Vinte e um.



Vinte e um.


Lições do amor - o amor ensina mais do que se pode esperar.

 


O reencontro e a conversa que teve com Hermione dias atrás na loja não a deixava em paz. A notícia de que ela estava grávida a perturbava constantemente. E aquilo começava a sufocá-la. Sua preocupação era evidente, pois o marido já percebera isso. Mas decidiu em não lhe contar nada. Afinal, se James soubesse de sua suspeita de que Harry seria pai, coisas sérias poderiam acontecer.


Andava de um lado para o outro na sala, esperando o retorno do filho. E esperava que este fosse antes que o do marido. Precisava ter uma conversa em particular com ele. Não podia mais ser adiada. Ouviu o som da porta e suspirou aliviada ao vê-lo entrar. No entanto, ele pareceu não notar sua presença ali. Ou fez-se não notar por vergonha, o que vinha sentindo pela mãe devido ao último acontecimento.


- Harry...? – ela o chamou. Tentou não denotar em sua voz uma rigidez maior, mas não fora possível. Estava tensa. – Precisamos conversar filho...


O rapaz respirou fundo, e então se aproximara da mãe. Tinha as mãos dentro do bolso da jaqueta do time de futebol, e isso fazia com que pudesse disfarçar o nervosismo. E ele era evidente.


- Pode falar. - Harry apenas murmurou. Em sua mente imaginava várias coisas que pudesse ser o assunto. Como o flagra que ela lhe dera com Gina ou a briga durante o jogo de futebol. E isso o fazia manter a cabeça baixa.


- Sabe que não gosto de joguinhos então vou direto ao ponto. – Lilian falou seriamente olhando para ele. – Encontrei Hermione há uns dois dias. – Harry suspirou cansado. O assunto que imaginara era mesmo aquele que vinha lhe martirizando. – E... Ela me contou que está grávida.


- Eu sei. - assentiu finalmente olhando-a, dando de ombros em um gesto natural e não querendo ser grosseiro com a mãe. - E?


- Ela me jurou que essa criança não é sua. – Lilian disse pesarosa. – Mas eu não acreditei no que ela disse. Deu pra ver nos olhos dela que ela estava mentindo. E me doeu vê-la quase chorar.


- Mãe, se ela jurou que não é minha então não tem motivo para duvidar disso. - Harry disse, deixando-a um tanto surpreso. Era uma parte dele que queria acreditar nisso. A orgulhosa. - Esse assunto não me diz respeito. É um problema dela.


- Não acredito que está me dizendo isso, Harry. – falou sentida. – Vocês eram namorados. E por mais que pense que ela o traía. É evidente que esse filho é seu. Se eu que não a conheço bem acredito nisso, porque você não?


- Porque não dá mãe. - revirou os olhos. - Eu não posso acreditar que esse filho é meu depois do que eu vi. E o que me surpreende é que mesmo depois de eu ter te contado tudo, ainda continua defendendo-a.


- Não a estou defendendo. Mas você não pensa no que esta menina está passando? Ter um filho, sozinha não é fácil. Muito menos ser mãe tão jovem. E não ter o apoio de ninguém. – ela falou pensando em condoer o filho com suas palavras. – E se você estiver errado? Como isso vai se resolver? Você virando as costas pra um filho seu...


- Eu não sei se é meu filho. - Harry passou os dedos entre os cabelos, tentando amenizar a frustração que já crescia em si. - E é difícil de saber disso agora. Não tenho a menor idéia do que vou fazer sobre isso. Mas se realmente for meu filho, é claro que vou assumir minha responsabilidade. Enquanto não me provem do contrário, não tenho nada com esse assunto.


- Ok, então eu vou resolver isso. Tirarei suas dúvidas então conversamos. – Lilian falou um tanto nervosa. Pegou sua bolsa sobre o sofá, e fizera menção de sair, mas o olhar indagador de Harry sobre si a fizera parar. – Vamos ver se cumpre suas promessas. E eu vou tirar essa história a limpo. 


- Como assim? - perguntou de forma ainda mais confusa, fitando-a de cenho franzido.


- Vou até a casa de Hermione, e vou conversar com ela. Se não tiver mesmo nada a ver com esse “assunto”, prometo nunca mais tocar nele.


