Capítulo XIII



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Capítulo XIII – Conveniências

“Somos suspeitos de um crime perfeito
Mas crimes perfeitos não deixam suspeitos...”




Hoje eu estou realmente nervosa. Talvez porque tanta gente falou algo do tipo “Hoje é o dia mais importante...”. Da minha vida. É eu percebi...

HOJE.

Palavrinha infeliz...

Hoje é o dia mais difícil da minha vida!!!!!

Casamentos deveriam ser proibidos por lei...

Merlin, deveria ter ficado na Alemanha. Pelo menos não estaria ouvindo a minha mãe conversar de meia em meia hora sobre como o casamento é uma fase importante, como ela está orgulhosa ou o que eu vou usar na noite de núpcias.

NOITE DE NÚPCIAS! COM JAMES!

Tudo bem que não seria nada mau... mas há um problema de cinco letras: J-U-L-I-E!

Acho que estou mesmo nervosa... Tá me achando nervosa?

Pierre está aqui ao meu lado, graças a Merlin, e está me elogiando, finalmente.

“Sua pele está magnífica, graças a mim, é claro...”

“Você é tão humilde, Jean...”

“Para você eu sou Pierre...” ele sorriu e soltou o último grampo “Você está linda. Ele vai ficar de quatro...”

Olhei-me no espelho, pela primeira vez hoje

Eu não estava me reconhecendo, nem de corpo, nem de identidade. Eu estava prestes a caminhar sobre um tapete sob o olhar de mais de quinhentas pessoas, enquanto eu sonhava em casar na presença de seis pessoas, no máximo.

“Está tudo pronto... Vai começar” eu ouvi alguém dizer.

“Eu te abraçaria, mas você está magnificamente... impecável.” Pierre fungava, as lágrimas saíram grossas. “Agarre-o” ele piscou.

Judith estava lá. Ela sorriu e foi ocupar seu posto de madrinha, juntamente com Jane. Carter não viajou com ela, mas mandou felicidades e um enorme embrulho que eu ainda nem abri.

Eu estava naquele momento às portas da igreja. Todo o nervosismo e a ansiedade evaporaram quando eu escutei a marcha nupcial. Apenas tomei consciência de que tudo aquilo era uma farsa, que eu e James estávamos enganando todas aquelas pessoas. Eu não estava me casando de verdade... não é?

Caminhei devagar, na direção de James. Já tinha imaginado aquela cena tantas vezes. Ele sorria tanto que eu abri um sorriso discreto, de retribuição. O simples sorriso deu origem a uma vontade de rir que ficava cada vez mais forte. Minhas pernas pararam na metade do caminho, tamanha era a concentração para não rir. Muitas pessoas arregalaram os olhos, o sorriso de James morreu. Acho que eles pensavam que eu iria fugir.

A marcha terminou e eu não cheguei lá... Ela se iniciou novamente. Eu podia sentir todas aquelas pessoas dizendo... “Vá até lá”. Um flash passou pela minha mente.



Lorainne caminhava pausadamente até James, ele gritou:

“Vem logo, Loren, não vamos casar não!” ele ria.

Anne, com seus doze ou treze anos, correu. Finalmente chegou à beira do lago.

“Eu aceito!” James falou sorrindo. Anne deu língua e o puxou para dentro do lago, a água batia em seus joelhos. James segurou as duas mãos de Lorainne e rodou em torno dela.

“Eu vos declaro marido e mulher!” ela gritou, enquanto eles rodavam sem parar. Anne sentiu as pernas vacilarem e o abraçou.

“Pode beijar a noiva...” James concluiu. Ela ria sem parar...



A lembrança se desfez mais rápido do que se formou. Eu reiniciei a caminhada, lembrando daquele dia de outono em que James e eu forjamos um casamento. Mas agora não tínhamos treze anos. Parecia... pra valer.

Eu parei em frente a James, que disfarçou o melhor que pôde a confusão. O velhinho iniciou a cerimônia.

“Você está...” James não terminou, parecia ter perdido a palavra. É melhor do que perder o controle...
Eu olhava para James ocasionalmente. E corava sempre que ele olhava para mim.

Vaguei um pouco, até a hora em que ele perguntou a James se ele queria casar comigo, e me respeitar e amar, essas coisas.

“Eu aceito” Ele olhou no fundo dos meus olhos. Por um momento, eu quase acreditei.

