Imprudente



Acho que o capítulo está um tanto ou quanto confuso. Com os pontos de vista se alternando. Qualquer dúvida, é só perguntar.

Capítulo 7 – Imprudente

-- Quatorze anos atrás --

1º de Julho.

9:40 da manhã.

Então Lilá Brown, cheia de perseverança, finalmente havia conseguido: Dobrara Ronald Weasley e, por fim, o levava ao altar.

Ron estava uma pilha de nervos, ele fitara a sua imagem no espelho dezenas de vezes e, outra dezena, observara com apreensão a entrada da igreja. “Por que ela não está aqui” a pergunta mais utilizada; seguida da resposta que ele encontrara para a demora: “Ela desistiu, cara. Ela desistiu!”

Hermione e Harry se entreolharam e sorriam condescendentes pela apreensão do amigo. Cada qual ninando em seus braços, os gêmeos, Marcus e Anthony.

-Tio Hon-Hon – era Chloe, uma das únicas criaturas no universo autorizadas a chamá-lo assim, puxando-o pela calça.

Chloe ouvira Lilá chamá-lo uma vez assim, e então, certa vez, quando fora se despedir do padrinho o chamara de “titio Hon-hon”. Harry riu com ganas, de modo que Chloe achou que era a coisa mais linda chamar o tio daquele modo, visto que o papai rira com alegria tamanha. E apesar de, a principio, Ron ter tentado dissuadi-la, a garotinha persistia em chamá-lo daquela forma.

-O que foi, princesa? – Ron indagou abaixando-se para ficar da altura dela.

-Se a tia Lilá não chegar, eu caso com você – ela disse toda inocente, deslizando a pequenina mão sobre o cabelo de Ron, como num gesto de consolo.

Ron riu entre dentes e ergueu a vista para os amigos que sorriam embasbacados para a filha. – Garotinha, eu acho que eu estaria fazendo uma boa troca. Vou torcer para que Lilá não chegue – comentou sorrindo, certamente menos aflito.

-Beijo de boa sorte! – ela exclamou abraçando-o e estalando um beijo barulhento na bochecha, logo depois afastou-se com um sorriso, correndo para perto do pai onde agarrou sua perna, fez um sinal de positivo para Ron antes de dar a mão para a mãe.

Lilá chegou instantes depois e Chloe quase gritou de excitação, muito animada por poder desempenhar seu papel, muito importante – como disseram seus pais ao arrumá-la para o casamento -, de dama de honra.

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----- (SQN) -----

Penso que eu poderia dizer à mamãe “Papai não está te traindo!”, obviamente ela não iria acreditar. Então eu acrescentaria: “Eu sei o que ele está fazendo” – sorrisinho meia boca – “E não tem nada que ver com outra mulher, senão a senhora”. Acontece, no entanto, que se eu disser isso, mamãe não vai sossegar até descobrir o que há – sem se compadecer da minha pessoa, que fez uma promessa bruxa, ou melhor, duas - E ela conseguiria, destruindo a surpresa.

É claro que numa escala de prioridade “divórcio” vem à cima de “Mamãe não pode saber o segredo”. Mas... Se o divórcio não acontecer, não tem porquê eu dizer que sei o que está acontecendo.

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Eu gostaria que uma bomba explodisse em King Cross. Ou que um novo Voldemort aparecesse. Vai saber, qualquer coisa que fizesse a cabeça de mamãe se voltar para outra coisa que não se relacionasse com supostas traições de meu pai.

Por Merlim! Pensamentos assim deveriam ser crimes hediondos também... Como eu posso pensar no bem de meus pais em detrimentos das outras pessoas?

Que seja. Como se eu realmente me sentisse mal...

Anthony John G. Potter.

Não é uma apresentação muito boa, suponho. Comecemos novamente:

Olá, sou o segundo filho do senhor e senhora Potter. E ouvi assim, acidentalmente, Chloe dizendo algo quanto à “traição” - palavra que deve ser uma blasfêmia aqui em de casa.

