paixão, amor, whatever.



- Uau, que lugar sexy. – Ele falara, em claro cinismo. Ela tinha certeza que era cinismo, porque ambos haviam acabado de chegar na biblioteca pra... estudar.


Quer dizer, ela – ao menos – estava ali para revisar a droga da matéria. Não que ela quisesse isso. E o Potter... Bem, ele precisava de uma desculpa inocente. Lugares fechados costumavam ser sinônimo de perigo e segundas intenções, coisa que ele vinha tentando evitar a qualquer custo.


Ela bufou quando sentiu que ele guiava-a para a mesa mais distante, entre outras palavras: estudar seria a última coisa a ser feita. E quer saber? Ela sentira uma certa paz naquele momento, porque talvez estivesse precisando MESMO estar com o Potter, mesmo que não pudessem destruir todo o lado fraternal da amizade, com seus beijos, respirações e tals.


O silêncio foi logo quebrado, graças a Merlin!


- Oi. – Ele dissera, ciente de que soara que nem um imbecil.


- Não precisa agir como se fosse o cara mau em fase de arrependimento, certo? Aquilo acabou, estamos bem agora... – O jeito como sua mente organizou as palavras, que ela ouviu sair através de sua boca, em tom metódico, fez essa coisa parecer estúpida. Ou talvez ela estivesse se sentindo assim, quem sabe. – Como foi seu dia? – Foi a primeira pergunta que lhe veio a cabeça.


- Bom. Tive treino de quadribol, Rony tava mais tenso que o normal, e a Gina tava agitada, tentei falar com ela, mas ela meio que me ignorou, aaah: foda-se. Aí na volta do treino uma garota beeeeeeem gostosa puxou assunto, nem lembro sobre o quê.,. Minha cabeça tava explodindo, ou melhor, ainda continua... Então dispensei ela e tals. – Ele falou, sentindo-se bem, embora um pouco culpado por ter se referido a outra pessoa para Hermione. Mas não é como se eles tivessem um compromisso ou algo assim, right?


- Já o meu dia não teve nada demais. Acordei mais cedo que o normal, li um pouco, assisti a aula de aritmancia, ignorei todo mundo e só. – Havia um falso sorriso em seu rosto.


- Por que ignorou todo mundo, hein? – Ele tentou demonstrar diversão. – Deprimida? – Arqueara. Ele queria que ela dissesse que não, que tudo estava maravilhosamente bem desde que não haviam ficado mais juntos, que tristeza passava longe e que nem se afetara por aquela espécie de término, ainda que ele soubesse que iria doer, de uma forma tão não egocêntrica, que quase o fazia duvidar que ele era Harry Potter, O cara.


Ela ergueu os olhos, meio confusa.


- Não. Só precisava de um tempo pra... – Chorar? – ...pensar em tudo o que tem acontecido. – E falsificara uma expressão de “olha só como eu sou alegre e saudável!”.


Apesar de saber que o rosto dela parecia o clone de uma máscara, ele sentiu uma vontade desesperadora de abraçá-la forte, e depois beijá-la, dizer alguma coisa realmente fácil, que a tirasse de órbita, de um modo que nenhum outro cara poderia ser capaz.


Ele uniu suas mãos e quase a arrastou pro último corredor, em velocidade recorde. Não deu espaços para perguntas. Apenas puxou-a para si.


O abraço durou certo tempo, até os rostos se encontrarem.


Ela se sentiu segura e familiar, fechou os olhos. Harry teve de novo ânsias de tê-la, e encostou sua testa na dela, concentrando-se firmemente para não beijá-la. Era tão difícil, talvez a ação mais torturante do mundo. Manter suas mãos longe... era quase uma regra irreal. As respirações estavam umas sobre as outras e faziam cócegas no rosto de ambos, uma mistura de hálitos irresistíveis.


- Diz alguma coisa, Herms. – Ele pedira, em uma súplica por distração.


- Não consigo pensar em nada. – Ela respondera, sem querer abrir os olhos.


*


Os olhos azuis vibrantes fitavam pontos aleatórios com quase extrema atenção, ele ouvia uma voz repetindo uma série de sons sem significado, ou pelo menos era o que seu cérebro se convencia. Harry e Hermione haviam sumido bem antes do passeio a Hogsmeade, e de alguma forma, aquilo o preocupava.  Afinal, Rony Weasley ante de tudo era um garoto e poderia ter uma idéia VASTA do que garotos eram capazes.


Estava caminhando de mãos dadas com Luna.


Luna. E não Hermione.” Lembrou a si mesmo, com cansaço.


As coisas haviam assumido um novo rumo desde que a loira de sorriso enviesado entrara na sua vida, com conversas alucinantes e teorias sem sentido. Ele estava em um namoro frágil. E cada beijo doce entre eles apagava da sua cabeça qualquer problema. Mas estar com Hermione nunca fora um problema. Ela era linda, metódica, irritante, e ainda assim certa. Namorar Hermione era um problema. Traí-la com a Di-lua fora um GRANDE problema. E ainda querer tê-la, mesmo depois de iniciado um namoro com a Sua lunática, era – definitivamente- um problema.


