Manhã Tumultuada



46º capítulo – Manhã tumultuada


 


É difícil explicar quão rápidas foram aquelas três semanas. Percorremos a Grécia de carro, cada dia em uma cidade, cada dia em um pedacinho do mar turquesa. Já tínhamos adquirido um incrível bronzeado, estávamos brilhantes e reluzentes. Protótipos gregos perfeitos. A língua era difícil, mas eu já conseguia falar uma coisa ou outra. Os dias passaram rapidamente, em uma massa confusa e disforme de noites sem dormir e dias passados a beira mar. No dia dez de maio entramos mais uma vez nos limites de Atenas. No entando, agora, estávamos dizendo adeus para Colin e Luna.


 


 ***


 


-Vou sentir saudades Col – Gina abraçou Colin com força, fechando os olhos e respirando fundo. Ela não queria chorar e fazer drama, mas já imaginava seus dias sem os lindos delineadores de Luna e as piadinhas de Colin.


 


-Sem drama Ginevra – Luna revirou os olhos, sorrindo – Vamos nos ver em pouco tempo. Não chore.


 


-Tá Lu – Gina suspirou e a abraçou.


 


 Draco e Colin trocaram palavras incrivelmente amigáveis, Blaise abraçou Luna e fez um piadinha, Star cantou e tirou fotos. Ao redor deles, o aeroporto parecia meio morto, triste até. As paredes de concreto contrastavam com a beleza de Atenas.


 


-Nosso vôo já vai sair – Colin observou os painéis – Draco, vocês vão levar as meninas para aquele lugar?


 


-Com certeza – Draco sorriu e abraçou Gina – Vamos tirar fotos cara.


 


-Aposto que sim – Colin riu para Gina – Seja boazinha Girinho.


 


-Não enche Col – Gina tentou disfarçar as lágrimas – Voltamos em um mês, mais ou menos.


 


-Não vamos nos apressar – Star falou correndo – Quer dizer, eu não tenho nenhum emprego a vista. Nem pressa nenhuma pra procurar – ela riu.


 


-Estão chamando – Luna suspirou, resplandecente com seus olhos azuis e o delineador turquesa. Ela e Colin vestiam roupas brancas e estavam bronzeados, loiros e lindos – Vamos Colin – Luna colocou os óculos de sol, fingindo interpretar uma francesa desdenhosa – Temos que chegar em Londres belíssimos.


 


 Os quatro riram e acenaram enquanto o casal percorria o corredor que os levaria até o avião.


 


 ***


 


 A luz da manhã feriu seus olhos, a colcha macia parecia raspar contra sua pele irritada. Harry suspirou e se sentou na cama. O mundo girou quatro vezes, como se ele estivesse em um maldito parque de diversões. Ele não estava.


 O que era mil vezes pior.


 


-Bom dia – a voz suave fez seu coração dar um salto mortal, desmaiar e cair em algum lugar do estômago.


 


-O-Oiiii – Harry olhou Hermione, parada na porta do banheiro e linda em um vestidinho cinza com aparência de caro – Não faça alarde, mas tenho certeza de que o meu coração desmaiou depois desse susto.


 


-Você e Rony saíram com os meninos de novo – ela afirmou, ainda falando suavemente – Deixaram a casa uma bagunça e um bilhete mal feito. Eu não gostei.


 


 Harry engoliu seco, quando Hermione estava controlada ela estava furiosa! Seu coração abriu um olhinho, observou o rosto de Hermione, e desmaiou de novo.


 


-Eu vou morar com Violet no centro – ela suspirou. Harry agora conseguia ver as malas nos pés dela.


 


-Não Hermione! – ele pulou da cama – Você não pode terminar comigo. Eu amo você!


 


-Não estou terminando – ela o afastou levemente – Também amo você Harry. Vou continuar amando, vamos continuar namorando.


 


-Hermione... – ele suspirou, derrotado.


 


-Eu amo você... Mesmo – ela sorriu e o beijou.


 


 ***


 


 Daniel balançou as mãos nervosamento, espreitando os olhos para todas as lojas enquanto percorria a movimentada Oxford Circus. Parecia meio bobo, ele sabia, mas Corinne amava todas as lojas do mundo e talvez, só talvez, ela aparecesse atrás de um manequim (cheia de compras) e sorriria gritando: Peguei você!


 


-Corinne... Corinne – ele resmungou, falando baixinho.


 


 Duas adolescentes riram dele. Ele pegou o jornal que tinha acabado de comprar no Beco Diagonal, era o Profeta Diário. Uma imensa matéria de Rita Skeeter (a jornalista louca e compulsiva) estampava a primeira página do jornal.