Harry respirou fundo quando a mãe deixou a casa, largando-se no sofá. Aquele assunto tornara-se cada vez mais constante e cômodo em sua vida. E o peso em sua consciência não o deixava em paz. Sabia que estava fazendo a coisa errada, mas não sabia como reverter tudo isso. Seu orgulho não o permitia.


**


Sentia uma frustração imensa durante o caminho. Embora fosse difícil acreditar, Harry mudara seu comportamento drasticamente. Lílian sabia que ele tinha certeza que aquele filho era seu. E o que mais a deixava decepcionada era o fato de o filho dar razão ao seu orgulho, esquecendo de tudo que lhe ensinou na vida. Não podia acreditar que Harry ainda insistia em dizer que Hermione fora capaz de tamanho absurdo.


Esperava que aquela conversa fosse decisiva. Não apenas para sua consciência e a responsabilidade de Harry, mas também para Hermione. Era injusto que ela passasse por tudo isso sozinha. Tocou a campainha, esperando pacientemente. E quando a porta fora aberta, sorriu diante o olhar surpreso que a garota lhe lançou.


- Senhora Potter? – Hermione falou surpresa. Naquele momento estremecera intensamente, pois nunca imaginaria que a mãe de Harry fosse bater em sua porta. Não obstante, deveria ter tornado-se tão branca quando uma folha de papel, já que sabia o motivo da visita.


- Oi, Hermione. - a ruiva disse com um sorriso sem jeito. - Eu sei que nunca fui de visitá-la em sua casa. Mas eu precisava fazer isso hoje. Temos que conversar.


- Conversar? – indagou trêmula. – Desculpe Senhora Potter, mas... Não temos nada pra conversar. Eu... Eu disse tudo na loja.


- Hermione... - Lílian suspirou fundo, de forma paciente ao cruzar os braços e olhá-la. Já percebera que ter aquela conversa com ela não seria fácil. - Vamos ser sinceras. Tanto eu quanto você sabemos que essa criança que você espera é do Harry. Eu não tenho a menor ideia do porque você está mentindo, mas eu não sou boba.


- Não estou mentindo. – insistiu naquilo que já se tornava uma verdade para ela. Harry abdicara daquela criança no momento em que duvidara da lealdade de Hermione, então aquele filho era apenas seu.


- Eu disse sinceridade, Hermione. - replicou outra vez, erguendo uma sobrancelha. - Não sei por que o está defendendo, mas eu quero a verdade. Eu sei que essa criança não tem outro pai além do Harry. Diferente do meu filho, eu acredito na sua palavra. Estou aqui pra te ajudar.


Hermione respirou fundo, olhou para dentro de casa, e então deixara Lilian passar. Estava receosa de ter essa conversa porque sabia que Susan estava em casa, e poderia ouvir. No entanto, a mãe estava concentrada em lhe ignorar que não seria problema receber visitantes.


Ela fechara a porta, e fizera um gesto para que a ruiva se sentasse no sofá. Embora estivesse envergonhada por sua casa, Hermione tinha dificuldades maiores para tratar do que singeleza do seu lar.


- Não estou defendendo Harry, estou defendendo o meu bebê... – murmurou, abaixando os olhos, já marejados.


- Por que não me disse a verdade desde o primeiro momento, Hermione? - Lílian a olhou, pesarosa. - Eu acreditaria em você. Acredito na sua palavra. Eu sei que quer proteger essa criança, mas eu não faria objeção nenhuma contra sua vontade.


- Harry disse que me amava e não acreditou em mim... – a morena disse baixo.


- Harry tem um grande defeito que é predominante na genética dos Potter. O orgulho. - disse entre um suspiro, pois era verdade. Sabia que o novo comportamento do filho devia-se a isso. Julgava que quanto mais orgulhoso fosse, mais fácil seria superar tudo. - Eu sei que é uma coisa idiota e machista. No entanto, eu tenho certeza que ele sabe que esse filho é dele. - aproximou-se de Hermione, segurando sua mão. - Precisa dizer a verdade a ele, Hermione. Tenho certeza que quando Harry souber irá assumir sua responsabilidade.


