O ÚLTIMO ENIGMA



CAPÍTULO 14


 


O ÚLTIMO ENIGMA


 


 


 


 


 


 


 


 


_Muito bem, os garotos heróis atacam novamente. _ disse Molly Weasley, com cara bem séria.


_Podemos saber qual foi a última travessura? _ perguntou Sirius.


_E é bom que tenham uma explicação muito boa, para que nos faça passar a vontade de colocá-los de castigo, digamos que por umas duas encarnações. _ disse Tiago.


_Será que resgatar Gina Weasley, trazendo-a de volta sã e salva e, de quebra, resolver o mistério da Câmara Secreta de Salazar Slytherin e salvar mais uma vez o mundo das garras de Lord Voldemort contam como atenuantes, papai? _ perguntou Harry Potter, com a cara mais angelical do mundo.


_OOO QUÊÊÊÊ?!?!?! _ perguntaram todos em coro. Harry Rony e Algie contaram a história desde o início, descrevendo como descobriram a entrada para a Câmara e como Harry matara a criatura de Slytherin e impedira o retorno de Voldemort. Ao fim do relato...


_Incrível. _ disse Tiago _ Toda a Corporação dos Aurores empacou em um certo ponto da investigação e vocês avançaram muito mais do que nós.


_Na verdade, estamos investigando desde o ano passado, Sr. Potter. Montamos um “Dossiê Voldemort” que, quando tivéssemos algo de concreto, enviaríamos para o senhor e para os Aurores. _ disse Neville.


_Dumbledore nos contou que havia gente desconfiando de que Harry pudesse ser o Herdeiro de Slytherin. _ disse Lílian _ Mas quanta bobagem!


_Só que, quando Harry falou em Ofidiano, as suspeitas aumentaram e só pararam quando Mione foi atacada. _ disse Luna _ Harry jamais atacaria uma de suas melhores amigas.


_Esperem um pouco. _ disse Algie, saindo e retornando logo depois com o dossiê. Todos leram e ficaram admirados.


_Vocês estavam quase descobrindo a identidade de Voldemort. _ disse Sirius, espantado com o conteúdo _ Mas ele mesmo precipitou os acontecimentos.


_Tom Marvolo Riddle, quem diria. _ disse Minerva _ Eu e ele fomos Monitores-Chefes, quando alunos. Ele sempre foi gentil e cortês com todos.


_Inclusive comigo. _ disse Murta, espantando a todos _ Tudo bem, Minerva?


_Myrtle? Myrtle Galloway? Em nome de Merlin! Você permaneceu em Hogwarts, mesmo depois daquilo? _ perguntou McGonnagall.


_Sim, Minerva. _ respondeu Murta _ Eu fiquei assombrando o banheiro, mas não aparecia muito. Aí o tempo foi passando e as pessoas foram se esquecendo de mim.


_Murta foi a chave do mistério. _ disse Rony _ Quando ela descreveu as circunstâncias de sua morte, descobrimos que a entrada da Câmara Secreta ficava na pia central do banheiro.


_E foi através deste livro que ele dominou você, filha? _ perguntou Arthur Weasley, apontando para  diário de Tom Riddle, mas evitando tocá-lo _ Lembra-se de uma frase que eu costumava dizer?


_Lembro, papai. “Não confie em nada que pensa, a não ser que possa ver onde fica o seu cérebro”. O diário agora é inofensivo. Não sei como ele foi parar no meio do meu material e eu acabei pensando que havia sido um presente-surpresa seu (Uma idéia começava a tomar forma na mente de Harry, mas ele ainda não tinha bases suficientes para externar sua opinião).


_Bem, creio que há algumas providências a serem tomadas. A primeira delas é mandar uma coruja para o Ministério, solicitando uma ordem de soltura para Rúbeo Hagrid. O ambiente de Azkaban não faz bem a ninguém.


_Eu me encarrego disso, Prof. Dumbledore. _ disse Rony.


_Obrigado. Harry, há algo que você queira me perguntar? _ perguntou o velho Diretor.