 Ele realmente não entendia como aquela velha conseguia ter prestígio. Cansado, sentou-se em um banco e abriu o jornal. Uma foto de Gina e os cinco amigos perdidos. Eles estavam meio abraçados, separados em três casais. Sim, definitavamente formando casais. Gina estava lindíssima.


 


Os fugitivos mais queridinhos de Londres


Por Rita Skeeter


 


É certo dizer que meses após a fuga, a Inglaterra ainda quer saber o que os quatro adolescentes (posteriormente dois amigos se juntaram ao grupo) andam fazendo por aí. Ao longo dos meses dezenas de pistas, muitas enviadas por europeus, mas nada que pudesse dar uma real prova do paradeiro deles.


 Os fãs foram se manifestando por meio de cartas, e hoje recebo dezenas de perguntas sobre os jovens. As famílias continuam com as buscas e os jornalistas estão em plantão ao redor do mundo. Uma corrente invisível que busca por esses jovens.


 Suas vidas foram dissecadas e expostas em muitas matérias desse jornal, entrevistas nos foram concedidas, e a conclusão me parece óbvia...


 


 Daniel fechou o jornal com força. Agora os seis eram heróis ou coisa assim. Tinham até um estúpido fã clube.


 


 ***


 


 Gina e Star esperavam dentro de um restaurante. Draco e Blaise, assim que deixaram o aeroporto, começaram a agir estranhamente.


 


-O que você acha que eles estão aprontando? – Gina perguntou.


 


-Quem saberá? – Star sorriu – Vou sentir falta de Luna e Col.


 


-Eu também – Gina suspirou – Acho que vou escrever alguma carta para a minha mãe. Ela deve estar muito irritada comigo.


 


-Duvida Girininho? Ela provavelmente está enlouquecida.


 


 ***


 


 As portas duplas abriram imediatamente, quase como se temessem encontrar os olhos temíveis da morena nervosa. O ar condicionado dava um cheiro engraçado (leia-se desagradável) ao prédio do Profeta Diário. Duas coitadas desavisadas esconderam-se rapidamente em uma sala, evitando contato com a morena.


 Inabalável, e sabendo do efeito que causava no outros, ela continuou andando. Seus saltos caríssimos martelavam o piso ruim do prédio, seus pulseiras finíssimas de ouro tilintavam como sinos. A pesada bolsa de grife parecia uivar toda vez que entrava em contato com a calça jeans da dona.


 


-Sim! – a secretária guinchou, ansiosa – Sim?


 


-Preciso falar com Rita Skeeter – ela disse, venenosa. A secretária quase caiu para trás em completo pânico – Imediatamente.


 


 As palavras soaram perigosas, uma ordem que deveria ser cumprida em três segundos. A secretária fez a ligação em um piscar de olhos.


 


-Senhorita Skeeter – guinchou mais uma vez – Uma senhora quer lhe falar e... – silêncio. Temerosa, a secretária ergueu os olhos para a morena – Vou perguntar senhorita Skeeter... – ela respirou fundo e ousou perguntar – Quem... Quem deseja falar com... Com...


 


 A morena abriu um sorriso felino, maldoso. E então, com toda a pompa do mundo, anunciou seu nome.


 


-Pansy Parkinson.


 


 ***


 


-O que vocês fizeram com o carro? – Gina perguntou, olhando o táxi – Draco, o que está acontecendo? – exigiu. As mãos plantadas na cintura delicada.


 


-Entregamos o carro, não vamos precisar dele – Draco a guiou até o carro – Não seja tão teimosa. Só entra no carro.


 


-Isso é tão estranho... – Star ergueu as sobrancelhas – Blaise me conta!


 


-Chambinha... – Blaise cantarolou, fazendo-se de desentendido – Vamos? – perguntou sorrindo, charmoso como sempre.


 


-Você só me enrola – Star revirou os olhos.


 


 Devidamente acomodados no táxi, minutos depois, este seguiu caminho.


 


 ***


 


-Pouco tempo até estarmos em casa – Colin apertou levemente a mão de Luna – Você já decorou a história que vamos contar?


 


-Já – Luna sorriu – Estávamos na África do Sul, depois Argentina, depois Egito e então Londres. Os outros seguiram para a Austrália, pretendem viajar por mais um mês. Depois voltam.


 


-Perfeito – Colin a beijou.


 


-Hei! Olá? Oiiiii! – ela chacoalhou as mãos, controlando-se para não interromper o beijo de maneira brusca – Pessoal!


 


 Colin e Luna se separaram e observaram a garota. A vantagem da primeira classe é a privacidade, mas essa garotinha parecia não perceber isso.


