Sem Rumo



Capitulo Seis – Sem rumo








Hermione levou a amiga para casa, preparou-lhe o jantar e esperou até que ela estivesse semi-adormecida. Fora uma noite fácil, comparada a anterior, mas principalmente por estar exausta demais, não se deixando torturar por pensamentos, evitando ser tomada por tudo que vem acontecendo. Simplesmente dormiu. E Hermione estava de volta na manhã seguinte, bem cedo, com morangos frescos, um exemplar do Jornal matinal, como se aquilo ainda tivesse importância.

- Moça, o que eu faria sem você? – comentou Gina.

- Dormiria até mais tarde, provavelmente. Mas eu estava acordada, portanto achei que devia vir até cá.

A ruiva sacudiu a cabeça e abraçou a amiga, enquanto ela servia xícaras de chá. Ia ser uma parada e tanto tudo que estava para vir, e Hermione era um presente dos deuses. Ainda faltavam vinte e sete dias para ser dada a sentença, e só Deus seria capaz de saber o que aconteceria depois.
Ela também precisava pensar na loja, mas não se sentia pronta para isso. Foi levando em frente com telefonemas, cada vez mais raros, e uma grande dose de fé em Kasuco. Hermione fez com que Gina a acompanhasse ao cabeleireiro, mais para ficar de olho na amiga, do que coisa qualquer.

Gina podia ver Harry apenas duas vezes por semana, e a falta de objetivo que sua vida apresentava nesse período, era assustadora. Começava a dizer coisas e depois as esquecia, tirava objetos da bolsa e depois se perguntava o motivo pelo qual os pegara, escutava Hermione falar e olhava através dela, como se não a pudesse ver ou ouvir. Não fazia muito sentido. Parecia, e sentia-se, como uma criança perdida longe de casa agarrando-se dose e desperadamente a uma nova mãe; Hermione. Sem Harry, no entanto, nada fazia sentido, muito menos viver. E a falta de contato, fazia com que a tarefa de lembrar a se mesma que ele existia, se tornasse cada vez mais complicada. Hermione, estava apenas tentando mantê-la à tona até a próxima vez em que pudesse vê-lo.
Havia saído um pequeno artigo, na última página do jornal, no dia seguinte ao veredicto. Mas ninguém tinha telefonado, somente dois amigos que tinham testemunhado a favor de Harry no tribunal, ambos estavam chocados com a notícia. Hermione atendeu os telefonemas e Gina escreveu uma carta para cada um deles, pois não queria falar com ninguém agora.

Na segunda-feira voltou ao trabalho, Vivian e Kasuco estavam muito discretas. Kasuco tinha visto o artigo, mas não o mencionara ao telefone. Quisera esperar até poder dizer qualquer coisa para Gina em pessoa. E soubera, pela voz ao telefone, que Gina não queria que elas soubessem. Foi um momento doloroso quando a patroa, junto a Hermione, entrou na loja. Leu-se prontamente nos rostos de suas funcionárias que elas já sabiam. Vivian já tinha lagrimas nos olhos quando Gina a abraçou junto a Kasuco.
Agora as duas moças sabiam por que Vacchi tinha vindo à loja, por que Gina estava tão desesperada. Finalmente compreendiam.

- Gi, podemos fazer alguma coisa? - Katuco falou em nome das duas.

- Só uma coisa – pediu Gina -, não falem sobre isso de agora em diante. Não há nada mais que eu possa dizer. Falar não mais ajuda.

- Como está o Harry? – perguntou Kazuco preocupada.

- Sobrevivendo. É o melhor que se pode dizer – confessou Gina.

- Tem alguma idéia do que vai acontecer? – tornou a perguntou

Gina sacudiu a cabeça em negação e sentou-se, quietamente, na cadeira de sempre.

- Neca. Nenhuma idéia. Isso responde às perguntas de todas? - Olhou para o rosto das duas mulheres, já se sentia cansada.

- Precisa de alguma ajuda em casa, Gi? - Vivian finalmente se manifestara, com carinho e preocupação. - Deve estar muito sozinha. E não moro longe.
- Obrigada, querida. Se precisar, eu falo. - Deu um apertozinhono braço da moça enquanto se dirigia para o escritório, com Hermione grudada em seus calcanhares.

A última coisa que queria era passar noites com Vivian cheia de comiseração. Seria pior do que os terrores de ficar sozinha. Virou-se à porta do escritório com uma expressão séria no rosto:
- Só uma coisa. Não vou estar muito por aqui nas próximas semanas, tenho coisas a fazer para o Harry, pessoas a procurar para falar sobre a sentença e um monte de coisas com que me preocupar. Virei para cá sempre que puder, mas vocês duas podem ir tentando levar o barco para mim, como têm feito. Tá legal? - Kasuco bateu continência e Gina sorriu. - Duas birutas. É bom estar de volta.

- E se eu der uma mãozinha? – falou Hermione, que a olhava com interesse, enquanto se sentava.

- Para dizer a verdade, preciso mais de você em todo canto, exceto a loja. Kas tem isso aqui sob controle. O problema verdadeiro sou eu. Manhãs, começos de noite, fins de noite... sabe como é.