_Sim, Prof. Dumbledore. _ disse ele, abraçado a Gina _ Primeiro, sobre algo que aconteceu no ano passado. O Chapéu Seletor sugeriu que eu poderia ir para a Sonserina.


 


Tiago e Sirius fizeram caretas, divertindo-se com a cara indignada de Snape.


 


_Algo mais?


_Sim, sobre as semelhanças entre mim e Tom Riddle, principalmente o domínio do Ofidiano.


_Bem, vocês têm algumas semelhanças, sim. É porque você é inteligente, criativo, astuto e meio que ignora algumas regras. Slytherin gostava dessas características.


_Então eu poderia ter ido para a Sonserina, segundo o Chapéu Seletor.


_Até poderia. Mas essas características também existem nos grifinórios. Bem dentro desta sala temos dois exemplos. _ disse Dumbledore, enquanto Tiago e Sirius ficavam vermelhos e Snape disfarçava um sorriso _ E quanto ao domínio do Ofidiano, pode ser algo tipo um efeito colateral do atentado contra sua família, a transferência de alguns poderes dele para você e de você para ele.


_Yin e Yang. _ comentou Soraya _ Cada um possui um resquício do outro.


_Exato, Srta. Black. _ disse Dumbledore _ Mas o Chapéu selecionou você para a Grifinória, Harry. E sabe a razão?


_Eu pedi para que ele não me mandasse para a Sonserina. _ disse Harry.


_Muito bem. Sua vontade e seu perfil básico foram levados em consideração. Mas, para que não reste nenhuma dúvida, veja a gravação na lâmina da espada que você trouxe.


 


Na base da lâmina estava gravado “GODRIC GRYFFINDOR”.


_A espada de um dos Quatro Grandes! _ exclamou Augusta.


_Sim, a espada pessoal de Godric Gryffindor. Ela somente responderia ao chamado de um legítimo filho da Grifinória. _ disse Dumbledore _ E sua lealdade a mim levou Fawkes ao seu encontro. Bem, então o Sr. Weasley vai agora ao Corujal. E vamos organizar uma boa festa, logo que as vítimas da petrificação estejam recuperadas.


_Vou cuidar disso, Diretor. _ disse a Profª McGonnagall.


_Já estou indo ao Corujal, Prof. Dumbledore _ disse Rony, preparando-se para sair da sala. Mas, naquele momento, a porta abriu-se em um repelão, dando passagem a um indignado Lucius Malfoy, que parecia ter se vestido apressadamente para ir a Hogwarts, com os cabelos meio desalinhados e acompanhado por um elfo doméstico que Harry logo reconheceu como... Dobby. Então ele era servo da família Malfoy. As peças do quebra-cabeças iam juntando-se cada vez mais na mente do bruxinho.


 


_Ora, Dumbledore. Então, quer dizer que você voltou?


_Sim, Lucius. É engraçado, mas parece que todos os outros membros do Conselho Deliberativo decidiram que seria melhor que eu voltasse. Inclusive, vários deles deram a entender que suas famílias foram ameaçadas, quando da minha suspensão.


_E por que você voltou? _ perguntou Lucius Malfoy.


_Porque a criatura da Câmara Secreta havia levado a Srta. Weasley para lá e nossos bruxinhos-detetives acabaram resolvendo o mistério.


_Como assim? Descobriram quem abriu a Câmara?


_Exatamente, Lucius. Ela foi aberta por Lord Voldemort. _ disse Dumbledore, enquanto Lucius Malfoy tremia à menção do nome do Lorde das Trevas.


_Mas... mas como o Você-Sabe-Quem poderia ter retornado?


_Eu tenho esta mesma pergunta, Lucius. Ainda mais porque todas a informações são de que ele permanece escondido em algum lugar nas florestas da Albânia.


_Na verdade foi através deste livro, Sr. Malfoy. _ disse Harry, mostrando a ele o diário de Tom Riddle, com a capa chamuscada à volta das marcas dos dentes de Aglae.


