Um dia



Disclaimer: Harry, Hermione e todo universo HP não me pertencem e não vão me pertencer.

Divirtam-se. Isso não tem fins lucrativos.

Observação: Fic não betada.

Sinopse: Agora como o ‘casal Potter’, Harry e Hermione, enfrentam uma crise. Uma situação repleta de suposições e ciúme. Harry não tem idéia do que está acontecendo, muito menos Hermione. Como Chloe poderia explicar que “não é nada disso que estão pensando"?

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Capítulo 6 – Um dia

-- Quase vinte anos atrás --

Estava tremendo. Suava frio!

Apesar disto, sentia confiança suficiente para seguir com o plano original: Faria o pedido. De casamento.

Porque já não podia se imaginar sem aquele amor. Porque precisava mais do que compartilhar momentos. Doaria sua vida.

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Como poderia dizer “eu te amo tão profundamente” sem parecer uma frase solta, uma coisa corriqueira? Como dizer isto e demonstrar que o sentia a cada inspirar? Tão verdadeiramente, que chegava a ser doloroso. Ou dizer “Case-se comigo, por favor” sem soar com desesperação? Talvez se retirasse o “por favor” do final da frase, soasse menos como uma súplica.

Deus, não podia nem imaginar se recebesse um “não” como resposta – provavelmente, uma dúvida que sempre assolava pessoas nesta situação.

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Ela deslizou seu olhar para suas mãos, molhadas de suor. Fechou os olhos devagar, expirou sem pressa e inalou o perfume do ambiente – uma fragrância peculiar, de canela, materiais de limpeza e Harry -, um sorriso pequeno surgiu em seus lábios; ciente só então da posição em que se encontrava.

Ele saberia. Entenderia. Ele sempre o fazia. Por que seria diferente agora?

Só por que não tinha firmeza alguma nas pernas, ou que seu coração já não batia: saltitava, da garganta para o estômago? E que as palavras estavam se enrolando quando chegavam na ponta de sua língua?

Ou que de repente a coragem não era das características louváveis que detinha?

Hermione estremeceu e tornou a abrir os olhos; encontrando um par de olhos verdes fitando-a com interesse.

-O jantar estava maravilhoso, Hermione – comentou. – Realmente delicioso. Cozinha quase tão bem quanto eu – brincou, numa piscadela.

A morena riu nervosamente, em qualquer outra ocasião ela teria se fingido de ofendida. Talvez fosse isto que ele esperasse dela ao momento, mas não sentia-se suficientemente ela mesma para brincar.

Insegurança era a palavra que a descrevia.

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Desde que Harry inocentemente fora quebrando seus preconceitos quanto o amor, desde que se instalara em seu coração - devagarzinho, docemente –, sentia necessidade de provar, de demonstrar o que sentia.

Em verdade, a sensação era tão nova pra ela, e às vezes a assustava.

Nunca pensou que estaria tão enganada quanto esteve todo aquele tempo sobre o amor. O amor não era um jogo, não havia vencedor. Ou perdedor.

Estava tão preocupada nas feridas que poderia adquirir se se apaixonasse por alguém, em como poderia sofrer se a relação desse errado, em ter certeza de que não poderia viver com o peso de uma relação fracassada, que sequer ponderou que havia o outro lado. Aquele pelo qual valia a pena arriscar.

Certamente que nem tudo sairia “às mil maravilhas” todo tempo, mas se fosse um amor real, nos momentos duros e nos alegres lá estaria seu par, completando-a na alegria, fortificando-a na tristeza. Sendo a recíproca verdadeira.

Nunca pensou que seria tão dependente da relação que tinha com Harry. Nunca pensou que poderia ser Harry quem a faria se sentir assim. Era cética demais para acreditar que alguém poderia lhe tirar a idéia fixa de que amor nunca seria algo, nunca teria lugar dentro de sua vida.

Muito menos seu melhor amigo, aquele que conhecia há muito, muito tempo. Aquele que via certas vezes como uma criança traquina que precisava de proteção e alguns puxões de orelha. Aquele que vira se apaixonar e “desapaixonar” algumas vezes. Aquele que a fizera forjar um namoro. E o primeiro beijo que ele lhe dera – ou teria roubado? – tivera o dom de desconsertá-la. Assim como de deixá-la sem ar...

