Don't Want To Go To Bed

Don't Want To Go To Bed



Capítulo 1 - Don't Want To Go To Bed


 


O sinal tocou anunciando o fim da última aula da semana. Uma profusão de alunos ansiosos para o início dos dois dias de merecido descanso tomou conta dos corredores do castelo.


Na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas uma garota loira do sétimo ano demorou um pouco mais para arrumar seu material. Estava finalmente alcançando a porta, onde os amigos a esperavam, quando ouviu a voz grave do professor a chamando de volta.


 Os adolescentes no corredor a encararam apreensivos, mas a garota apenas ensaiou um fraco sorriso e com um movimento displicente disse para seguirem na frente. Ainda pôde ver uma garota lhe murmurar “boa sorte” antes que Snape alcançasse a porta e selasse-a com alguns feitiços.


 A loira estava, agora, bem no centro da sala. A mochila estava jogada de volta na carteira. Encarava o professor com um meio sorriso. Ele a encarou de volta, sério:


 -          O que, diabos, foi isso, Sarah?  


 Ele indagou, mostrando um pedaço de pergaminho que rodara por toda a sala, antes que ele tivesse a chance de interceptá-lo. Ele apresentava um tosco desenho de si, usando um gigantesco anel na mão esquerda e uma seta apontando para um texto escrito com a letra da garota: “Merlin faz milagres! O Snape é casado!”


 -          Ora, professor, digamos que foi apenas uma desculpa para ficar depois da aula, tomar uma detenção, talvez?


 Ela se adiantou para ele, o sorriso maroto se alargando, os olhos brilhando em malícia.  Tentou passar os braços pelos ombros do homem, puxando-o para si, mas ele a deteve segurando-lhe os pulsos.


 -          Dessa vez você foi muito longe! Quantas vezes eu vou ter que repetir que não deve nos expor dessa forma? É perigoso...


 Ela se soltou bruscamente e virou as costas para ele, cruzando os braços logo abaixo dos seios. Seu tom de voz era agora desdenhoso, raivoso.


 -          Perigoso, perigoso! É a única coisa de que você sabe falar? Tudo é perigoso! Respirar é perigoso! Eu não posso sequer andar por aí com meu marido porque é perigoso!


 Snape suspirou cansado, pensando em quão geniosa e imprudente era aquela loira. Ela não ouvia! Já estava farto de tentar por algum senso naquela cabeça dura. Ele a entendia. Queria a mesma coisa, mas não podiam se arriscar! Por Merlin havia uma guerra acontecendo lá fora! Contando até dez para não se irritar, ele colocou as mãos nos ombros da garota.


 -          Sarah...


 Ela se virou de repente, enxotando as mãos do professor para longe de si. As bochechas estavam vermelhas, os olhos brilhando de raiva o encaravam em desafio. Ela soltou as mãos e as colocou na cintura, inclinando-se para frente.


 -          Você sabe o que eu tenho vontade de fazer? Sabe?


 Sem o menor aviso ela o empurrou para um lado, passou por ele, subiu rapidamente encima de uma mesa, se virou encarando o nada e, erguendo os braços, gritou a plenos pulmões:


 - Mundo! Mundo olha aqui! Querem saber? Sabe esse cara aqui? É! O professor de DCAT. O próprio! Sabe, ele é meu marido. É isso aí! Eu sou a louca que se casou com o seboso. E mais! Querem saber meu nome? Não, não é Srta. Sarah May. É Sra. Sarah Snape, com muito orgulho, obrigada!


Ela disse tudo num fôlego só e quando terminou se deixou cair da cadeira para os braços do marido.


Ele a olhou ternamente, a declaração tão espontânea de que ela tinha orgulho de usar seu nome, de ser sua esposa despertando uma sensação de calor em seu peito, afastando para longe qualquer irritação que a enorme imprudência dela poderia ter causado. Era até bom. Ele também fora extremamente descuidado em esquecer o anel no dedo. Que servisse de lição para ele não cometer atos tão estúpidos no futuro.


