*capítulo dois*



Capítulo Dois
Ou Adore


Me faz feliz quando vejo adolescentes que claramente não se enquadram direito. Me dá esperança que o futuro ainda possa ter alguma personalidade - Hayley Williams


E lá estava eu, dois dias depois. Bem, eu, Lily e Dorcas. Não sabia bem o que me tinha feito aceitar aquilo, mas tudo o que sabia era que após duas horas de viagem no carro vermelho de Lily, estávamos ali naquele gramado contemplando com os olhos semicerrados (por conta do Sol gordo e feliz, sem nuvens aparentes) a grande estrutura de metal que tinham (nunca saberei como, porque não queria fazer engenharia) erguido no meio daquela grama verdinha e um pouco úmida.


- Cara, estou tão feliz! – Lily gritou, dando pulinhos.


- Nota-se – resmunguei mal-humorada.


- Ah, anime-se, Lene! Faz tanto tempo que não fazemos uma coisa assim tão diferente! Você vive trancada em casa, já estava quase pegando escorbuto! – Dorcas me disse com aquela voz de esquilo maluco que adquiria quando achava que podia alegrar alguém.


- Ha ha ha – falei entediada – Para a sua informação... – comecei, mas elas rolaram os olhos, indicando que eu estava dando uma de muito chata pra cima delas.


- Ah, cala a boca, Lene. Pode não ser um porre, só hoje? – Lily se irritou, olhando-me feio.


Cale-me. Elas eram as melhores amigas da face da Terra. Com certeza nunca acharia outras melhores. Mas isso não queria dizer que não podiam ser um pouquinho estressadinhas ou grossas de vez em quando (ou de vez em sempre, como no caso da Lily. Eita menininha mais esquentadinha aquela, viu).


- Então, quem está com fome? Aqueles Doritos já estão nos meus pés, tipo assim – Dorcas falou, apontando para as barraquinhas ao ar livre, um pouco ao longe, perto das tendas onde os músicos se aqueciam e relaxavam.


- Eca, eu não como nadinha daqui! – temei.


- Ah, para de ser nojenta! – Dorcas riu, puxando-me com mais força – Aposto como a comida do refeitório tem muito mais germes do que essas daqui!


- Não são simples germes, são bactérias e vírus. Que são, muito, muito piores do que um simples germe – expliquei aborrecida – Eu não quero pegar botulismo nesse lugar! – berrei.


Às vezes eu achava que era como a personagem da Dakota Fanning em Grande Menina, Pequena Mulher. Eu era nojenta com essas coisas de comer fora, principalmente com cachorros-quentes e saladas de batata com maionese.


- Tá bom, então fique sem comer, okay? – Lily revidou tão furiosa que sua face tinha se tingido de vermelho.


Bufei. Droga, eu teria que correr o risco de pegar uma virose intestinal. Mas considerando que eu mal comia direito, achei que mais algumas horas sem ingerir nada não me faria tão mal.


- Eu como mais tarde – informei com o meu melhor tom de amiguinha.


Vi-as rolar os olhos. Acho que, apesar do amor, elas já estavam um pouco cansadas de mim.


Aquele sábado estava perfeito para um festival musical. As meninas tinham passado o mês me incomodando para eu ir com elas, então, no último minuto da aula de Química aceitei, porque me lembrei que se eu estivesse longe de casa era mais difícil me lembrar do meu colega de Biologia II. O Sirius, sabe. E falando nele, eu me decepcionei muito no dia anterior, porque não o tinha visto uma única vez. Achei que ele estivesse matando aula, a princípio, antes do almoço (é, eu tinha comparecido a todas as aulas na sexta; quase um milagre), mas quando percebi que ele também tinha faltado o período de Política Inglesa (eu fui confirmar com a Bety, a secretária, a ficha escolar do Sirius, só para saber em quais mais aulas estaria com ele) meu estômago deu um solavanco esquisito, sabe. Como se eu, de repente, estivesse muito enjoada de nervosismo.


Então, é. Sirius não tinha aparecido o dia inteiro. E eu me perguntava por quê. Não podia contar às meninas, porque não queria que elas soubessem que eu tinha prometido a mim mesma aquela minha promessa estúpida e infantil. Quero dizer, convenhamos, era mesmo muito insana. Como é que juramos não nos apaixonar por uma pessoa? Como sabemos que não iremos nos apaixonar por ela? Eu não era do tipo que sentia o amor muitas vezes; ao longo de minha vida mal tinha tido tempo para me apaixonar, então, se ele me atingisse como eu o repeliria? Aliás, dá para rejeitar o amor? Eu não sabia e não queria saber. Tinha medo de que descumprisse meu juramento e que acabasse com os meses de sacrifício.