- Ron? Rony? Ouviu o que eu disse? – Ele sentira a voz musical da namorada ultrapassar seus ouvidos.


- Ãhn... Pode repetir? – Pedira, tentando parecer delicado.


- Não, Ron. Não posso. – Respondera a loira, com a voz firme.


Ele acompanhou o caminho que o olhar dela seguiu, fixando-se em suas mãos unidas. O silêncio se tornou desconfortável, enquanto ele tentava encontrar uma maneira de fugir da situação.


“Diz alguma coisa engraçada, imbecil! Diz alguma coisa... sei lá, pede desculpas pra ela, dã... É isso o que ela quer, certo? Ela se sentiu ofendida pela minha distração? Ou ela não se importa? Espera, espera... Ela tá... CHORANDO? Ah não, que merda! Oh, droga, seu paspalho! Conserte isso AGORA. ah, mais como? Já sei: beije-a e diga que a ama, PRONTO! Ela vai acreditar! ELA TEM QUE ACREDITAR...”


- Eu fiz alguma coisa? – Perguntara, com uma expressão inocente.


Porque ele o era. Porque Rony Weasley era só um idiota, que não sabia mais nada sobre sentimentos. Não que um dia ele tivesse os compreendido claramente, é claro ;D


Só que... Se fosse Hermione, ele provavelmente só precisaria... OMG! Por que RAIOS ele ainda CONTINUAVA pensando em Hermione, justamente quando precisava se CONCENTRAR EM LUNA LOVEGOD, SUA NAMORADA?


Rony Weasley. Você tem sérios problemas, tsc.


Ele engoliu em seco, mesmo depois de ter constatado que ela não estava chorando. Pelo contrário, possuía uma expressão suave.


- Você ainda gosta da Mione, não gosta? – Fora um pergunta simples, quase retórica.


Simples, OUVIU RONY WEASLEY? E ainda assim ele não se sentia capaz de dizer a resposta.


- Eu.. eu... hã... er...


- Mais que droga, Ron. – Ela retrucara com mágoa e serenidade.


O olhar da sua até então “namorada” era uma mistura complexa. Demonstrava raiva, tristeza, porém de uma forma diferente, ela não chorara, não se alterara. Ela só permanecia séria, fitando-o, ora com a cabeça baixa, ora com o seu semblante lunático.


- Isso não tá dando certo. – Ela retrucara, como se falasse uma trivialidade do tempo.


O ruivo permanecera calado, como se temesse que a qualquer momento ela começasse a jogar acusações na sua cara. Não que ela ainda não o tivesse feito.


As palavras dela o atingiram na mesma velocidade que uma bala o atingiria.


Isso não tá dando certo.


Isso não tá dando certo.


Isso não tá dando certo.


Ele respirou fundo antes de forjar sentimento em sua voz:


- Luna, eu te amo.


A expressão “ai-meu-merlin-não-acredito-que-ele-disse-isso!” no rosto da loira seguido de um beijo profundo foram o bastante pra que seus problemas engavetados desaparecessem de novo.


**


Salão comunal da grifinória. Horas depois. Muita gente reunida. Exceto uma garota. Não ela, Hermione Granger, e sim outra garota, a Weasley.


Aquele passeio havia sido digamos, ahn, cool. Numa escala de 0 a 5 ela daria pra sua ida a Hogsmeade (acompanhada de ninguém mais, ninguém menos que Chuck Bass) uns... 4? Não, não. 3,5. Se é que havia meio termo que pudesse definir o quão quentes as coisas haviam sido entre os dois.


Estava em momento meio idiota da sua vida, ainda gostando de Harry e sendo deixada de lado pelo mesmo. Ou melhor, JÁ DEIXADA DE LADO. E então havia Chuck, sincero, nada cavalheiro e sem quaisquer intenções românticas, o que o tornava perfeito pra descontar suas frustrações adolescentes. Muitos estoques de ironias gastos e muito sexo selvagem.  A sua relação com o capitão da Corvinal resumia-se a isso. Patético pra alguns e incrivelmente proveitoso pra outros. E neste caso sabemos muito bem quem são os outros.


Gina estava... Normal. Tipo, feliz.


Não felicidade explosiva e sim... Felicidade satisfatória.


Eles haviam feito um excelente acordo de não mencionarem os nomes das pessoas pelas quais estavam apaixonados durante seus amassos ou qualquer outra referência durante o sexo, mais especificamente nada de gemidos com o nome do Potter maravilha ou da Granger cdf.


Mas como ela, Chuck também continuava pensando em Hermione.


Sexo era só sexo. Sexo não era nada. Pelo menos não com Gina.


O moreno estava caminhando em direção da biblioteca, pra pensar em alguma coisa útil. Tipo afastar o Potter de Hermione.