 


-Sim? – Luna perguntou chocada.


 


-Sou Noelle senhorita Lovegood – ela esticou a mãozinha delicada para Luna, depois Colin – É um imenso prazer conhecê-los pessoalmente.


 


-Pessoalmente? – Luna e Colin se encararam, confusos.


 


-Vocês não me conhecem – ela explicou rapidamente – Sou Noelle, como já disse, e acompanhei a aventura de vocês pelo Profeta Diário. É, realmente, uma honra encontrá-los. O mundo todo está atrás de vocês, percorrendo cidades em todos os países, e eu... Uma simples garota de quinze anos tenho o prazer de encontrá-los em um vôo para Londres.


 


-Hogwarts? – Colin perguntou, tentando lembrar-se dela.


 


-Sim, estava na Grécia porque meu pai está doente e consegui uma folguinha das aulas. Foi realmente difícil – Noelle era muito empolgada, e não calava a boca – Minha mãe mora em Londres mesmo, mas nem vou vê-la, tenho que pegar uma chave de portal e correr para Hogwarts. Amanhã tem prova e... – ela olhou para os dois, e eles a observavam com as bocas escancaradas – Bem, não importa. Vocês estão fugindo ainda?


 


-Estamos voltando – Luna tentou sorrir.


 


-Ah que incrível! – Noelle, para consternação geral, deu dois pulinhos – Isso é tão empolgante. Sou a maior fã de vocês! E cadê o resto?


 


-Longa história... – Colin começou a dizer.


 


-Eu tenho tempo! – Noelle garantiu, ainda parada no meio do corredor da primeira classe – Contem tudo!


 


-Quanto tempo até Londres? – Colin sussurrou.


 


-Muito – Luna arregalou os olhos.


 


 ***


 


-Como posso ajudá-la? – Skeeter perguntou.


 


-Coloquei um detetive competente no caso – Pansy disse – Ele me disse que reuniu provas suficientes para acreditar que eles estão em algum lugar da Grécia.


 


-Grécia? – Rita a olhou, surpresa – Tão perto? Você tem certeza?


 


-É a cara do Draco – Pansy controlou os tremores que sentia sempre que ouvia o nome do namorado traidor – Eles provavelmente nem saíram da Europa.


 


-Teoria interessante... – Rita começou a pensar – Isso explicaria muita coisa. Eles estão debaixo dos nossos narizes.


 


-Eu quero que você os ache – Pansy colocou um envelope pardo em cima da mesa – Aqui tem dinheiro e o telefone do detetive. Não quero crédito na matéria, nada. Só arme um grande circo e acabe com a viagem.


 


-E você e Draco Malfoy? – a jornalista dentro de Rita não conseguiu evitar a pergunta – Acabou mesmo ou vocês voltam?


 


-Com certeza vamos nos casar – Pansy sorriu, presunçosa – Ginevra Weasley faz parte da escória da nossa sociedade. Narcissa Malfoy jamais aceitaria. Sei que Draco vai ver a verdade quando voltar.


 


-Vou começar a me movimentar imediatamente – Rita abriu um sorriso maldoso.


 


 Satisfeita, Pansy levantou-se e foi embora. Ela já podia sentir um pouco da satisfação que teria quando aquele namoro ridículo acabesse. Só Pansy seria uma Malfoy, ela e ninguém mais. Gina Weasley era só mais uma pedra no caminho, e Pansy iria chutar com força total.


 Gina deveria começar a rezar.


 


 ***


 


 O táxi parou em uma pista de decolagem. Confusa, Gina observou o imponente helicóptero. Em um segundo os braços de Draco estavam ao redor da sua cintura, apertando-a gentilmente. O sol forte e o vento ruidoso lembrava um final de filme perfeito.


 


-Vamos de helicóptero? – ela perguntou.


 


-Isso mesmo. Tem que ser assim – ele explicou, acenando para dois homens na pista – Podem pegar as malas.


 


-Alguém quer tirar uma foto? – Star perguntou – Dá para ver a Acrópole daqui. Olha só que vista maravilhosa.


 


-É verdade – Gina olhou ao redor – Últimas fotos em Atenas.


 


-ADEUS! – as duas amigas gritaram, rindo. Draco bateu a foto.


 


-Já podemos ir senhor Malfoy – um dos homens chamou Draco.


 


-Vamos garotas – Draco guardou a câmera – Daqui dez minutos vocês vão conhecer nossa surpresinha.


 


-Você vai amar Chambinha – Blaise beijou Star rapidamente.