 Ele a encarou fascinado em como tivera a sorte de ter uma mulher tão maravilhosa a seu lado, carregando o seu anel no dedo. Ou na corrente, como era o caso, afinal, não podiam correr o risco de que alguém em Hogwarts desconfiasse. Segurou delicadamente seu queixo, apertando-a mais em seu abraço, obrigando-a a olhar diretamente para ele.


 Merlin, como amava aquela loira geniosa e cabeça-dura!


 -          Sarah, você sabe que esse teatro todo é necessário! Se o Lord descobrir, se ele sequer desconfiar... Sabe muito bem que isso custaria nossas vidas!


 Ela sentiu os olhos marejados. Queria tanto aquele fator Lorde das Trevas longe de sua vida, bem longe. Queria que ele nunca tivesse existido! Queria que ele explodisse! Queria estar o mais longe possível de toda aquela merda. Segurou uma mecha do cabelo negro dele para longe do rosto, para que pudesse encará-lo melhor.


 -          Então por que não vamos embora? Porque não deixamos essa guerra e vamos pra algum outro lugar desse planeta? Qualquer lugar! África, América, qualquer lugar!  Por que você insiste em ficar aqui e lutar nessa guerra estúpida? Você nem gosta do Potter, Severo! Por quê?


 Ele suspirou, exasperado. Não era possível que depois de tudo ela ainda lhe fizesse uma pergunta dessas.


 -          Por Dumbledore, Sarah! Eu fiz uma promessa a ele. E eu vou cumpri-la!


 Não. Não era por Alvo. Ela sabia. Um sentimento de frustração tomou conta da corvinal. Ela deu dois socos no peito do professor antes de finalmente deixar as lágrimas que segurava caírem.


 -          Maldita promessa, Severo! Maldita! Você não entende? Você está no meio do fogo cruzado! Pode morrer a qualquer hora! Eu não suporto isso! Eu não suporto essa perspectiva! Eu não quero te perder, eu não posso te perder! Eu te amo demais!


 Ela o abraçou com força, urgentemente, enterrando o rosto em seu peito. Snape a abraçou de volta, apoiando o queixo na cabeça dela. Acariciou seus cabelos. Pesar tomou conta de si. Uma forma medo que ele nunca sentira antes veio à tona. Medo de vê-la sofrer. Medo de ter feito a escolha errada ao estar ao lado dela. Medo de que talvez ele não fosse bom o bastante.


 Merlin, onde estava com a cabeça quando aceitou aquele anel? Ele era um homem marcado! Como se dera ao luxo que colocar Sarah em uma posição tão perigosa? Como se dera ao luxo de colocar a mulher que amava no meio daquele turbilhão?


 -      Você sabe que é necessário.


 Ela suspirou.


 -     Sim eu sei. Estou sendo totalmente irracional e egoísta, me perdoe. Mas eu não consigo mudar o que sinto!


 -        Mas deve. Largar tudo agora seria burrice.


 - E deslealdade. Afinal, você prometeu que cuidaria do garoto, não é?


 Ela completou com um forte traço de amargura na voz. Ele se afastou apenas o suficiente para olhá-la diretamente nos olhos. Não. Não agora. Não queria discutir.


 -Não vamos começar com isso... O passado está morto e enterrado. Você sabe disso.


 Ele respondeu, abraçando-a novamente e depositando beijos em seu pescoço. Ela aceitou as carícias, passando as mãos por cima de seus ombros, acariciando sua nuca, fechando os olhos ao sentir os arrepios sempre tão bem vindos.


 -Sei. Mas é normal eu sentir um pouco de ciúmes... 


 Ele riu baixo, enquanto uma de suas mãos descia da cintura da loira fazendo um caminho até a barra da saia do uniforme, de onde voltou a subir novamente, por baixo do tecido, provocando novos arrepios e um suspiro profundo dela.


 -Conheço a forma perfeita de acabar com esse ciúme.


 Foi a vez de ela rir, maliciosa. Afastou-se o suficiente para conseguir alcançar os botões das vestes do marido. Inconscientemente compensando o gesto ao deslizar o joelho na perna dele, numa resposta à mão que ainda subia torturantemente devagar por sua perna.


-Sério? E qual seria?


