O impossível acontece



Por um momento
Hanging by a moment



Capítulo 10 – O impossível acontece

Os alunos do sétimo ano tinham o último período de sexta-feira livre. Ou pelo menos a maioria que tinha resolvido não seguir Adivinhação para os NIEM’s. Com isso, Katie achou que seria esse o momento perfeito para que pudesse cumprir a aposta que fizera com Teddy mais cedo.

Seguiu diretamente para a sala comunal da Grifinória. Se Mike não estivesse lá, ao menos poderia deixar seu material no dormitório. Quando passou pelo buraco do retrato, encontrou Teddy e Jake esparramados em duas poltronas perto da lareira, não havia nenhum sinal de Mike.

Ted deu um sorriso tão significativo a ela que a garota resolveu subir no dormitório primeiro.

Péssima idéia.

Jane estava deitada na sua cama com os olhos inchados e sem a mínima vontade de se levantar.

- Hei, Jane! – chamou ela – Você tem que reagir.

- Reagir como? Se ele prefere aquela pirralha pálida a mim...

- Ah, chega de drama, Jan! todo mundo já levou um fora e nem por isso está trancado no quarto há quase dois dias – “é, e eu estou próxima a levar o fora do século!” - pensou a garota.

- Mesmo assim, eu não consigo entender o que eu fiz de errado. Eu deixei ele levar a vida dele e tudo mais... Ah, será que foi porque eu não quis passar o Natal com ele e ele passou o Natal com ela?? – perguntou, desesperada.

- Jan, eu tenho a impressão de que mesmo se você tivesse passado o Natal com Teddy, chegaria uma hora que iria terminar. Ele disse que te vê apenas como amiga e isso não iria mudar por causa do Natal...

- E se ele começar a namorar a pirralha?? Se eu tiver que cruzar com eles todos os dias no café da manhã?? Ou então a noite, na sala comunal??

- Você terá que passar por isso. Eu sei, vai ser dolorido. É terrível você ver o cara que gosta feliz com outra, como se ele tivesse encontrado o amor da vida dele e pra você o da sua é ele, mas vai acabar rápido. Afinal, a gente tem menos de seis meses aqui mesmo, depois se você quiser, nunca mais precisará vê-lo.

- Por que eu sempre tenho que gostar do cara errado?

- Vai aparecer o cara certo, mesmo que demore – Katie sorriu – Depois, a Jane que eu conheço não iria querer encontrar o amor da vida dela aos dezessete anos, não é? Você ainda tem muito para curtir nessa vida antes de se amarrar a alguém!

- Brigada, Kat – agradeceu Jane – você me fez se sentir melhor. Talvez Teddy Lupin não fosse a melhor pessoa para mim mesmo. Duro é dizer isso para o meu coração.

- Bem, agora eu tenho que ir...

- Onde vai?

- Cumprir uma aposta! – e saiu antes que Jane pudesse fazer mais perguntas.

Resolveu cruzar a sala comunal sem falar com os garotos, mas a sua presença não passou despercebida.

- Hei, Katie!! – gritou Ted – Na biblioteca!!

- Que mala que ele é – sussurrou para si mesma, enquanto saía pelo buraco do retrato – Não sei como que a Jane pode gostar dele... se bem que eu não estou muito melhor que ela, não...

Quando chegou a biblioteca, não deu outra. Mike estava ocupando uma mesa sozinho tentando dar conta dos seus deveres atrasados. Ela seguiu até e se sentou na cadeira na frente dele.

- Preciso falar com você, Mike! – disse, antes que perdesse a coragem.

- Tem que ser agora? – perguntou o rapaz, sem tirar os olhos do livro que estava aberto na sua frente – Vou ter outro fim de semana do cão com esse monte de deveres e treino de quadribol...

- Ninguém mandou ficar com matérias demais... a única que você não seguiu foi Adivinhação...

- Você sabe muito bem que eu não faço a mínima idéia do que quero fazer quando terminar a escola, não é? – ele agora estava olhando para ela – Então é melhor eu ter o máximo de NIEM’s possível.

- Coisa de maluco, isso... – ela revirou os olhos.

- Bom, foi para isso que você veio aqui?

- Claro que não – ela então se levantou da cadeira, foi até ele e começou a puxa-lo para fora da biblioteca.

- Você ficou maluca?? – exclamou ele – Todas as minhas coisas estão lá na mesa.

- Depois você pega...

- Silêncio!! - vociferou Madame Pince, mas felizmente eles já estavam atravessando o portal.

- Isso não pode esperar – disse a garota, olhando para a janela. O sol ainda estava alto. Com sorte, poderia comunicar o seu desastre para Teddy antes do jantar.

Ela então empurrou-o para a primeira passagem secreta que apareceu na sua frente. Encostou-o na parede e observou a cara de espanto do rapaz. “Isso até que é divertido” – pensou. Passou as mãos pelo pescoço e lhe deu um selinho.