- Eu já contei a verdade. Ele me mandou embora. – Hermione falou, limpando algumas lágrimas que desprendiam de seus olhos. Era tão doloroso falar disso. Lembrar-se da rejeição que sofrera era um fardo recente ainda. – E não vou me humilhar mais, Senhora Potter. Não preciso do seu filho pra criar o meu.


- Eu sei que não irá. Muito menos vou te pedir para que faça isso. Entretanto, por mais que a verdade doa Harry precisa saber dela. E eu vou ter uma conversa séria e decisiva com aquele orgulhoso...


- Não! – exclamou nervosa. – Não fale nada pra ele... Só vai aumentar a raiva que sente de mim. Vai pensar que é tudo culpa minha. E eu só quero que ele esqueça... Que ele me esqueça.


- Hermione é um absurdo que você assuma uma responsabilidade tão grande como esta sozinha. - Lílian disse. - Você é nova demais para isso. Harry tem a obrigação de ajudá-la. A imprudência desse ato foi por culpa de vocês dois.


- Você não entende... Não quero que ele fique comigo, ou se aproxime novamente por obrigação. Se Harry não pode amar o nosso bebê, então é melhor que fique longe. Será menos doloroso para todos.


Lílian assentiu compreensiva. Como tinha pensado antes, não podia obrigar Hermione em nada. Independente de sua decisão tinha que aceitá-la. E por mais difícil que fosse aquilo, teria que se conformar com o fato de que Harry não assumiria o próprio filho.


- Tudo bem, se é assim que você deseja, eu vou respeitar sua decisão. - disse enquanto a olhava. - Mas isso não impede que eu a ajude de vez em quando. Embora Harry não aceite, essa criança tem meu sangue também.


- Não quero o seu dinheiro. Nem nada do tipo. – Hermione respondeu orgulhosa. – Quando disse que cuidaria do meu filho, inclui sustentá-lo também. Com meu próprio trabalho e suor. Assim ele vai ter orgulho de mim.


- Claro, eu entendo. - concordou com um pequeno sorriso. - E não sabe o quanto eu te admiro por isso. Mas eu tenho certeza que tudo isso que aconteceu foi um mero engano. Você não merece passar por tudo isso sozinha, Hermione. Tenho certeza que as coisas voltaram ao normal logo.


- E voltarão Senhora Potter... – a voz de Susan preenchera a sala. A filha suspirou pesadamente, apertando as mãos uma na outra.


Lily lançou um rápido olhar para Hermione. As expressões da morena indicavam que o clima com a mãe não estava agradável. E pudera perceber isso no clima distante entre elas. Tanto que a deixara sem jeito a princípio.


- É bom revê-la, Susan. - disse de forma gentil após cumprimentá-la.


- Que bom que pelo menos alguma pessoa vê algo de bom nisso. – retrucou secamente. – O que quer aqui na minha casa?


- Mãe... – Hermione murmurou aflita.


- Fique quieta. – ela ralhou de volta, fitando Lilian em busca de uma resposta.


- Vim conversar com Hermione sobre a gravidez. - respondeu-a de forma altiva. Sabia que Susan tinha motivos para tratá-la assim, mesmo que o erro fosse de seu filho. No entanto, estava ali para ajudar e não queria tal tratamento em troca.


- É mesmo? E o que veio propor a ela? – perguntou irônica. – Seu filho já não fez mal o bastante?


- Eu sei perfeitamente bem o que Harry fez Susan. E sei também que ninguém é culpado ou inocente nessa história. - Lílian falou ao se levantar. - Mas eu estou aqui para ajudar Hermione. Independente se Harry acredita nisso ou não, porque eu acredito.


Susan riu-se nervosa. Aquele assunto tirava seu sono e seu bom humor, e apenas por pensar no futuro incerto da filha isso causava mágoas em seu coração. E pensar que vira tantas coisas boas na vida de Hermione. Mas tais coisas foram jogadas ao vento quando ela começara a se envolver com Harry.


- Creio que Hermione já lhe disse que não precisamos de nada. – falou seriamente, e então olhara a garota de cabeça baixa. – Já que não vamos ficar com essa criança...


