Alguém que me salve

Alguém que me salve



 n/a: espero não ter demorado :D e acho que a partir de agora vou começar a postar mais fácil, até porque acho que já estou de férias (?) tomar que esteja mesmo...


mas enfim, espero que gostem do capítulo (:


reespondendo:


jeess_: nossa, fiquei emocionada aqui mesmo *-* muito obrigada (: aamo essa coisa de Romeu e Julieta, assim como você disse, e sou apaixonada pela música, já perdi as contas de quantas ouvi só hoje *-* não demorei a postar né? Espero que goste desse também (:


Istéfani M.: aai, que bom *-* espero que esse também te agrade ^^


Luana d.: muuito obrigada mesmo *-*


nath krein: não vai ser dessa vez que ele vai brigar com ela ainda, hoho* tomara que continue amando os próximos também *-*


Fê Black Potter: também acho que é muuito James, e acho que ele fica lindo em coisas de época, fico até imaginando ele com aquelas roupas que os homens usavam naquela época *-* ta postado :D


Naah Prongs: obrigada (: postado :D


Julia B.: a música é linda, o clipe também, Taylor só tem músicas perfeitas e lindas! Sabe que eu faço o mesmo? Devia ser muito bom viver naquela época, tirando a história dos casamentos, e é claro a falta de banho, q. mas meus personagens vão ser todos muito higiênicos, haha.






Capítulo 2 – Alguém que me Salve.


Um jovem com cabelos negros e óculos redondos atravessa uma multidão de pessoas, todos extremamente bem vestidos, e chega em frente a ela, oferecendo a mão num gesto de puro cavalheirismo, a fazendo sorrir e aceitar sem hesitar. Os dois andam por entre as demais pessoas com as mão dadas, e pararam no centro, onde parecia que os outros tinham aberto espaço somente para eles. A orquestra começou a tocar uma música lenta e romântica, e eles começaram a dançar suavemente no ritmo da música, sem tirarem os olhos um do outro. Não parecia existir mais ninguém em volta, não reconheciam nenhum rosto, mas isso não fazia diferença, e em pouco tempo não ouviam mais a música, mas continuavam a dançar e rodar no ritmo certo.


Ela acordou de assustada no meio da noite, com o coração acelerado. Era apenas um sonho. Muito estranho, mas apenas um sonho. Lily levantou da cama, andou até a janela e a abriu. Estava uma noite limpa, sem nuvens, apenas a grande lua cheia, muitas estrelas, e um vento congelante. Era linda e hipnotizante. Não havia quase mais nada que adorasse tanto quanto o céu à noite. O sonho? Já não lembrava mais. Foi daqueles que se esquece em segundos.


Algo havia a atingido naquela noite de ano novo. Algo que ela não sabia explicar, e nem podia. Algo que ela manteria somente para ela, sem dividir com ninguém, afinal, mulheres não tem o direito de planejar seu próprio futuro, por mais que queiram.






 


Lily corria pelos jardins em direção ao caseiro, enquanto este voltava da cidade carregando suprimentos para a casa grande.


- Hagrid! – ela cumprimenta, parando em frente ao grande homem. Hagrid é um homem mais alto que a maioria, com cabelos e barba negros e volumosos, mas com olhos bondosos. – Você encontrou com Scarllet? – ela pergunta quase pulando. Já havia passado uma semana desde a festa de ano novo.


- Sim, senhorita Lily, ela me pediu para lhe entregar isso. – ele diz largando as coisas no chão e procurando em vários de seus bolsos no enorme casaco de pele. – Só um instante, eu larguei por aqui. – ele diz ainda procurando, fazendo com que Lily ria. – Aqui. – Hagrid estende um envelope a ela.


- Muito obrigada Hagrid!- Lily agradece e sai ainda aos pulos.


- Às ordens, pequena. – ele acena simpático.


Lily e Scarllet são melhores amigas a vida inteira, e moram relativamente longe uma da outra. Longe para aquela época. Então se comunicam através de cartas mandadas pelos empregados das casas, que são os que mais saem.


Ela sentou em um banco do jardim, perto de uma grande árvore, e abriu a carta para lê-la.


