Treze



Treze.


Lições do amor - o amor ensina mais do que se pode esperar.


 


Caminhava pelos corredores vazios do colégio, procurando-o. Não tivera a oportunidade de ficar perto do namorado naquele dia. Quando tinham aulas juntos, ele chegava sempre dez minutos após o início e saía cinco minutos antes do término, dificultando alguma aproximação. E durante o intervalo ele simplesmente desaparecera. Ninguém o tinha visto.


Mas precisava encontrá-lo. Tinha que se desculpar e lhe dizer que naquela tarde iria saber se suas suspeitas se confirmariam ou não para que, assim, pudessem levar o relacionamento adiante sem brigas e afastamentos como vinha acontecendo. No entanto seus passos cessaram quando alguém colidiu contra si, derrubando os dois livros que estavam em suas mãos.


Hermione se abaixou em silêncio para apanhá-los, como sempre fazia quando alguém derrubava seus pertences. Sabia que era inútil ficar irritada ou discutir por isso. Surpreendeu-se quando vira uma mão lhe entregar o outro livro. Curiosa, ergueu seu olhar, fitando o garoto moreno e de olhos castanhos em sua frente.


- Desculpe Hermione. Não foi minha intenção. - Mark Jacobs sorriu, embora suas palavras fossem pura mentira. O planejado era esse, abordar Hermione para que tivesse a atenção dela para si. Ela o fitara confusa. Desde quando um dos garotos mais populares do colégio falava consigo? - Eu estava distraído. E pelo visto você também.


- Sem problemas, Mark. – ela disse sem jeito. – Estava com um pouco de pressa. A Sra. Miles vai sair por esta tarde e vou ficar na biblioteca.


- Engraçado. Eu também estava indo para lá. - mentiu outra vez, já que caminhava na direção oposta à biblioteca. - Será que eu posso acompanhá-la?


- Mas... – Hermione falou apontando para o lado que ele iria seguir. Mark continuava a sorrir, e a morena corou. – Tá bem. Pode me acompanhar. – concordou e o garoto moreno, pegou de volta os materiais dela. Como numa gentileza.


- Então além de você ser monitora, estudar na biblioteca ainda substitui a Sra. Miles nas horas vagas. - Mark comentou enquanto caminhavam. - Tem mais alguma coisa que você faça e eu não sei?


- Não faço muitas coisas extraordinárias. – Hermione respondeu sem jeito, totalmente corada. Havia se acostumado com Harry, porque o amava e ele era seu namorado, mas a companhia de outros garotos ainda a assustava. Como a de Mark, o qual não desgrudava o olhar de si.


- Eu não diria isso pra alguém que tem tantas qualidades como você. - o moreno sorriu. - Afinal, se não as tivesse não estaria com Harry Potter, não é?


- Isso deve ajudar também... – comentou, não gostando daquele assunto. Evitava falar constantemente no namorado, pois não estavam bem, e isso a magoava.


Mark reprimiu um sorriso de satisfação com o que Hermione dissera. O tom de sua voz não tinha sido confiante o bastante quando se referiu ao namorado da morena. Como Gina havia lhe dito, o casal passava por uma crise. E aquele seria o momento ideal em atacar. Assim o faria.


- Desculpe, não quis me interferir. - redimiu-se com uma falsa pena. - Mas ao que parece às coisas entre vocês não vão nada bem.


- O que disse? – indagou perplexa. Desde quando sua vida era motivo de especulação? Suspirou, sabendo a resposta... Desde que começara a namorar Harry Potter.


- Bom, pelo jeito que você disse dá a entender que vocês dois estão com problemas. - o garoto riu. - O que já era de se esperar quando se trata de Harry Potter. Ele só traz problemas.


- Não é verdade. – rebateu séria, franzindo o cenho. – E isso não é da conta de ninguém. – emendou, e fizera menção de sair, mas Mark a puxou de volta, segurando seu braço. Com o gesto ambos ficaram bem perto, e um sorriso malicioso se esboçou nos lábios do garoto.


- Nós dois sabemos que é Granger. - ele disse, tocando-a na face. Era um toque diferente, que fizera Hermione ficar enojada outra vez. - Sei que o Potter não presta, mas posso consolá-la nesse momento. - o loiro então pressionou seus lábios aos de Hermione, pegando-a de surpresa ao iniciar um beijo agressivo.