Minha vida estava junto ao jornalismo policial, não junto a um cara que eu conhecia (muito pouco) há dois dias. Além disso, só conversamos por uma hora! Quem é que sabe que está apaixonado por alguém com apenas uma hora de compartilhamento de informações? E eu era do tipo que pouco me impressionava com curtas conversas. Eu precisava criar laços, conviver de verdade para que pudesse começar a cofiar nas pessoas. E se apenas ficamos apreciando secções de folhas e conversando sobre assuntos bobos, como poderia confiar nele tão rápido? E se ele fosse do tipo do James? Pegador, imaturo, delinqüente, mentiroso? Eu não podia querer confiar em um cara assim! Eu odiava caras assim, na verdade. Eu tinha que ter pleno controle das coisas, nunca tinha me metido em uma só confusão! Não podia me dar o luxo de me apaixonar por um cara tão errado!


Porém, ao mesmo tempo, eu tinha tido a impressão de que Sirius não era tão mau assim. Ele era gentil, simpático e muito atencioso. Como um cara com tantas qualidades inatas podiam ser como James? A menos que tudo aquilo fosse um teatro barato para conquistar as meninas.


Nós três fomos a uma barraquinha de frango frito com molhos especiais (eu não comi, mas elas comeram e disseram que eles estavam ótimos) e ficamos caminhando pelo gramado, conhecendo turistas e conversando e elogiando os artistas de algumas bandas que caminhavam por ali, como se estivessem no jardim de suas respectivas casas. Não o NeverShoutNever, porque não vimos o Christofer, mas falamos com a Sara e a Tegan (Tegan & Sarah), com os caras do Boys Like Girls, com o vocalista do You Me At Six e com a vocalista do VersaEmerge. Tipo, foi tão estranho, porque eles parecem tão, sabe como é, famosos e tal, mas na verdade, eles só são pessoas como nós. Todos foram super fofos e educados, e o baterista do Sum 41 até autografou o braço da Lily.


Bom, depois de quase duas horas com a Lily gritando toda hora quando via alguém sair das tendinhas (e ela saia correndo feito uma criança que tivesse visto o Papai Noel), finalmente fomos sentar. Tipo, na grama mesmo, porque não havia bancos ou cadeiras. Ah, bom, era um festival de música, porque haveria cadeiras? Aquilo não era nenhum teatro, estávamos ao ar livre.


Então, quando a primeira banda (que eu não conhecia; as músicas soavam um pouco como Death Cab For Cutie, mas provavelmente tinham bastante acordes parecidos com o Jimmy Eat World) entrou no palco, a necessidade de comer apitou. Estava me sentindo um pouco fraca e com dor estomacal há uns dias, mas achei mesmo que fosse passar. A minha resistência imunológica nunca tinha sido a das melhores, mas era bem raro eu ter que ir ao hospital. Disse às meninas que iria sair do aglomerado de pessoas já começando a suar pelo calor e pulando e berrando, para ir procurar alguma coisa (que estivesse livre de bactérias e vírus, tipo vento ou grama, tri) para comer. Estava mesmo me sentindo tonta, mas achei que fosse o calor. Cheguei a uma barraquinha que vendia salgados assados e pedi a primeira coisa que vi e uma lata de Coca Cola gelada. Fui me sentar em um pedaço que tinha terra batida (mas seca) e fui aí que vi a sombra atrás de mim.


A princípio achei que fosse alguém passando, mas percebi que a sombra não se mexeu. Continuou ali me protegendo do Sol. Virei-me e dei de cara com ele de novo.


Sirius Black.


Uoooll, ele estava me seguindo! Que demais! Eu era, tipo, perseguida por um cara sexy de olhos azuis e de cabelos maravilhosos (eu amava caras de cabelo compridinho)! Hm, ou eu estava passando mal e não estava pensando muito bem.


- Oi – ele disse, sorrindo gentil, com as mãos nos bolsos da calça jeans. Ele estava com a mesma cor de All Star que eu: vermelha. Só que, claro, o pé dele deveria ser quase o dobro do meu.


- Hm, e aí – retribui, ainda mastigando. Eu sei, é muito feio falar de boca cheia, mas não consegui engolir a tempo. Eu estava ansiosa.


Sirius saiu detrás de mim e se juntou na terra comigo. Cruzou as perna tal como eu e ficou brincando com as corrrentinhas penduradas no pescoço. Vi que uma era do Exército. Talvez fosse do pai dele ou algo assim, porque Sirius tinha a minha idade e não era possível que tivesse sido chamado pela Força Militar tão cedo.


- Hm, então, você gosta de festivais? – perguntei bobamente. É, com tantas perguntas, fui logo fazer a mais idiota. Mas, é, aquela era a Marlene Mckinnon.


Sirius riu baixo e afirmou com a cabeça.


- Venho nesse daqui há uns cinco anos. É bom demais. Sempre tem bandas diferentes – ele me disse.


- É a minha primeira vez – contei. Bem, considerando que eu era quase um bicho-do-mato e que mal saía de casa, era até surpreendente que eu estivesse ali – Minhas amigas me imploraram e tudo. Até me chantagearam. – ri.


Ele gostou e riu também.


- Hmmm, que bom que veio. Estou esperando o Fall Out Boy, acho que eles são o último – Sirius falou.