Querida Lily,


Sinto muito que não pudemos passar a virada do ano exatamente juntas, mesmo estando no mesmo salão. Você deve se lembrar bem que o velho Slughorn me chamou para dançar, e deixou bem claro que ainda tem esperanças de se casar. Mary Stewart diz que ele espera que eu passe da idade de me casar, para sobrar somente ele como opção, mas prefiro ir para um convento antes que isso aconteça! Me refiro a casar com ele, não a passar da idade. Por isso dei um jeito de me esconder por algum tempo.


Não sei por que isso de quererem que casemos tão jovens. Poderíamos passar mais alguns anos estudando, e aprendendo diversas coisas ao invés de termos que servir a alguém escolhido por nossos pais. Aposto que em alguns anos as mulheres vão ter muito mais liberdade de escolha do que agora, mas isso já é outro assunto.


Mas como você sabe, não vou fazer objeção ao que meu pai decidir, a não ser que ele queira algo extremamente absurdo.


Espero ver você em breve! Venha ficar uns dias aqui em casa, é mais perto da cidade e podemos até mesmo ir a pé, para caminhar entre as lojas, ou andar a cavalo, meu irmão disse que nos acompanha se quisermos. Ah, e antes que eu me esqueça, foi impressão minha (e de todos que estavam na festa) ou você estava mesmo dançando com o filho dos Potter? Nada contra isso, mas sei como seu pai é.


Estarei esperando por uma resposta sua. John (n/a: empregado da casa dos Docille.) vai passar perto de sua casa no sábado, pode mandar uma resposta por ele.


Com carinho, Scarllet.”


Lily sorriu ao terminar de ler a carta. Era típico da amiga escrever coisas que ficam apenas na cabeça, e não fala para ninguém. Puxou da bolsa que carregava consigo uma folha de pergaminho enrolada, uma pena e um tinteiro. Não gostava de escrever em casa, parecia que lá as paredes têm ouvidos, e ela se sente mais a vontade escondida no jardim. Apoiou a folha no banco e escreveu.


Scarllet,


Acredito que você se livrou de uma enrascada. Nunca gostei muito do Slughorn, e nem quero ver minha melhor amiga casada com ele! Fuja de casa se seus pais resolverem fazê-la seguir esse caminho. Olha o que estou falando, dando esse tipo de conselho não ajudarei em nada...


Deixe o futuro para o futuro, Scar, temos que viver o agora como podemos. Mas acho que meu pai quer me juntar com Prewett, na verdade tenho certeza. Ele é um homem bom, educado, mas não é alguém com quem me imagino casada. Talvez possamos ser bons amigos, mas se meu pai achar que devo casar com ele, vai me obrigar assim como obrigou Petúnia a casar com o Dursley.


E sim, eu dancei com James Potter no Ano Novo. Ele disse algo que me fez pensar, nossas famílias estão em guerra há gerações, e aposto que nem sequer sabem mais o porquê, e isso não significa que precisemos nos odiar pela eternidade. Ele não parece ser tão intragável como meu pai pinta os Potter.


Vou fazer o possível para estar ai na próxima semana. Sinto falta de quando éramos crianças e passávamos o tempo todo juntas. E fale para o Patrick preparar as selas dos cavalos! Estou querendo muito andar a cavalo sem meu pai e a Ama gritando que posso me machucar.


Até daqui alguns dias.


Lily.”


Ela guardou a carta em sua bolsa, e levantou para andar entre as árvores e plantas.


Naturalmente ainda está muito frio, o inverno está em seu máximo, e de vez em quando caem alguns flocos de neve. Seu vestido longo tem várias camadas de tecido, e ainda usa um xale nos ombros, não sentindo frio.


O que o destino reserva para ela? Lily se pergunta isso quase todos os dias. Seu aniversário de dezessete anos está chegando, e sente que com isso virão mais cobranças para ela. Até que a idéia de Scarllet de ser freira é bem válida. Ela riu ao pensar isso.






- Lily, que bom que veio! – Scarllet exclama ao ver a amiga descer da carruagem em frente a sua casa. – John vai levar suas coisas para o quarto de hóspedes. – completou quando viu Lily carregar as malas para fora da carruagem.


- Foi mais fácil do que pensei. – sorri a ruiva abraçando a amiga. – Meu pai deixou eu ficar até dois dias antes do meu aniversário.


- Isso é ótimo! Vão ser duas semanas ótimas! – comemora Scarllet. – E você vai me contar direitinho essa história de “ele não parece ser tão intragável”. – dessa vez falou mais baixo, para que nem os empregados pudessem ouvir.