Os dois só não contavam com a presença do moreno ao final do corredor. Harry sentiu várias sensações o invadir enquanto olhava para aquela cena. Estava decepcionado com Hermione, pois julgara que ela seria diferente das outras garotas. Estava triste por ter confiado um amor para alguém pela primeira vez em sua vida e receber aquilo como troca. E, principalmente, estava furioso por ter sido traído. O que Gina lhe disse no dia anterior era verdade. E a prova estava ali, diante de seus olhos.


Sua vontade era de partir para cima deles, retirar Hermione dos braços de Mark e socá-lo até todos aqueles sentimentos saíssem de dentro de si. No entanto sabia que seria em vão. Estava arrasado demais para tal e seus olhos não suportariam por muito tempo continuar vendo aquela cena. Então se retirou dali em silêncio.


Hermione conseguiu se soltar dele, e o olhou ofegante e furiosa. De todo estava nauseada com o sentimento estranho que sentira ao ser forçada àquilo. Confusa, olhou ao redor e sentira as lágrimas caírem dos olhos, quando algumas pessoas passavam comentando. Empurrou Mark. Seu estômago estava revirado, e então correu para o banheiro. Rezando para que aquele episódio não estragasse de vez seu relacionamento com Harry. Pois ela sabia o quanto as fofocas corriam naquele colégio.


***


Desde que tinha voltado do colégio tinha ligado várias vezes para Harry. Mas ele ainda não tinha voltado para casa e o celular sempre caía na caixa postal. Hermione sentia-se apavorada por dentro. Seu relacionamento já havia caminhado para a beira de um precipício. E se os boatos do que aconteceu naquela tarde entre ela e Mark tivesse chegado aos ouvidos de Harry, seu namoro despencaria de vez.


Respirou fundo tentando controlar novamente o choro que queria vir à tona. Amava Harry e nem queria imaginar na possibilidade de perdê-lo. Então antes que ele ficasse sabendo de tudo pela boca das outras pessoas, ela mesma iria dizer a verdade. Talvez se explicasse com calma e cautela ele poderia entender. Jamais iria desejar aquele beijo. Desde que estava com Harry, não desejava outro beijo além dos dele.


O som da campainha a fizera esquecer-se de seus pensamentos. E seu coração disparou por um momento ao imaginar de que poderia ser Harry. Então naquele momento lhe explicaria tudo. Abriu a porta, receosa. No entanto quem estava ali era Katie.


- Sua mãe ainda está no trabalho? - a garota perguntou para Hermione, entrando na casa. A morena assentiu. - E Richard, onde está?


- Saiu com uns amigos, por quê? – Hermione perguntou de volta, fungando. Estranhara o comportamento direto da amiga.


- Eu sabia que você não teria coragem de entrar em uma farmácia e fazer isso. Então eu mesma fiz. - ela disse, retirando de sua bolsa uma pequena caixa e entregando para Hermione. - Teste de gravidez. Você precisa fazer.


A morena sentira um calafrio percorrer seu corpo. Pegou a caixinha nas mãos, estas suavam e estavam trêmulas. Os olhos confusos fitaram a descrição. Era confiável e 94% de exatidão. Baixou o olhar, e as lágrimas que o turvavam, caíram ao chão. Tinha que fazer isso se não quisesse perder Harry e enlouquecer.


- Eu estou com medo... – sussurrou, fracamente.


- Sei que está, Mione. Mas não pode conviver com essa incerteza. Precisa confirmar se está grávida ou não, porque se estiver logo seu corpo vai mostrar isso. E precisa se preparar para o que está por vir. - Katie a abraçou. - E eu vou estar do seu lado, independente do resultado.


- Está bem, eu vou fazer o teste... – confirmou, mostrando-se mais segura, embora por dentro estivesse morrendo de pavor. Como uma menininha que tivesse medo de escuro.


Dera uma última olhada em Katie, que tentou sorrir para encorajá-la, mas seu sorriso não saíra tão perfeito assim, e não tivera o êxito esperado. Tremente, Hermione seguiu depressa para o banheiro. Ao alcançar o pequeno corredor, seu coração disparou. Se estivesse grávida tudo estaria perdido... Todos iriam odiá-la e ela não suportaria viver nessa situação. Além dos olhares de terceiros, os quais seriam de piedosos a acusadores.


Quando entrou no banheiro, fechou a porta, e minutos depois, escutou os passos de Katie, e a sua voz, dizendo que estaria ali do lado de fora. Hermione assentiu mudamente, sabendo que a amiga compreenderia sua resposta, mesmo sem ter proferido-a. Abriu o teste, e leu as instruções atentamente, sem poder conter algumas lágrimas.