- É, antes do All-The American Rejects, eu li no folheto de informações – contei.


- Você vai ficar até o final? – ele quis saber.


- Acho que sim. Amanhã é o dia do Country e eu não sou fã. Viria por causa da Taylor Swift, mas minhas amigas não gostam e não quero vir sozinha.


Sirius tirou o folheto de informações, que todos receberam na entrada, do bolso traseiro. Passou os olhos pelo horário das bandas do dia seguinte.


- A entrada da Taylor começa às quatro da tarde. Se quiser, podemos almoçar em algum lugar e eu lhe trago até aqui – ele propôs, olhando-me de um jeito que me fez voltar meu enjôo – Queria que o Johnny Cash estivesse vivo – comentou.


- Não gosto do Johnny. Walk The Line é muito irritante. Prefiro Loretta Lynn – pensei um pouco sobre o show da Taylor Swift.


O quê? Tipo, eu almoçar com Sirius Back, viajar com ele por duas horas e assistir ao show de uma menina que canta musicas fofas de amor? Hm, não, não , não! Mil vezes não!


- Eu aceito – disse, por fim.


Marlene Mckinnon, você é uma idiota.


Sirius sorriu. Mas não foi um sorriso qualquer. Foi aquele mesmo sorriso da primeira vez. O tortinho no canto do lábio esquerdo.


Não, eu não me derreti bem ali. Hm, okay, me derreti. Quero dizer, ei, você nunca esteve na frente do Sr. Sexy-Gostoso-Divertido-e-Prestativo! Você também ouviria seu coração bater próximo aos seus ouvidos se, ao menos, visse o cabelo de Sirius. É, eu tinha uma tara por cabelos compridinhos, mas não me culpe. Todos os vocalistas de quem gostava eram assim. Tipo, tinham cabelo daquele jeito. Começando pelo Tyson Ritter, o vocalista do The-All American Rejects (que era a minha banda favorita há uns bons cinco anos).


- Posso passar na sua casa perto da uma da tarde? – perguntou.


- Hm, claro. Sabe onde montaram a árvore de Natal no ano passado? – indaguei; ele assentiu – Então, minha casa fica a duas ruas de lá. O número é 550.


- Ah, não é longe da minha. Moro bem na frente da nova ponte, sabe?


- A que a construção está parada?


- Exatamente – ele sorriu – Ao menos, agora posso dormir até às dez aos domingos – riu.


Também ri. Eu bem sabia o que era querer dormir e não poder. O trabalho sempre me chamava.


- Eu sempre levanto muito cedo sempre – falei.


- Hmm, não sei como. Eu nunca consigo.


- Ah, às vezes não. Já perdi muitas aulas, sabe – fiquei constrangida.


- Merecemos descanso de vez em quando. Quer faculdade de quê, depois das aulas? – ele mudou de assunto tão rápido que até me assustei.


- Jornalismo, preferencialmente o policial – eu disse – E você?


- Você vai rir – ele falou, rindo e se retraindo um pouco.


- Não vou, sério – prometi.


Ele olhou bem pra mim, acho que para verificar se meu rosto não estava sinalizando indícios de mentira.


- Certo – ele aspirou longamente, mas rindo – Hm, eu quero ser detetive.


Ergui minhas sobrancelhas lentamente. Não era tão ruim assim. Ele poderia ter dito “traficante” ou “rapper”.


- Uau! Isso quer dizer que, tipo, você vai ter que prestar direito, será? Tipo, primeiro. Ou o quê? Daí você vira uma espécie de Jack Bauer? – eu comecei a falar rápido, animada.


 - Cara, eu nem sei. Mas, é, acho que devo ter que fazer parte da polícia, e então, devo ter que fazer alguma especialização.


- Que máximo!


- Podíamos trabalhar juntos. Eu espiono e delato e você escreve sobre isso – ele sorriu.


Rimos juntos.


Não era uma idéia idiota. Quero dizer, isso se ainda fôssemos, hm, colegas (?) até o fim de tudo.


- Total! – confirmei.


Ficamos conversando sobre Law & Order e sobre Lie To Me um tempão, até que percebi que o VersaEmerge começaria a tocar dentro de dez minutos. Eu era fanática pela música Fixed At Zero, e não podia perder a apresentação deles. Então, despedi-me de Sirius, crente que ele diria um “até mais” e iria embora, mas ele apenas disse:


- Vou com você.


Fiquei espantada.


Sirius Black me queria! Estava na cara. Ao menos, era o que eu achava.


- Hm, tudo bem. As minhas amigas estão em algum lugar e tal – sorri pequeno, um tanto desconcertada.


Droga, não queria apresentá-lo às meninas! Tudo bem que a Dorcas já o tinha visto, na aula de Geopolítica, mas ela não sabia que ele estava, tipo, se interessando um pouco pela minha companhia. Mas e Lily? Do jeito que eu a conhecia apostava o meu olho que ela faria um escândalo!


- Então, vamos procurá-las – ele sugeriu, pegando meus dedos e me levando com ele em direção ao palco.


