Luna e Colin



33º capitulo – Luna e Colin


 


 Luna andou pelo seu espaçoso quarto. O cabelo loiro balançava violentamente com o andar pesado. Ela estava cansada de Rony e das preocupações estúpidas dele com emprego, vida e essas coisas. Ela estava constantemente em segundo plano. Principalmente agora que o maravilhoso trio estava morando em um apartamento no centro de Londres.


 Pensou em Gina, Star e Colin. Todos vivendo suas vidas. Um brilho cruzou seus olhos azuis distraídos, e pela primeira vez na vida de Luna Lovegood não havia confusão neles. Porque ela sabia exatamente o que precisava fazer.


 


 ***


 


 Pegamos o trem na estação de Viena e passamos por Baden, Elseostadt, Wiener Neustadt e Ternitz. Nessa última cidade ficamos quinze dias. Arrumamos empregos temporários em um hotel, nossa especialidade agora. No dia vinte e quatro de fevereiro pegamos um trem novamente. Dessa vez as cidades foram Kapfenberg, Bruck e Graz. Mais uma cidade até a Hungria agora. O trem ficaria parado por um dia em Graz, até seguir viagem e alcançar a fronteira. Eu não contei para ninguém, mas tinha escolhido o trem que mais dava voltas. Veja bem, nós queríamos conhecer tudo. E pressa não combina com viagem de férias.


 


 ***


 


-Nós deveríamos demorar tanto para chegar na Hungria? – Star perguntou enquanto Blaise a ajudava a descer do trem. Eles estavam em Graz, ainda na Áustria.


 


-Esse trem para o tempo todo – Draco reclamou, pulando os degraus do trem e aterrissando na plataforma de madeira.


 


 Ele se virou para trás e sorriu ao ver Gina. Ela estava usando o cachecol cinza dele e parecia mais adorável do que nunca. Draco esperou que ela descesse dois degraus para colocar as mãos na cintura dela e erguê-la no ar.


 


-Você vai me derrubar! – ela riu enquanto Draco a girava.


 


-Não vou não – ele abaixou Gina devagar, beijando-a.


 


 O sol estava consideravelmente forte naquela manhã e os quatro usavam óculos de sol. Saíram da estação e pegaram um táxi para o centro, o lugar para se encontrar tudo, independendo do país. Vinte e quatro de fevereiro já, e eles ainda tinham tanto para ver.


 


 ***


 


-Senhorita Lovegood! – Rose chamou desesperada enquanto via a filha de seu chefe caminhar direto para a sala do pai – Você não pode entrar. Seu pai está em reunião.


 


-Oi Rose – Luna sorriu, doce e distraidamente – Não tem problema, eu espero.


 


 Luna sentou no estranho sofá roxo da sala de seu pai no imenso prédio do Pasquim. Xenofilius Lovegood era um homem definitivamente interessante e o melhor pai do mundo. Depois da formatura de sua pequena Luna ele decidiu que era hora de deixar a filha descansar um ano até escolher o que fazer da vida.


 Luna bem que insistiu em trabalhar no Pasquim, fazendo reportagens, mas Xenofilius não sabia se queria sua filha na máquina coorporativa das revistas e jornais.


 


-Você já pode entrar Luna – Rose sorriu e acompanhou Luna até a porta.


 


-Como vai docinho? – Xenofilius abraçou a filha – Acabei de ter uma reunião magnífica com um adorável grupo russo. Parece que o Pasquim está ganhando países.


 


-Que ótimo papai – Luna disse suavemente – Eu preciso falar com você.


 


-Pode falar – ele se sentou no sofá de camurça laranja e Luna o acompanhou.


 


-Eu estou entediada papai – ela murmurou – Meus amigos estão viajando e eu quero visitar a tia Tildyer.


 


-A terrível irmã mais velha de sua mãe – Xenofilius balançou a cabeça, arrepios percorrendo seu corpo quando lembrava daquela mulher – Se você faz tanta questão, o que posso fazer?


 


-Volto em uma semana papai – Luna levantou do sofá satisfeita – Já vou fazer as malas.


 


 Luna chegou na rua um minuto depois. Ela pegou um celular minúsculo no bolso da calça jeans e discou.


 


-Alô – alguém resmungou do outro lado – Seja lá quem for, estou dormindo.


 


-COLIN! – Luna gritou – Tenho novidades.