Hermione realmente sabia. Tinha visto o rosto da amiga às oito e meia da manhã, tinha ouvido a sua voz as duas da madrugada. Contavam perfeitamente a história do que eram suas noites. O terror de que o dia não chegasse mais. Que Harry jamais voltasse para casa. Que o mundo a engolisse e não a cuspisse mais para fora. Que Vacchi arrombasse a sua porta e a estuprasse. Temores reais, e temores irreais, demônios da sua própria criação e homens que não eram dignos desse nome... Todos emaranhados na sua mente.

- Tem idéia de quando vai estar livre do trabalho? – perguntou Hermione. - Virei buscá-la. Podemos jantar hoje na minha casa, se estiver disposta.

- Você é boa demais para mim.

E era espantoso, levando-se em conta o pouco tempo que se conheciam, mas Hermione sabia como era sentir uma perda, mesmo que a da amiga não fosse definitiva como a sua foi. Tinha um profundo respeito por aquilo pelo que Gina estava passando.






A maioria dos esforços de Gina, concentrava-se na sentença do Harry. Duas vezes foi ver o funcionário encarregado dos casos de sursis, o mesmo que fora destacado para o caso do marido, e não deixava Dumbledore em paz, dia e noite.
O que estava fazendo? O que pretendia fazer? Já falara com o funcionário destacado para o caso do Harry? Quais eram as impressões do sujeito? Será que Dumbledore deveria falar com os seus superiores? Ela foi até mesmo falar com o juiz, certo dia, na hora do almoço. Ele foi compreensivo, mas não queria ser pressionado quanto à sentença. Gina teve a impressão distinta que, tivesse sido um pouco menos refinada, o juiz teria sido um pouco simpático na sua recepção. Mesmo assim, não foi exageradamente gentil. Também coletou cartas de diversos amigos discretos, atestando o bom caráter de Harry. Conseguiu até mesmo uma carta do sócio dele, esperando demonstrar que Harry tinha que estar livre para completar o seu trabalho na empresa, e que a ida para a prisão destruiria a sua carreira.

O Dia de Ação de Graças veio e se foi, como outro dia qualquer. Ou pelo menos Gina tentou se assegurar de que fosse assim. Tratou-o como qualquer outro dia em que não estivesse trabalhando. Não se permitiu pensar em Dias de Ação de Graças do passado. Recusou-se a deixar que fosse festivo, de qualquer maneira. Aquilo seria demais para ela. Passou o dia com Hermione, e Harry passou na cadeia. Não era permitido visitas na cadeia municipal, naquele dia. Ele comeu sanduíches de galinha com gosto azedo e leu uma carta de Gina. Ela comeu filés com Hermione.
A amiga fez tudo para ignorar o feriado, nesse ano, chegando a sacrificar um fim de semana prolongado na estância da mãe. Mas o sacrifício valeu a pena, estava preocupada com Gina, que agora sempre parecia estar atordoada, parando e se sobressaltando, com os nervos à flor da pele, num extremo ou no outro: entorpecida e cheia de pílulas ou agitadíssima por causa do excesso de café.Trabalhava dia e noite. Resolvendo o que fazer em prol da sentença, e subitamente derramando a sua energia na Lady G, como não o fazia há anos.

Recomeçou a trabalhar aos sábados. Em casa fazia qualquer coisa, tudo - limpou o porão, ajeitou a garagem, arrumou todos os seus armários, botou o escritório em ordem - tentando não pensar. E quem sabe, se ela fizesse tudo com perfeição, quem sabe no fim do mês, ele viria para casa? Quem sabe, eles lhe dariam o sursis, quem sabe...
Ela se movia como um pé-de-vento, mas tinha que fazê-lo; o martelar da sua mente a estava ensurdecendo. Havia medo constante, não escapava dele nunca. Um terror puro, cru, interminável, para além das proporções humanas. Mas ela não era mais humana, mal comia, pouco dormia. Não se permitia sentir, não ousava ser humana. Os seres humanos se despedaçavam. E isso era o que ela mais temia. Despedaçar-se, depois se torna incapaz de reunir os pedaços.
Harry sabia disso, mas agora não podia impedir. Não podia tocá-la, abraçá-la, senti-la, fazê-la sentir. Não podia fazer nada exceto olhar para ela através de um vidro e falar pelo telefone da cadeia, enquanto ela mexia, nervosa, no fio e ficava abrindo e fechando os brincos, distraidamente. Ele continuava com uma aparência cada vez pior – sem se barbear, sem se lavar, mal alimentado, e com olheiras escuras que pareciam cada vez mais sempre que ela o via.

- Você não dorme aqui? – perguntou com a voz diferente, mais alta, estridente e assustada que antes.

O moreno tinha pena da esposa, mas não podia ajudá-la agora. Ambos sabiam disso, e ele se perguntava quanto tempo ela ia levar para odiá-lo por tudo. Por ter-lhe falhado. Ele vivia apavorado, pensando que poderia chegar um dia, em que não pudesse mais manter o bicho-papão longe dela, e então Gina se viraria contra ele. Ela sempre esperou muito dele, porque precisava tanto dele como dela mesma.

- Durmo de vez em quando. - Tentou sorrir, tentou não pensar. - E quanto a você? Parece que estou vendo muita maquilagem debaixo dos seus olhos, amor, estou certo?
- E quando está errado? – ela sorriu de volta, dando os ombros e mexendo em seus novos brincos.