Tudo bem, tudo bem. Foi só isso mesmo. Ele só pegou a minha mão. Sabia que ele faria isso com qualquer garota, por isso não demonstrei muita surpresa, apesar de ter ficado balançada. O toque dele era diferente. Não sei. Não era como o do Remus ou do James. O do Sirius era firme e aconchegante.


Andamos um pouco por entre as tendas dos artistas e pelos fãs, até que avistei o cabelo de Lily. Às vezes, ter uma amiga ruiva torna algumas coisas bem mais fáceis.


- Ali estão elas – apontei.


- Quais delas?


- A ruiva e a de camiseta do NeverShoutNever – expliquei.


Sirius assentiu e logo paramos ao lado de Lily e Dorcas. Não podia explicar a sensação acanhada que me tomou assim que elas passaram seus olhos de mim para Sirius. E tudo piorou quando Dorcas berrou:


- AI, CARAMBA. VOCÊ É O CARA NOVO DA ESCOLA!


Sirius, ao contrário de mim, não pareceu se sentir desconfortável naquela situação. Sorriu e cumprimentou as meninas com um aperto de mão.


- É, acho que sim – ele confirmou, rindo.


- Espere, sério? – Lily arregalou seus olhões verdes; direcionou-os a mim – E o que ele está fazendo com você, Lene?


- Hm, fazemos Biologia I, Biologia II, Política Inglesa e Teatro juntos – Sirius contou alegre.


Ahá, então quer dizer que eu não tinha sido a única a pesquisar sobre o meu colega de mesa em Biologia!


- Aaaaaaaah – Dorcas fez, muito desconfiada.


- E do nada se encontraram? – a expressão de Lily estava sarcástica.


Detestei a reação delas.


- É – falei de um tom muito bruto e com meus olhos, perigosos.


- Hm, sei – Lily voltou a falar zombeteira.


- Podemos parar com essa conversa? – perguntei irritada a elas.


Lily deu de ombros, mas permaneceu nos observando. Dorcas deu um mega sorriso a mim, que eu ignorei, e voltou a falar sobre o esmalte que queria comprar na segunda-feira.


Bem, o resto da tarde (se desconsiderarmos todas as vezes que a Lily fazia aquela cara para mim, sempre que eu ria do Sirius) foi bastante agradável. Há muito eu estava precisando, de fato, fazer algo diferente, e aquele sábado me injetou adrenalina e esperança. Ri, abracei, pulei, chorei, berrei e no fim do dia, ao deitar a minha cabeça no travesseiro, sorri feliz por saber que no dia posterior eu teria mais um dia perfeito. Mas, daquela vez, seria um dia perfeito por completo.


Domingo chegou tão rapidamente, que até achei que não tivesse pegado no sono. Acordei mais bem disposta que o normal, tomei um bom banho e fiquei vendo desenho na TV, enquanto meu pai preparava alguma panqueca.


- Vai sair? – papai, sempre curioso, me perguntou, com uma leve entonação na voz.


- Vou, sim. Vou ir de novo ao festival.


- Pensei que hoje só teriam músicas de fazenda – ele riu, entregando-me meu prato matinal preferido: panquecas ao mel e um copo de leite com achocolatado.


- É, é isso mesmo – dei uma mordida na panqueca – Mas só vou ouvir a Taylor Swift. Não ficarei o festival todo.


- Ah – papai fez – As meninas também irão?


- Hm, não. Vou com um colega – essa parte era sempre difícil. Mencionar meninos para meu pai era muito tenso.


- Um colega? – ele repetiu surpreso – Esse menino, ao menos, tem carteira? Sabe que na rodovia estão parando carros ilícitos, certo?


- Relaxa, pai – pedi – O Sirius não me colocaria em uma fria. Ele só me quer levar.


- E ele ficará lá com você? Aliás, eu verei esse menino, não verei? Antes de partirem, quero dizer. Porque você sabe que...


Eu ri.


Papai era muito como os personagens que criava: romântico, superprotetor e ciumento.


- Não se afobe, pai – ele me lançou um olhar feio quando não parou de rir dele – O Sirius estará aqui daqui a pouco. Se quiser, eu lhe apresento, mas ele só é mesmo um colega. Nada de mais – expliquei.


- Hm, acho bom. Não vá você também fugir e me deixar! – bufou ele.


Parei de rir. Maldita Allyson!


- Não irei fugir, prometo. Só serão algumas horas. Não se preocupe. Não é você que sempre me diz que tenho que me divertir? Então, é que estou pretendendo fazer.


- Certo, certo – ele se desculpou – Mas, por favor, não vá muito longe com esse cara.


Corei. Ele não estava se referindo a distâncias quilométricas.


- Pai! – exclamei, rindo.


Ele também riu e sentou para assistir ao desenho que eu estava vendo.