 


 ***


 


-Hora do almoço! – Blaise anunciou do nada, parando no meio da rua e olhando Gina – Sério, eu não agüento mais ver prédios e plantas e neve. Tenho fome.


 


-Somos dois – Draco concordou. Ele estava com o cabelo todo ajeitadinho porque depois de muito insistência de Gina e Star, Blaise e Draco tinham aceitado cortar o cabelo – Acho que eu vi uma lanchonete ou coisa assim não longe daqui.


 


-Mas Blaise – Star bufou – Nós nem vimos aquelas lojas.


 


-Depois Little – Draco riu para a cara feia de Star – Vem Foguinho, vamos achar a comida.


 


-Vamos FDB – Gina deu uma piscadinha pra ele – Já reparou que o frio está quase acabando?


 


-Nem me fala – ele fingiu um suspiro de sofrimento – Você não sabe o quão ansioso estou para te ver naquele shorts rosa escuro adorável que você usou em Mônaco.


 


-Pervertido! – ela deu um tapinha no braço dele.


 


 ***


 


 Daniel tateou o escuro até achar uma camiseta. Adrianna, Cher ou quem quer que fosse a garota ali, sequer se mexeu quando ele saiu do quarto. Agora que o casamento estava muito próximo, Daniel tinha adquirido o hábito de trair Corinne constantemente.


 Como presente de casamento do pai, ele acabou ganhando o apartamento no qual já estava morando para fugir de Corinne. Mesmo tendo adiado o casamento três vezes, Daniel ainda queria fugir sempre que acordava de manhã.


 


-Já vai! – ele gritou para a porta – Luna? – arregalou os olhos.


 


-Oi Dan – ela sorriu, ainda suave – Você sumiu.


 


-Pois...É – ele a encarou confuso – O que está fazendo aqui e como me achou?


 


-Não foi difícil, traidor – os suaves olhos azuis de Luna ficaram quase pretos de raiva – Eu sei o que você e a vaca traidora da Corinne fizeram com a Gina.


 


-Eu me arrependi – ele falou entediado.


 


-Bem, eu cuidarei de você depois – Luna tirou a varinha da bolsa e apontou para Daniel – Agora eu quero que você me diga absolutamente tudo o que sabe sobre Gina e a viagem dela. Sem mentiras.


 


 ***


 


 Colin desceu do táxi em uma calma rua de Atenas. Discretamente, andou até uma enorme pilastra branca. E desapareceu.


 


-Bem vindo ao Ministério da Magia da Grécia, em que posso ajudá-lo – uma mocinha sorriu tímida para o alto Colin.


 


-Oi – Colin abriu seu sorriso mais encantador. Sua máquina fotográfica estava estrategicamente pendurada no pescoço – Sou fotógrafo e preciso viajar com a máxima urgência.


 


 ***


 


 Naquela noite, já de volta ao trem, Gina foi para sua cabine se arrumar para jantar com Draco no vagão do restaurante. Star e Blaise tinham arrumado desculpinhas para sumirem até o dia seguinte.


 Pela primeira vez, ela se sentiu indo para um encontro. Prendeu o cabelo, soltou, tentou uma trança, tiara...Nada deu certo. Por fim, deixou normal mesmo. Se tivesse sua varinha teria feito alguma coisa legal, mas ela era só uma trouxa no momento.


 O trem se movia suavemente e ela mal sentia a viagem enquanto caminhava pelos vagões. Draco já estava sentado em uma mesa.


 


-Você está linda – ele sorriu para ela.


 


-Obrigada – Gina se sentou – Os dois não vem mesmo?


 


-Chambinho e Chambinha estão em missão – os dois riram juntos – Agora sério Gina – Draco se inclinou na mesa e segurou a mão dela – Eu quero te fazer uma pergunta.


 


-Draco! – ela o olhou, escandalizada. Depois começou a sussurrar – Não vai usar o truque do noivado de novo, vai?


 


-Por que parar com o que dá lucro? – ele deu de ombros suavemente, um sorriso reluzente ainda estampado no rosto – Agora finja que me ama.


 


 Não é preciso dizer que não foi difícil. E quando Draco mostrou a caixinha com o anel, e quando o garçom do trem apareceu com uma garrafa de vinho (eles não tinham champanhe) e todos bateram palmas...Bem, Gina quis que tudo aquilo fosse de verdade.


 


 ***


 


 Colin atravessou rapidamente a rua, fugindo da chuva forte que caia em Londres naquela noite. Seguindo as instruções de Luna ele, que para falar a verdade tinha se cansado de ficar fazendo nada na Grécia, voltou para a Inglaterra e foi para casa.