- O quê? - Lílian murmurou surpresa ao voltar seu olhar para Hermione. Não podia acreditar que chegaram a tal conclusão. - Hermione, isso é verdade?


- É sim verdade. – Susan é quem respondera. – Vamos dar o bebê pra adoção quando nascer.


Atônita, Hermione deixou-se sentar no sofá. Não acreditava no que a mãe dizia. Não podia crer que aquela insinuação de mais cedo se tornara algo concreto para Susan. Seu coração se apertou violentamente, e ela nunca sentira tanto medo em sua vida. Mas sentira medo por seu filho.


- Não vai tirar meu filho de mim! – exclamou pálida. Não iria permitir que levassem seu bebê para outras pessoas criarem. Sendo que ela própria queria e poderia fazer isso.


- Você sabe que é o melhor a se fazer, Hermione. – ela argumentou, suspirando fundo. – Não me julgue mal, só quero que seja feliz. E sei que não é assumindo essa criança sozinha. Filha... Você poderá amadurecer, e então terá outros filhos... Quando estiver pronta! E quando tiver alguém que a ame do seu lado.


- Mas não pode fazer isso. - Lílian disse em defesa de Hermione, ainda surpresa com a frieza de Susan ao tratar desse assunto. - Céus, é só uma criança. Hermione é a mãe, cabe a ela essa decisão. E se ela quer tanto criar esse bebê temos que dar esse voto de confiança a ela. Eu disse que farei o possível para ajudá-la...


- Eu sou a mãe dela. Eu quem decido... – Susan disse e seus olhos marejaram. – Acha que eu quero para ela a mesma vida que tive? Não! Eu não quero! E Hermione vai entender quando chegar a hora.


A morena soluçou forte, levando as mãos ao ventre. Agora não tinha sequer o poder de escolher. Sabia que seria obrigada a fazer algo que não queria. Que teria que abrir mão de seu filho. Mas enquanto pudesse evitar isso o faria. Nem que para isso tivesse que sumir do mapa.


Lílian olhou angustiada para Hermione. Por mais que aquela situação a ferisse, Susan tinha razão. Era a mãe de Hermione e cabia a ela também decidir o futuro da filha. Não podia fazer nada quanto a isso a não ser repreender várias vezes o filho por tamanha estupidez cometida. Porque agora já não podia mais negar que o que acontecia era por culpa dele.


- Você tem razão. Já que não querem minha interferência eu não posso dizer o que é certo ou errado. - a ruiva disse com seus olhos marejados, pesarosa por ver Hermione daquela forma. - Eu só espero que não se arrependa dessa decisão depois, Susan. Você também é mãe e deveria se colocar no lugar de Hermione. Imagina como se sentiria se tirassem seus filhos de você. - emendou após secar uma lágrima de seu rosto, depositando um beijo carinhoso nos cabelos castanhos de Hermione antes de deixar a casa. Não tinha mais nada para fazer ali.


Assim que Hermione escutou a porta sendo fechada, ela encarou a mãe.


- Como pode ser tão má comigo?! – indagou atormentada. – Como pode me pedir pra me desfazer do meu bebê?! Se for assim, porque não me manda embora? Eu iria, mamãe. Se isso te fizesse feliz, eu iria pra longe...


- Porque eu não posso Hermione. - Susan disse ao se aproximar da filha, também com lágrimas nos olhos. - Você é minha filha e eu só quero o melhor pra você. E o melhor não é ficar com essa criança. Pelo menos não agora. Tente entender. - suplicou, tocando-a no rosto.


- Nunca vou entender! – exclamou se afastando. A olhou com extrema fúria. – Fique sabendo mamãe, que eu não vou deixar que me afaste do meu bebê. Porque eu não vou consentir com isso. Se eu não preciso do Harry, não preciso de você também! E se for o caso, eu saio daqui. Para que você não tenha despesas. Nem tenha que olhar pra mim e sentir vergonha.


- E como você vai se sustentar, Hermione? - Susan bradou impaciente. - Você pensa que as coisas são fáceis assim? Se fossem eu deixaria você ficar com essa criança. Aonde vai viver? Como vai se alimentar? E os seus estudos, Hermione? Deixe de ser imatura e raciocine por um momento.