Era estranho, mas eu estava animada e ansiosa. Faltavam ainda duas horas para que Sirius chegasse no horário marcado, por isso decidi que, antes de me arrumar de modo menos caseiro (eu ainda estava de pijamas), iria dar uma revisada em alguns conteúdos que precisava para o dia de semana. É, eu estava prestes a sair com um dos caras que as meninas mais sonham em ter e eu iria estudar. Fazer o quê, aquela era eu. Além do mais, eu não estava apaixonada por ele. Eu tinha me prometido não cair na dele, lembra? E levaria isso até o fim. Não seria o Sirius que me atrapalharia ou que me apresentaria o amor. Eu queria um dia o amor, mas naquela época era inapropriado.


Quando meu pai berrou meu nome e disse que “minha carona” estava na sala, eu ainda estava tentando escolher uma camiseta legal para combinar com o meu All Star da sorte (preto, que eu tinha desenhado coraçõezinhos pink com caneta permanente). Optei pela camiseta simples, também pink, com um gatinho roxo sorrindo. Passei um lápis no olho, sombra lilás e batom rosa com glitter. Não, não estava exagerado, porque eu era bastante comum, sabe. Odiava extravagâncias. Desprezava pompons, mas gostava dos lacinhos; ficava desconfortável com decotes, mas dependendo do estilo da roupa eu até usava; não gostava de saias, no entanto queria ter coragem de comprar aquelas plissadas xadrezes e não apreciava saltos altos, porém achava um amor aqueles que eram tipo de princesa, redondinhos da ponta.


Peguei minha bolsinha de alça, preta de bolinhas brancas, e saí do quarto.


Sirius, realmente, estava na sala. Estava sentado no sofá vendo um jogo de basquete com meu pai. Eles riam. Esperei um pouco para ver mais do entrosamento dos dois. Sirius disse algo sobre um tal de Thompson e ambos concordaram sobre a “fintagem” dele. Sufoquei o riso nas mãos, pigarreei e entrei na sala. 


- Oi – falei para Sirius, sorrindo somente com os lábios.


- Oi, Lene – Sirius se levantou com um ar de expectativa.


Own, ele me chamou de “Lene”. Quero dizer, todo mundo que me conhecia me chamava de Lene alguma hora, mas não um cara que só tinha me visto duas vezes em quatro dias.


- O Sirius estava contando que antes de o pai dele se tornar empregado da Coca Cola era treinador de um time de basquete, Leninha! – papai me contou todo alegre.


É, a socialização dos dois tinha sido muito produtiva e harmoniosa. Esperava que meu pai não tivesse feito aquelas perguntas a ele. Seria mais do que vergonhoso. Seria... humilhante, de verdade. Nunca que me esqueceria da cara do Matt depois daquela quinta à noite.


- Ah, verdade? – sorri para ambos, muito feliz.


- Ah, isso foi antes de eu nascer, sabe – Sirius sorriu tímido.


Sorri, agora com os dentes, a ele para que se confortasse.


- Acha que algum dia eu possa conversar com ele? Não sou bom nessa coisa, mas... – papai estava tão animado, que acho que tinha se esquecido de mim.


- Pai! – cantei. Meu pai era tão oferecido de vez em quando, sabe! – Nós temos que ir, de verdade.


- Tudo bem, tudo bem... – meu pai riu, lançando um olhar amoroso a mim – É melhor irem mesmo, porque se a rodovia estiver interditada por causa da verificação de drogas, só chegarão lá às cinco da tarde.


- É, e o show é às quatro. Não quero mesmo perder – fiquei apressada.


- Faremos um almoço e logo partiremos – Sirius assegurou para me tranqüilizar.


- Beleza – falei, então me virei para papai – Não se esqueça que às três você tem aquela reunião com o Derek e se você a perder, juro que nunca lerei seu novo livro – ameacei, mas claro que era brincadeira.


- Ah, é mesmo, o Derek! – meu pai deu um tapa na testa. Ele era tão esquecido!


Sirius não riu, mas percebi que ele estava se divertindo.


- Vamos? – ele me perguntou.


- Claro – verifiquei a hora e fomos para o corredor do prédio.


- Divirtam-se – papai nos desejou, assim que Sirius abriu a porta do elevador.


- Hm, desculpe pelo meu pai. Ele é meio sozinho, sabe, e adora quando algum menino que goste de esportes vem aqui em casa – comecei já me desculpando, porque achei que era o mínimo que deveria fazer.


- Não esquenta, seu pai parece ser bastante normal. Deveria conhecer o meu pai – Sirius soltou um risinho como se estivesse assustado – Não pára de repetir que Coca Cola é o segundo alimento mais consumido no mundo, perdendo só para o arroz.


- Eu gosto de comer arroz, frango frito e tomar Cola Cola no almoço – contei rindo, lembrando da recordação. Allyson, vulgo minha mãe, preparava-me essa comida aos fins de semana, quando saiba que eu ficaria presa no quarto estudando.


- Podíamos comer isso, se quiser. Depois da Praça da Alegria tem uma lanchonete, cujo dono é amigo de meu pai, que serve pratos prontos – Sirius sugeriu, quando o elevador estacionou no térreo.


- Adoraria – sorri interessada.


