Capítulo XIX




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Capítulo XIX – Enfrentando a fera


James evitou sair de casa, fazendo-o apenas para jogar quadribol. Não era visto nas ruas, mas seu nome estava em todas as revistas de fofocas. Elas falavam a mesma coisa: James safado. Pobre Lorainne.

Na verdade não se importava de ser chamado de safado. Porém chateava-o a forma como tratavam Lorainne. “Pobre moça, mais uma na lista de James e, possivelmente, a primeira da lista extensa de casamentos que James definitivamente terá.” Lorainne não era o elo fraco da história, ele é que era. Ela não era “pobre”, era a garota mais forte que jamais conheceria igual. “Minha garota forte...”.

James chegou suado no hall. Optara por tomar banho em casa depois do jogo, pois o vestuário estava sob o risco de ser invadido por fotógrafos insanos.

Jamais se sentira tão sozinho. Sua casa estava agora enorme e silenciosa. Nem Zigg, que estava de férias (merecidas e remuneradas), apareceria para anunciar o jantar. Não tinha ninguém, até não se sabe quando. Lembrou-se instantaneamente de Snow, o único ser que poderia fazer-lhe companhia. Olhou triste para sua casa recém-conjurada e agora vazia. Esquecera-se de que Lorainne levara o cão consigo.

Sorriu ao abrir a carteira, após tomar banho. Havia incontáveis papeizinhos coloridos, cada um com um número de telefone diferente. Encostou-se na cama e contou: trinta e sete. Havia trinta e sete mulheres que dormiriam com ele naquela noite, se ele quisesse.

Ele ocupou-se em queimar, magicamente, os bilhetes. “Eu sou bonito, eu era cafajeste, eu sou rico, eu era feliz, eu sou... que seja!”

Ele pegou uma pequena mala e colocou apenas uma muda de roupa. Resolveu aparatar, visto que o trânsito de Londres estaria impossível. Surgiu na soleira da porta.

- Sr. Potter!

- Dobby! – ele abraçou o elfo, que ficou momentaneamente constrangido. – Onde está mamãe?

- Ainda não chegou do trabalho.

- E meu pai?

- Saiu com o Sr. Antiga. – Dobby diminuiu a voz. – O Sr. E a Sra. Antiga farão aniversário de casamento e o Sr. Antiga precisa resolver alguns detalhes.

- Meu pai está escolhendo restaurantes e gravatas – James riu. – Queria ser que nem ele.

- Como assim? – o elfo perguntou, parando para analisar se estava se intrometendo.

- Não fique apreensivo, Dobby. Você sabe que há segredos e assuntos dessa família que podem chegar a seus ouvidos sem nenhum problema. Eu queria ser alguém que as pessoas parassem para pedir conselhos. Um pouco mais sério, não sei. Que não fizesse tanta besteira. Eu nunca vi meu pai errando Dobby.

- Talvez por que hoje ele pense antes de agir. Nem sempre foi assim.

- O que quer dizer? – ele franziu a testa.

- A Sra. Potter chegou. – o elfo desconversou.

“Preciso saber... eu vim aqui saber.”

- Mãe!

- Pensava que nunca viria me visitar... Só porque mora sozinho, esquece dos pais...

- A senhora sabe que não.

- O jantar está servido.

- Obrigada, Dobby, mas eu já jantei. Irei apenas fazer companhia a James.

- Não, mãe. Eu já jantei. – mentiu James. – eu vim porque preciso falar com a senhora.

Ela parecia desconhecer completamente o assunto divórcio. Hermione esperava que James iniciasse, se ele quisesse, essa conversa. Caso contrário, não iria remoê-la.

- Mãe. Eu preciso dizer, embora não saiba o que. Acho que meu pai contou sobre tudo.

- Sim...

James colocava as coisas em seu antigo quarto.

- Eu não sei o que eu faço. Não sei se eu estou sendo incompreensivo ou se ela é que não me dá uma chance. Uma vez na vida eu queria ser como meu pai, ele resolveria isso assim. – ele estalou os dedos.