- É exatamente o que você leu, só isso. – Lily rolou os olhos, frisando o “só”.


- Tudo bem, tudo bem… - Scarllet concorda, entrando na grande sala, e subindo as escadas para o quarto. – Queria te falar uma coisa, mas não achei que fosse bom falar na carta. – comenta empolgada.


- O que aconteceu? – Lily pergunta curiosa, fechando a porta do quarto.


- Lembra na festa de ano novo, que eu meio que sumi? – a morena pergunta, e a outra concorda. – Eu conheci uma pessoa! E ele me ajudou a “escapar”. – Scar fala baixo, para que só Lily escute.


- E quem é ele? – Lily pergunta desconfiada.


- Sirius Black. – Scarllet fala com um sorriso. – Até onde eu entendi, ele é amigo do filho dos Potter.


- E você gostou dele. – afirmou Lily, sorrindo divertida ao ver a outra corar.


- É, ele não parece tão intragável assim. Mesmo que seja muito arrogante. E tenho a impressão que ele é familiar… - Scarllet comenta, sentando na cama, pensativa.


- Pode ser que ele seja um dos garotos que estava com os Potter pai e filho naquela vez em que meu pai discutiu com o senhor Potter na nossa frente. – Lily dá de ombros.


- Acha que você e Potter vão ser amigos? – a morena pergunta sorrindo sonhadora, e Lily ergue uma sobrancelha, disfarçando o giro leve que seu estômago deu. – Mas seu pai pode não gostar muito disso e ficar bravo. Mas não acho que o senhor Evans seria irracional a ponto de ficar bravo porque a filha ficou amiga do filho do inimigo da família há gerações. Mas sabe…


- Chega Scar! – pede Lily rindo. – Você está sonhando demais sobre isso. Nós apenas dançamos juntos, não é como se fossemos compatíveis. Possivelmente a gente nem se veja mais.


- Eu posso dar um jeito para que isso aconteça. – Scarllet sorri daquele jeito que sorri sempre que tem uma idéia fantástica. Na opinião dela.


- Nem pense nisso. – Lily fala sentando em frente a penteadeira e se olhando no espelho. – Além do mais, se você quer ver o tal Black de novo, não me use como desculpa. – ela fala provocando a outra.


- Não é como se fossemos compatíveis. – repetiu a frase da outra, imitando sua voz. – Mas iria ser uma aventura. Já pensou se você e o Potter se apaixonam? Isso daria uma história para ser contada por gerações!


- Pare de inventar coisas! O que aconteceu com a Scarllet Docille-abaixo o romance da semana passada?


- Mudança de opinião. – foi a vez dela de dar de ombros. – Mas admito que eu quero ver ele de novo. – diz cruzando os braços e sorrindo.


- Boa sorte no seu plano então. – Lily ri a olhando pelo espelho.


- Boa sorte para nós duas. Eu vou levar você comigo. – ela diz firme.


- Porque? – Lily pergunta não querendo ir.


- Porque não posso dizer ao meu pai que vou sair para dar uma volta sozinha, você vai comigo. – conclui Scarllet.


- Não tenho outra alternativa, não? – ela pergunta já sabendo a resposta.


- Não. – sorri a outra. – Mas hoje vamos descansar. Você deve estar cansada da viagem. Joan vai ajudá-la com o banho, e depois vamos jantar. – Scarllet fala enquanto a empregada entra com toalhas no braço e sorrindo bondosamente para as duas.






- Papai? – Scarllet chama pela porta da biblioteca. – Podemos entrar?


- Claro, querida. – o senhor de idade já avançada responde.


Scarllet entra na biblioteca, sendo seguida de uma Lily em silêncio.


- Eu queria saber se o senhor nos permite sair para caminhar na cidade e depois andar a cavalo com Patrick. – ela pede com uma cara inocente.


- Com seu irmão? – o senhor Docille pergunta e elas concordam com a cabeça. – Claro que podem. Só estejam de volta para o jantar, e tomem cuidado na cidade, nem todas as pessoas são boas. – sorriu bondosa e protetoramente para as duas.


- Obrigada papai! – Scarllet o abraça fortemente.


- Vamos tomar todo o cuidado, senhor Docille. – sorri Lily.


- Eu sei que vão. – o senhor acena sorrindo para elas, enquanto saem correndo da biblioteca.