- Isso é um problema só meu. Deixe-me ser adulta e tomar minhas próprias decisões... – murmurou, levantando-se e deixando a mãe sozinha. Por mais que por fora demonstrasse uma coragem sem medidas, por dentro Hermione estava em pânico. Sem ter com quem contar, estava à mercê das vontades de Susan.


**


O silêncio os acompanhava no vestiário após o treino. Era assim que vinham se tratando ultimamente. Um distante do outro e incapaz de dizer qualquer coisa. Quem os visse agora não imagina o quão grandes amigos tinham sido. E embora nenhum tentasse demonstrar, sentiam falta um do outro. Orgulhosos demais, nenhum daria o braço a torcer tão facilmente.


Rony passara pelo amigo, e então abrira seu armário. Ambos estavam úmidos do banho, e cansados pelo treino. O ruivo suspirara, encostando-se na porta aberta. Virou-se para Harry.


- Bela jogada... – disse sorrindo de lado. – Desse jeito vamos pegar os Dogs Thornton de surpresa. Já que pensam que por conta da sua expulsão você parou de treinar.


- Vai ser ótimo pra nós se continuarem pensando assim. - Harry comentou com um largo sorriso. Satisfeito pela conversa pacífica que estavam tendo. - E melhor ainda se ficarem com medo de mim durante o jogo.


- Se eu fosse eles eu teria. – Rony falou rindo. – Você quase esmagou o Draco no campo hoje.


- Ele mereceu. - disse agora um pouco sério ao se lembrar do episódio ocorrido mais cedo. - Estou farto das piadas de duplo sentido do Draco sobre Hermione. - vestiu sua camisa, suspirando fundo e um pouco receoso antes de tomar o próximo passo. - Então, o pessoal vai para o lago mais tarde. Ta a fim de ir?


- Não vai dar cara... – o ruivo dissera, abotoando sua calça. – Prometi a Katie que iria ajudá-la numa coisa hoje. Bem... Vamos encontrar com Hermione na lanchonete. – comentou vendo-o erguer a sobrancelha. – É o dia em que ela tem que limpar tudo. E Katie colocou na cabeça que temos que ajudar, por conta do bebê. Pode fazer mal... Se ela fizer tudo sozinha.


- Entendo. - Harry apenas assentiu. - Pensei que Hermione não estivesse trabalhando. - comentou ao ver o olhar confuso de Rony. - A encontrei na enfermaria depois do último jogo. Ela disse que ia pegar algumas vitaminas. Achei que estivesse fraca ou algo do tipo.


- Sabe que ela não pode parar de trabalhar. – Rony disse, sentando-se no banco, após vestir a camisa. – Por isso ela anda faltando as aulas sem parar. Até as provas que tínhamos, Hermione deixou de lado. Emendou dois turnos lá na lanchonete por conta de ter que juntar dinheiro. – suspirou. – Pelo menos foi isso que Katie me disse.


Harry suspirou fundo, cruzando os braços e encostando-se ao armário. Queria poder fazer alguma coisa, mas sabia que Hermione recusaria sua ajuda. Da mesma forma que ela recusara sua preocupação da última vez que se viram.


- Eu não imaginava que a vida de Hermione tomaria esse rumo. - falou distraidamente, pensativo.


- Não mesmo? – ele indagou um tanto ríspido. – Ela está grávida, e sozinha nessa. O que pensou que fosse acontecer?


- Ta, e daí? - Harry o olhou confuso, vendo-o erguer uma sobrancelha. - Eu não tenho nada a ver com isso, Rony. A decisão foi dela quando resolveu fazer tudo aquilo pelas minhas costas. O que eu posso fazer?


- Você acha que não pode fazer nada, Harry. Esse é o problema... – murmurou descrente. Agora já não imaginava solução para o caso dos amigos. Visto que o moreno não dava a mínima para o sofrimento da ex-namorada. – Mas me responde uma coisa... – Harry o encarou. – Você não sente nada quando a vê? Ou quando a encontra e Hermione está com os olhos vermelhos de tanto chorar? Quando está perto dela, e pode sentir a tristeza te gelar? Não sente nada? Porque eu sinto pena dela... E eu é que não posso fazer nada.