Teria, claro, que averiguar se as condições do estabelecimento eram de fato boas, porque, como supracitado, eu era bem fresca com essa coisa de comer fora de casa.


- Tem batata frita também. Você pode escolher o prato que quiser. O Jeff é muito bom cozinheiro – ele me informou, alegre.


- Hm, nhammy – brinquei; ele riu, abrindo a porta do carona para mim.


O carro dele era bem como eu tinha imaginado. Era um daqueles esportivos, em cor escura e com bancos de couro.


Ele dirigiu com cuidado e ficou me perguntando um pouco sobre a minha família. Contei como tinha parado ali naquele prédio, sobre a minha mãe e sobre o Esteven. Tipo, a conversa fluiu tão naturalmente que só depois que compartilhei aqueles detalhes com ele, que percebi que estava, pela primeira vez, sendo cem por cento sincera e aberta com uma pessoa. Não que eu mentisse para as minhas amigas, não era isso. Eu só omitia fatos. Omitir não é mentir. É quase mentir, tudo bem, mas não era tão ruim, porque eu não me sentia culpada sempre que “escondia” alguma coisa de meu passado, por exemplo, delas. Não tinha contado, exatamente, porque Allyson tinha saído de casa. Tinha contado que meus pais se separaram (o que era mesmo verdade; meu pai era divorciado. Eu só não tinha dividido o motivo da separação, que foi a fuga de minha mãe) e eu tinha preferido morar com papai.


O Jeff’s Club não era tão ruim. O Jeff até me convidou para conhecer a cozinha e não consegui encontrar uma só irregularidade. Tipo, nada de baratas, moscas ou ratos. E todos os cozinheiros usavam luvas e aqueles chapéus para evitar cabelo na comida. E, sabe, apesar do almoço ter custado pouco (o Sirius insistiu em pagar, já que tinha sido ele que tinha me convidado; e o Jeff disse que era por conta da casa, mas não aceitei nenhuma oferta) a comida era realmente ótima. O Sirius tinha razão em dizer que Jeff era muito bom cozinheiro. E ele ainda fez os hambúrgueres do jeito que gostava: mal passados, mas crocantes.


Depois que almoçamos como reis e rainhas (se eles, naquela época, comessem ervilhas enlatadas e molho de espinafre de acompanhamento com o frango grelhado), estávamos de volta ao carro de Sirius. Duas horas com ele naquele carro. Uooool, era, tipo, muito pra mim. Não sabia se resistiria. Não, sabe, a ele, mas, caramba, duas horas só para ver uma artista americana. Se ainda eu fosse ficar o festival todo era bastante compreensível, mas não. Só ficaria por lá por uma hora, achava.


E, sabe, o Sirius tinha sido muito fofo e gentil ao me dar aquela carona, porque eu não podia acreditar que ele fosse do tipo que gostava do sonzinho melódico da Taylor Swift. Quero dizer, nada contra meninos que achem as músicas da Taylor um amor, mas o Sirius parecia ser mais do tipo do Dave Grohl. Não que estivesse propriamente incomodada com o fato de o Sirius ter se oferecido para me levar até ao festival. Não era isso. Porque se ele não tivesse o feito, provavelmente eu não teria tido aquela oportunidade de ouvir a Taylor ao vivo e em cores. Mas, bem, eu pensava por que ele tinha tido aquela iniciativa, entende, porque só tínhamos nos falado uma vez antes da tarde de sábado (na quinta). Quem, em sã consciência, dá carona a uma menina que recém conheceu? E se eu fosse, tipo, uma psicopata? Ou tivesse complexo de bipolaridade?


Ele ligou o rádio e ficávamos comentando das músicas ou das bandas que ouvíamos. Entramos em pleno acordo que a Katy Perry deveria ser ter um programa de TV só dela e que o Paramore deveria fazer mais baladas, porque The Only Exception era muito bonitinha. Nisto (depois que tocou The Only Exception e começou Telephone), meu celular começou a tocar (irônico, não?)


Era a Lily.


- Oi, Lils.


- Lene, onde você está? Por que não atende ao telefone de casa? Seu pai saiu? – Lily me bombardeou.


- Hm, não estou em casa – contei.


- Então, onde está? – ela ficou surpresa e aborrecida ao mesmo tempo – E com quem? – adicionou.


- Estou indo ao festival – expliquei. Não podia mentir ali com Sirius. Seria péssimo – Com... hm, o Sirius.


- Sirius? Que Sirius? – ouvi um gritinho histérico de alguém que, provavelmente, estava ao lado de Lily. Com certeza era de Dorcas. Ela disse algo para Lily e esta logo voltou ao telefone: - Ah, puxa, o cara novo? – seu tom foi total de espanto – Caramba, você está pegando o cara novo? Marlene Mckinnon, não acredito que está escondendo isso de nós!


- Não, não. Não é isso – não pude evitar corar – Nós... hm, ele só me ofereceu uma carona – troquei um olhar com Sirius; ele parecia estar se divertindo com o meu constrangimento – Eu só verei a Taylor Swift e voltaremos. É só isso. É só por causa da Taylor.