Gina havia perdido cinco quilos e meio, mas estava dormindo um pouco melhor, porém que não parecia. As novas pílulas vermelhas a estavam ajudando. Eram melhores do que as amarelas, ou mesmo azuizinhas, que Hermione permitira que tomasse depois. Eram do mesmo tipo, mas bem mais forte que as anteriores. Já as vermelhas eram outra história. Não discutiu o assunto com Harry. Ele iria...criar caso, Gina era cuidadosa, mas as pílulas eram a melhor parte do seu dia. Os dois momentos luminosos com o Harry eram as únicas partes suportáveis da semana, e entre um e outro ela tinha que passar os dias. As pílulas faziam isso por ela. E Hermione as distribuía de uma em uma, recusando-se a deixar o vidro com ela.
Harry teria ficado desesperado se soubesse.Ela lhe prometera, somente depois da morte de família, nada mais de pílulas. Passara a noite toda ao lado da esposa, enquanto faziam a lavagem estomacal, logo que pôde ela prometera. Pensava nisso, às vezes, quando olhava as pílulas, mas tinha que tomá-las, tinha mesmo, ou morria de qualquer forma. Preocupava-se com ações involuntárias como saltar da janela, mesmo sem querer. Com demoniozinhos agarrando e forçando-a a fazer coisas que não queria. Não podia mais conversar com os fregueses na loja. Ficava na parte fundos, tinha medo do que diria, não estava mais no controle. Não tinha controle de nada. Gina não estava mais no seu banco de motorista, ninguém estava.


As quatro semanas entre o veredicto e a sentença arrastaram-se como um pesadelo permanente, mas o dia da sentença finalmente chegou. O pedido de sursis foi ouvido pelo juiz, e desta vez Gina estava ao lado de Harry, enquanto esperavam. Contudo, agora era menos assustador. Ela ficava tocando a mão dele, no seu rosto, era a primeira vez num mês, que o tocava. Não cheirava bem, e tinha as unhas compridas. Tinham lhe dado um barbeador elétrico na cadeia, e ele arrebentara o seu rosto, mas era Harry. Era, finalmente, um toque familiar num mundo que se tornara completamente estranho para ela. Agora podia ficar a seu lado, ser dele. Quase se esqueceu da seriedade da sentenciação, porém, as formalidades do tribunal a trouxeram de volta. O meirinho, o estenógrafo, a bandeira. Era a mesma sala, o mesmo juiz, e tudo era muito real agora.

Não foi concedido o sursis a Harry, o juiz achava que as acusações eram sérias demais. E Dumbledore explicou, mais tarde que, com o clima político como estava, o juiz não poderia mesmo ter feito outra coisa. Harry recebeu uma sentença de quatro anos de prisão no presídio estadual, e teria que cumprir pelo menos um quarto da sentença mínima: um ano.
O meirinho o levou embora, e desta vez, Gina não chorou.


Três dias mais tarde, Harry foi transferido da cadeia municipal, para o presídio estadual. Ele foi, como todos os prisioneiros homens, para as Instalações Médicas para “avaliação”.
Gina foi até lá dois dias depois, com Hermione, no Mercedes preto de Harry, com duas pílulas amarelas no bucho. A amiga falou que essas seriam as últimas que lhe daria, mas sempre dizia isso, Hermione tinha pena dela.

Exceto pela torre com a metralhadora espiando por cima do portão principal e o detector de metais, que as revistou em busca de armas, a prisão parecia inócua. Do lado de dentro, uma loja de presentes vendia artigos feios feitos na prisão e a mesa de recepção que bem poderia ser a entrada de um hospital. Tudo era vidro, cromado e linóleo. Mas, do lado de fora, parecia uma garagem moderna para pessoas.
Elas pediram para ver Harry, preencheram vários formulários e foram convidadas a sentar na sala de espera ou passear pelo saguão. Dez minutos mais tarde um guarda apareceu para destrancar porta, que dava para um pátio interno. Instruiu-as para que atravessem o pátio e entrassem por outra porta, que encontrariam destrancada.
Os presidiários no pátio usavam jeans, camisetas e uma variedade de calçados, desde botas até tênis, o que Hermione alçou uma sobrancelha para Gina. Não parecia uma prisão, todos estavam despreocupadamente mexendo em máquinas automáticas para a venda de refrigerantes ou conversando com namoradas. Parecia uma escola secundária na hora do recreio, com a exceção ocasional de um rosto sóbrio ou de uma mãe com olhos cheios d’água .
O que viu deu alguma esperança a Gina. Poderia visitar Harry no pátio, poderia tocá-lo de novo, rir, ficarem de mãos dadas. Era uma loucura estar regredindo até isso depois de sete anos de casados, mas seria uma melhoria da situação de “cachorrinho-na-vitrine”, das visitas na cadeia municipal.

Infelizmente, não havia melhoria, ainda faltavam meses para Harry poder receber visitas no pátio, se é que ele ia ficar naquele presídio mesmo, afinal de contas. Sempre havia outra penitenciaria para causar-lhes preocupação. Qualquer coisa era possível, e por enquanto, tinham que se contentar de novo com mais visitas através do uma vidraça e falar pelo telefone. Gina sentia ímpetos de jogar o fone pela vidraça, destroçando-a, enquanto tentava sorrir para ele. Ansiava pelo toque do sou rosto, o contacto dos seus braços, o cheiro do seu cabelo. E ao invés disso, só o que tinha nas mãos era um telefone do plástico azul. Ao lado dela havia um cor-de-rosa, mais adiante um amarelo. Alguém com senso de humor, instalara telefones estilo princesa em tons pastéis por toda a sala de visitas. Como um berçário, com a janela de vidro. E os presos podiam conversar com os queridos bebês pelo telefone. O que ela precisava era do marido, não alguém para bater papo ao telefone.