Lembrou-se de uma antiga conversa com Harry. Naquela época, tinha pavor de imaginar-se apaixonada.

-Tudo bem. Acho que hoje só seremos nós dois – Hermione deu um sorriso, mostrando que não se importava. Harry sorriu levemente. – Quer dizer que você nunca se apaixonou de verdade?

-E nem quero – respondeu caminhando para a saída.

-Isso um dia vai acontecer, Mione. Assim, como eu me apaixonei.

-Pela Gina – Harry abriu mais um sorriso, mas não respondeu. Ou melhor, não afirmou ou negou.

-O que estou tentando dizer, é que, cedo ou tarde, isso vai acontecer com você e não poderá impedir.

-Isola! – murmurou mais para si mesma que para Harry. Não queria que ele achasse que temia alguma coisa, pois ela não temia, certo?!

-Um dia você vai acordar – disse virando-se para ela e andando de costas para lhe falar. – e vai perceber que sonhou mais uma vez com aquele certo rapaz e-

Hermione tentou rir. – Desde quando se tornou o senhor “conselheiro amoroso”?

-Com o tempo você aprende algumas coisas. A maturidade vem com o tempo. Você mais do que ninguém deveria saber.

-Certo – retrucou o olhando de lado.


Mas ainda assim, lá estava ela: perdidamente apaixonada. Piegas? Oh, não se importava.

É, a vida não deixava de ser mesmo irônica.

A insegurança vinha do medo de estar cortando fases. Talvez adiantando as coisas - quebrando as tradições - estivesse a ponto de estropiar tudo...

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Hermione mordeu o lábio inferior, ansiosa; Harry a fitou intrigado.

Passeando uma das mãos sobre a mesa para encontrar a dele. Harry as entrelaçou e erguendo-as, levou aos lábios a mão dela.

E ela riu suavemente, tontamente. Riu espantando o medo.

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Por Merlim, estava sendo uma tola!

Nunca estivera tão certa do que queria quanto naquele momento. Então, por que deveria hesitar?

Além disso, aquele era Harry!

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Ela se ergueu e se dirigiu ao encontro dele, mordendo novamente o lábio inferior. Mas desta vez com suficiente coragem para dizer o que queria. Poderia não sair como havia ensaiado. Poderia sair atropelado e tremente, ou apreensivo e pouco inteligível. Ela só precisava dizer.

Sentou-se em seu regaço e observou por um instante suas mãos entrelaçadas, depois, com a mão livre, acarinhou os cabelos rebeldes dele. E, segurando um lado de seu rosto, buscou com os seus os lábios dele. Só um roçar.

-Eu não sei exatamente o que dizer, como o fazer – murmurou fitando-o. – E não me olhe assim, Harry James – acrescentou, com uma leve risada quando ele a fitou meio zombeteiro meio intrigado, certamente disposto a dizer que conseguira fazer um milagre: deixá-la sem palavras. – Só queria que soubesse que eu quero tanto você... – deslizou os dedos pelos lábios dele, inclinando levemente a cabeça para o lado. – Eu poderia repetir todas as coisas que já disse e agradecer novamente por ter me feito enxergar que o amor não é um “monstro malvado” – sentiu a risada dele sob os dedos. – E eu poderia acrescentar que já não sei o que é viver sem você. Que já não posso relacionar “amor” com outra coisa que não seja seu nome. Que adoro encontrar seus olhos sonolentos nas manhãs que dorme comigo, que sinto prazer em tocá-lo ou que sinto um ciúme absurdo de você, apesar de odiar admitir. – Ela tornou a fitá-lo, Harry tinha os olhos alegres e doces, mas um fio de curiosidade e confusão encontrava-se neles também. - Lembra-se quando disse que eu era uma mulher à frente de meu tempo? – indagou, tomando seu olhar no dela. Harry assentiu.

A morena libertou o enlace de suas mãos, para retirar o cordão do pescoço – aquele que Harry lhe dera e nunca retirara desde então. O rapaz observou tudo entre alarmado e confuso, o cenho franzido; Hermione, porém, nada disse.