_Livro? Qual a conexão? _ perguntou Lucius, visivelmente receoso de aproximar-se do diário, o que não passou despercebido a Tiago.


_Na verdade, Lucius, este é o diário de Voldemort, nos tempos de estudante. Aparentemente possuía algum feitiço capaz de dominar a mente de alguém. _ disse Tiago, olhando fixamente para Lucius.


_E quanto à tal criatura de Slytherin? _ perguntou Lucius _ Realmente existia?


_Sim, Sr. Malfoy. _ disse Harry _ Mas não era um basilisco e sim um ser híbrido, com características de basilisco e Medusa. E eu a matei.


_Conseguiu matar uma criatura assim tão perigosa, Harry Potter? _ perguntou Lucius Malfoy, com os maxilares contraídos _ E como foi?


_Duelei com ela, depois que Fawkes a cegou e a decapitei, com a espada de Godric Gryffindor. _ disse Harry, apontando para a espada.


_O que me intriga é como o tal diário foi parar nas coisas de Gina Weasley. Até parece que foi coisa armada. _ disse Nigel Lovegood.


_Lá vem você, Lovegood, com suas teorias de conspiração. _ disse Lucius, olhando-o de soslaio _ Acha que alguém colocaria deliberadamente algo que pertenceu ao Lorde das Trevas nos pertences de uma aluna do primeiro ano de Hogwarts?


_Não sei, Lucius. _ disse Dumbledore _ Mas esteja certo de que, caso surja mais algum objeto de propriedade de Voldemort em cena, será feito de tudo para rastreá-lo até a sua origem.


_E eu espero que, caso a Bruxidade venha a enfrentar um novo perigo, possamos contar com Harry Potter e seus Inseparáveis para enfrentá-lo. _ disse Lucius, de modo um tanto quanto irônico.


_Não se preocupe, Sr. Malfoy. Não nos furtaremos a cumprir com nosso dever, sempre que for preciso. _ disse Harry, olhando firme enquanto os outros balançavam as cabeças, afirmativamente. Ele percebeu que Dobby fazia sinais com o olhar, disfarçadamente, em direção a Lucius Malfoy e então a ficha caiu.


_Vamos, Dobby. _ disse Lucius _ Preciso levantar cedo amanhã, para ir a Londres. A “Malfoy Import & Export” funciona melhor quando seu dono está presente.


Lucius saiu, secundado pelo elfo doméstico. Uma luz se acendeu no cérebro de Harry e ele pegou o diário de Tom Riddle, saindo logo em seguida, enquanto Dumbledore disfarçava um sorriso por entre as barbas.


 


_Sr. Malfoy! Sr. Malfoy! _ disse Harry.


_Sim, Harry? O que deseja?


_Lhe devolver isto. _ e estendeu para o loiro o livro.


_Como assim, “devolver”? O que o faz pensar que este livro é meu? Ele não pertencia ao Você-Sabe-Quem?


_Ah, sim. Claro que pertencia, Sr. Malfoy. Mas esteve sob a sua guarda, por vários anos. Foi ele que o senhor recusou-se a vender para o Sr. Borgin, na Borgin & Burke’s, quando esteve lá para se desfazer de algumas coisas dos Dias Negros. Ele fez uma alta oferta, mas o senhor não quis vendê-lo. Ora, por que seria, a não ser que já tivesse planos para ele?


_Que tipo de planos? _ perguntou Lucius, visivelmente incomodado e perguntando-se como Harry poderia saber dos acontecimentos transcorridos na Borgin & Burke’s Será que Draco havia, inadvertidamente, deixado passar algo?


_Tipo, aproveitar o momento em que examinava o material de Gina para colocar o diário no meio dos livros dela. Um plano genial, mas não deu certo. _ disse Harry, colocando o livro nas mãos de Lucius Malfoy.


_Uma história bastante criativa, Harry Potter. Tem como prová-la?


_Não, infelizmente não tenho. Mas, como eu já disse, não me furtarei a cumprir com meu dever. E isso inclui ficar de olho.