Lily e Scarllet foram até o estábulo, onde Patrick estava cuidando dos cavalos por hoje, e combinaram de saírem para passear com os cavalos depois do almoço. Por agora, optaram em andar até o vilarejo que fica à meia hora de caminhada, e como o dia, apesar de frio, está bonito, essa foi uma boa idéia.


- Você está cheia de segundas intenções hoje. – Lily repreende a amiga depois de ver Scarllet ajeitar o cabelo pela quarta vez em dez minutos.


- Não mesmo. Você que vê coisas, Lily. E eu sei que está louca para esbarrarmos no Potter filho por ai. – ela provocou rindo.


- Por acaso eu falei algo sua louca? – Lily revira os olhos. – Não, eu não falei. – ela mesma responde. - E como você deve lembrar, meu pai quer que eu me case com Prewett, ou pelo menos é isso que ele dá a entender.


- Não falei que você vai casar com Potter. – foi a vez de a morena revirar os olhos. – Como é o Prewett? – perguntou curiosa depois de um tempo, quando já estavam passando pelas primeiras casas do vilarejo.


- Em que sentido? – pergunta Lily.


- Não sei, em todos que você conheceu. – Scarllet fala.


- Ele pare legal. Quer dizer, ele é muito educado e atencioso, talvez um pouco demais, mas pode ter sido apenas impressão minha. – Lily fala tentando lembrar, e observando as casas e pessoas andando na rua.


- E se seu pai quiser mesmo que você case com ele? – Scarllet pergunta com um tom preocupado na voz. – Ele vai te obrigar?


- É bem possível. – Lily diz num suspiro. - Mas chega disso, não acha? Eu não vim aqui para ficarmos nos lamentando. – ela lançou um sorriso torto para a outra.


- Então o que acham de eu prever o futuro de vocês? – surge uma mulher na frente delas, as fazendo pular de susto. A mulher usa um vestido escandaloso, feito de vários tecidos diferentes um do outro, e um xale enorme e peludo por cima. Os cabelos grisalhos muito armados, e os enormes olhos parecendo maiores ainda atrás das lentes grossas dos óculos. As meninas a olham estupefatas. – Oh, me desculpem, não quis assustá-las. Meu nome é Sibila Trelawney, e eu posso lhes dizer o que o futuro lhes guarda. – ela diz com um exagerado movimento de braços e cabeça.


Lily e Scarllet se entreolham.


- Na verdade estamos tentando escapar do futuro por enquanto. – Scarllet diz educadamente, e já saindo, puxando Lily junto.


- Cuidado com lugares escuros! – Trelawney grita em tom de alerta, já distante das garotas.


- Minha mãe já me dizia isso quando eu tinha quatro anos. – Lily bufa, cética.


- É só não dar bola. – Scarllet diz fazendo pouco caso. – E não entrar em lugares escuros. – completa rindo, e Lily a acompanha.


Andaram mais um pouco por entre as ruas de terra e pedra, observando as casas e de vez em quando cumprimentando algum conhecido e até mesmo parando para trocar algumas palavras com eles.


- Seu aniversário é em três semanas, não Lily? – pergunta Mary Stewart depois de alguns minutos de conversa. Mary é amiga das duas há alguns anos, mesmo que não ande o tempo todo com elas. Tem os longos cabelos castanhos muito encaracolados, e lindos olhos azuis escuro.


- É sim Mary, estou até pensando em fazer uma festa, ou pelo menos um jantar, e se considere convidada se for ter algo. – Lily sorri simpática.


- Tomara que você faça mesmo. Adoro as festas da família Evans. – Mary diz empolgada.


- Só não convide o velho Slughorn. – impõe Scarllet, fazendo com que as duas rissem.


- Pode deixar, não farei isso. – Lily garante, ainda entre risadas.


- Por falar no diabo… - começa Mary, indicando com a cabeça mais adiante da rua. Lá vinha vindo Horácio Slughorn, andando vagarosamente, acompanhado de uma mulher que não parecia com nem um pouco de paciência em ouvir o que ele diz.


É melhor darmos um jeito de sair daqui antes que ele nos veja! – Scarllet fala em tom de desespero para as duas, que riem dela.


- Vamos por entrar naquela taverna. – sugere Lily com um sorriso maroto. Mulheres não são muito bem vistas em uma taverna, geralmente apenas homens e prostitutas entram lá. Scarllet suspirou, era a única opção delas.