Mas ele parecia melhor. Mais magro, mas limpo, pelo menos. Até mesmo fizera a barba, na esperança de uma visita. Começaram a contar algumas das suas piadas antigas, e Hermione partilhava o telefone com Gina, de vez em quando. Era tudo tão estranho, sentados ali, batendo papo com uma parede de vidro a separar as duas mulheres e Harry. A tensão era evidente nos olhos dele, e o humor das suas brincadeiras tinha sempre uma ponta de amargura..

- Mas que harém. Para um estuprador - riu nervosamente da própria piada de mau gosto.

- Quem sabe vão pensar que você é um cafetão – falou Gina.

A risada deles era áspera e cortante. A realidade era que ele estava ali, por pelo menos por um ano. Gina se perguntava quanto tempo ela agüentaria, mas talvez fosse preciso, talvez os dois não precisassem agüentar. Queria falar com ele a respeito do recurso.

- Falou com o Dumbledore sobre isso?

- Falei. E não vai haver nenhum recurso - ele respondeu-lhe solenemente, mas com certeza na voz.

- O quê? - a voz de Gina ficou subitamente estridente.

- Você me ouviu. Sei o que estou fazendo. Nada mudaria de uma segunda vez. Dumbledore pensa do mesmo jeito. Por mais cinco ou dez mil libras, gastaríamos mais sem que eu possa ajudar nos gastos, e quando chegasse à hora do segundo julgamento, não teríamos nada de diferente para dizer. As suspeitas que temos sobre o marido dela são inadmissíveis com as provas frágeis de que dispomos. Só o que temos é uma foto antiga e um bocado de idéias extravagantes. Ninguém quer testemunhar. Não temos nada em que nos agarrar, exceto uma esperança cega. Fizemos isso uma vez, mas não tínhamos escolha, não vamos passar por aquilo de novo. Um novo julgamento teria exatamente o mesmo resultado, e só faria aquela gente ficar com raiva. Dumbledore acha que para mim é melhor passar por isto aqui, ser um bom sujeito, e eles provavelmente me darão logo a liberdade condicional. De qualquer forma, já tomei a minha decisão e estou certo.

- Quem diz que você está certo, droga, e por que ninguém me consultou?

- Porque estamos a “Mando da minha pena aqui”, não da sua. A decisão é minha.

- Mas afeta a minha vida, também – Gina falou com os olhos cheios de lagrimas.

Queria um recurso, nova chance, alguma coisa, qualquer coisa. Não podia aceitar ficar esperando até que ele obtivesse livramento condicional. Falavam-se em modificar as leis para se ter uma sentença determinada, mas quem tinha tempo de esperar por isso? E mesmo então, Dumbledore dissera certa vez que Harry poderia ter que cumprir dois anos de pena. Dois anos? Jesus! Como sobreviveria? Mal podia falar enquanto segurava o telefone.

- Gi, confie em mim – pediu Harry-. Tem que ser assim. Não há razão para o recurso.

- Podíamos gastar tudo o que temos se for necessário, vender a boutique, a casa, sei lá, qualquer coisa.

- E poderíamos perder de novo. E daí? Vamos cerrar os dentes e acabar com isso. Por favor, Gina, por favor, por favor, tente. Não posso fazer nada por você no momento, exceto amá-la. Você tem que ser forte. Não vai ser por muito tempo, provavelmente não será mais do que um ano – Harry falava tentando parecer animado, pelo bem dela.

- E se for mais de um ano?

- Vamos nos preocupar com isso na hora.

Como resposta, as lágrimas escorreram pelo rosto dela. Como podiam ter decidido isso sem consultá-la? E por que não estavam dispostos a tentar de novo? Talvez pudessem vencer... talvez... Ergueu os olhos e deparou com Harry trocando um olhar com Hermione o balançando a cabeça.

- Meu bem, você precisa reagir – pediu o marido.

- Para que?

- Por mim.

- Estou bem – Harry sacudiu a cabeça e olhou para ela:

- Quem me dera estivesse. - Graças a Deus, ela tinha Hermione.

Continuaram a conversar por algum tempo, sobre os outros homens que estavam lá, sobre alguns testes que ele tivera que fazer, sobre as suas esperanças de ser mantido ali, ao invés de ser enviado para outra prisão. Essa pelo menos parecia civilizada, e ele esperava poder trabalhar no novo modelo de carro que estava fazendo depois de estar ali por algum tempo, e ter se acalmado.
Gina disse a si mesma que se sentiu melhor por ver que ele ainda estava interessado no novo modelo de carro. Pelo menos ainda estava vivo mental e espiritualmente. No entanto, descobriu não lhe importava, não de verdade. E quanto a ela?
Depois da explosão por causa do recurso, sentiu-se ainda mais só. Tentou bombear um pouco de vida para o seu sorriso, mas doía tanto não ser capaz de estender as mãos para ele, ou ficar nos seus braços.

Harry observou o rosto da mulher por um longo momento, e desejou apenas poder tocá-la. Até mesmo ele não encontrava mais palavras, e caíam em períodos de silêncio.

- Como vai indo a loja?

- Tudo bem. Ótimo, na verdade. Os negócios estão a todo vapor.