 Ele parou suas ministrações para encará-la novamente, com um meio sorriso se alargando, enquanto ele a puxava para mais perto de si com força.


 -Bom, a respeito de sua detenção...


 


Algumas horas depois Sarah apareceu salão da Corvinal. Dominique, uma garota de curtos cabelos e grandes olhos castanhos, que lembrava curiosamente uma figura saída dos anos vinte, veio correndo ao seu encontro, largando o dever de casa que fazia encima de uma das mesas.


 -          Sarah, você demorou! O que aquele Seboso nojento fez?


 Sarah conseguiu evitar uma careta ao ver a amiga xingar o professor, mas não pode conter o tom mal-humorado ao responder. O que não foi de todo o mal, no fim das contas.


 -          Detenção. Organizar todos os livros da prateleira da sala sem magia.


 -          Aquele bastardo infeliz! Eu não engulo ele. De jeito nenhum!


 Um charmoso garoto de olhos azul-elétrico e cabelos cor de ouro, chamado Alastair, murmurou, se levantando da mesa onde Dominique estivera e se aproximando das duas garotas. Ainda segurava, com força, a pena com a qual estivera escrevendo sua lição.


 Sarah decidiu então que era hora de mudar de assunto. Jogou a mochila para o alto, por cima do encosto do sofá, de forma que ela veio a cair no colo de um primeiranista, que, no susto, acabou derrubando os pergaminhos que lia.


 -          Ai, gente! Como vocês ficam estressados, heim? Acabou, hoje é sexta-feira...! Eu quero mais é me divertir!


 Al cruzou os braços e encarou a amiga, sua cabeça pendendo para o lado, uma sobrancelha se erguendo, numa clara expressão de sarcasmo.


-          Pra quem acabou de limpar prateleiras você está bem animadinha, não acha?


A loira encarou o amigo de volta, sem conseguir conter um sorriso tão sarcástico quanto o dele.


-          Meu querido, você sabe o que sexta faz comigo não sabe?


O primeiranista que estivera sentado no sofá foi obrigado a colocar a mochila da veterana de lado e se abaixou para pegar os pergaminhos que compunham seu dever de transfiguração. Resmungava chateado que a louca tivesse não apenas atrapalhado sua atenciosa revisão, como também o obrigaria a reorganizar todas as folhas novamente.


 Mas qual não foi sua desagradável surpresa ao se voltar novamente para o confortável sofá onde estivera, para terminar sua tarefa, e ver a loira pulando o encosto do móvel e se esparramar nele, sem nem sequer dirigir seu olhar ao garoto, plantado a seu lado, como um babaca, segurando os pergaminhos que acabara de recolher. Bufando irritado contra a folga dos odiados veteranos, ele pegou sua mochila em um canto e se dirigiu para uma cadeira dura, no lado oposto do salão.


 - E aí? Tem alguma reuniãozinha marcada pra hoje?


 Sarah perguntou assim que o garoto sumiu de sua visão periférica.


 Dominique encarou a amiga com um olhar reprovador durante alguns segundos, antes de suspirar e tomar seu lugar no braço do móvel, enxotando os pés da loira de seu caminho.


 -          Aniversário da Cath.


 Os olhos de Sarah brilharam mais ainda e ela bateu palmas, entusiasmada com a notícia.


 -      Maravilha! Verdade seja dita, Grifinórios realmente sabem como dar festas! Só é uma pena que os gêmeos não estejam mais aqui. Eles realmente sabiam como organizar esses eventos!


 Alastair, que estivera apenas observando as duas moças sem se mover, não pode conter um sorriso malicioso de se espalhar em seu rosto. Não. Ele não deixaria aquela oportunidade passar. Ela merecia isso por não abrir o jogo com eles.


 Andou até o sofá e sentou no espaço que a loira deixara para ele. Assim que se ajeitou, ela colocou as pernas em seu colo. Ele a encarou, enquanto segurava suas canelas para que não escorregassem para fora de seu colo.


 -          Sabe Sarah, Eu fico aqui pensando... Será que seus negócios não se incomodam com todo esse seu entusiasmo das sextas-feiras?