Uma coisa que papai fez questão de que estivesse sempre em nossa mente é: “Respeite a mulher que ama”. E a única certeza, além da morte, que eu tenho, é que Harry Potter ama Hermione Potter. Descomedidamente. E a respeita em igual proporção.

Chega a ser assustador – bem, talvez “assustador” não seja bem a palavra, mas por hora serve – o modo como ele a ama para um homem. Não acredito que qualquer outro possa sentir o que ele sente ou fazer o que ele faz por ela.

Meu pai é daquelas pessoas antiquadas que amam apenas uma. Eu sei disso porque sou do tipo “mente aberta” que pode amar todas, mas certamente nunca da forma como ele o faz. Incondicionalmente.

Papai diz que um dia encontrarei alguém a quem amar assim, brinca que é um legado dos Potter. Pensar que posso um dia vir a gostar tanto de alguém a ponto esquecer de mim, me parece uma piada. Mas aprendi desde cedo a nunca questionar a sabedoria dos mais velhos.

Enfim, o que quero dizer é que, nem em sonhos posso imaginar Harry James Potter tocando outra mulher. Então, agora tento ajudar Chloe que parece estar à beira de um colapso nervoso.

Veja, não é como se ela pudesse me contar, então, tive de descobrir por mim mesmo – principalmente à parte de nosso pai que “exigiu” que a conversa que tiveram ficasse apenas entre eles. Quanto à mamãe, eu só tive de fazê-la lembrar que nossa mãe pediu que não comentasse nada com papai. Não havia, então, nada de mal em contar-me as suposições da senhora Potter.

Digamos que não foi difícil encontrar as respostas que eu desejava... – sorrisinho meia boca. – E apesar de não podermos falar sobre o assunto, temos nossa própria forma de comunicação...

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Acabado o relato sigiloso de Ron, ela só poderia pensar uma coisa: Em nome de Circe, como Hermione era uma mulher sortuda!

Então era isso que Harry estava planejando.

Lilá Weasley carranqueou ao observar o marido, ao seu lado na cama. - Por que você não pode fazer como o Harry? Ele é tão galante; você sabe, ele daria a lua a Hermione se ela ao menos pensasse em desejá-la.

Ron virou os olhos. – Eu não sou o Harry, Lil. Além do mais, eu lhe buscaria o sol se fosse possível e o re-nomearia em sua homenagem – retrucou olhando-a com amargura.

A loira sorriu intimamente; é claro, só estava fazendo aquilo por puro capricho. Às vezes, gostava de inquietá-lo, só para ter o prazer de ouvi-lo resmungar que poderia fazer qualquer coisa por ela. Amava incondicionalmente a Ron e sabia muito bem do que ele seria capaz por ela.

Fitou-o de lado, Ron estava, agora – e por sua culpa -, com uma grande carranca no lugar do rosto másculo que ela não cansava de observar. Bem, deveria acabar com aquele arzinho birrento, já que fora ela quem o provocara.

A mulher deslizou a mão por seu rosto e sorriu ligeiramente quando, quase que de maneira infantil, Ron desviou o rosto para o outro lado. Lilá sabia que se tratava apenas de charme, aproximou seu rosto da curva entre ombro e o pescoço e beijou com suavidade o local, sentindo-o arrepiar-se, ainda que Ron tratasse de parecer – fingir-se - indiferente.

Lilá continuou beijando-o de maneira ascendente até encontrar sua orelha. - Hon-hon - ela ronronou. – Eu não quero o sol, doçura, mas eu ficaria completamente encantada se recebesse aquele beijo que me prometeu...

–Por que não vai pedi-lo ao Harry? – ele indagou, ainda que a puxasse para si.

Lilá piscou inocentemente os olhos. – Porque eu amo você, e o Harry não ia querer me dar o beijo – acrescentou zombeteira.

Ron estreitou a vista e a agarrou de tal modo que ao momento a esposa estava sentada sobre ele. – Não deveria cogitar sequer a idéia, senhora Weasley.

-O que posso fazer se o senhor Weasley me nega até mesmo um beijinho casto? – ela indagou dramaticamente.