- Ele lhe ofereceu uma carona? Caramba, a situação é mais tensa do que imaginei! – Lily berrou – Ele também está a fim de você!


Contra isso eu não sabia bem o que dizer. Não podia falar nada sobre “Sirius não estar a fim de mim”, bem ali, na frente dele. Então, hesitei.


- Não, não está. Pare de drama – mandei irritada.


Sirius Black a fim de mim? Por quê? Além do mais, eu não estava a fim dele. Só do cabelo e dos olhos dele. Ah, e do sorrisinho torto. Mas isso não era bem estar a fim do Sirius inteiro. Era só uma parte dele.


- Se você não nos contar essa história detalhe por detalhe, Marlene, você será uma Mckinnon mortinha, está me entendendo? – Lily disse severamente.


- Tudo bem, eu conto. Mas depois. Preciso desligar – rapidamente falei.


- Hm – ela fez e desligou.


Guardei meu celular e não olhei para Sirius. Preferi apreciar a paisagem morta e rala.


- A Lily era a ruiva, certo? – Sirius quis saber, um minuto depois.


Desviei a minha atenção da vegetação e a coloquei em Sirius.


- Hm, é. Ela é meio, tipo, esquentadinha – delatei – Mas é uma boa amiga – acrescentei.


- Gostei dela. Gostei da outra também. Dorcas, certo?


- Aham – afirmei.


- Você tem amigas preciosas, Lene – ui, me deu um arrepio quando ele pronunciou o meu apelido. Certo, certo, era por causa de seus cabelos batendo em seus cílios. É.


- Amanhã se quiser, pode conhecer o Remus e o Jay. São namorados das minhas amigas.


- Ah – ele falou. Fez-se silêncio por um tempinho – E você?


- O que tem eu? – sorri.


- Nada de namorados?


Eu ri, de verdade. Meu riso saiu até mesmo um pouco histérico, se quer saber.


- Não. Não encontro tempo para conhecer garotos. Tenho que correr atrás de Oxford.


- Hm, então, o que está fazendo aqui comigo se tinha que estar estudando? – Sirius ergueu as sobrancelhas.


Ri de novo.


Ai, caramba! Ele achava que eu tinha aceitado a proposta da carona por causa dele!


- Eu só quero ver a Taylor. Não tem a ver com, sabe, você.


- Hm – ele resmungou.


Silêncio incômodo.


- Você... bom, você não achou que eu tinha aceitado isso porque estou, tipo, a fim de você, ao algo assim, achou? – perguntei cautelosa.


Sirius deu uma gargalhada.


- Claro que não! – respondeu.


- Ah bom! – suspirei aliviada.


- Eu entendo seu lance com a música. É mais ou menos como eu me sinto. Prefiro ir a um show a um jogo de futebol – Sirius me disse.


- Eu meio que não me dou muito bem com esportes, sabe. Sou praticamente uma pessoa sedentária. Odiava as aulas de Educação Física, ano retrasado – eu falei.


- Entendo. Às vezes jogo basquete, mas não é como se quisesse entrar para algum time de verdade. Faço isso por diversão, por hobbie.


- Eu não gosto de nada – ri.


- Tipo, tem pessoas que se matam por conta de rixas de times e não vejo isso acontecer muito na música. Então, meio que é um lugar relativamente seguro.


- Verdade – concordei.


E daí que faltava muito pouco para chegarmos ao festival e nos ocupamos conversando, novamente, sobre música. Era um assunto que falávamos muito, realmente.


Quando estacionamos, estavam anunciando o show da Taylor Swift para dali a meia hora. Quem tocava era uma banda composta por uma vocalista, da qual nunca tinha visto ou ouvido falar.


Sirius disse que precisava de água e então fomos a uma das barraquinhas de comida. Ficamos sentados na grama, bem em frente ao palco, ouvindo a voz irritante da moça da banda desconhecida, dividindo a garrafa de água que Sirius comprara, mascando chicletes e cantando músicas aleatórias do Nirvana.


Quando eu ouvi a voz doce da Taylor Swift, e muitos berros de fãs, percebi que o tempo passara muito rápido. Logo, eu estava em pé me balançando ao ritmo das canções da loura com o Sirius ao meu lado. Ele não cantava, mas sempre que o olhava, e ele olhava para mim, não podia dizer que estivesse entediado. Seus sorrisinhos perfeitos apareciam a toda hora.


A uma hora e quinze passou tão, mas tão voando que, quando a Taylor encerrou com Invisible, eu estava quase chorando de saudade daquele momento. Queria muito que ela viesse ao gramado depois do show, porque, sabe, eu era meio viciada nela.


Sirius disse que podíamos esperar por ela, se eu quisesse. E eu, claro, quis.