Após ler as instruções, seguiu-as com prescrição para fazer o teste. Encostou-se na pia, esperando alguns minutos até que revelasse o resultado. Olhou seu reflexo no espelho, o rosto coberto pelas lágrimas de medo e pânico se tudo aquilo se confirmasse. E naquele momento desejou que Harry estivesse ali ao seu lado, porém sabia que era melhor fazer aquilo sozinha. Com as mãos mais trêmulas do que antes, pegara o exame para olhar o resultado.


Apenas uma olhada de relance, confirmara suas suspeitas. Já havia memorizado qual cor indicaria um resultado positivo. E aquele tom róseo, o era. Soluçou alto, caindo em um pranto profundo e doloroso. Katie que estava com os ouvidos atentos, e praticamente colada à porta, se assustara com aquilo, e sem permissão, entrara no banheiro.


Encontrou Hermione sentada no chão, com o rosto escondido entre as mãos. Seu choro copioso lhe partia o coração.


Rapidamente olhou para o exame, que indicava positivo. Katie então se aproximou de Hermione, sentando-se ao seu lado e a abraçando. Podia entender o desespero que ela sentia naquele momento. Era nova, tinha planejado tantas coisas e agora tudo seria interrompido por uma gravidez não planejada. Hermione encostou sua cabeça ao ombro da amiga, chorando dolorosamente.


- Eu sei que é difícil, mas você precisa ser forte Mione. - afagou os cabelos castanhos.


- Forte? Como? – perguntou entremeio aos soluços. – Não vou conseguir...


- Vai sim. Você é Hermione Granger. - Katie murmurou, seus olhos azuis também marejados. - E não vai passar por tudo isso sozinha. Tem ao Harry, que é pai desse bebê.


- E se ele não quiser essa responsabilidade? Harry tem uma vida maravilhosa pela frente, eu não quero estragar. – lamentou-se Hermione. – Embora eu já tenha feito... Eu fui uma idiota!


- Pare de se culpar por causa disso porque a culpa não foi apenas sua. Harry também faz parte disso de agora em diante. Ele querendo ou não. De qualquer forma ele precisa saber. - olhou para Hermione, enxugando as lágrimas de seu rosto. - Vocês precisam conversar e decidirem juntos o que vão fazer daqui pra frente.


- Você tem razão, eu preciso falar com ele. – suspirou fundo. – Mas... Ele não retornou nenhuma das minhas ligações. Tenho medo de ele não me querer mais. E de estar sabendo sobre Mark, e esteja pensando coisas que não são verdadeiras.


- De qualquer forma ele precisa saber Hermione. Independente se acredita ou não no que aconteceu. - Katie disse, apertando a mão de Hermione com força. - Vai lá falar com ele. Talvez vocês esclareçam tudo e resolvam toda essa situação.


Hermione assentiu, embora sentisse certo receio em seu peito. Tinha medo por agora estar grávida. E mais medo ainda em pensar na possibilidade de que Harry não queira dividir essa responsabilidade consigo. Entretanto, Katie tinha razão. Ele precisava saber. Secou as lágrimas de seu rosto e se levantou. Iria procurá-lo.


***


Não soube por que tinha ido até ali, onde tudo começou. Algo dentro de si o guiara para o lago, onde tinha sido a festa meses atrás. Foi ali que tinha conhecido melhor Hermione e se apaixonado. E daquele local tiveram início os melhores dias de sua vida que, consequentemente, acarretaria para o pior que era aquele dia.


A imagem que viu naquela tarde no colégio ainda não saia de sua mente. E aquele aperto que sentia em seu peito estava sufocando-o. Queria acreditar que aquilo tinha sido uma mera ilusão e que Hermione não o tinha traído. Mas sabia que era estupidez quando ele viu com os próprios olhos. Isso explicava tudo, principalmente a mudança de humor e de comportamento dela para consigo.


Percorreu seus olhos pelo chão, pegando algumas pedras. Começou a jogá-las no lago até ouvir o toque de seu celular. Provavelmente era Hermione outra vez, querendo procurá-lo e continuar fingindo que nada tinha acontecido. Naquele momento teve vontade de arremessar o aparelho no lago, mas não valeria à pena. A única coisa que queria era manter uma distância de Hermione. Estava arrasado e ao mesmo tempo furioso. E sabia que se ficasse perto dela seria grosso, não mediria suas palavras e a magoaria da mesma forma que ela o magoou.