- A escolha não foi minha. - o moreno bradou impaciente ao fechar seu armário. No fundo não queria confessar que sentia sim tudo isso. E que tais sentimentos pesavam sua consciência. Mas o orgulho não permitia. - Hermione quem quis assim. Nós tínhamos um relacionamento ótimo antes de descobrir que ela me traía. E se não fosse por isso, se eu tivesse certeza que esse filho é meu, assumiria com a minha responsabilidade. Mas eu não vou admitir ser feito de otário outra vez.


- Você é quem sabe... Não tenho direito de me meter na sua vida. Só pensa um pouco nessa historia toda. Será que a confiança que tem em Gina pesa mais do que o que sente pela Hermione? – Rony falou.


- Eu não confio na Gina. - Harry o olhou de cenho franzido. - Nunca confiei. Com todo perdão da palavra, mas sua irmã não é de confiança. Acontece que peguei Hermione em flagrante. Isso muda tudo, Rony. Se coloque no meu lugar. O que você teria feito?


Rony respirou fundo. A verdade estava bem aos olhos de Harry, e ele não queria enxergar. Estava na cara que tudo não passava de um mal entendido. E que por falta de compreensão e uma dose exagerada de ciúme, iria prejudicar muitas pessoas. Uma inocente em especial.


- Ficaria furioso, mas procuraria saber a verdade. – o ruivo dissera. – Olha Harry... Eu nunca fui de dar bons conselhos, mas você é meu amigo, quase irmão... Sabe que quero o melhor pra você, e te aconselho a pensar com mais cuidado. Procurar saber se realmente Hermione estava te traindo, ou se tudo não passou de um fato plantado em um momento ruim.


Harry não soube por que, mas as palavras de Rony lhe fizeram efeito. E por algum motivo que ele não sabia explicar porque, pareciam ser verdadeiras. Fazendo-o pensar sobre tudo o que aconteceu. Desde o momento em que os problemas com Hermione começaram até a conversa com Gina que teve naquela noite. Era como se um golpe de ânsia pela verdade o atingisse. E não querendo prolongar aquela conversa ou dar início em uma discussão, Harry deixou o vestiário. No entanto, com as palavras do amigo em mente. Iria investigar tudo aquilo, mesmo sabendo que já era tarde.


**


Seu coração se comprimiu mais naquele momento do que quando tivera a idéia de ir até ali. Parada diante da loja levou as mãos até o pescoço. E ali retirou a correntinha de ouro, onde havia um pingente da letra H perfeitamente folheado. Aquela correntinha tinha um valor sentimental grande para si, pois era a lembrança mais feliz que tivera com Harry. Mas acima do valor sentimental, estava seu futuro. E, infelizmente, ele dependia daquilo.


Sua vida dali para frente precisava daquele gesto. Seu filho precisava... E seria um começo para sua independência.


Passara a noite toda pensando naquilo, e nas palavras de sua mãe. As quais repetidamente martelavam em sua mente. E pensar na possibilidade de não poder nem ao menos segurar seu bebê, era terrível. Então encontrara forças para penhorar aquela jóia. E ela lhe daria o dinheiro necessário para que pudesse sair de casa.


Suspirou antes de entrar na loja, sentindo seu coração se comprimir. Embora fosse difícil, teria que abrir mão daquela correntinha. Assim como Harry abriu mão de estar ao seu lado. E talvez, se pensasse por esse lado, não a machucaria tanto. Caminhou até o balcão, onde um homem de certa idade estava avaliando outras jóias. E assim que a viu se aproximar ergueu seu olhar.


- Posso ajudar?


- Sim... – Hermione respondeu, erguendo a mão. Abriu-a, revelando à jóia. – Queria saber quanto posso conseguir penhorando esta corrente.


O homem pegou a correntinha, avaliando-a por um instante. Apesar do olhar de pesar de Hermione, também continha ansiedade. Pois esperava receber uma boa quantia com ela.


- É uma corrente de ouro puro, bastante trabalhada. Tem certeza que quer se desfazer dela? - ele a olhou, surpreso.


- Tenho sim senhor. – disse sem hesitar, embora por dentro estivesse muito triste. – Eu volto pra buscá-la quando der...