Mas era mentira, os negócios estavam longe de ir a todo vapor. Nunca estiveram piores, em todos os anos, desde que abrira a Lady G. Mas o que poderia dizer-lhe, o que havia para ser dito sem verbalizar recriminações angustiantes, e acusações, e gritos de ultraje e desespero? O que sobrava?
Sempre havia a verdade que os negócios estavam na pior e que ele devia estar em casa trabalhando para ajudar a pagar as contas... A verdade que ele não devia estar na prisão... A verdade que ele estava com uma cara terrível e que o seu corte de cabelo fazia com que parecesse velho e cansado... A verdade que ela até mesmo se preocupava, agora, que ele fosse de tornar homossexual na cadeia, ou pior, que alguém o matasse... A verdade que ela não sabia mais o que fazer e tinha medo de não sobreviver às noites... A verdade que ela tinha vontade de morrer... A verdade que ele nunca deveria ter trepado com Margaret Sophie!... A verdade que ele era um filho da puta, e que ela estava começando a odiá-lo porque ele não estava mais lá... ele se fora. Mas ela não podia lhe dizer a verdade, havia verdade demais agora e sabia que aquilo o mataria.
Ele estava falando de novo; ela precisava erguer os olhos e prestar atenção.

- Gin, quero que faça uma coisa para mim quando for para casa hoje. Tire xerox dos esboços do novo modelo, ponha a cópia no banco e me mande o original. Estou conseguindo permissão especial para trabalhar nele, e quando o desenho chegar aqui eu já estarei com a papelada pronta deste lado. Mas não se esqueça, tente mandá-lo mim ainda hoje.

O verão estava de novo nos olhos dele enquanto falava, mas Hermione ficou intrigada com a expressão da fisionomia de Gina. Ela estava atônita, ele acabara de ser condenado à prisão e estava se preocupando com o seu novo modelo de carro?
A visita foi encerrada depois de pouco mais de uma hora. Houve um monte de adeuses atropelados ao telefone, despedidas animadas de Hermione, uns últimos abraços verbais de Harry e um momento de pânico que Gina pensou que iria cerrar-lhe a garganta. Não podia nem mesmo dar-lhe um beijo de despedida. Mas e se precisasse abraçá-lo? Será que eles não entendiam que tudo que possuía no mundo era o Harry? E se...
Ficou olhando-o se afastava devagar, relutando em ir embora, mas ostentando um grande sorriso juvenil, enquanto ela também tentava sorrir. Porém, agora Gina estava funcionando com o tanque vazio, e secretamente estava satisfeita porque a visita terminara. Agora, cada vez mais, custava-lhe vê-lo, era mais duro aqui do que fora na cadeia municipal. Tinha vontade de quebrar o vidro com um murro, de gritar, de... qualquer coisa, mas deu-lhe um último sorriso, e acompanhou Hemione de volta ao carro, atordoada.

- Tem mais alguma daquelas pilulazinhas mágicas – perguntou, em brincadeira, para a amiga -, fada madrinha?

- Não, não tenho. Não as trouxe.

Hermione não disse mais nada, mas tocou-lhe o braço meigamente e deu-lhe um abraço antes de destrancar o carro. Não havia mais nada que pudesse dizer e ela deixou à Gina a dignidade de não enxergar as suas lágrimas, enquanto rodavam em silêncio para casa, o rádio tocando baixinho entre elas.

- Quer que eu a deixe em casa, para você poder relaxar um pouco?

Sorriu enquanto davam uma parada onde a auto-estrada as devolvia para o tráfego da cidade. Duas quadras depois passaram pelo Euros.

- Neca. E foi aí que tudo começou – comentou olhando para o restaurante.

- O quê?

Hermione não tinha notado, e se virou para ver Gina fitando as mesas amontoadas na calçada sob os aquecedores. Agora fazia frio, mas umas poucas almas corajosas ainda se sentavam do lado de fora.

- No Euros. Foi ai que ele a conheceu. O que será que ela estará fazendo? – falou quase sonhadoramente, no seu rosto havia um ar atormentado.

- Gi, não pense nisso – aconselhou Hermione.

- Por que não?

- Porque não há motivo para isso. Acabou. Agora você tem que olhar para adiante, para outra extremidade. Você tem que continuar atravessando o túnel, e antes que perceba...

- Ora, merda! Você faz parecer como se fosse um conto de fadas, puxa vida! Como é que você acha que a gente se sente olhando para o marido através de uma janela de vidro, sem poder tocá-lo, ou... é, Deus. Desculpe, não agüento, Hermione, não aceito, não quero isso acontecendo com a minha vida, não quero ficar sozinha.. Preciso dele – disso por ultimo quase sem voz, com a garganta grossa de lágrimas.

- E ainda o tem, de todas as maneiras que importam. Está bem, ele está atrás de um vidro, mas não vai ficar lá para sempre. O que você acha que senti quando olhei para meu marido naquela caixa fedorenta? Ele jamais iria falar comigo de novo, me abraçar, precisar de mim de novo, me amar novamente. Jamais, Gina, jamais. Com você e o Harry é apenas um intervalo. A única coisa que você não tem é a presença dele em casa todas as noites, mas tem todo o resto.

Mas era isso o que ela precisava! A presença dele. E que “resto” havia? Não conseguia se lembrar mais. Havia um “resto”? Tinha havido, alguma, vez?