- Eu vou ter que voltar para casa, minha mãe pediu para eu apenas comprar um pouco de pão e já voltar. – Mary revira os olhos, mostrando a bolsa com os pães. – Vejo vocês outra hora. – ela acena já saindo.


- Tudo bem, até outra hora, Mary. – Lily diz puxando Scarllet para a taverna.


- E cuidado com algumas pessoas por ai! – Scarllet falou quando teve certeza que Slughorn ainda não podia ouvir, e que nem havia as visto. – Agora é torcer para ele não nos ver aqui dentro. – completa assim que fecham a porta atrás de si.


A taverna é um local mal iluminado, e com muita gente já bêbada para essa hora da manhã. Ou talvez eles ainda estão desde a noite passada, pensaram as garotas. Procuraram uma mesa que estivesse o mais longe possível de qualquer um dos homens com cara de pervertido ou bêbado, melhor falando, de todos.


- Não me sinto nem um pouco confortável aqui. – reclama Lily olhando um tanto apavorada para as mulheres da vida se insinuando para cima dos homens.


- É só alguns minutos Lily, até termos certeza que o velho Slughorn já saiu da rua. – Scarllet praticamente implorou.


- Pode ser, mas bem que eu podia ter escolhido um local melhor. – ela responde ainda no mesmo tom. – Tinha curiosidade em saber como seria aqui dentro, mas só pensei agora que se algum conhecido nosso no ver, estamos mais do que ferradas! – fala com a voz baixa.


- Ninguém vai nos ver, não conheço ninguém por aqui. – a outra diz passando os olhos rapidamente por todos no salão.


Lily apenas gemeu. Se alguém as visse ali, ai sim que estariam ferradas. Seus pais iriam ficar furiosos, sem contar que ficariam faladas por todos, o que faria com que seus pais ficassem mais furiosos. Ela tremeu mais ainda com o pensamento.


- Desejam alguma coisa? – pergunta um homem careca e gordo, com um avental manchado amarrado na cintura, e olhando desconfiado para elas.


- Não, obrigada, já estamos de saída. – Scarllet diz forçando a voz a parecer confiante e fazendo menção de levantar.


- Deixe que eu cuido delas, Charles. – um homem, de aparentemente vinte e cinco anos chega do nada, e segura o ombro de Scarllet para que ela não levante. Ela o olha torto, e o atendente da taverna apenas dá de ombros e sai. – Não sabia que garotas tão jovens como vocês já estão nessa vida. – ele diz sorrindo perversamente, e sentando em frente a elas.


- Não estamos em vida nenhuma. – Lily diz ácida e séria.


- Estamos apenas nos escondendo. – Scarllet diz completando a fala de Lily. – Mas já estamos de saída. – continua e tenta levantar de novo, mas ele é mais rápido e a segura em seu lugar.


- Se escondendo do que? – ele pergunta e ri. – Acho que podemos aproveitar que estamos aqui e beber algo, e quem sabe até sairmos para um lugar mais privado depois. – termina lançando um sorriso pervertido para as duas, as olhando de cima a baixo, fazendo com que Scarllet core, e Lily, também vermelha, fique mais irritada.


- Acho que poderíamos apenas nos despedir e cada um irmos para o seu lado. – Lily diz levantando mais rápido do que ele pode se esticar para segurá-la. – Vamos. – ela diz para Scar que também se levanta em um pulo.


- Onde vocês pensam que vão? – ele ruge, e segura as duas pelo braço. Ele é muito maior e mais forte que elas, e mesmo estando em duas não conseguem se livrar de suas grandes mão, o que faz com que ele ria friamente. – Tenho um lugar e idéias especiais para nós três. – ele fala perto do ouvido delas, fazendo um frio correr pela espinha das duas.


- Melhor, quatro. – apareceu outro homem, bastante parecido com o primeiro, tanto na aparência quanto no olhar maníaco.


- Demorou irmão. – o primeiro falou e praticamente jogou Scarllet para ele. – Vamos logo. – continuou puxando Lily e o outro vinha logo atrás carregando Scar.


Agora sim estavam realmente ferradas. Antes tivesse que aturar Slughorn, pensou Docille completamente arrependida. Se já não estavam bem por terem entrado na taverna, estavam pior ainda por esses homens as ter encontrado, e agora planejarem levá-las sabe lá para onde e fazer sabe lá o que.