“Lorainne Malfoy, aceita James Potter como seu le... “

Eu me pendurava em cada palavra a partir daquela hora. Uma lágrima fininha escorreu por meu rosto. Pierre vai me matar. Não, não acho que ele faria isso, provavelmente esses soluços que eu estou ouvindo são dele e da mamãe.

“Eu aceito...”

“Eu vos declaro marido e mulher...”.

Trocamos alianças. O QUE EU FIZ?

“Pode beijar a noiva...”.

James se aproximou e parou por alguns segundos, provavelmente para constatar o mesmo que eu... Era nosso primeiro beijo...

Assistido por metade do país. Era tudo o que eu queria.

Eu fechei os olhos quando ele simplesmente tocou meus lábios num selinho demorado. Todos pareciam estar impressionados com a delicadeza de James. Talvez seja porque os noivos geralmente se beijam gulosamente, mesmo na frente de tanta gente. Seus lábios quentes se separaram dos meus. Eu corava violentamente.

Todos saíram da igreja após algum tempo.

“Vamos ficar uma hora na festa, aí pegamos o avião.”

Lua-de-mel! Um chalé particular na Suíça. Vou poder matar a saudade. Morei quase metade da minha vida lá e faz mais de uma década que não vejo aquelas montanhas...

Aquela hora foi uma das mais lentas da minha vida. Eu nunca cumprimentei tanta gente. Estava exausta quando minha mãe me puxou.

“Você tem que ir agora...”

Fui colocada num carro e aqui estou eu. Num avião para Zurique. James está tentando ler o que eu escrevo mais eu estou tendo bastante sucesso para esconder... Vamos pousar em quinze minutos. Depois eu volto...

******************

James agora observava a construção de madeira, com um eficiente sistema de aquecimento. Loren, que já havia trocado de roupa antes de viajar, escovava os dentes tranqüilamente.

- Fomos bem, não foi - ela disse, enfim.

- Hum-hum - ele apenas concordou, fazendo o silêncio reinar novamente entre eles.

- O que está fazendo, James. – Anne ficava mais vermelha a cada segundo.

- O que foi?

- Você está se trocando na minha frente...

- E?

- Nada. – ela cobriu os olhos.

James foi até ela.

- Abra os olhos, Loren.

Ela abriu a contragosto e viu James quase sem nenhuma roupa.

- Quando chegarmos a nossa casa, você terá seu próprio quarto, mas espero que você entenda que eu sou seu marido, então me ver sem roupas não vai ser a coisa mais absurda do mundo agora.

Lorainne não se importava em vê-lo daquela forma, mas tinha medo da recíproca ser verdadeira. James pareceu ler seus pensamentos.

- Não se preocupe, Anne. Minha privacidade é sua, mas não exijo o contrário. – ele riu e foi à cozinha.

Anne suspirou e se deitou, puxando as cobertas.

- Egoísta, hein? – ele se deitou, após apagar a luz. A escuridão era total.

James puxou as cobertas para si também.

- Eu tenho mais frio que você. – Lorainne puxou de novo.

- Então sai da beirada da cama.

- Não tem espaço.

- Anne, cabe quase cinco pessoas aqui... você tem certeza?

- Sim...

James puxou a loira para o meio da cama.

- Anne, você está diferente.

- Claro que não.

- Sim, claro que sim. Parece que está com medo de mim.

- Eu sou sua amiga, James...

- E está com frio...

- É...

Ele a abraçou, sentindo a seda da camisola de Loren.

- Então eu não posso permitir que você durma com frio.

Anne encostou finalmente a cabeça em seu peito, aquecendo-se.

- Obrigada.

- Bons sonhos, Loren.

Ficaram em silêncio por algum tempo.

- Essa é a noite de núpcias mais estranha que eu nunca havia tido.

A respiração descompassada de James se restabeleceu.

- Eu que o diga... Anne?

- Sim.

- Eu queria dizer hoje que... você estava linda.

Um sorriso se formou de leve. A face de Loren esquentou e ela podia jurar que James percebera isso.

- Obrigada, Jay.

Ela deslizou levemente a mão por seu tórax, e surpreendeu-se ao senti-lo arrepiar.

- Está frio mesmo. – ele disse, tentando disfarçar.

Um pensamento estranho passou pela cabeça de Anne...





N/A: lá, lá, lá, lááááá, lá, lá, lá, láááá... bem... acabou o cap... pena que justo agora, mas enfim...
...até o próximo....
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