- E tem que parar de tomar essas pílulas, Gina – o tom de voz, quando Hermione falou, trouxe-a de volta. Já estavam a poucos quarteirões de sua casa.

- Por quê? Não fazem nenhum mal. Só... só ajudam, nada mais.

- Daqui a pouco não vão ajudar. Só a deprimirão mais, ao que você já não entrou nessa. E se não tomar cuidado vai ficar dependente delas, o que vai ser um problema de verdade. Eu fiquei, e foi uma coisa para me livrar do vício. Passei semanas na estância da mamãe tentando me libertar sozinha. Faça a si mesma um favor... desista delas agora.

Gina, porém, ignorou a sugestão e tirou um pente da bolsa.

- É. Talvez eu vá direto para a loja.

- Por que não passa pelo menos cinco minutos em casa se descontrair um pouco? Que tal lhe parece?

Nojento! Doloroso!

- Está bem. Se você vier tomar um café comigo. - Não queria ficar sozinha ali. - Tenho que pegar os esboços do Harry e tirar o xerox que ele pediu. Quer recomeçar a trabalhar.

Hermione pode notar o tom de voz tenso. Será que estava com ciúme? Parecia quase impossível, mas hoje em dia, qualquer coisa era possível com Gina.

- Pelo menos vão permitir que ele trabalhe no desenho.

- Aparentemente – falou Gina dando os ombros, enquanto a amiga dobrava na entrada de automóveis.

- Vai lhe fazer bem - Gina deu de ombros de novo e saltou.

Havia um ar de leve desordem no corredor da frente, de jaquetas e casacos experimentados e postos de lado antes da sua visita a Harry pela manhã. Hermione notou os casacos de Harry empurrados para um dos cantos do armário, e a bagunça predominantemente feminina aqui e ali, agora. Ele estava fora há apenas cinco semanas, no entanto estava começando a parecer uma casa de mulher. Perguntou-se se Gina teria notado a mudança.

- Café ou chá?

- Café, obrigada. - Hermione sorriu e se acomodou numa cadeira para espiar a paisagem. - Precisa de ajuda? - Gina sacudiu a cabeça e Hermione tentou relaxar. Era difícil estar com Gina agora. Era óbvio que havia tanta dor, e tão pouco que se pudesse fazer para ajudar; excerto estar presente. - O que vai fazer no Natal?

Gina apareceu com duas xícaras floridas e deu uma risada

- Quem sabe? Talvez este ano eu me enforque, ao invés de pendurar as meias.

- Gina, não tem graça.

- E alguma coisa tem? - Hermione soltou um suspiro profundo e largou a xícara que Gina lhe dera.

- Você tem que parar de sentir pena de si mesma. De alguma forma, em algum lugar você tem que encontrar algo a que se apegar, pelo seu próprio bem, não apenas pelo dele. A loja, um grupo de amigos, eu, uma igreja, seja lá o que for que precise, mas tem que se agarrar a alguma coisa. Não pode viver desse jeito, Não apenas o seu casamento não sobreviverá, mas o que é muito pior, você não vai sobreviver. - Era isso que estava dando medo a Harry; Hermione sabia. Uma ou duas vezes ele olhara para ela, e Hermione compreendera. - Isso não é para sempre, sabe, você terá de volta o que tinha antes. Não acabou.

- Não? E como você sabe? Eu não sei nem mesmo isso. Nem mesmo sei, a esta altura, que diabo a gente tinha, ou se vale a pena quere-lo de volta. – Gina estava chocada com as próprias palavras, mas agora não podia se deter. Juntou com força as mãos tremulas. - O que tínhamos? Eu viajando para cuidar da minha loja e ele ficando aqui, tínhamos tanto que ele tinha que sair e transar com um bando de outras mulheres para se sentir como um homem. Lindo retrato de um casamento, não é, Hermione? Exatamente aquilo com que sonha toda garotinha – terminou cínica.

- É assim que você está se sentindo, agora? - Notou a mágoa no rosto de Gina, e ficou condoída. - Pelo que tenho visto, o seu casamento é muito mais do que isso.

Tinham parecido tão jovens e felizes quando os conhecera, agora se dava conta de que havia um bocado de coisas que não sabia. Tinha que haver. Olhou Gina nos olhos e sofreu por ela. Gina tinha que descobrir um bocado de coisas nos meses quem seguiriam.
- Não sei. Sinto como se antes tivesse feito tudo errado e agora quero fazer certo. Mas é tarde demais, ele se foi e não me importa o que você diga, sinto dentro de mim que não vai mais voltar. Invento jogos comigo mesma, fico esperando o som dos seus passos, ando pelo seu escritório... e depois, nós vamos vê-lo, como um macaco enjaulado. Mione, ele é meu marido, e eles o trancaram como a um animal! - As lágrimas e a confusão inundaram-lhe os olhos.

- É isso o que realmente a está incomodando, Gi?

- Claro que é! O que você acha? – perguntou parecendo irritada com a pergunta.

- Acho que isso a incomoda, mas penso que outras coisas incomodam tanto quanto isso.
Acho que você está com medo que tudo vá se modificar. Que Harry vá se modificar. Ele está querendo o seu desenho, agora, e isso a assusta.

- Não me assusta, me irrita.


Pelo menos isso era sincero. Ela o admitia.

- Por que a irrita?