_Espero que fique mesmo, para o bem de toda a Bruxidade. _ disse Lucius, dando meia-volta e jogando o livrinho para Dobby.


_ “Abra o livro, Dobby”. _ sussurrou Harry para o elfo. Dobby abriu o diário e então...


_O senhor deu roupas para Dobby, Sr. Malfoy. _ disse o elfo.


_Como é que é? _ perguntou Lucius _ Não te dei roupa nenhuma!


_O senhor deu uma meia para Dobby. _ disse o elfo, mostrando uma das meias que Harry descalçara e colocara entre as páginas do livrinho _ Dobby está... LIVRE!


_Você é o responsável por isso, Harry Potter! _ disse Lucius Malfoy, passando do seu normal pálido para o rubro _ Fez com que eu perdesse um criado que está há muitos anos servindo à minha família e isso não pode ficar sem retribuição!


Lucius Malfoy desencaixou a empunhadura de sua bengala, uma cabeça de serpente de prata, revelando sua varinha. Avançou para Harry, que sacou a sua e se colocou em guarda, pronto para defender-se do feitiço que Lucius certamente iria lançar. Mas nem foi preciso.


Um estalo e uma forte onda de choque fizeram com que Lucius Malfoy fosse lançado uns três metros para trás, caindo sentado e com a capa de suas vestes enrolada em sua cabeça e a varinha indo parar fora do seu alcance.


_Dobby não permitirá que o senhor ameace Harry Potter, Sr. Malfoy. Por favor, não tente de novo. _ disse o elfo.


_Não preciso da varinha para dar umas palmadas em um pirralho irritante e intrometido! _ exclamou Lucius, novamente avançando. Dobby preparou-se para lançar outro feitiço, mas Harry fez sinal para que o elfo não o fizesse.


 


Lucius Malfoy tentou agarrar Harry pela gola do traje Ninja, mas o garoto esquivou-se e atingiu a parte de trás do joelho direito do bruxo, fazendo com que suas pernas se dobrassem. Em seguida, atingiu com seus dedos um centro nervoso em cada ombro de Lucius, paralisando o movimento de seus braços. Levantando-se com dificuldade, o bruxo adulto ficou parado, comicamente, com seus braços pendentes e inativos.


_Sinto muito, Sr. Malfoy. _ disse Harry, pegando a varinha de Lucius e colocando-a no bolso das vestes, enfiando a bengala no seu cinto _ O senhor não me deixou outra alternativa. A paralisia deverá passar em uma ou duas horas.


_Confesso que me excedi. _ disse Lucius Malfoy, caindo em si e vendo que suas ações estavam a comprometê-lo _ Mas procure tomar cuidado daqui para diante, Harry Potter. Certamente surgirão novos perigos no seu futuro e pode ser que você e sua família não tenham a mesma sorte que tiveram, anos atrás.


 


Lucius Malfoy saiu, coxeando e gemendo, enquanto os outros chegaram ao corredor, atraídos pelo barulho.


_O que houve, Harry? _ perguntou Sirius.


_Nada de mais, Sirius. _ disse Harry _ O Sr. Malfoy escorregou e caiu sentado no chão. Eu o ajudei a se levantar.


_Sei, sei. _ disse Sirius Black, disfarçando um sorriso, sem acreditar nem um pouco no afilhado.


_E acho que ele deve ter escorregado naquela meia, que está na mão direita de Dobby, não é, filho? _ perto dele, Tiago fazia o mesmo. Afinal de contas, Tiago Potter sabia o filho que tinha.


 


_Você está tão quieto, Lockhart. _ comentou Ayesha _ O que houve?


_Ahn? Lockhart? Quem é Lockhart? Sou eu? _ perguntou ele _ Estou bem, mas me sinto meio estranho, como se tivesse passado um tempo desmaiado.


_O que aconteceu com ele, crianças? _ perguntou Lílian.


_Tentou nos lançar um Feitiço de Memória com a varinha de Rony. Mas, como a varinha estava defeituosa, ela sobrecarregou e explodiu. _ disse Algie.