Ela retirou alguma coisa do colar e depois o repôs no pescoço, então voltou-se para Harry. Ela estava arfante e o fitava com nervosismo. – Eu sei. Eu sei, – fechou os olhos. - Não é nada convencional – disse abrindo-os novamente. – Mas... – ela expirou e murmurou algo ininteligível olhando para si mesma. – Mas – ergueu a vista, para encontrar outra vez os olhos dele com determinação. – Queria mesmo fazer isto. É importante para mim.

O moreno deslizou o polegar sobre a bochecha dela, retirando uma lágrima que deslizara sem a permissão da morena.

-Você é tão doce e... Eu queria poder, no momento, me expressar com coerência. E... e eu – anelando, mordeu o lábio inferior e olhou para cima tentando impedir a si mesma de derrubar mais lágrimas.

-Nena... – chamou baixinho. Ela o impediu de falar, abaixando a vista para ele outra vez e negando com a cabeça, secando as lágrimas enquanto sorria e ria.

-É só ansiedade... – acrescentou ela, tentando deixá-lo despreocupado, com voz falha.

Harry segurou o rosto dela de modo que ela o fitasse e, cuidadosamente, tratou de secar as lágrimas teimosas que persistiam em cair. Hermione deixou que ele o fizesse sem sequer protestar.

Hermione ofegou um instante depois, como se algo a tivesse atingido. Quando o olhar dele encontrou o dela, a morena disse, como se só então houvesse se dado conta da imensidão do sentimento, como se acabasse de se dar conta, como se aquilo a desconsertasse e ao mesmo tempo fosse tão certo, que ficava ainda mais óbvio e, por conta disto, repetitivo, enquanto seus lábios pronunciavam: – Eu amo muito você.

Ele sorriu pelo jeito como ela havia dito: como se estivesse a repreendê-lo. – Eu sei.

A morena revirou os olhos marejados e sorriu de volta. – O que eu estava tentando dizer – meneou a cabeça negativamente. - O que quero dizer é:

-Harry James Potter, aceita se casar comigo? – ela indagou, lhe mostrando a aliança que tinha em mãos.

Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não pareça tão bom pedido
Antes que eu padeça
Case comigo
Quero dizer pra sempre
Que eu te mereço
Que eu me pareço
Com o seu estilo

E existe um forte pressentimento dizendo
Que eu sem você é como você sem mim
Antes que amanheça, que seja sem fim
Antes que eu acorde, seja um pouco mais assim
Meu príncipe, meu hóspede, meu homem, meu marido
Meu príncipe, meu hóspede, meu marido
Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não me apareça tão bom partido
Case-se comigo
Antes que eu padeça
Case comigo
Eu quero dizer pra sempre
Que eu te mereço
Que eu me pareço
Com o seu estilo

E existe um forte pressentimento dizendo
Que eu sem você é como você sem mim
Antes que amanheça, que seja sem fim
Antes que eu acorde, seja um pouco mais assim!

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----- (SQN) -----

Harry sorriu com nostalgia.

Aquela lembrança ainda fresca na memória... Tinha ficado em choque por uns minutos. E um tanto chateado, estava planejando pedi-la em casamento há semanas. Como era de se esperar, Hermione sempre estava um passo a sua frente. O homem riu sob o pensamento.

E qual era a única resposta que poderia dar?

Diria sim em qualquer momento, antes mesmo dela pedir se houvesse imaginado. Teria dito em diversos idiomas, em braile ou em sinais. Teria desenhado no ar.

Mas ainda assim, Hermione só precisou ler em seu olhar. As letras abissais que haviam lá...

Era muito mais que um sim.

Ele sorriu com carinho ao lembrar do nervosismo dela. Descabido. Ele a amava tanto. Tanto. Como ela poderia chegar a pensar que ele diria “não”?

Está bem, não era convencional e eles mal haviam saído da escola. Mas, àquela época, tinha plena consciência de que, o que quer que tivesse com Hermione, não iria desaparecer por muito, muito tempo. Imaginara que ela poderia ver em seus olhos isso, que sabia exatamente o que ele sentia, como sentia.

Não era de brincadeira, não era capricho. Ele a queria para si, todo tempo.

E ainda a queria.

--

(continua)

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A música chama-se “Case-se comigo” e é da Vanessa Da Mata.

Gosto particularmente deste capítulo. xD

E Pedro, como já disse, sua fic é linda. Espero que você escreva muito mais. xD

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