- Porque fico aqui sozinha, enlouquecendo, lidando com realidade, e o que ele faz? Rabisca no seu carro, como se nada acontecido. E – suspirou - não sei, Mione, é tão complicado. Não compreendo mais nada. Está tudo me deixando maluca, não... Simplesmente não agüento.

- Você pode agüentar, e o Harry também. Já passou pela pior parte, o julgamento deve ter sido um inferno.

Gina concordou, solenemente.

- É, mas isso é pior, dura para sempre.

- Claro que não. Gina, você pode agüentar muito mais que imagina. E o Harry também – enquanto Hermione falava, torcia para que suas palavras estivessem certas.

- Como pode ter tanta certeza? Por quanto tempo acha que pode suportar tudo aquilo?
Ele é mimado, mimado às pampas, e acostumado a uma vida confortável com gente civilizada. Agora está lá dentro. Nós não sabemos exatamente como é, mas o que você acha que vai acontecer e alguém puxar uma faca para ele, ou um cretino qualquer quiser fazer amor com ele? E daí, acha mesmo que ele vai saber segurar a barra, Hermione? - A voz dela estava ficando histérica. - E sabe qual é a verdadeira piada de toda essa confusão? Que ele está lá por minha causa, não por causa de Margaret Sophie. Por minha causa! Porque eu o castrei tão completamente, que ele precisava dela para provar alguma coisa. A culpa foi minha, foi como se eu mesma tivesse posto as algemas nele.

A tragédia era que Hermione sabia que a amiga acreditava naquilo. Dirigiu-se para ela e tentou abraçá-la enquanto a amiga soluçava.

- Gi, não... não, meu bem. Você sabe...

- Eu sei. É verdade! Eu sei. E ele sabe, e até mesmo aquela sacana daquela mulher sabia. Devia ver como ela olhou para mim no tribunal. Sabe lá Deus, o que ele lhe contou. Mas olhei para ela com ódio, e ela olhou para mim com... pena. Que merda, Hermione, por favor me dê algumas daquelas pílulas – pediu olhando para a morena, o rosto de Gina desfeito, mas Hermione balançou a cabeça.

- Não posso.

- Por que não? Estou precisando delas.
- Agora, o que você esta precisando é pensar, e com clareza, não num estado de entorpecimento. O que você acabou de me dizer é uma loucura completa, e um bocado do que está pensando, também é, provavelmente, uma loucura. É melhor que você ajeite as coisas na sua cabeça agora, e fim de papo. As pílulas não vão ajudar.

- Elas vão me fazer superar isso – Gina já suplicava.

- Não, não vão. Você perdeu todo o senso de perspectiva quanto ao que aconteceu, e elas apenas tornarão as coisas piores. E posso lhe dizer uma coisa, com certeza, se você não corrigir o seu modo de pensar agora, ele vai apenas piorar, e você não terá um casamento quando o Harry for libertado. Acabará por odiá-lo, talvez até tanto quanto está se odiando no momento, se é que isso é possível. Você deve a si mesma pensar com seriedade, Gina.

- Então, você vai providenciar para que eu o faça, certo? -a voz de Gina estava amarga.

- Não, não posso fazer isso. Não posso forçá-la a pensar, mas também não vou lhe dar mais nada para turvar os seus pensamentos. Não posso fazer isso, simplesmente, não posso.

Gina sentiu um impulso, quase irresistível, de se erguer e bater em Hermione, então soube que devia estar enlouquecendo. Querer bater em sua amiga era uma coisa muito louca. Mas também muito real. Ela queria aquelas malditas pílulas.

- Você terá que enfrentar isso mais cedo ou mais tarde, de qualquer forma.

E então, subitamente, as lágrimas afloraram aos olhos de Gina do novo.

- Mas, e se eu ficar maluca? Quero dizer, maluca de verdade?

- E por que ficaria?

- Porque não consigo controlar a situação. Simplesmente não consigo.

Hermione sentiu-se incapaz e ficou imaginando como a mãe a tinha agüentado quando estivera em situação semelhante, depois da morte de Tom. Aquilo lhe deu uma idéia.

- Gina, por que não vem comigo para a fazenda no Natal? Mamãe iria adorar, e faria bem a você.

Ela sacudiu a cabeça, mesmo antes de Hermione ter acabado a frase.

- Não posso.

- Por que não?

- Tenho que passar o Natal com o Harry - parecia lamentar a idéia, quando a disse.

- Você não “tem que”.

- Está bem, eu quero.

Natal sem o Harry? Nem pensar.

- Mesmo com o painel de vidro entre vocês? - Gina fez que sim com a cabeça. - Por que, pelo amor de Deus? Como penitência para absolvê-la da culpa que anda empilhando sobre a sua cabeça? Gina, não seja ridícula! O Harry provavelmente adoraria saber que você está fazendo uma coisa agradável, como ir para a fazenda. - Gina não respondeu, e depois de uma pausa, Hermione falou o que realmente estava pensando: - Ou prefere torturá-lo deixando que veja o quanto você sofre no Natal?

Os olhos de Gina se arregalaram de novo ao ouvir isso.

- Meu Deus, você faz com que pareça que estou tentando socá-lo.

- Talvez esteja. Acho que você simplesmente não consegue decidir no momento quem odeia mais; ele ou você mesma. E acho que vocês dois já foram castigados de sobra, Harry nas mãos do Estado e você nas suas próprias. Não pode começar agora a ser boa para si mesma, e então, quem sabe, será capaz de ser boa para ele?