- Você está errado. – ela o olhou, severa. – Uma vez na vida não... você sempre quis ser igual a seu pai, James .

Ele estava boquiaberto, balbuciando uma defesa aceitável.

- Para seu azar, essa comparação constante que você faz acaba estragando tudo. O que faz você achar que seu pai não comete erros?

James se calou totalmente. Nunca vira, na realidade, mas preferia não arriscar.

- Harry errou muito, James. Ia pondo um fim no nosso casamento...

- Quê?

Ela se sentou e prosseguiu.

- Nós éramos muito inseguros. Foi quase na idade que você tem agora. Ficamos quase divorciados, porque ele começou a mentir para mim. Ele o fazia para que eu não ficasse magoada, mas as coisas tomaram proporções maiores. No fim, tudo ficou bem, claro. Mas o que estou querendo dizer é que você não deve exigir demais de você mesmo. Exigir uma maturidade que você ainda não tem. Ainda tem o direito de errar, entretanto, começou agora o seu dever de consertar os erros. Você pode fazer isso. Seu pai fez, com muita ajuda, mas fez.

Um alívio se espalhava a cada frase que ouvia. Sabia que ela acreditava nele. Isso era bom demais. Um silêncio agradável se fez. Hermione deslizava os dedos finos entre os cabelos de James, quase o acalmando.

- Ela não te escutou, não foi?

- Não. – ele reabriu os olhos. – Mulheres.

Hermione riu.

- Tente entende-la, James.

- Eu entendo. Só que ela não devia fazer isso com quem a ama.

Hermione fechou os olhos, saboreando aquelas palavras. Há quase vinte e quatro anos escutava a mesma frase de seu próprio marido.

- Você é bem mais parecido com seu pai do que imagina, James.

- Não quero mais ser igual a ele. Quero fazer as coisas do meu jeito. Mas isso não me impede de pegar algumas dicas.

- Dicas de quê? – Harry irrompera no quarto.

- Harry.

Ele sorriu.

- Querida. Você poderia deixar nosso filho de lado e fazer esse cafuné em mim, anda vai...

- Ele merece. – ela ria.

- Eu também!

- Seu pai é reclamão e teimoso.

- E sua mãe é teimosa e malvada.

- E eu já vou saindo. James tem que conversar, Harry.

- Iiii... O que você quer agora marmanjão? – Ele falou, fechando a porta, mas não sem antes dar um tremendo beijo em sua esposa.

- Ela resistiu, pai. Seu plano falhou.

- Meu plano? Eu não combinei nada. Além disso, claro que ela ia resistir. O que queria que ela fizesse? Que ela beijasse sua boca e dissesse: Querido, me desculpe por você ter me traído, vamos pra cama agora?

- Quase isso...

Ele suspirou, revirando os olhos.

- Preciso reconquistá-la. A qualquer custo.

- Ela disse que não te queria foi? – ele sorri de lado.

- O que queria que ela dissesse, pai? Talvez: eu te quero mais que nunca agora que descobri que você me traiu.

- Essa foi horrível. – Harry fez uma careta.

- Aprendi com você.

- Precisa seduzi-la.

- É...

- Com direito a chocolate e champanhe...

- E flores...

- Você pode fazer isso...

- Com certeza.

- Qual é a regra número um?

- Bonito e, de preferência, engravatado.

- Você tem que, pelo menos, fazê-la achar que você é bonito. – Harry se moveu um pouco para evitar que uma almofada lhe acertasse a cabeça. – Regra número dois?

- Aparecer de repente e aproveitar as oportunidades.

- E a três?

- Falar com ela...

- Não seja estúpido! Tem que fazer uma coisa antes, esqueceu?

- Conhecer o território... Saber se tem alguém competindo... – James arriscou.

- Isso é tão... Evolutivo...

- É. Darwin vibraria de felicidade.

- E depois?

- O 5° passo depende do 2°... – James piscou o olho. – Você me ensinou isso há dez anos. Com essas dicas que eu sabia a diferença das meninas da grifinória só pelo beijo.