 


 Dez minutos de vôo depois, Gina conseguiu visualizar a belíssima ilha logo abaixo deles. Parecia uma das caras ilhas particulares gregas. Não só parecia, era. Uma beleza na natureza no valor de vinte e oito milhões de dólares.


 


-Draco! – ela sorriu, deliciada – Não me diga que você alugou uma ilha!


 


-Alugada por um mês – Draco sorriu ao ver a reação dela – Essa é a Agria trias, com uma mata nativa formada por oliveiras. Uma mansão de tamanho inimaginável, piscinas e claro, uma praia particular.


 


-É perfeito – ela grudou o rosto no vidro – Não acredito que você fez isso tudo.


 


-Tem uma lancha na ilha – Blaise avisou – Assim podemos voltar para Atenas depois. Ou só precisamos fazer uma ligação e o helicóptero virá nos buscar.


 


-Agria trias... – Gina suspirou. Ela não podia acreditar.


 


-Se você quiser amor – Draco ofereceu – Posso comprar a ilha para você depois.


 


 ***


 


-Você está triste? – Violet perguntou, ajudando Hermione a arrumar as coisas no guarda-roupa embutido.


 


-Um pouco – Hermione suspirou – Deixa para lá sabe? Sei que vamos ficar bem. Eu só não conseguia mais morar com Harry e Rony.


 


-Meninos podem ser tão zoados – Violet riu – Está sendo uma manhã tão agitada, não acha?


 


-Mais que o normal – Hermione concordou.


 


 E isso porque ela não sabia de metade das coisas que estavam acontecendo na Grécia e em várias partes de Londres.


 


 ***


 


-Eu quero me demitir – Harry falou, decidido – Fiz umas pesquisas na internet agora e vou começar a cursar Engenharia da Computação.


 


-Faculdade trouxa? – Rony perguntou, chocado – Sério cara? – ele ainda estava amarrotado, tinha acabado de acordar.


 


-É. Hermione saiu de casa e o emprego no Ministério da Magia é tão clichê e sem graça. Eu acho que só quero mudar um pouco. Tentar algo novo – Harry sorriu, um pouco triste... Um pouco feliz.


 


 Rony suspirou, imaginando que estava tendo a manhã mais confusa do mundo.


 


 ***


 


 Pansy dirigiu sossegadamente pela Oxford Circus. O sorriso de satisfação em seu rosto era assustador.


 


 ***


 


-Draco Malfoy tem um fã clube também, e Blaise Zabini e você Colin – Noelle se sentia cada vez mais íntima de Luna e Colin – Eu faço parte de todos os fãs clubes, mas prefiro você Col. Sem maldade Luninha.


 


 Luna observou o corredor do avião, perguntando-se se um carrinho não podia “acidentalmente” atropelar Noelle e deixá-la incosciente pelo resto da viagem.


 


-E seu delineador Luna é o mais famoso de Londres, todo mundo quer um...


 


 ***


 


 Gina saiu do helicóptero e observou a mansão de trinta quartos. A construção mais impressionante que ela vira na vida.


 


-Tem uma empregada que vai vir duas vezes por semana, limpar e cuidar de tudo – Draco estava falando ao seu lado – Nos outros dias prometo que vou ajudar a cozinhar, ajudar em tudo.


 


-Não me inclua nisso! – Blaise protestou.


 


-Como é? – Star arqueou uma sobrancelha.


 


-Me inclua nisso! – Blaise sorriu – Foi isso que eu disse. Cara, olha o tamanho disso.


 


 Em silêncio, os quatro amigos ficaram parados. Olhando e olhando. Que manhã!


 


 ***


 


-Hei! – Freddie arregalou os olhos – Luna Lovegood e Colin Creevey acabaram de desembarcar – ele cutucou o outro amigo, também um repórter do Profeta Diário.


 


-Como é? – Oliver também arregalou os olhos – Meu Deus Freddie! Vai ser a matéria do ano. Os fugitivos estão de volta a Londres! Vou chamar reforços no Profeta. Vamos pegar esses dois e fazer dinheiro – os dois amigos riram. Mas que sorte!


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N/a - Perdão pela demora, mas foram duas semanas de prova (faço Direito) e perdi as contas de quantos livros li e quantos artigos decorei. Cap 46 postado, confesso que escrevi meio apressadamente, ontem mesmo, e não gostei muito do cap. Mas ele foi importante para o final da fic, agora falta o cap 47 e o 48. Já estou escrevendo, então não vou desaparecer.
Queria agradecer todos os comentários, de quem lê desde ou começo ou quem começou a gostar de Eurotrip agora. Espero q vcs gostem do cap meninassss

Adooooroooo vcs!!!!!!!!

beijinhussssssssssssssssssssssss

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