A morena cansara de tentar ligar, no fundo sabia que ele não a atenderia, mas algo em seu intimo a fazia arriscar. Fora até a casa de Harry, mas ele não estava. Sua mãe dissera que havia saído com a desculpa de se distrair, e não mais voltara o dia todo. E Hermione sabia onde o namorado deveria estar. Ele adorava ficar perto do lago quando tinha algo de especial, ou de incomodo para pensar. Passara momentos maravilhosos ao lado dele ali. Onde compartilhavam alguns sonhos em comum... Mas agora iria destruí-los todos porque esperava um filho dele. Uma criança que seria talvez, numa mais remota hipótese, uma benção, ou o óbvio, um estorvo.


O vira de pé, fitando as águas calmas, e sentiu seu coração parar de bater, para logo em seguida retomar um ritmo acelerado. Precisava contar tudo a Harry, lhe expor a verdade e então... Se expor as conseqüências.


Caminhou até ele, e como se notando sua presença, o moreno enrijecera o corpo. Parou a mão ao ar, e a pedrinha que ela sustentava caiu no chão. Hermione tremia ainda mais, quando tentou falar e sua voz não lhe obedecera.


Harry fechou os olhos por um momento. Tentou em vão manter uma calma que não tinha desde aquela tarde. Evitou Hermione durante todo o dia, mas agora não teria como fazê-lo. E por mais que algo dentro de si não queria machucá-la, seu orgulho dizia para fazê-lo. Afinal, ela o traíra. Brincou com seus sentimentos durante todo esse tempo.


O moreno havia mudado por ela. Dedicara-se mais aos estudos, à família e, principalmente, à Hermione. Tudo isso por acreditar nas palavras dela quando dizia que o amava. Agora se sentia um perfeito idiota. Pois nunca havia se apaixonado e na primeira oportunidade havia se entregado por completo. E o pior, Hermione brincou com aquela situação.


- O que você quer? - ele indagou em tom seco ao abrir os olhos, fitando o lago à sua frente.


- Precisamos conversar, é um assunto... – hesitou, suspirando. -... Importante.


- Finalmente. - Harry revirou os olhos de uma forma sarcástica, virando-se para a morena. - Vai terminar comigo? Já estava na hora. Aliás, devia ter feito isso há muito tempo.


Hermione recuou um passo, ante a agressividade daquelas palavras.


- Não! – negou meneando a cabeça. – Por que está dizendo isso, Harry? – indagou à morena, temerosa. – Eu o amo demais e...


- Não fala isso outra vez. - bradou em tom de voz alto, como se as últimas palavras de Hermione fossem o suficiente para deixá-lo irritado. - Acha que eu vou ser idiota em cair no seu jogo de novo? Acha que vai resolver tudo falando que me ama? - ele meneou a cabeça. - Eu não acredito em você, muito menos nesse amor que você diz sentir.


- Como pode duvidar de mim? – questionou com a voz tremida. Seus olhos marejaram rapidamente, e Harry continuava a olhá-la com desprezo. – Eu não fiz nada que pudesse magoar você, eu juro... Mark me forçou, eu não quis!


- Eu vi Hermione. - Harry gritou. - Ninguém me contou, eu mesmo vi vocês dois no corredor. E você não fez nada. E ainda tem a coragem de me dizer que ele te forçou?


- Você viu... – ela murmurou baixinho. Então se voltou para ele, tentando se aproximar, mas dessa vez fora Harry quem recuou. – Eu juro que é verdade... Acredite em mim, eu nunca o enganaria.


- Chega. - sibilou entre dentes. - Eu não quero ouvir mais, Hermione. - passou os dedos entre os cabelos, respirando fundo. - Isso explica tudo. Explica o porquê você mudou de comportamento e o porquê se afastava toda vez que eu chegava perto. Esse tempo todo você estava com o Mark, me enganando. Eu... - riu-se, irônico. - Eu pensava que você fosse diferente, sabe? Porque eu confiei em você. Eu te amei, Hermione. De verdade.


- Eu mudei por outro motivo! – exclamou um pouco mais alto. Assim em meio aos próprios berros, Harry a escutaria. Não podia o deixar pensar tais coisas. – Mudei por que... Porque eu estou grávida. É por isso! Porque tenho medo do que vai ser daqui pra frente, e tenho medo de perder você. Por mais que não acredite, eu falo a verdade.