_E o Sr. Lockhart recebeu todo o impacto do feitiço. _ disse Harry _ Acho que ele não se lembra nem do que comeu no jantar.


_Que pena. _ disse Neville, meio irônico _ O meio literário da Bruxidade foi privado de um dos seus mais produtivos autores.


Ninguém conseguiu segurar o riso.


 


_Dobby, por que foi que quando perguntamos se a tal trama era coisa de Voldemort, você nos disse que não era? _ perguntou Harry.


_Bem, jovem senhor Harry Potter, antes do jovem Tom Riddle se tornar o Lorde das Trevas, ele ainda não era Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e ninguém tinha medo de falar o nome dele. _ respondeu o elfo.


_Lógica meio torta, não é, Dobby? _ perguntou Gina, enquanto o elfo dava um sorriso meio sem jeito.


_Desculpem Dobby pelas coisas que fez. _ disse o elfo _ Como Dobby pode agradecer a Harry Potter pela sua liberdade?


_O melhor meio é não tentar mais me proteger. _ respondeu Harry _ Acho que eu não sobreviveria a mais uma tentativa.


_Dobby vai tentar, Harry Potter. Até um dia. _ e, com um estalido, o agora livre elfo doméstico desapareceu.


 


_Bem, creio que os acontecimentos realmente merecem uma comemoração. Minerva, poderia continuar o que estava fazendo, ir pedir para que os elfos das cozinhas fizessem um pouco de hora extra? _ perguntou Alvo Dumbledore.


_Certamente, Diretor. No caminho vou passar na Ala Hospitalar, pois Madame Pomfrey já deve estar dando o tônico às vítimas das petrificações.


_Então todos logo estarão recuperados? _ perguntou Rony _ Vou ao Corujal, para mandar uma coruja a Azkaban. Em pouco tempo Hagrid também estará aqui.


_Ótimo, Sr. Weasley. Acho que devo retificar o que disse, quanto a expulsá-los. Cada um de vocês receberá um prêmio por serviços prestados à escola e duzentos pontos para suas Casas. _ disse Dumbledore, enquanto os jovens abriam as bocas, espantados, em companhia de seus responsáveis.


 


O ruivo foi ao Corujal e todos os outros saíram, em direção ao Salão Principal. Dumbledore permaneceu no gabinete, enquanto um outro garoto saía de trás de uma coluna.


_É uma daquelas coisas que, mesmo vendo, a gente gostaria que não fosse verdade. _ disse o garoto.


_Sei que isso o deixa chocado, Sr. Malfoy. Mas a verdade sempre é melhor, por mais dolorosa que seja. _ disse Dumbledore _ Tudo indica que seu pai não renunciou totalmente aos antigos hábitos, seja por medo ou por qualquer outra razão. E quanto ao senhor?


_Sou filho dele, mas não sou ele. _ disse Draco _ No ano passado eu já disse a Harry que não era inimigo dele, embora talvez um dia tenha de fingir sê-lo.


_Teme por sua mãe, Sr. Malfoy? _ perguntou Dumbledore.


_Sim, Prof. Dumbledore. _ o loiro respondeu, balançando a cabeça afirmativamente _ Tenho medo de que ela possa vir a ser ameaçada, como já foi antes.


_Se continuarmos impedindo que Voldemort retorne fisicamente, sua mãe não poderá ser ameaçada. Só será preciso evitar que ela se entregue de livre vontade às Trevas.


_Farei o possível, dentro das minhas capacidades. Pelo menos a influência mais perigosa, Tia Bella, está em Azkaban. E embora Tia Andie tenha sido execrada pela família, sei que minha mãe se comunica com ela de vez em quando, em segredo. _ disse Draco, pensativo.


_Conte comigo para ajudá-lo, Sr. Malfoy. Quanto menos gente perdermos para as Trevas, melhor. E muito obrigado pela sua carta, me avisando dos perigos. A coruja chegou até mim sem problemas, junto com a outra e pude retornar logo. Agora desça e junte-se aos outros, pois todos merecem um pouco de diversão depois de tantos perigos.