 Dennis, seu irmão, estava quase se formando, e seus pais ficaram maravilhados em vê-lo. Desde a formatura Colin estava perdido pelo mundo. Primeiro viajou, e tirou fotos incríveis. Com o material mandou currículos para todos os jornais e revistas do mundo bruxo. Quer dizer, para todos os do Reino Unido.


 Sua resposta tinha chegado há uma semana. Ele era o novo contratado do Profeta Diário, a partir de junho. Isso lhe deu mais alguns meses para não fazer nada. Era desesperador. Ficou algumas horas em casa, conversou com os pais e prometeu que mandaria cartas. Logo estaria em Londres novamente, e dessa vez por causa de um emprego. Isso realmente acalmou os pais dele.


 


-Táxi! – ele chamou e um enorme carro preto parou – Pode me levar até a estação King´s Cross?


 


 ***


 


-Ain Draco! – Gina deu uma cotovelada nele enquanto os dois se ajeitavam na pequena cama da cabine de Draco – Você bateu o braço na minha perna.


 


-Você está com roupas demais Ginevrinha... – ele murmurou no ouvido dela, tentando beijá-la. Gina desviou rapidamente.


 


-Seu pervertido.


 


 Draco riu e passou o braço sob a cabeça de Gina, acomodando-a contra o corpo dele. Por incrível que parece, naquela noite eles não estavam envolvidos pela tensão sexual, o que acabava sempre acontecendo. Depois do jantar e de todo o vinho a única coisa que Gina queria era dormir.


 Mas Draco insistiu para que fossem para a cabine dele e ela não conseguiu dizer não.


 


-Olha quanta estrela... – Gina suspirou.


 


-É porque na estrada não tem luzes, Ginevrinha Foguinho – Draco segurou a mão dela com sua mão livre.


 


-Você está parecendo o Blaise – Gina gargalhou – Sério!


 


-Hei, você já pensou no futuro? Pensou no que vai fazer quando formos embora disso? – Draco não queria ter perguntado, mas não podia evitar. Dependendo da resposta...Estavam todos os planos dele.


 


-Ah, sei lá – Gina riu – Brincadeira. Eu vou arrumar um emprego.


 


-Emprego? – Draco arqueou uma sobrancelha – Pensei que seu plano fosse se casar com um cara muito rico e virar madame.


 


-Então não seria eu – ela deu de ombros devagar, já que estava deitada e seriamente comprimida contra Draco – Só quero achar meu caminho e trilhá-lo. Algo assim. Posso até escrever um guia.


 


-Venderia, sem dúvida nenhuma – Draco sorriu. Ele tinha certeza de que Gina seria muito feliz.


 


 Só sabia que não seria com ele.


 


-Eu quero uma estrela cadente – ela resmungou – Em Hogwarts eu via dezenas de estrelas cadentes. Agora não vejo nenhuma.


 


-Se você nunca desistir vai ver.


 


 Gina o encarou, em silêncio. Que tipo de resposta era aquela? Seria um aviso de Draco? Ele estava se dizendo não confiável? Ou ela só estava sendo paranóica?


 Ignorando a sensação ruim que cresceu em seu peito, Gina beijou Draco.


 


 ***


 


 Luna andou apressada pela estação, empurrando pessoas por causa da pesada mochila que levava nas costas. Não demorou a ver Colin. Ele tinha crescido uns dez centímetros desde a última vez em que se viram, e nem fazia tanto tempo assim.


 


-Col! – ela chamou, começando a correr agora.


 


 O trem apitava alto e os alto falantes anunciavam a partida. Colin olhou ansioso para todos os lados, procurando Luna.


 


-Aqui seu loiro retardado! – Luna passou correndo por ele, agarrando a mão de Colin. Rindo, o garoto a acompanhou.


 


 Cinco minutos depois estavam acomodados em uma cabine. O trem começou a se movimentar. Colin guardou sua mochila e a de Luna no bagageiro e se sentou.


 


-Certo – ele respirou profundamente, estava cansado depois de atravessar a estação correndo – Me explique exatamente porque você me fez voltar para a Inglaterra só para me fazer ir ver sua insuportável tia Tildyer. Aquela mulher não me suporta.