Havia mais verdade nas palavras de Hermione do que Gina estava preparada para enfrentar.

- Você pode cuidar de si mesma, Gina. E Harry cuidará de você, mesmo à distância.
Seus amigos a ajudarão, porém, principalmente, você precisa enxergar que é muito mais capaz do que imagina.

- Como é que sabe?

- Eu sei. Você está com medo, e tem direito de estar, mas se apenas se acalmasse um pouco, e se auto-avaliasse com bondade, ficaria com muito menos medo. Mas terá que parar de correr para fazer isso.

- E parar de tomar as pílulas?

Hermione fez que sim com a cabeça. Gina continuou calada, ainda não estava pronta para fazer isso, sabia mesmo antes de tentar.

Mas tentou. Hermione foi embora sem lhe deixar remédio algum e Gina foi até o banco com o esboço de Harry, com mãos e joelhos trêmulos, mas sem tomar mais pílulas. De lá foi ao correio, e de lá para a loja. Não agüentou ficar na Lady G nem uma hora, voltou para casa, para ficar andando de um lado para o outro. Passou a noite encolhida numa poltrona da sala, nauseada, tremendo, olhos arregalados, usando um suéter de Harry. Ainda cheirava à sua água-de-colônia, e ela podia senti-lo consigo. Podia senti-lo a observa-la enquanto se sentava diante da lareira, vendo rostos no fogo. Do Harry, da mãe, dos irmãos, do pai... Chegaram tarde da noite. E então pensou ter ouvido sons estranhos na garagem. Teve vontade de gritar, mas não pode. Queria tomar as pílulas, mas não tinha nenhuma. Passou a noite toda sem ir para a cama, e as sete da manhã ligou para o médico. Este lhe deu tudo o que queria.















COMENTEM E VOTEM PLEASE, ISSO ME AJUDA A ESCREVER MAIS RÁPIDO







N/B: Oieee, pra quem não sabe sou a nova beta!! Máira Vivian(vulgo: Vivi Diniz), prazer! \o/
Ainnnnn perfeita essa fic né? Quase morro lendo aqui em casa! =D E ao betar esse cap fiquei com TANTA dor da Gina... o dó.. ela ta com sérios problemas, mentais ne?, pq vai gostar de se martirizar assim laaaaa longe! Agora, pode parecer loucura minha, não sei, mas acredito que o Harry não ta sendo sincero totalmente. CARACAAA se eu fosse a Gina dava um pé na bunda dele mesmo antes de ouvi-lo contar que já a traia antes ¬¬ [censurado]... Já repararam que tem uma personagem com meu nome, COF COF, a Vanessa tava prevendo o futuro, quando escolheu o nome em minha homenagem! Huahauhhauhauhua... Ain Hermione, SUPER inteligente não é mesmo? Eita, adorei o que ela falou para a Gina *-* Mas tomara que a ruiva saia dessa.. e tomara TBM que Harry não seja feito de moça na cadeia.. caso de estupro é perigoso nesses lugares... ainnn será que vamos ter um Rony/Hermione?
Vamos comentar que piada de mau gosto essa de harry hein?! ¬¬ francamente! E que medico mais f********** por passar as pílulas para a Gina! ¬¬²
E só de pensar que eu não tenho o próximo cap para Betar =[
Por isso, seus atoas, BRINCADEIRA, vamos logo comentando que eu quero ler mais hein?1 Além do que essa fic é 10000000 e merecem MUUUUUUUUUITOS comentários e votos!!!!
Bjs!!! Byy











N/A: Olá pessoal demorou mas chegou e dessa vez betado pela Vivi que foi um amor e se prontificou a betar, Vivi queria muitíssimo abrigada por betar a fic e pelas dicas adorei.
Bom eu já estou escrevendo o sétimo capitulo que é o capitulo que a Gina começa digamos que à amadurecer, será uma nova etapa na vida da ruiva, espero que gostem, pois tudo que acontecerá agora fará que no futuro o casal mais fofo seja feliz.


Yumi Morticia voldemort Bom a mudança da Gina começará logo e a inocência do Harry tardará, mas não falhará. Bjos

Rosi Potter Desculpe por esse capitulo não ter momentos felizes como você queria, também sofri junto com a Gina e sofro sempre que escrevo esse sofrimento todo, mas será uma lição de vida para ela tudo isso. Bjos

Rafinha Weasley Realmente o sofrimento deles dói em na gente também, o Harry errou sim e errou feio, mas acho que ele já teve uma grande lição né. Bjos

annywp A Gina na verdade têm medo dela mesma e não apenas de dividir o Harry, mas tudo o que ela está passando irá mudar a cabeça dela, fará com que se torne uma mulher mais independente e forte será uma mulher que fisgará o nosso moreno de um jeito que mesmo sem cerca ele não irá quer nem mudar de terreno rsrs. Sobre a Gina ficar com uma outra pessoa não posso prometer nada, mas vocês terão uma grande surpresa. Se quiser pode comentar todos os dias até a próxima atualização rsrs, birncadeira, mas comentários sempre nos anima e escrever mais. Bjos

cla weasley malfoy Que bom que está gostando da fic, o Harry já aprendeu a lição e logo será feliz ao lado de quem ama. Bjos

Ana Martinez Obrigada, adorei o elogio, continue acompanhando a fic. Bjos

natália Atualizada, espero que goste. Bjos

carol potter Atualizada, espero que goste. Bjos

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