 


Draco Malfoy desceu para o Salão Principal e juntou-se aos colegas, na mesa da Sonserina. Dali a pouco chegaram as vítimas da petrificação, plenamente recuperadas pelo tônico de Mandrágora e Vagem-da-Capadócia administrado por Madame Pomfrey.


_Vocês resolveram o mistério! _ exclamaram Hermione e Nereida, abraçando Harry, Rony e Algie.


_Com uma grande ajuda de Murta. _ disse Algie, contando às amigas o que acontecera e o papel da fantasminha.


_Quer dizer que o Sr. Lockhart não se lembra nem de que dia é hoje? Mas por que ele foi fazer aquilo? _ perguntou Penélope, abraçada a Percy.


_Ele não queria que ninguém soubesse que ele não era nada daquilo que dizia em seus livros. _ disse Rony, de mãos dadas com Hermione _ Aliás, os livros são todos uma fraude, pois ele nunca era o responsável por vencer os perigos, era só um coadjuvante que fingia ser o personagem principal.


_Mas agora não é nada. O feitiço que ele queria lançar foi muito forte e acabou sobrecarregando a varinha de Rony. _ disse Harry.


_De certa forma, no final foi até útil que sua varinha estivesse defeituosa, mano. Sem isso, aquele cara teria permanecido impune e enganando a todos. _ disse Percy.


 


A festa seguia, animada, até que a porta se abriu e por ela entrou...


_... HAGRID! _ todos exclamaram _ Já estávamos preocupados com sua demora.


_Eu teria chegado antes, se a coruja que mandaram com minha ordem de soltura não fosse o pobre Errol.


_Falha minha. _ disse Rony, ficando vermelho _ Era a única que estava no Corujal naquele momento. Acho que todas as outras deviam ter saído para caçar e ele, por ser muito velho, ficou por lá.


 


Todos riram.


 


Certo momento, Dumbledore assumiu o parlatório e todos fizeram silêncio.


_Meus jovens, Hogwarts passou por um grande perigo este ano, com a abertura da Câmara Secreta de Salazar Slytherin. Mas graças à coragem e inteligência dos nossos caros Inseparáveis, uma vez mais Lord Voldemort foi derrotado. Os pontos já foram concedidos e serão computados ao término do ano letivo. Analisando as notas dos alunos, vi que todos têm pontos suficientes para aprovação. Portanto, os exames estão cancelados e todos aprovados. Parabéns, caros alunos.


_Ah, não! Eu havia estudado tanto! _ disse Hermione, enquanto todos riam.


 


No dia seguinte, os pais dos Inseparáveis retornaram a Londres e as atividades seguiram seu curso normal, até o fim das aulas e a festa de encerramento, na qual foi anunciada a Casa vencedora daquele ano, novamente a Grifinória, devido aos pontos adquiridos pelos Inseparáveis com aquela nova derrota de Voldemort. Depois do banquete, durante o horário livre, Harry e Gina estavam no pórtico e viram Draco passando, em direção à Sala Comunal da Sonserina.


_Draco, venha aqui um pouco. _ disse Harry.


_Oi, Harry. Parece que ficamos em segundo, de novo. Mas não estou nem aí, só de não haver mais essa ameaça, já valeu a pena.


_Aliás, obrigado por avisar Dumbledore.


_C-como descobriu? _ perguntou Draco.


_Neville e Luna viram você voltando do Corujal, na noite em que descemos à Câmara.


_Não conte a ninguém, Harry. _ pediu Draco, olhando para os lados.


_Sei que você tem de manter as aparências, Draco. Pode confiar em mim.


_Manteremos segredo. _ disse Gina _ Não se preocupe.


_Obrigado, Gina. Vou indo, então. Até amanhã. _ disse Draco, despedindo-se.


_Até amanhã.


 


_Estavam dando papo para aquela lombriguinha oxigenada? _ perguntou Rony, que vinha vindo com Hermione, assim que Draco virou no corredor.