- Tudo bem. - assentiu ao guardá-la no mostruário do balcão, junto com outras jóias que pareciam ter um valor bem alto. Hermione o viu entrar em uma sala ao fundo. E minutos depois ele voltou com um envelope em mãos. - Eu sou bastante justo, mocinha. Dentro desse envelope tem uma quantia bem alta. Alguns pagariam uma merreca por algo tão bonito como essa correntinha. - disse, entregando-a.


Hermione sorriu timidamente, ao fitar o dinheiro dentro do envelope. Realmente ali continha a quantia certa e justa para a jóia que Harry lhe dera. Seus olhos marejaram agradecidos.


- Obrigada, por não me passar pra trás. Eu preciso muito desse dinheiro... De todo ele. – a morena comentou, apertando o envelope e então o colocara dentro da bolsa.


- Não precisa agradecer senhorita. - sorriu gentil para Hermione antes que ela deixasse a loja.


Ela parou ali outra vez, só que agora estava muito contente. Nem podia acreditar que em meio a toda confusão que se encontrava sua vida, pessoas boas ainda cruzassem seu caminho. E então podia pensar num futuro, e na vida que gerava com mais esperança. A partir daquele momento, Hermione decidira mudar. Tornar-se uma mulher e não mais uma garotinha assustada. Ela mesma trataria de por ordem em sua vida...


 



N/A:Capítulo 21 postado. xD

Agradecemos muito quem nos deu parabéns pelo um ano de fic, que foi dia 02/03. *-*

Infelizmente ontem não tivemos tempo de postar.

Mas hoje o post veio, e em grande estilo.

Quem queria que a Lilían tomasse uma atitude, ta aí.

Ela tomou. E digna de uma mulher de principios, eu diria.

Somos defensoras da Lily. *-* kkkk

Bom, pra continuarem sabendo o que vai acontecer basta comentarem.

E comentem bastante, porque o próximo capítulo promete.

Vai ter muita surpresa. "suspense..."

Beijo das autoras.

 N/A:Capítulo 21 postado. xD


Agradecemos muito quem nos deu parabéns pelo um ano de fic, que foi dia 02/03. *-*

Infelizmente ontem não tivemos tempo de postar.

Mas hoje o post veio, e em grande estilo.



Quem queria que a Lilían tomasse uma atitude, ta aí.

Ela tomou. E digna de uma mulher de principios, eu diria.

Somos defensoras da Lily. *-* kkkk



Bom, pra continuarem sabendo o que vai acontecer basta comentarem.

E comentem bastante, porque o próximo capítulo promete.

Vai ter muita surpresa. "suspense..."



Beijo das autoras.
03/03/2011. 

 

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Comentários (7)

  • Déborah Rogers Poynter Potter

    POR MERLIM NÃO ABANDONEM A FIC!!! POSTEM LOGO!!!!!!!!!!!!!!!!!!! COPEREM COM AS LEITORAS AKI!!! KKK

    2012-01-03
  • Laurin

    Nossa eu estou amando a fic, descobri essa fic e a outra[ Ao cumprir dos sonhos ]atraves de uma amiga e to adorandoEspero que vcs ñ demorem para postar e continuem escrevendo cada vez mais fics tão boas quanto essasbjusss

    2011-08-24
  • Tayane Louise

    POSTA

    2011-08-05
  • Angeline G. McFellou

    CARA CHOREI HORRS COM ESSA FIC. Mas ela esta muito perfeita. Rony esta mais inteligente que o Harry, isso é impressionante, pelo menos ele conseguiu plantar uma duvida cabível na cabeça do amigo, o que por si já é alguma coisa. Tadinha da Mione ta passando pior tanta coisa ruim, mas pelo menos ela esta tomando as rédeas da própria vida o que é excelente. rsrs Amei o capítulo, curiosa pela continuação, att assim que der, por favor. Beijos...

    2011-08-04
  • Fafa

    Estou adorando a história! Por favor, atualizemmmmmmmmmm!!!!!!!  

    2011-08-04
  • Pacoalina

    atualizemmmmmmmmmmm!!!!

    2011-08-03
  • Nanda R. Pereira

    estou adorando a historia espero a continuaçao.

    2011-08-02
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