Aliás, o que ela vira no Potter? Por Merlin, aquele quatro olhos era um heroizinho de merda, que se escondia em seus méritos e altruísmo.


**


Não houvera nenhum contato maior entre eles. Harry quase conseguia sentir orgulho por sua brava resistência, de longe, nunca passara por algo que o testasse dessa maneira. Beijou a testa da amiga, antes que pudesse beijar os lugares errados, hm.


Ela abriu os olhos, atordoada.


- Esqueci de contar uma... hã... coisa que me aconteceu... Não foi premeditado nem nada, mas... – O tom indeciso da Granger o preocupou.


- Mas...? – encorajou-a, tenso.


- Tenho um, er, encontro. – Falara, sem corar.


- Um encontro com um... Garoto? – A expressão de desprezo fora evidente.


CARALHO, CARALHO, CARALHO, CARALHO... ELA TINHA UM ENCONTRO. UMA PORRA DE UM ENCONTRO ROMÂNTICO! ELA IA... SAIR... COM UM IMBECIL – SEJA LÁ QUEM FOSSE! – EM UM ENCONTRO. UM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO COM UM... GAROTO, QUE SÓ PENSARIA EM FORMAS DE BEIJÁ-LA E... E... “RESPIRA, HARRY... CALMA, É SÓ RESPIRAR FUNDO, VAI DAR TUDO CERTO...”. Ou não. Ou talvez desse tudo errado. TALVEZ esse maldito encontro com esse cara ainda misterioso a fizesse esquecer-se de tudo o que já haviam vivido... “AH TÁ, como se essa ex-amizade colorida fosse um relacionamento, grrrr!”. E por uma porra de segundo insignificante, Harry Potter desejou ter algum compromisso com ela. Mas o segundo passou, tão rápido quanto veio, foi apenas uma consequência do seu ciúmes protetor. Ahaaam, seeei...


- É, um encontro com o Chuck. – esclarecera.


- Bass? – o nome também fora pronunciado aversão óbvia.


“Então foi só eu me afastar por um dia, que o IMBECIL chamou a MINHA Hermione pra sair...”


- É, esse mesmo. – Pausara. – Eu sei que parece estranho, quase desesperador, mas é que... quer dizer, eu não consigo superar o que aconteceu entre, hm, nós...


-  Certo, e por que não voltamos a ficar? – Ele apelara, impulsivamente.


- porque nunca teria futuro... Teria? – A pergunta fora quase um pedido gritante por... paixão, amor, ou whatever.


Harry encarou-a como se houvesse acabado de levar um soco na cara. Isso já parecia o bastante. Ele tinha medo de machucá-la, mas não conseguia evitar. Por que a vida era tão miserável?


Ele queria MESMO falar que ambos teriam um grande futuro, com todos os clichês de felizes pra sempre, o problema é que ela não era uma qualquer, a quem ele contava mentiras deslavadas. E fala sério, essa não é uma fanfiction de uma princesa do Walt Disney.


Ela sentiu a humilhação levar a cor do seu rosto, e criar uma ardência úmida em seus olhos.


AH MEU DEUS, NÃO CHORA...


Os batimentos cardíacos do moreno aceleraram como se o peito fosse explodir ou sufocar, quem sabe.


Ele encostou os lábios sobre os dela gentilmente, dolorosamente.


Enfiou a língua lá, e explorou a boca dela.


- Eu te amo. – A frase havia saído desconexa. E voltara a beijá-la.


Ela não quis se encher de esperanças, e fingiu que aquilo fora normal, dentro da amizade.


Ele começou a beijar cada parte do rosto dela, em uma espécie de ritual. Murmurando a cada beijo novos Eu te amo’s convictos.


- Você não mudou de idéia, e isso é uma despedida, certo? – Ela sintetizara, em poucos segundos.


- Certo.


Por mais louca que Hermione estivesse, deixou que a razão a guiasse, pra bem longe dali. Deu as costas e saiu do corredor repleto de estantes na biblioteca, sem olhar pra trás.


**


Desculpem os meses sem postar, fiquei de férias hoje *0*


queria agradecer aos que comentaram todo esse tempo, queria pedir desculpas pelo capitulo excessivamente piegas e quase entediante (?).


Atóron totalmente casais em fase de negação, e pode ter certeza que todo mundo vai pagar seus pecados na fanfiction, assim como Hermione Jane Granger vai conseguir lidar com isso de um jeito melhor.


Coisas que vocês precisam saber: 1. Em breve a amizade dos dois vai vooltar a ser 100% forte de novo, 2. haverão novos casais, 3. Draco Malfoy vai entrar na parada, 4. Chuck bass vai ser um fofo, 5. Rony Weasley vai continuar fazendo meerda atrás de merda até entender o que realmente sente, 6. Gina Weasley não é uma vilã, apenas uma coitada :B


amo vocês, próximo capitulo ainda essa semana, FATO.


brenda.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.