Harry a olhou, perplexo. Conseguira captar entre as outras palavras quando Hermione dissera que estava grávida. E por alguns minutos permaneceu em silêncio, tentando raciocinar. Aquela notícia o pegara de surpresa, sem lhe dar uma oportunidade de ouvir o raciocínio lógico. Mas se Hermione estava brincando consigo durante todo esse tempo em que se encontrava com outro, quem poderia lhe garantir que esse filho fosse dele?


- Eu espero que Mark tenha ficado feliz com a notícia. - Harry comentou.


- E porque ele ficaria? – perguntou ingenuamente. – Esse filho é seu. – Hermione não conseguia mais controlar o choro. – É nosso filho... Eu só estive com você.


Ele fechou os olhos e sem poder evitar, uma lágrima percorreu sua face. Queria acreditar nas palavras de Hermione. Seu coração dizia para fazê-lo. Mas sua consciência e seu orgulho falavam mais alto naquele momento, não o deixando escutar seus sentimentos. Hermione o machucara por dias. E durante todo esse tempo suportou tudo calado. Depois do que viu naquela tarde, não poderia acreditar no que ela dizia.


- Como você quer que eu acredite nisso depois de tudo? - ele indagou, abrindo os olhos para fitá-la. - Porque eu queria que fosse verdade, Hermione. Depois de tudo o que passamos eu queria acreditar no que você diz. Mas os acontecimentos dos últimos dias me fizeram mudar de idéia. Se você realmente está grávida, eu sinto muito. Não vou acreditar nessa história de que esse filho é meu, não depois do que eu vi. Então não pense que me dizendo isso vai fazer com que eu esqueça tudo e que nós voltamos a ser como antes, porque não vai.


- Vai me deixar sozinha? – perguntou respirando fundo, para reter o choro doído.


- Não, Hermione. Você própria se deixou sozinha. - secou a lágrima de seu rosto. - Se a situação fosse diferente, se você fosse diferente, eu estaria do seu lado. Não seria tão canalha a ponto de não assumir uma responsabilidade como essa. Mas como você quer que eu acredite que esse filho seja meu? Diz-me. Simplesmente não dá. Não depois do que eu assisti.


- Está errado sobre mim. Se confiar no que viu, é porque não me conhece e não me ama o bastante a ponto de crer na minha palavra. Por que você sabe que eu não me comportaria assim... E sabe ainda que só tive um homem na minha vida, e é você... – confessou soluçando. Sentia uma dor aguda no peito, e pensou que fosse desmoronar. – Essa criança é sua, sim. Mas não posso obrigar você a aceitar, nem gostar desse fato. Eu quem estou grávida, o problema é meu, não é? – ele continuava sem dizer nada, olhando-a tentando ser frio. - Tudo bem... Já entendi... Não vou mais incomodar você, Harry. Vou resolver isso sozinha, como sempre fiz.


O moreno deu um passo à frente, esticando seu braço para tocá-la. No entanto refreara aquele ato. Não queria tocar Hermione, isso faria trazer todos os sentimentos que tinha por ela à tona. O faria ceder. Então a olhou nos olhos.


- Não diga que eu não te amo, porque não é verdade. Depois de tudo, eu ainda te amo. E é isso que me deixa irritado. Mas eu acho que o que aconteceu entre nós já deu onde tinha que dar. - suspirou. - Acabou, Hermione.


- Acabou sim... – reforçou, fungando. O fitou, sentindo-se a pior pessoa do mundo. Além de ter aquele peso lhe sobrecarregando. Ainda não sabia o que faria de sua vida, mas sabia que qualquer coisa que fosse Harry não estaria ao seu lado. Não veria o filho nascer, nem cuidaria dele. Nunca mais ele diria que a amava. Não iria mais provar de seus beijos, nem se entregar a paixão que ele lhe despertava. Estava mesmo sozinha. – E não se preocupe... Ninguém vai saber que você é o pai do meu bebê, afinal, todos pensam como você. Que eu tinha algo com aquele cara. Então vai ser fácil limpar sua barra... Vai continuar com sua vida sem estrago algum. – então, o tocara na face. Surpreendendo-o.  Era o que ele queria fazer e não tivera coragem. – Espero que seja feliz, é tudo que eu desejo...


Afastou sua mão, deixando Harry com um sentimento de perda ainda maior. Poderia impedi-la de partir, mas nem se movera. Ele abaixou a cabeça, deixando com que as lágrimas que lutava para não derramar na frente de Hermione rolassem por sua face. Um sentimento pior que o da traição e da perda o invadira que era de arrependimento. Não soube por que sentiu aquilo, mas queria não senti-lo. E precisava esquecer daquilo, de tudo e, ao menos tentar, esquecer de Hermione. Secou as lágrimas de seu rosto e saiu. Tinha outro caminho para seguir. Com Hermione fora de sua vida, aquele novo Harry também tinha partido. O velho Harry estava de volta.