_Não precisa ter tanta prevenção contra Draco, mano. _ disse Gina _ Eu é que não queria passar pelo que ele passa.


_Tem razão. _ disse Harry _ Viver dividido entre suas convicções e o respeito ao pai, mesmo sabendo que ele não é flor que se cheire.


Pois é. Ninguém me tira da cabeça que Lucius Malfoy, assim como muitos outros, nunca renunciou aos antigos hábitos. _ disse Hermione _ Como é bom estar de volta. A sensação daquela petrificação é horrível, estar paralisada mas consciente de tudo à volta.


_Nem me fale. _ disse Nereida, que também estava indo para a Sala Comunal da Sonserina, para um bom sono _ Nunca mais quero passar por algo assim, novamente. Boa noite e até amanhã.


_Vai para Londres conosco? _ perguntou Gina.


_Vou. Ficarei na casa do Tio Tobias por alguns dias e depois viajarei com meus pais.


_Tio? _ perguntou Harry.


_É meu tio-avô, filho de meu bisavô Christopher, em segundas núpcias.


_Ah, sim, agora estou me lembrando. _ disse Hermione _ Depois de se separar de sua bisavó, Pandora, ele se casou com a cantora e atriz trouxa Melina Prince.


_Isso mesmo. _ disse Nereida, disfarçando um bocejo _ Acho que está na hora de aterrissar. Boa noite.


_Boa noite. _ disseram os outros.


_Realmente, está na hora. _ disse Rony _ Ei, aí está Neville. Onde estava?


_Fui levar Luna até a Corvinal. E vocês?


_Já estamos indo. _ disse Harry.


 


Chegando à Sala Comunal da Grifinória, encontraram Algie, que terminava de tomar uma xícara de chá e preparava-se para subir. Todos seguiram seu exemplo e logo adormeceram, pois o sono começava a pegar.


 


 


Na manhã seguinte, o Expresso de Hogwarts seguia para Londres, com a composição completa. Os Inseparáveis divertiam-se com partidas de Snap Explosivo e Xadrez de Bruxo, enquanto relembravam os acontecimentos daquele ano.


 


_Mais um ano letivo que termina. _ disse Harry.


_Uma recepção daquelas para Algie, Luna e Gina. _ disse Neville.


_Principalmente para Gina. _ comentou Soraya _ Um perigo que quase não dá para descrever.


_Mas graças a Deus tudo acabou. Se não fosse por Harry, novamente derrotando Voldemort, não sei o que seria.


_Eu e Hermione não teríamos sido curadas da petrificação a tempo de avisar sobre Aglae. _ disse Nereida _ Gina teria morrido e Lord Voldemort retornaria com força total, no vigor da juventude.


_E quanto ao Lockhart? _ perguntou Algie _ Será que vai mesmo para o St.Mungus?


_Com certeza. _ disse Luna _ Eu ouvi a Profª McGonnagall dizer que a vaga dele na Enfermaria de Danos Permanentes está pronta.


_Então é certo que o verei, sempre que for visitar meus pais. _ disse Neville.


 


Quando Algie se levantou para ir ao banheiro, a porta da cabine se abriu de repente e apareceram Gregory Goyle e Vincent Crabbe.


_Acha que se safou, Potter? _ perguntou Goyle _ Está contente em ser mais uma vez o garoto de ouro de Dumbledore?


_Sorte que já lanchamos, Goyle. _ disse Harry _ Assim você vai estragar no máximo a minha digestão.


_E continua bancando o engraçadinho. _ disse Crabbe.


_Não reclamem. _ disse Nereida _ Vocês deveriam é agradecer ao Harry. Graças a tudo o que houve, Dumbledore cancelou os exames e todos fomos aprovados. Pelo que já vi das suas notas, não sei se vocês passariam, caso tivéssemos de fazer as provas.


_Ela está certa, caras. Vamos embora daqui. _ ouviu-se a voz de Draco Malfoy, por detrás dos dois _ Eu avisei para que não viessem incomodá-los.


