Capítulo XII



N/A: esse capítulo é para as que sonham em ter um amigo gay... pq eles são sinceros, protetores, etc. (meus 4 últimos melhores amigos homens não eram... homens). Enfim... aproveitem!

N/B: aeeeeeee!




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Capítulo XII – Final


“Pra ser sincero não espero que você minta
Não se sinta capaz de enganar
Quem não engana a si mesmo...”



“Está feito... vou me casar no final da semana... minha vida chegou no limite do incontrolável... mesmo...

Voltemos um pouco... Para a quinta-feira, meu segundo dia com James.



Quinta-feira

Acordei pensando no que James dissera, não sobre o casamento, mas sim sobre minha camisola. Ele estava descarado demais pro meu gosto...

“Bom-dia, James!” Eu abri as cortinas do quarto dele com vontade.

Seus olhos piscaram várias vezes.

“Fecha isso Loren!” ele puxava o cobertor. Um arrepio passou por todo o seu corpo. Estava frio. Ele se encolheu o melhor que podia e fechou os olhos, tentando recuperar o sono perdido na insônia.

Eu me arrastei até onde ele estava deitado. Ele abriu um olho para me ver, já banhada, numa roupa totalmente negra.

“Dou-lhe cinco segundos pra desaparecer da minha frente” ele olhou assassinamente.

“E eu cinco segundos pra você se levantar.”

É claro que ele não ia esperar pela minha reação. Ele ergueu uma mão. Eu já sabia o que vinha depois... Ofereci minha mão para que ele se levantasse, mas ele me puxou pra cima dele.

“Há tanto tempo você não fazia isso” Nós dois ríamos feito loucos.

Mas estava diferente...

James foi quem se calou primeiro, e eu o acompanhei. Nós nos olhamos muito estranhamente. Encarei os olhos levemente esverdeados de James e senti a boca secando.

Eu nunca mais ia fazer o que nós fazíamos sem me sentir diferente. Porque alguma coisa mudou. Era quase como se eu sentisse vergonha de estar ali, quase sobre ele.

Diário, vou ser eternamente arrependida do que eu vou escrever...

Ele tem olhos tão lindos! E eu nunca percebi. Voltando ao assunto...

Onde ele conseguiu aquele corpo? Ele era tão magricela. Concentre-se Loren...

Eu não mereço respirar... Descobri que amo meu melhor amigo.

Quer dizer, sempre amei... Mas... VOCÊ ENTENDEU!

Como isso pôde acontecer? E o pior... ele está apaixonado pela mulher mais perfeita que eu conheço...

E não sou eu! (Você não leu essa frase, diário).

MERLIN! PORQUE FAZ ISSO?! Quer dizer, eu...
*Nunca bebi (tirando o champanhe...)
*Nunca usei drogas (nem cigarro...)
*Nunca briguei com meus pais
*Nunca fui neonazista
*Nunca maltratei animais
*Nunca fiz aquilo... pelo menos não desprevenidamente
*Nunca traí ninguém
*Nunca tirei nota baixa (não que eu me lembre...)
*Nunca nem pintei o cabelo (e olha q esse loiro está cada vez mais “sujo”)
*Nunca queimei o senhor na fogueira (não tenho registro de outras vidas, mas acho que não).

ENTÃO, MERLIN, PORQUE JUDIA TANTO COMIGO?

“Desculpe” eu me levantei e saí do quarto dele, da cor de um pimentão... Passei quase meia hora no banheiro, pensando a mesma coisa:

James sempre foi mais esperto que eu para perceber as entrelinhas... eu demorei séculos pra perceber o que eu sentia, será que ele não percebeu?

“Loren, você está bem?” ele batia à porta.

Eu abri, totalmente pálida.

“Aconteceu alguma coisa? Você está pior que uma folha de papel”.

Antes fosse uma folha de papel! Ela está em situação melhor do que eu, definitivamente.

Controle-se Lorainne, você não é mais uma adolescente confusa! Acabei de descobrir também que não amadureci quando o assunto envolve homens, sei disso por que estou com idéias suicidas dentro do banheiro mais vigiado da Inglaterra... Preciso de um psicólogo...

“Estou ótima!”

“Você ainda não pode visitar seus pais... Mas eu posso te levar para almoçar comigo.”

EU NÃO QUERO ALMOÇAR COM VOCÊ! EU TENHO DE CONVERSAR COM ALGUÉM... Com quem eu posso?

“Preciso de Pierre...” eu disse, ignorando a pergunta.

“Precisa de um cabeleireiro?” James ergueu a sobrancelha.

Eu fiz que sim com a cabeça. Em quinze minutos Pierre estava lá. Eu me tranquei no quarto com ele.

“Você tem dormido bem, queridinha? Porque sua cara está dizendo que não...”

