto? Estou morrendo de fome – contei alegre.


- Fiz as suas panquecas e os cookies de avelã – ele me disse com carinho.


Conversamos sobre a fazenda da família de Sirius, sobre a tarde do dia anterior e sobre as séries da TV. Papai parecia não querer parar de falar com medo de me perder de vista.


Quando o relógio marcou nove horas, as meninas chegaram. Carregavam seus namorados e presentes. Lily e James me deram um CD do Blind Guardian e um roteiro de viagem até Oxford; Remus fez um caderno super arrumadinho de anotações sobre os pontos turísticos que passaríamos de carro, e Dorcas doou a sua coleção inteira de bolsinhas fofas que eu tanto gostava de ficar olhando.


- Você vai nos telefonar quando chegar, não é? – Lily cobrou chorosa.


- E mandar cartões postais semanais, não vai? – Dorcas perguntou.


- Cartões postais? – Remus riu.


- Ué, eu gosto – Dorcas fez beicinho.


- Telefonarei e mandarei todos os cartões postais que encontrar – prometi, tentando cumprir a promessa que fizera sobre não chorar.


- Owwwnnt – as meninas fizeram concomitantemente e me abraçaram.


- Ah, gente! Não chora! – pedi gentil.


- Cala a boca, Lene! Você não pode nos impedir de sentir saudade sua – Lily gritou brincando.


Virei-me para papai.


- Vá lá, minha garotinha – ele me disse, abraçando-me.


- Ah, pai, sem esses nomezinhos bobos. Não na frente do Sirius, por favor – fingi-me de irritada, mas estava tentando encobertas as lágrimas.


- Eu não ligo – Sirius disse e papai deu um sorriso triste a ele.


- Tomem cuidado e não comam frango frito em todos os lugares que pararem – papai se fez de durão e começou a fingir que estava querendo ser um pai racional.


- Estamos levando seus cookies. Não preciso de frango frito – sorri lacrimosa.


Papai deixou seus olhos de mim e passou-os para Sirius.


- Sejam felizes, rapaz. Sei que ama minha filha e desejo que a ame para sempre – papai lhe disse.


- Com certeza a amarei para sempre – prometeu o Sirius.


Papai só teve tempo de dar um sorriso temeroso e me abraçou de novo.


- Amo você, está bem? Volte sempre que puder – ele me disse em meu ouvido.


- Se eu pudesse voltava todos os fins de semana, pai – falei.


Desgarrei-me de papai e abracei os meninos.


- Se o Sirius a fizer sofrer, chame-me que eu acabo com ele – James brincou.


- Que isso, cara – Sirius riu.


- Boa sorte, Lene. De verdade – Remus me desejou – Vou ver se antes das aulas começarem passo de Oxford para visitá-los.


- Isso aí. Quero todo mundo me visitando, hein! – brinquei, limpando minhas lágrimas.


Entrei no carro e acomodei a Little Heart novamente em minhas coxas. Olhando mais uma vez para meus amigos e meu pai, tentei sufocar o choro.


- Vai ficar tudo bem, Lene. Prometo – Sirius apertou minha mão, ao lado de mim.


Turvamente o enxerguei sorrindo tranqüilo.


- Amo vocês – foi a última coisa que disse antes de dar o sinal para que Sirius desse partida.


Vi-os acenando pelo retrovisor e sorri.


Eu, enfim, estava crescendo.


E foi ali que percebi que crescer não é mudar completamente. Eu continuava a mesma Marlene de sempre, no entanto melhorada e lapidada. Achava estar feliz sozinha, mas a partir daquele dia dormir sozinha me pareceu ser uma tarefa impossível. Definitivamente, dois é melhor do que um. Aprendi muito com Sirius e ele me devolveu todo o amor do mundo.


Ah, o amor. Ele pode ser muito piegas, mas nascemos para conquistá-lo.


A verdade é que os clichês são as melhores partes das nossas vidas. Nós os repugnamos, até que o experimentamos. E aí, não sabemos mais viver sem eles. 


x.x.x

N/a: é, eu sei que as postagens são às sextas-feiras, mas decidi ser boazinha e postar o último capítulo hoje e amanhã posto o epílogo. Segunda estarei viajando e não sei quando volto. Então não queria fazê-los esperar pelos capítulos, porque para onde vou dificilmente consigo ter internet :/ Obrigada a todos que estão comentando, isso significa muito para mim, de coração *-*
#ps: okay, talvez o capítulo tenha ficado um tanto quanto tosquinho, mas foi o melhor que consegui. Não sou muito boa para pensar em coisas românticas :/ (mas eu adoraria ter um namorado que fez tudo o que o Sirius fez para a Lene, rsrs *-*)

Nina H.


27/01/2011

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    Mais uma vez digo que é impossivel não chorar. Nossa foi perfeito. Sirius deverita trocar de nome, para perfeição...Porque né ? Nossa muito lindo, tipo muito perfeito mesmo flr,  historia a maneira como você os escreveu, tudo mesmo. Me apaixonei pela fanfic, tudo mesmo e esse final ? Nossa amei mesmo flr*---------------*beijoos! 

    2012-09-10
  • IsaBlack

    Awwwwwwwwwwwwwwwn! To quase chorando! *---* Sirius e Lene lindos e perfeitos um pro outro... :D Vc escreve bem demais, Nina!!! Brigada MEESSSSSSSSSSSSSSSMO por dividir isso com a gente! Beijooos, s2

    2011-05-09
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