***


Tocou a campainha, com uma estranha sensação dentro de si. Aquela voz insuportável o dizia para não fazer o que estava prestes a fazer. Mas ele precisava esquecer-se de tudo. Ao menos tentar. E não via outra opção senão aquela. Desejou imensamente que Rony não estivesse em casa. Não queria entrar em detalhes sobre o fim do seu relacionamento e o porquê estava ali, procurando por Gina. Logo a porta foi aberta e a ruiva sorriu ao olhá-lo. Harry aparentava desespero e tristeza, algo que deixou claro que seu plano tinha funcionado. Ele e Hermione tinham terminado.


- Eu acho que te devo um obrigado. - o moreno foi logo dizendo ao entrar na casa. O silêncio constatava que ela estava sozinha. - Pelo que me disse ontem sobre Mark e Hermione.


- Não precisa agradecer. Eu apenas o alertei porque gosto muito de você, Harry, já lhe disse. Não queria vê-lo sofrer... – falou falsamente. Seu sorriso tornou-se insinuante. – Terminou com ela?


- Terminei. - respondeu-a, sentando-se no sofá. - Não poderia continuar sendo o idiota da história. Ainda mais depois de vê-la com Mark.


- É claro, meu querido. Você não merecia isso, mas o que esperava de alguém como a Granger? Ficou evidente que ela só queria ficar com você pra realizar uma fantasia boba de menina pobre. E já que Mark é tão popular quanto você, viu outra chance... – a ruiva comentou, sentando-se ao lado dele, afagando seus cabelos. – Você merece uma mulher, não uma garotinha idiota. Merece uma mulher melhor...


- Ainda não consigo acreditar que ela foi capaz de fazer isso. - o moreno comentou, meneando a cabeça. - Eu só... Queria esquecer tudo.


Gina sorriu, virando o rosto dele para si. Alisou a face contraída de Harry, e então se inclinou mais para beijá-lo. Há muito tempo ansiava beijar o moreno outra vez. E agora tinha um motivo a mais para saborear aquele beijo.


Ele não a empurrou, muito menos recusou ao beijo. Estava tão furioso com tudo o que acontecera que queria descontar toda a sua frustração em Gina naquela noite. Correspondeu o beijo, embora não houvesse sentimento algum ali, muito menos desejo, apenas capricho. Pudera perceber a diferença que era quando beijava Hermione. Tinha amor, paixão e carinho naquele gesto. Com Gina era diferente. Era apenas luxúria, nada mais.




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N/A: NÃO MATEM O HARRY!!!

ELE É ESSENCIAL PARA A FIC. SEM O HARRY NÃO TEM FIC!!!

Se acalmem, leitores.

Sabemos o quanto vocês estão furiosos com o Harry e a Gina.

Mas é o enredo da fic. Vocês sabem que no fim o bem sempre vence o mal.

E o Harry e a Hermione serão felizes para sempre. *-*

Mas por enquanto deixa o momento de burrice rolar. kkk

Agradecemos aos nossos fiéis leitores por não darem importância as critícas.

Isso é muito significativo para a gente.

Principalmente para o desenvolvimento da fic. 

E como de costume: COMENTEM!!!

Assim o próximo capítulo vem rapidinho e vocês não morrem de curiosidade pra saber o que vai acontecer.

Beijo das autoras.


N/A: NÃO MATEM O HARRY!!!


ELE É ESSENCIAL PARA A FIC. SEM O HARRY NÃO TEM FIC!!!


Se acalmem, leitores.


Sabemos o quanto vocês estão furiosos com o Harry e a Gina.


Mas é o enredo da fic. Vocês sabem que no fim o bem sempre vence o mal.


E o Harry e a Hermione serão felizes para sempre. *-*


Mas por enquanto deixa o momento de burrice rolar. kkk




Agradecemos aos nossos fiéis leitores por não darem importância as critícas.


Isso é muito significativo para a gente.


Principalmente para o desenvolvimento da fic. 


E como de costume: COMENTEM!!!


Assim o próximo capítulo vem rapidinho e vocês não morrem de curiosidade pra saber o que vai acontecer.


Beijo das autoras.


19/10/2010. 



 

 

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