 


-Você deixou a varinha em casa? – Luna perguntou e Colin confirmou – Então eu vou começar a te explicar tudo. Eu estava entediada, você sabe, e solteira agora que Rony e eu terminamos.


 


-Sei de tudo isso – Colin se acomodou no banco. Até a casa da tia de Luna, na Alemanha, seria uma longa viagem – E saiba que eu só vim porque estava entediado também.


 


-Bem, eu fiquei lendo as centenas de matérias sobre Gina e os outros, você sabe, o Profeta Diário continua escrevendo quase que diariamente sobre eles. Sem falar nos outros jornais e nas revistas – Luna entregou umas folhas para ele – E comecei a ligar as coisas. O Daniel deu algumas entrevistas e eu tive certeza absoluta que ele já tinha encontrado Gina.


 


-Por que?


 


-Daniel é orgulhoso e não aceitaria ser passado para trás, que é o que ele acha que aconteceu porque a Gin foi viver a vida dela – Luna deu uma risadinha – Eu o procurei hoje a tarde.


 


-Não gosto daquele cara – Colin resmungou – O que ele te disse?


 


-Mais do que eu imaginava. Ele contratou um cara para ficar na cola da Gina quando a viu em Zurique e os dois acabaram se encontrando na Alemanha. Gin o dispensou, claro, e Daniel acabou desistindo.


 


-Aquele crápula filho da mãe – Colin fechou o punho com força,.


 


-Pronto, história oficial sobre o que aconteceu com a Gina – e o sorriso que Luna deu naquele instante fez Colin ficar arrepiado – Agora você não sabe o que foi que Daniel descobriu quando falou com a Star e o Zabini?


 


-O Daniel falou com os dois?


 


-Ele foi no hotel e encontrou os dois. Isso foi antes de ver Gina e Draco, é Daniel os pegou no meio de um beijo. Daniel encurralou Star e Blaise e os dois confessaram.


 


-O que é tão grave? Qual o grande segredo de Star?


 


 ***


 


 Draco observou o céu ir clareando lentamente. Gina dormia ao lado dele, a cabeça encostada em seu braço. O trem não viajava muito rápido e por isso não mexia muito. Ele tentou contar os tons de azul que cobriam o céu, mas não conseguia se concentrar. Só podia pensar em Gina. E pensar e pensar.


 Ele ainda não conseguia entender a explosão de sentimentos dentro de seu peito, ele odiava essa explosão. A cabine do lado fez um barulhão, provavelmente alguém tinha derrubado alguma coisa. Star e Blaise, ele revirou os olhos.


 Os dois estavam escondendo alguma coisa desde Mônaco. Como se Draco fosse idiota o suficiente para não perceber nada.


 O trem deu uma leve sacudidia e Gina se mexeu. Draco a observou e sorriu. Ela estava adorável, mais que de costume.


 


 ***


 


-Sério! – Colin arregalou os olhos e riu. Riu não, gargalhou – Bem...Isso é muito interessante mesmo. Como é que o Daniel está ficando com a boca fechada?


 


-Star disse que conta para a Corinne que ele foi atrás da Gina, e você sabe como o pai do Daniel é – Luna deu de ombros, depois lançou um sorrisinho para Colin – E eu, é lógico, lancei um bom feitiço de memória nele assim que sai. Fui para casa, arrumei minhas coisas e vim pra estação.


 


-Luninha rebelde. Você sabe que vai ser mais chato ainda ficar na sua tia, não sabe?


 


-E você é muito lerdinho Col. Realmente acha que eu vou para a Alemanha? Estou é com saudades das minhas amigas e só posso resolver isso de uma forma: Indo atrás delas – Luna piscou, Colin olhou chocado para ela – Isso mesmo Colin. Nós também vamos ter nossa Eurotrip.


N/A - Calma, não me matem. O cap 34 chega hoje ou amanhã. Eu preciso corrigir os erros e agora não vai dar tempo. E se vcs comentarem bastante, os caps 35 e 36 vêm juntos tb.
Muito obrigada todas as meninas da Campanha Posta Lali e todos os outros comentários lindos que vcs colocam aqui. Sério, eu jamais pensei que fosse passar a madrugada pesquisando mapas e cidades. Mas a responsabilidade está grande e eu quero deixar tudo perfeito pra vcs.

 SIm, todos os lugares e cidades realmente existem.
 Então é isso. Não se esqueçam de comentar e espero q gostem do cap, pq, afinal, eu escrevo pra vcs.

beijinhussssssssssssssssssss

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