“Pierre, preciso de ajuda.”

“Também acho, seu cabelo tá horrível, nem parece aquele do fim de semana.”

“Eu me apaixonei por ele, Pierre...”.

Ele, obviamente, não entendeu nada.

“Disso todos nós sabemos!”

“Mas eu fiz isso de verdade...”

“E tem muitas chances de se casar com ele... Qual o problema disso?”

Eu não podia dizer para todos que James não estava apaixonado por mim.

“Fale querida, não estamos ao vivo. Tem dez homens no mínimo editando isso aqui, você acha que eles deixariam passar alguma coisa que comprometesse o programa?”

Amo aquele gay.

“Ele não gosta de mim... acho que ele gosta da Julie.” Eu falei baixinho, quase com vergonha.

E adivinha só... Ele riu de mim.

“E... Quem vai se casar com ele?”

“Eu”.

“Querida, com o seu cabelo, depois de um clareamento, é claro, ele está tão escuro... e seu rostinho lindo e, se depender de mim, sem olheiras, você vai fazê-lo esquecer dessa metida rapidinho, apesar de ela ser linda, atraente, e outras coisas...

“Valeu pela sinceridade, Pierre...”.

“Vamos lá! Se você não puder conquistá-lo, vai entrar na minha lista negra de mulheres inoperantes...”.

“Eu nunca conquistei ninguém...”.

“Com doze anos você nunca tinha beijado não é? ‘Nunca’ é totalmente passível de resolução”.

Amo profundamente aquele gay.

Pierre me proibiu de almoçar com James, porque disse que havia coisas mais importantes, como fazer as minhas unhas ridículas. Enfim, a única coisa que James pôde fazer foi me convidar para uma festa, à noite. “Informal” Pierre disse. “Você pode colocar um pretinho colado.”

PRETINHO COLADO? Tomara que meu pai não tenha escutado essa.

Eu descia as escadas suando frio. Nunca tinha usado um salto daquele tamanho. Eu podia jurar que tinha ficado maior que James.

“Vamos de carro” Consolador.

Aquele silêncio incômodo ficou entre nós. Eu evitava olhar para James e ele olhava para mim o tempo todo.

“Gostei do que fez hoje.”

“O quê?”

“A conversa que teve com Pierre...”

Eu gelei totalmente. Nem ousei abrir os lábios, pois tinha certeza de que eu iria balbuciar qualquer coisa. COMO EU TINHA ESQUECIDO QUE O PRINCIPAL ENVOLVIDO IRIA ESPIAR?

“...Quando disse que gostava de mim, mas tinha medo de casar” Ele se concentrou na direção. “Fingiu bem, mas aquilo realmente não foi ao ar.”

Eu estalei a língua, visivelmente INCONFORMADA daquela conversa não ter ido ao ar.

James começou a rir.

“O que foi?”

“Por um segundo...” ele me olhou “... até eu acreditei”.

Eu sorri o mais cinicamente possível.

Ele me levou apenas para uma boate trouxa. Era enorme. Eu minimizei a bolsa discretamente antes de entrar e a coloquei no bolso do jeans escuro.

Em segundos James me puxava através da multidão até perto do centro da pista. Eu só havia ido a uma boate trouxa uma vez, logo no primeiro ano que eu passei na Alemanha.

E nós dançamos algumas músicas até eu pedir água. Jay atravessava a pista enquanto eu observava as pessoas dançando. Eu dançava tão diferente da maioria, não por ser “dura”, mais por estar com vergonha, principalmente dele. Percebi que aquele lugar era escuro e lotado porque a maioria daquelas pessoas não dançaria sozinha. Incrivelmente, boates também são para pessoas tímidas.

Uma felicidade quase elétrica me afetou. Eu percebi que ninguém me olhava e isso me fazia bem. Desfiz o coque tão caprichado que Pierre fez e soltei os cabelos, liberando-os, agora cacheados e mais loiros ainda.

Fechei os olhos e dancei como nunca tinha dançado. Quem parasse ali não me reconheceria por nada.

“Hum...” James falou de algum lugar. Eu abri os olhos.

“Que foi?” Eu sorri de leve. Não tinha mais vergonha de olhá-lo.

“Nada, é que parece que você bebeu.”

Eu o encarei, tomando a garrafa de água de suas mãos.

“Por que?” eu tomei alguns goles.

“Está tão...”

“Solta” eu completei.

“É...”

“E isso é tão ruim quanto estar bêbada?”

Ele finalmente sorriu.

“É muito melhor.” Ele me enlaçou pela cintura. Eu retribuí, no ritmo, colocando as mãos em seu pescoço. Aproveitando a proximidade, soltei as mãos e as ergui. Fechei os olhos porque me senti melhor assim. Dei um passo para trás, achando que ele fosse me soltar, mas não o fez, apenas me rodou e me puxou pela cintura de novo.