- Naquela época você mal namorava a Jane. Diferenciar todas elas... exagerado.

- Você não saberia?

- Bom, voltando ao assunto principal. – Harry desconversou. – Eu acho que tenho que contar uma coisa a você.

- O quê?

- Gina me ligou hoje. Pediu que dissesse a você que a clínica precisa de um dono até amanhã, porque Lorainne está caindo fora.

- Isso era previsível.

- Bom, o resto da história é que ela viajou, James.

- Pra onde?

- Isso só os pais dela sabem, e talvez nem isso o façam. Ela sumiu, James. Levou uma mala e um cachorro, segundo sua mãe.

- Tenho que descobrir pra onde ela foi.

- Já providenciei isso. Tem dois homens meus tentando descobrir isso. Mas acho que só teremos um local exato amanhã ou depois.

- Eu vou descobrir antes...

- Como? – Harry ergueu a sobrancelha, já prevendo a resposta.

- Vou enfrentar a fera.

- Eu deveria estar orgulhoso de sua coragem, filho, mas suas tendências suicidas querem me convencer a chamá-lo de idiota. Quer que eu vá junto?

- Não. Isso eu faço sozinho.

- Ele não vai acreditar...


*****************

Draco terminava de tomar seu café quando o elfo anunciou:

- O Sr. Potter está aqui... Veio visitá-lo.

- Está bem, mande Harry entrar.

James apareceu na sala de jantar.

- Você...

- Sr. Malfoy. – ele cumprimentou friamente.

As têmporas de Draco foram vistas por James quase no mesmo instante, porém Draco parecia estar surpreso demais para falar.

- Audacioso! – ele puxou a varinha. Para sua surpresa, James não se mexeu.

- Não estou aqui porque lhe devo explicações Malfoy, e sim porque quero saber onde minha esposa está.

- Ex-esposa, seu cafajeste! Por que não esquece minha filha, hein?! Deixe-a em paz! Se não fizer isso eu juro pela minha mulher que...

- Eu a amo. E não será o senhor que vai me impedir de achar minha esposa. Onde Lorainne está?

- Mentiroso. Seu cinismo me dá nojo, Potter. Se a amasse não viveria metido com um monte de... – ele respirou profundamente, tremendo de raiva.

- Eu nunca traí a Loren, Malfoy. – James procurava a intimidade do primeiro nome, e isso o enfurecia.

- Ela é uma Malfoy, para você, Potter!

- É Potter para mim e nada vai mudar isso.

- Se é tão devotado, por que foi àquele apartamento há dois dias?

- Porque Julie me ama – ele contou a verdade. – E eu precisava dizer pessoalmente que não era ela...

- E vai dizer que é minha filha? – ele não baixava a varinha.

Ele olhou para o teto.

- Sempre foi e vai continuar sendo. Sr. Malfoy, eu só saio da sua casa quando souber onde sua filha está, nem que eu tenha que duelar com o senhor e com todos que o senhor mandar para acabar comigo. – ele olhou firme. – O senhor escolhe. Dizer por bem, ou não...

- Você tem coragem ou é um louco. Não ache que será fácil me derrotar...

- Diga a ele, Draco. – Gina entrou na sala. – Se não disser, eu digo.

- Gina. – ele esperava o apoio da mulher. Ela fez que não.

- Onde ela está, Draco?

Ele baixou a varinha a contragosto.

- Frankfurt. Há milhões de chances de Carter fazê-la feliz... – Draco sorriu, vitorioso.

- Pena que ele não terá chance. – ele fez o mesmo cumprimento frio e em um segundo sumira das vistas do loiro.

Draco, para o espanto de Gina, riu abertamente.

- O que foi?

- Ele é louco. – Draco deu uma tapa na própria testa. – Ele veio me visitar, Gina! – enfiou a última torrada na boca. – É louco por ela. Não há outro que possa fazê-la mais feliz.


N/A: cap. 20 sendo escrito... :D

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