-Lhe darei o beijo se pedir desculpar – a mulher abriu a boca, mas Ron continuou, rindo-se: – E disser que eu sou milhares de vezes mais doce e amoroso que Harry Po

Lilá já havia colado os lábios nos dele, enlaçando-o pelo pescoço com firmeza e utilizando da língua para silenciá-lo.

Harry Potter poderia ser doce e amoroso. Mas o seu Ronald era quente e apaixonado.

Ela sorriu ao pensamento, retirando com impaciência a camisa do pijama do marido.

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Estando agora em companhia de Tony, sinto-me como se uma grande carga saísse de meus ombros. É decididamente melhor compartir esse tipo de coisa com alguém.

A quem estou tentando enganar?

Se antes eu estava nervosa – com o peso da minha família sobre minhas costas. – Agora sinto como se houvesse um acréscimo nesse peso. Tenho de me vigiar e, ainda por cima, ao Tony para que este não faça nenhuma imprudência.

Veja, não é que eu não confie. Bom, não de todo, quero dizer. Mas quem é que pode me recriminar?

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Abre parênteses.

AH meu DEUS. Ah meu Deus!

Eu, indiretamente, contei o segredo – mais ainda assim o fiz... - de meus pais ao meu irmão. Ao meu irmão – aquele que cospe a três metros de distância. - Onde eu estava com a cabeça?

Francamente, seria mais prudente ter comentado com Taylor – minha coruja – ou a Orion – o gato de Tony.

Ah meu Merlim.

Isso vai dar merda, vai dar sim, eu sinto.

Eu amo, realmente amo, com todas as minhas forças, meu irmão – e ai de quem falar mal dele à minha frente. Quem quer que seja.

Mas – inferno – ele é imprudente e provocativo, instigador e está sempre metido em confusão.

Onde eu estava com a cabeça?

Não é culpa dele, só é de sua natureza ser irresponsável...

Onde eu estava com a cabeça?!


Chloe, por favor, dê um voto de confiança a ele!

O cara faz disputas de cuspe, ouviu bem? Cuspe à distância.

Chloe...

Ele se orgulha das detenções, de ter batido o recorde de detenções cumpridas, pelo amor de Merlim!

Você mesma tem sua cota de detenção...

Hei, não me acuse, aquela detenção – no meu primeiro ano – foi completamente injusta!

Uhum... Escute, ele nunca lhe deixou na mão, ou sim?

Bem... não. Mas

Vamos, não pode ficar pior que já está.

É você quem está dizendo... mas agora a Inês é morta. Seja o que Deus quiser...

Não seja tão pessimista, garota!

Que seja.

Onde eu estava com a...


Fecha parênteses.

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Isso não é bom, oh, isso não é nada bom...

Você não precisa entender; é coisa de irmã mais velha. Uma sensação de desastre iminente aterradora.

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Chloe está enlouquecendo e levando a minha sanidade junto. Está me lembrando para que eu nada fale. Para que sequer, se possível, pense no assunto – o problema com legimância, essas coisas, você sabe...

Viro os olhos.

Ela já falou tantas vezes que eu creio que aprendi por osmose... Honestamente, Chloe pode ser ainda mais paranóica que mamãe quando quer.

Como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa de estúpida e estragar de uma vez por todas as chances da continuidade feliz da família. Tudo bem, não sou o cara mais responsável do mundo – sequer estou entre os 100 mais de Hogwarts -, mas sei muito bem quando as coisas não estão para brincadeira.

Apesar de desejar ir ao encontro de meu pai e contar o pensamento de mamãe, só o farei quando – e se - for realmente necessário. O que combinei com minha irmã. A senhorita não-deveria-ter-prometido-nada Potter.

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(continua)

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NA: Me desculpem a demora. Obrigada por todos os comentários! Fico muito feliz por terem curtido a declaração dela xD.
Espero que se divertão com esse capítulo também. E que comentem! Rs.
Me desculpem qualquer erro, capítulo não betado.

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