Epílogo



Epílogo




Sete anos depois...


Os dias ficaram mais frios e vazios por um longo tempo. A morte de Draco Malfoy e Virginia Potter virou notícia. A principal manchete era: Amantes.


Harry Potter, o eleito, o menino-que-sobreviveu, o garoto da profecia, o homem que destruiu Voldemort, fora internado no St. Mungus e ainda estava lá. Não falava com ninguém, não reconhecia ninguém, nem mesmo os seus próprios filhos.


Seu olhar arrependido mantinha-se fixado apenas no horizonte.


As estações passaram longas e cansativas para Lily, Alvo e James. Perderam os pais de uma só vez e a dor que sentiam era irreversível. Sentiam ódio de Harry, por ter assassinado Gina a sangue frio. Sentiam saudades dos cabelos ruivos e do sorriso cansado e amoroso da mãe. Não entendiam o porquê da morte dela. Eles eram o casal perfeito.


Os dias viraram semanas, semanas viraram meses e então, num dia como outro qualquer, Lily absorta de dor, resolveu visitar o túmulo de sua mãe pela primeira vez em sua vida, primeira e última vez, deixaria Londres e tudo ligado ao sofrimento que sentia.


Seus passos eram sorrateiros e as lágrimas teimavam em cair, antes mesmo de chegar ao túmulo.


Respirou pesadamente, alisando seu sobretudo negro de veludo, abotoado até o pescoço, que terminava em seus joelhos, deixando amostra suas pernas cobertas por uma meia-fina negra, calçando sapatilhas. Sabia que algo a esperava. Podia sentir isso a metros de distancia. Seu coração se comprimia a cada passo que dava, e não sabia se seria forte o suficiente.


Parou dando um longo suspiro. Fechou os olhos antes de encarar sua lápide. Quando os abriu, sorriu fracamente. Ela estava ali. Sua foto dentro de um porta-retratos com bordas de ouro acima do túmulo. Na foto ela sorria, enquanto acenava. Lágrimas inundaram novamente seus olhos ao lembrar-se do sorriso amoroso que ela dava para si quando pequena, tentando transmitir segurança.


Seu olhar percorreu a lápide ao lado que mantinha a foto preta e branca de um loiro, tremendamente parecido com Scorpius Malfoy. Era Draco Malfoy. Pai de Scorpius. Não entendia o porquê o túmulo dos dois estarem longe dos de suas família e logo lado a lado. Há anos atrás sentia repulsa mortal pelo homem. Era um ultraje colocar a lápide dos dois, postas vizinhas.


Sua respiração falhou, quando seus olhos leram à caligrafia marcada na lápide. Foi quando ela entendeu tudo. E não pode deixar de chorar. Leu as escrituras, levando as mãos à boca.


“Virgínia Weasley Potter”.


11 de Agosto de 1981 a 25 de Dezembro de 2017.


Aqui jaz uma boa mãe e eterna amante.


“Draco Lucius Malfoy”.


05 de junho de 1980 a 25 de Dezembro de 2017.


Aqui jaz um bom pai e eterno amante.


Ajoelhou-se para que pudesse ler melhor as escritas minúsculas em ouro no final da lápide de sua mãe. Retirou as rosas negras e murchas, limpou a poeira que ali jazia por anos e leu, sentindo lágrimas deslizarem descontroladas por sua face.


Apenas um dia para amar...”


Agora Lily entendia. Sua mãe não amava Harry, amava Draco e seu amor era correspondido. Várias vezes agira imatura, julgando Scorpius de ser filho de um assassino. Julgando Draco, achando que ele havia matado sua própria mãe. Mas ele não seria capaz disso, ele apenas a amou. Amou intensamente de maneira pura, amou como única mulher que teve em seus braços sem pensar duas vezes, amou por ela ter sido a única mulher a fazê-lo feliz. A verdade se estampava na frente de seus olhos.


“Eu estou aqui...” Escutou uma voz masculina atrás de si e passos aproximando-se.


Lily levantou-se, e limpou novamente as lágrimas, secando sua face com sua mão enluvada.


“Eu sei, Scorpius...” Entrelaçou sua mão direita a dele, e permaneceu encarando as lápides, com os olhos marejados.


Virginia Weasley e Draco Malfoy viveram uma história. Uma história de uma época, uma história de um lugar, uma história sobre pessoas. Mas acima de tudo uma história de amor. Um amor que, Lily, assim como todos os outros, sabia no fundo que viveria para sempre.


"O tempo é muito lento para os que esperam,


Muito rápido para os que têm medo,


Muito longo para os que lamentam,


Muito curto para os que festejam.


Mas, para os que amam, o tempo é eterno...”


“Tarde demais o conheci, por fim; cedo demais, sem conhecê-lo, amei-o.”


William Shakespeare.


FIM


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Comentários (1)

  • LauraK

    Cara eu tipo que me deterretendo em lagrimas desde do começo dessa fic, to chorando de soluçar muito' parabéns pela fic, está incrível, de verdade, você me arrancou lagrimas muito profundas, a dor da perda tanto da vida de amantes, quanto dos pais bateu em mim e doeu só de ler suas palavras, parabéns novamente.. e obrigada pela história incrivel.

    2013-01-27
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