Elas tremiam enquanto eles as arrastavam como se fossem feitas de pano, até que algo fez com que eles parassem.


- Aonde pensam que vão com elas? – uma voz pergunta pelas costas deles, fazendo Lily fechar os olhos e suspirar. “Mais um…” pensou.


- O que você tem a ver com isso Black? – o que segurava Lily virou-se para encarar o que falou. Era apenas um rapaz, Lily reparou, com cabelos negros caindo nos ombros e olhos claros brilhando em desafio para os homens, e ele parecia estar até gostando disso.


Black? Esse nome era familiar… olhou para Scarllet e ela fez um sinal de concordância. Sim, o amigo de Scar. Pena que ele não tem chance nenhuma com dois homens adultos. Ela suspirou. As demais pessoas da taverna não prestavam atenção, esse tipo de coisa devia ser muito freqüente para que elas se impressionassem toda a vez.


- Não é só ele que está mandando. Eu também estou. – outro rapaz surgiu ao lado do Black. Esse um pouco mais baixo, mas com cabelos também negros que parecia não ver um pente há algum tempo, Lily reparou, e os óculos redondos ressaltando os olhos castanhos. É claro que ela o reconheceu, mas ele estava diferente…


- Ora, Potter, como se você tivesse alguma chance. – desafiou o que segurava Scarllet. Que um pouco sorria por ver Sirius ali, e depois lembrava que ainda estava sendo segurada pelo brutamontes e tremia.


- Fisicamente posso não ter. – assumiu o garoto. – Mas sei de coisas que se virem à publico podem não ser muito boas para vocês dois. Lestrange. – praticamente cuspiu o sobrenome dos irmãos.


Eles ficaram minutos em silêncio, apenas um fuzilando o outro sem se mover. As garotas já estavam ficando cansadas disso, não eram nem um pouco confortável ficar pendurada no braço de um homem que nem ao menos se sabe quem é. Quando Lily ia abrir a boca para falar, o Lestrange que a segurava a soltou, praticamente a jogando no chão.


- Fique com elas então. Podemos achar coisa muito melhor do que essas franguinhas por ai. – falou e os dois saíram sem falar mais nada, nem esperar que Black ou Potter dissessem algo.


- Vamos sair daqui. – Black fala sério, e elas nem esperam para ver ele repetir, saem o mais rápido possível pela porta, os esperando na calçada.


- O que raios vocês estavam pensando ao entrar ali? – Potter explode para elas ao ver que não passava ninguém pela rua, deviam estar todos almoçando.


- Não grite conosco! – Lily grita de volta.


- A culpa foi minha. – Scarllet fala, corada, puxando Lily para trás antes que ela voasse no pescoço do outro. Bem que as ruivas são realmente estressadas, os três pensaram ao ver Lily emburrada. – Eu pedi para nos escondermos, e esse foi o lugar mais próximo para isso.


- Se esconderem de que? – Black pergunta divertido, com uma sobrancelha erguida.


- O velho Slughorn. De novo. – ela responde baixo e revirando os olhos, fazendo Black soltar uma gargalhada altíssima. – Não vejo a graça nisso. – ela reclama, também emburrada, mas não tanto quanto Lily.


- Mas eu vejo. – ele diz parando de rir.


- Vocês se enfiaram ali dentro só para se esconder de um velho? Poderiam ter corrido na direção oposta e ele nunca teria as alcançado. – Potter fala, agora rindo. – Não com aquela pança dele. – até mesmo Lily esboçou um sorriso. – Mas vocês estão bem? – seu tom mudou para preocupado. – Eles não machucaram vocês, machucaram?


- Não, estamos bem. – Lily diz ajeitando o xale claro nos ombros.


- Mesmo? – Black também parece preocupado.


- Sim. – Scarllet sorri timidamente. – Temos que ir para casa agora. – ela diz virando para Lily.


- Acompanharemos vocês. – James não ofereceu, e sim afirmou que iriam.


Como nenhuma delas reclamou, foram os quatro caminhando até a casa dos Docille. Não trocaram muitas palavras. As garotas andavam mais a frente, falando baixo de vez em quando, e os dois mais atrás, bastante quietos, mas pareciam se comunicas com o olhar, pois às vezes riam de algo que elas não ouviam, e olhavam para trás desconfiadas.

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