A garota sentiu o frio no estômago que sempre sentia quando Al ou Domi vinham com esse papo pra cima dela. Sentou para esconder seu desconforto, ficando bem próxima do amigo. Encarou-o.  


Alastair notou a irritação brilhando nos olhos acinzentados da loira, mas não podia se conter. Era impressionante que ela realmente achasse que ele e Domi, seus melhores amigos, fossem cair na ladainha que ela contava sobre um negócio que ela tinha começado. Era óbvio demais que naquilo tudo estava envolvido mesmo um par de calças. E o deixava desapontado que ela não confiasse neles nem ao menos para admitir isso.


 Domi também não ficava para trás na opinião do amigo e antes que Sarah retrucasse ela se manifestou.


 -        Eu concordo com o Al. Seus negócios devem sentir muito ciúmes, afinal, deve ter quase um mês que você não fica aqui no salão nos fins de semana. E não nos venha com essa de que não tem nada a ver com homem. Nós sabemos que tem, ok, Sarah? Não somos bobos!


Sarah suspirou. Detestava mentir para os amigos. Principalmente quando sabia que eles sabiam da verdade. Mas não podia dar o braço a torcer. Eles não podiam correr aquele risco! Desejando profundamente que os amigos não a odiassem e a  apoiassem quando tudo viesse à tona, ela fechou os olhos por alguns segundos e os abriu novamente, encarando os dois amigos nos olhos.


-          Eu não estou mentindo, Domi. Meus negócios não têm nada a ver com homem algum! E depois, o que é que tem eu sair nos fins de semana? Eu tenho que aproveitar minha juventude e todos nós sabemos que esses vão ser os nossos últimos fins de semana de folga, afinal, nós temos NIEM’s a prestar, lembra? Eu não quero sair de Hogwarts arrependida de não ter aproveitado meu último ano!


 Domi e Al se entreolharam, frustrados.


 -             Se é o que você diz...


 Alastair deu de ombros, não soando nada convincente.


 Sarah sabia que os amigos não comprariam nunca aquela sua desculpa esfarrapada, mas sabia também que eles respeitariam sua privacidade em um nível razoável. O que, infelizmente, não a prevenia de ter que ouvir perguntas embaraçosas e alfinetadas como aquela.


 Pressentindo que aquela era sua deixa se quisesse evitar perguntas indesejáveis, ela se levantou, pegou a mochila, a jogou nas costas e encarou os amigos.


-       Agora, se vocês me derem licença, eu vou subir e tomar logo meu banho, afinal nenhum de nós quer chegar tarde hoje, não é?


Dizendo isso a garota subiu correndo as escadas para seu dormitório, deixando Alister e Dominique no salão, ainda maquinando uma forma de colocar a amiga contra a parede.


_____________________________________________


 


N/A: Acho que algumas explicações são necessárias né?


Bom, pra começo de conversa: Eu começei a escrever essa fic ha anos atras. Mas só recentemente tive coragem de publicar. E não, ela não está terminada ainda. Mas eu já sei bem onde as coisas vão chegar e os capítulos já estão bem adiantados. Infelizmente, embora eu tenha apressado a escrita ultimamente, as atualizações não vão ser tão frequentes assim, porque a faculdade (sempre a maldita faculdade) geralmente não permite.


Se você é um(a) leitor(a) muito corajoso(a) e não desistiu dessa fic ainda aqui vão outras considerações:


O título dos capítulos são nomes de músicas que eu acho que tem a ver com a história do capítulo. E caso vc aí tenha alguma sugestão eu ficaria muito feliz de ouvi-la! Vale qualquer coisa! De funk e axé a ópera! Até porque achar musicas que combinam com cada cap é um trabalho e tanto (e bem idiota da minha parte, pode falar xD).


Bom, acho que é isso, então. Essa N/A já tá longa demais xD


Por fim, caso alguém passe da página principal da fic e depois de ler esse testamento em forma de N/A não tenha desistido, pode comentar, viu? Eu deixo! Sugestões, críticas, bobagens, xingamentos... Aceito qualquer coisa!! xD


Beijos!


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.