Isso tudo até a água fazer efeito.

“Jay, preciso ir ao banheiro...”

Ele me esperou perto da pista. Fiz o n°1 o mais rápido que pude. Secava as mãos após sair do banheiro quando um homem bastante mal-encarado me abordou, me prendendo contra a parede.

“Estava te vendo dançar.”

Eu deslizei a mão até a varinha. Olhei para James, ele estava de costas.

“Imobilus.” O homem tinha encostado sua varinha em meu quadril. Ele era um bruxo e eu estava com problemas sérios.

“... E estava perguntando o que mais você sabe fazer...” ele continuou.

“James”. Eu pensei com intensidade. “Vira o rosto”.

Mas ele não virou e eu vi com profundo nojo aquele homem se aproximando para me beijar. Eu lutava para desviar o meu rosto imóvel. E então ele parou.

“Eu juro, pela minha mãe, que te mato se encostar nela.”

“Duvido” ele se virou.

James foi prontamente reconhecido por ele.

“Ora se não é Fleming.” James desarmou-o mentalmente.

Foi então que eu lembrei do quartanista com cheiro de alho que me olhava tanto em Hogwarts.

“Vou fazer o que deveria ter feito quando você deu em cima da Loren.” Ele tirou as calças de Fleming, lentamente. Um tumulto se formou rapidamente quando os trouxas viram o rapaz tentando se vestir desesperadamente.

“Quando passar por ela na rua, não olhe seu nojento. E nunca mais tente mexer com a minha garota”.

Ele me procurou, enquanto eu observava, já livre do feitiço.

“Vamos Loren.”

Nós fomos buscar o carro.

“James...”

“Quê?”

Eu apontei para a vaga vazia.

“Acho que roubaram seu carro”.

Ele suspirou.

“Ótimo!” ele me puxou pela mão. “Vamos arranjar um lugar para desaparatar.”

“James!”

“Quê?”

“Acho que meu salto quebrou.” Eu olhei desconsolada. “Mas espera, posso consertar por magia”.

James me pôs em seu colo. Estava preocupado.

“Depois você pensa nisso.”

“Obrigada”.

“Sabe que sempre pode contar comigo, não é?” ele parou e olhou nos meus olhos.

“Por que paramos?”

Ele apontou com a cabeça para alguma coisa atrás de mim. Uma cabine telefônica. Ele me pôs no chão e eu arrastei o salto pateticamente.

Desaparatamos em frente á sua casa.

“Zigg, informe ao ministério que roubaram meu carro. Acho que o departamento vai informar às autoridades trouxas o mais rápido possível.”

“Sinto muito pelo seu carro.”

Ele sorriu. “A melhor parte foi o salto.”


***********************


No dia seguinte meu pai me encarava.

“Lorainne... onde está seu noivo para que eu possa matá-lo por te carregar para uma boate trouxa e ainda arrumar confusão?”

“Como o senhor sabe?”

“Você está em um reality show! Todo mundo viu aquilo ontem! E que blusa vermelha era aquela???”

“Pai, calma. James só fez aquilo porque estava me defendendo de um cara...”.

“Bem, se estava defendendo ou não, depois nós dois conversamos... agora eu quero falar com você e sobre aquela blusa vermelha...”

“PAI!”

“Não me admira que tenha havido um cara lá, você estando vestida com uma peça...”

“É bom te rever...” eu disse, quase saindo.

“Calma” Ele me abraçou forte. “Eu estava brincando...”.

Todos apareceram para me ver àquela tarde de sexta. Sábado eu fui visitar a clínica e escrever para Judith. Domingo Hillary foi me visitar, depois Pierre apareceu para cuidar de mim.

“HOJE É O DIA!” ele cantarolou. “Querida, mesmo que não me dessem um tostão, ainda sim eu apareceria aqui. Por que gosto de você. Apesar de você ser assim...”

“Assim...?”

“Tão... sem vaidade”. Ele completou, sorrindo.

Tudo naquela noite passou como um borrão. Os melhores momentos, aquelas briguinhas, o aperto de mão que eu dei na Nathalie (eca!).

James fez um pequeno discurso, provavelmente torrando no paletó negro. Tomou a rosa em suas mãos e a beijou, segundo o script. Mais um capítulo da minha vida ensaiada.

Ele disse.

- Para a mulher da minha vida.

E me entregou.

Voguel se derretia em choro. Eu a abracei, como me mandaram fazer.

“Ele não gosta de você, fracassada.” Ela falou em meu ouvido.

“Desculpe Nathalie, mas só há uma Sra. Potter. E serei eu.”


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