Não há outra razão



Capítulo 12 – Não há outra razão


Trancados no quarto (no "oficial"), depois de mais um momento de recordação para o quarto das lembranças. Harry e Hermione estavam finalmente a "aparar as arestas" - o que não já era sem tempo, suas crias diriam.


Sobre a cama, Hermione lhe contara o porquê de estar agindo tão diferente nos últimos tempos.


Harry gargalhava de sob o olhar constrangido da esposa. – Então, pensou que eu tinha uma amante? Foi a conclusão mais lógica que chegou?


A morena gemeu, empurrando no rosto no peito do marido. – Sabe que não consigo ser racional quando diz respeito a você, Harry! Eu apenas... surtei. Eu sei, eu sei. É idiota. E realmente sinto muito.


Harry suspirou, resfolegando. O riso morrendo aos poucos em sua garganta. – Estou decepcionado que não confie em mim. Nem tenho certeza do que dizer... é apenas-


Hermione ergueu a vista para encará-lo, parecia tão triste... Ferido. E ela se sentiu ainda mais culpada. Quando dissera aquilo, estava magoada e, pra ser sincera, desejava machucá-lo. Agora - quando já era tarde e toda a bagunça fora organizada - queria retirar o que dissera.


-Não é assim. Nunca foi dessa maneira. Não quis dizer aquilo de verdade. Ou melhor, eu queria machuca-lo. Harry... não tem ideia do quanto estou arrependida. Por favor. Sabe que lhe confiaria cegamente minha vida e as dos nossos filhos sem pestanejar. – ela fechou os olhos, abraçando-o com mais força. - Agora, eu não podia suportar o pensamento de que estivesse interessado em outra pessoa. Você só... não é assim. Então teria de ser alguém realmente importante, alguém por quem você sentia amor tão profundamente que, bem, que não se importava mais se estava ou não me ferindo. Só de imaginar me fazia doente.


Hermione finalmente deslizou sobre o marido e apertou o rosto em seu pescoço. – Você não tinha esse direito. Era meu. Pra sempre. E pensar que tinha um amor mais poderoso que o nosso. Oh! Eu quis ferir você de verdade. Os pensamentos do quanto tudo era injusto, de que não podia mudar as regras agora. Sempre confusa, irritada ou assustada, normalmente com medo e raiva da possibilidade de estar pensando em outra mulher, quando estava comigo - a morena suspirou, com a voz trêmula. – Deus, eu te amo tanto Harry. E doía demais. Tanto.


-Nena...


-Yeah, eu sei. Acho que me odiava mais, no entanto – Harry a fitou em confusão e a mulher sorriu fracamente. – Eu não conseguia deixa-lo ir. Eu só não podia abrir mão de você.


-É uma coisa boa que não precisa – murmurou lhe beijando levemente.


Lágrimas se formaram nos cantos dos olhos da morena outra vez. A mulher se sentia como um vulcão em erupção, tamanha a força dos sentimentos que a atingiam. Terrivelmente desagradável. As ondas pareciam nunca terminar: arrependimento, dor, alívio, tristeza e tudo outra vez. – Droga, nunca mais me assuste assim!


Harry teve o atrevimento de rir. – Oh? Estava pensando em contratar uma "moça especial" para nosso próximo aniversário - Hermione virou os olhos. – Não seria promissor? Eu só teria de me assegurar que não a assassinasse, é claro.


–Idiota.


-Verdade. E ainda assim, o homem com quem decidiu passar – Harry ergueu a cabeça para tocar seu ouvido. – a eternidade.


-Hmmm.


Harry riu suavemente pelo pequeno som de prazer que a esposa emitira. – Você deveria saber, minha querida, não vai ser tão fácil se librar de mim.


Hermione lhe lançou um olhar, profundo e insistente, antes de responder:


– Bom. Porque deveria saber também – uma boca se curvando levemente nunca sorriso perigoso. – meu amor, que eu nunca deixarei que saia da minha vida sem uma luta temerária.


-É bom que tenhamos esse ponto do nosso relacionamento finalmente coberto – Harry afirmou brincalhão. – Agora, tudo que temos que fazer é falar para as crianças.


-Sobre o quê?


-Seu "pequeno" deslize, é claro.


-Podemos não fazê-lo?


-Boa tentativa, amor. Mas não há maneira de que eu não vá compartilhar esse pequeno pedaço delicioso de intriga com nossos bebês.


-Você é mau - Hermione resmungou, sabendo exatamente a reação da família. Algo similar a gargalhada incontrolada de Chloe há tempos atrás quando contara sobre suas suspeitas.


Deus, cinco Potters a perturbando eternamente por conta disso, recordando esse momento embaraçoso em cada oportunidade que se fizesse presente. Cinco deles. Eternamente.


Um sorriso se abriu nos lábios da mulher, sem permissão. Sim. Sempre haveria cinco deles para lembrá-la do quanto fora tola e se comportara como uma louca. Tomada pelo ciúme.


Nunca esteve tão grata por estar errada na sua vida quanto naquele momento, bem, talvez apenas em um momento: quando se descobrirá apaixonada, há anos atrás. De alguma forma, todas as duas situações se repostavam a Harry. O homem de sua vida.

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