Mas, tipo, não foi tão diferente dos “ois” que dei aos outros artistas na tarde antecedente. Ela disse que ficava muito contente por saber que eu adorava as músicas dela e que a achava uma fofa. Deu-me um autógrafo rápido, concordou um posar para uma foto comigo e se desculpou, porque tinha que correr até o hotel, tomar um banho e partir logo para a próxima cidade. “Tudo bem, você ainda continua sendo a minha preferida”, foi o que eu disse a ela, antes que agradecesse novamente e voltasse a acompanhar o carinha que estava cuidando de sua segurança.


Fiquei pensando: Sirius até podia pensar que eu tinha ido até ali só porque estava a fim dele, mas, com certeza, aquele meio minuto que passei com a Taylor é um tipo que lembrança irrecuperável. Todos nós temos lembranças irrecuperáveis e aquela foto com ela iria para o melhor porta-retrato do meu quarto.


Feliz da vida, eu e Sirius fomos comer frango frito na mesma barraca que Lily e Dorcas tinham “almoçado” no sábado.


Rimos bobamente por coisas inúteis, contamos as pessoas com camisetas escritas “Johnny Cash não morreu” e retornamos ao carro.


Passavam das seis da tarde, mas eu estava elétrica. Se estivesse estudando àquela hora, teria feito uma parada curta para assistir a mais um episódio de Law & Order para recarregar as energias e voltar a mergulhar no estudo. Percebi que, por mais que na tarde anterior eu achasse que aquele domingo seria perdido (em termos de estudo), faria tudo de novo. Aquelas horas com Sirius e com a Taylor, eu nunca que iria esquecer. Os dois tinham sido, maravilhosamente, o meu escape da semana. Não, do mês. Até do ano letivo inteiro, se quiser colocar assim. Sei que no sábado tinha curtido muito o show do The-All American Rejects (e eu era um pouco apaixonada pelo vocalista), mas não tinha conversado com os caras nem saído de casa só para assistir à apresentação deles.


Quando Sirius estacionou na frente de meu prédio, eu suspirei.


- Sério, não sei como lhe agradecer por essa tarde – confessei.


Ui, os olhos dele estavam em mim de um jeito que me fez ficar espiritualmente idiota.


- Saia comigo de novo – ele disse.


Ri. Era uma brincadeira ou ele falava a sério? E a história de que ele não estava a fim de mim? Era mentira, afinal?


- Hm. Certo. Talvez – sorri tímida.


Por isso que não gostava de contatos com os garotos. Eu nunca sabia como de fato agir.


- Não, sério – ele reafirmou.


- Tudo bem. Fim de semana que vem – prometi.


- Ou antes – ele sugeriu.


- Não dá. Dia de semana não saio, preciso estudar.


- Sabe, Lene, agora sei por que você não tem tempo para os garotos. Você é tão ocupada que mal se dá ao luxo de se divertir – ele observou.


Fiquei irritada e magoada. Oi, ele não podia falar do que não sabia. Eu me divertia, sim. Mas não tanto quanto meninas que não queriam ser aceitas em Oxford em Jornalismo.


- Eu saio com as minhas amigas, para a sua informação – eu disse aborrecida.


- É, mas se não fosse por mim, você não conheceria aquela menina.


- Olha, eu já vou sair com você para lhe retribuir a isso, o que mais quer?


- Não cabe a eu decidir. É você que nunca tem tempo para ser uma menina normal.


Suspirei. Eu queria ser uma menina normal. Eu tentava ser uma menina normal, mas, bem, não conseguia.


- Certo. Hm, preciso realmente ir – falei, abrindo a porta – Obrigada por hoje – repeti.


E daí ele meio que me puxou e me agarrou.


Ah, não foi daquele jeito, sabe. Ele só me puxou para um beijo na bochecha, do tipo que o James e o Remus faziam.


Mas, é, eu fiquei desconcertada.


- De nada – ele me falou quando me soltou.


Saí do carro, acenei e entrei no lobby. Então percebi estava um passinho de quebrar minha promessa. 


x.x.x

N/a: Hey hey *=*
       Estou muito feliz por vocês terem gostado do primeiro capítulo (: O apoio de vocês é muito importante, de verdade. Agradeço muito a todos vocês. Então, continuem, por favor, comentando. Sabem que comentários fazem a fic ser postada (:
       Um Feliz Natal a todos e tudo de bom para o próximo ano! (((:
       Beeijo ;*

       Nina H. 


24/12/2010

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Comentários (2)

  • Lana Silva

    Nossa eu estou sem palavras . Tipo, COMO ASSIM SUA LOUCA ? Tipo a Lene só pode estar maluca, meu Deus, ela tem que se divertir um pouco, sair com o Sirius, sei lá, viver *-------------------------* nossa que capitulo perfeitoooooooooooo, ri bastante com tudo aqui *-------* muito bom mesml flr *-* Ahhhh eu também curto muito a Taylor *-*beijoos *-* 

    2012-09-10
  • IsaBlack

    ohh, gosh! perfeito. perfeito. perfeito. *-----------* SIRIUS LINDO! Lene Fofa! *--* AMODOOOORO! parabens, catzz! =^.^="

    2011-05-09
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