- Gosto de você.

Ele continuava em estado de choque. “Bem, pelo menos não terei que dançar cancan no salão principal” – pensou. Virou-se para sair dali quando sentiu a mão de Mike se fechar no seu braço. Ele a puxou e dessa vez foi ela que ficou encostada na parede. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu as mãos de Mike na sua cintura e logo depois os lábios dele nos seus.

“Isso só pode ser um sonho!”




- E você beijou ela? – perguntou Teddy, completamente perplexo.

- Decidi resolver as coisas do meu jeito, já que dar uma de inocente não tinha dado certo.

- Inacreditável! É impossível imaginar VOCÊ, Jake, realmente a fim de uma garota.

- Se os brutos também amam, porque não os galinhas don jan de carteirinha? – disse o outro, rindo da cara do amigo – eu nem sei se gosto dela realmente, para falar a verdade. Mas nunca vou saber se não tentar, não é?

- Tecnicamente você está certo... Mas não vá despedaçar o coração da donzela, hein? Ela é uma das melhores amigas da Victoire, creio que isso traria problemas...

- Falando em Victoire – emendou Jake – Você já decidiu o que vai fazer em relação a ela??

- Tudo depende da Katie, né? Se ela ganhar a aposta, terei que me declarar... se ela perder, vou dar umas risadas a mais e esperar mais um pouco para ver o que acontece entre eu e a Vicky.

- Como será que a Katie está se saindo com o Mike nesse momento, hein? – perguntou Jake, sufocando um riso.

- Provavelmente tentando convence-lo a parar de fazer o dever para ouvi-la – respondeu Teddy, rindo – eles fazem isso a sete anos... – Teddy levantou da poltrona e virou para o amigo – Está na hora da janta já... vamos descer?

Chamaram Kyle e Anna que estavam do outro lado da sala comunal para descer com eles. Quando entraram no salão principal, Teddy reparou que Victoire já estava jantando e tentou se concentrar em outro ponto do salão.

Jake, porém, quando passou pelas meninas, mandou um beijo para Susie, que ficou escarlate.

- Mas é muito abusado mesmo!! – comentou Teddy.

- Eu disse que faria as coisas do meu jeito...

- Então essa é a nova conquista do garanhão? – perguntou Kyle, que estava de mãos dadas com a namorada – Já estava achando estranho o nosso lobo mau tão quieto.

- EI, o lobo mau sou eu!! – exclamou Teddy, fingindo-se de ofendido.

- Desculpa, cara... então, melhorando, do nosso cachorrão aqui...

- Galinha, eu diria mais apropriado – Anna corrigiu o namorado.

- Como você é simpática, Sra. McDonald!! – disse Jake – Sabe, McDonald é uma coisa totalmente diferente no mundo dos trouxas do que o mero sobrenome do nosso colega aqui – disse ele, batendo a mão nas costas de Kyle.

- E é o que? – perguntou Kyle.

- Fast food.

- Prazer, Kyle – disse ele enquanto a namorada caia no riso.

- NÃÃÃÃÃO!! – gritou Jake. E todo mundo se virou para onde ele estava olhando.

Entrando no salão principal, estavam Katie e Mike de mãos dadas. Os dois, totalmente corados.

- Obrigada pela recepção, Jake – disse Katie, na hora que sentava na frente dele, e Mike do seu lado.

- Ainda não acredito no que estou vendo, será que alguém pode me beliscar?? – disse Anna - Ei, eu não tava falando sério – ela acrescentou quando Jake se ofereceu para fazer isso.

- Graças ao Teddy – disse Katie – se ele não tivesse, digamos, me empurrado, eu não teria me declarado, até porque o Mike nunca iria fazer isso.

- É, seria mais fácil o Mike se declarar para o dever de casa do que para a Katie – emendou Jake.

- Nem vem com essa – retrucou Mike – Eu só achava que ela nem olhava para mim.

- Então, por isso, é melhor nem tentar, não é, Mike? – disse Jake – Se eu fosse seguir seus princípios, seria BV ainda...

- Aahhh, isso seria um desastre para a população feminina do castelo... – disse Teddy, rindo.

- É, mas o impossível aconteceu – disse Anna.

- E eu é que estou ferrado agora – comentou Teddy – Quanto tempo você me dá, Katie?

- Deixa eu pensar – ela colocou a mão no queixo – que tal vinte e quatro horas?

- Até amanhã na janta, é um tempo considerável...

- Mais do que você me deu, então não reclama.

Kyle, Anna e Mike observavam a discussão sem entender uma palavra do que diziam.

I'm living for the only thing I know
Estou vivendo para única coisa que eu conheço
I'm running and not quite sure where to go
Estou correndo e não tenho muita certeza para onde ir
And I don't know what I'm diving into
E não sei no que estou me metendo
Just hanging by a moment here with you
Apenas aqui por um momento com você

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