_Qual é, Draco?! _ espantou-se Goyle _ Defendendo esse pessoal?


_Deixe de ser tapado, Greg. _ disse Draco _ Quantas vezes eu preciso dizer que não era para virem aqui?


_Façam algo de certo uma vez na vida e deem ouvidos ao Malfoy. Garanto que será melhor para vocês. _ disse Rony _ E aí, entenderam ou querem que eu desenhe?


_Vejam só o Weasleyzinho. _ disse Crabbe _ Deveria respeitar mais os superiores.


_Superior não vejo onde. _ disse Gina.


_É a “Revolta dos Weasley”, minha gente. _ continuou Crabbe, enquanto Draco balançava a cabeça e olhava para o alto, com uma cara de “Não-Me-Digam-Que-Eu-Não-Avisei”. Percebendo alguma coisa no olhar de Rony e Harry, o loiro se afastou.


 


Crabbe e Goyle nem perceberam o movimento dos dois grifinórios, até que foi tarde demais. Harry e Rony praticamente sumiram do seu campo de visão e reapareceram ao lado deles, imediatamente pressionando um centro nervoso no pescoço dos dois sonserinos, que imediatamente desabaram no chão, inconscientes.


 


_Depois eles não poderão dizer que não foi falta de aviso. _ disse Draco, ajudando Harry e Rony a tirar os dois grandalhões do meio do corredor _ Longbottom, poderia vir aqui, nos dar uma forcinha? Esses dois são bem pesados.


_OK, Malfoy. _ disse Neville, indo juntamente com Algie ajudar os três.


_O que deu na cabeça desses caras, Draco? _ perguntou Harry.


_Sei lá, Harry. Acho que eles são muito radicais e muito burros, não sei qual das duas coisas em maior intensidade. Os pais deles também eram assim. Eu avisei para que não viessem incomodá-los, mas não me ouviram e deu no que deu. A que horas eles vão acordar?


_Acho que quando chegarmos a Londres, Malfoy. _ disse Rony _ Até lá, eles vão ficar desse jeito.


_Melhor para todo mundo, Weasley. Até mais. _ disse Draco, indo para sua cabine.


 


 


À noite, o trem chegou à Plataforma 9 ½ e os alunos desembarcaram, pegando suas bagagens e encontrando-se com suas famílias, que esperavam por eles. Os Weasley, os Potter, os Black, Augusta Longbottom e Nigel Xenophilus Lovegood. Os Granger estavam aguardando do lado trouxa da Estação de King’s Cross.


Os parentes estavam felizes em rever as crianças, sãs e salvas depois dos perigos pelos quais passaram. Quando estavam se preparando para atravessar a barreira e retornar para suas residências, um grupo uniformizado aproximou-se, logo sendo reconhecido como uma patrulha de policiais do Departamento de Execução das Leis da Magia. O Oficial-Comandante da patrulha chegou até o grupo e identificou-se.


_Sou o Tenente Hugo Rippert. Qual dos senhores é Sirius Orion Black?


_Sou eu. _ disse Sirius, dando um passo à frente.


Para o espanto de todos, o Tenente Rippert retirou do cinto um par de algemas inibidoras de magia e fechou-as ao redor dos pulsos de Sirius.


_Senhor Sirius Orion Black, o senhor está preso, por ordem do Ministro da Magia.


 


Ninguém conseguiu dizer uma palavra.


 


 


 


 


 


 


 


FIM DESTA HISTÓRIA


 


 


 


CONTINUA NA TERCEIRA AVENTURA

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Comentários (3)

  • Luiza Snape

    Fantástica!  

    2015-08-23
  • J. M. Flamel

    Já corrigido para "terceira", como podem ver. Obrigado pelo aviso.  

    2012-06-25
  • Gui_Hawk

    Muito bom a conclusão,sacanagem prenderem o Sirius,quero ver de qual crime vão acusar ele.Não seria terceira aventura?

    2012-06-25
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