A fúria de Hermione



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O fino feixe de luz que entrava pela fresta da cortina incidia diretamente sobre o rosto de Draco. Lentamente, ele abriu os olhos e olhou em volta. O dormitório estava vazio. Draco se virou na cama tentando dormir de novo, mas não conseguiu. Aos poucos, os acontecimentos da noite anterior foram se clareando. Lembrou-se de Luna fugindo e deixando-o jogado no jardim. Não era a primeira vez que acontecia algo do tipo. “Rápido demais outra vez”. De fato, algumas garotas não aprovavam a velocidade com que ele agia, principalmente as mais inexperientes. Algumas aceitavam, por medo de que ele procurasse outra que atendesse a seus desejos. Mas Luna não era assim. Ele já saíra com garotas como ela também. “Não é o tipo de garota que se leva para os fundos do castelo logo de cara, Draco”, repreendeu-se. Ele sabia que se quisesse alguma coisa, teria que ir com calma. Mas deixá-lo no jardim, subindo pelas paredes, definitivamente não aumentava sua consideração por Luna. Havia outros modos de demonstrar que ela queria ir mais devagar. Sentiu uma raiva crescente, mas diante da perspectiva do prêmio final, acalmou-se um pouco. Assim, ele se levantou, disposto a conversar com Luna e lançar apenas uma ou duas azarações leves nela.  


Draco saiu do dormitório ainda sonolento, mas despertou imediatamente quando um raio de luz passou a centímetros de sua orelha. Ele olhou em volta assustado e viu Hermione vindo furiosa em sua direção. Ela lançou outro feitiço, mas Draco desviou novamente. Procurou sua varinha e percebeu que ela ficara no quarto. Mais um feitiço, e desta vez Draco foi acertado. Ele caiu no chão, sentindo um dor horrível nas costelas. Hermione se aproximou do garoto.


- Eu lhe avisei, Draco – disse ela, a varinha apontada para ele.


- Qual é o seu problema, sangue ruim???


- Qual é o SEU problema? Eu lhe avisei para não brincar com a Luna!


- O que?? – Draco se levantou dolorosamente e se jogou em uma poltrona, ofegante. “Sorte dela eu não ter uma varinha”.


- Quem você pensa que é? – ela se colocou de pé em frente a Draco. 


- Ora, com certeza não sou um maluco que sai azarando os outros logo de manhã.


- Guarde suas ironias para quem gosta delas, Malfoy. Você vai pedir desculpas a Luna agora mesmo – seu tom era frio, e havia uma fúria em seus olhos que assustou Draco por um momento.


- Eu? Pedir desculpas por ter sido jogado no jardim? Não, não vou. E quem te deu o título de guardiã oficial dos oprimidos de Hogwarts?


Hermione moveu a varinha no ar, e Draco gritou diante da dor terrível que se apoderou dele. Hermione baixou a varinha.


- Que diabos... é isso, Granger? O que... está fazendo? – Draco mal podia respirar.


- Vingando a Luna.


- Vingando? Granger, você não está um tanto psicótica hoje? E que droga de feitiço é esse?


- Uma variação do Crucius.


- Uma... O QUE? VOCÊ ESTÁ USANDO UMA MALDIÇÃO IMPERDOÁVEL EM MIM, SUA MANÍACA?


- Não se preocupe, essa dói menos do que a que seu pai possivelmente usa. É uma versão light.


- Não fale no meu pai com sua boca imunda, Granger! Se se atrever a usar essa varinha contra mim de novo, vou enfiá-la em um lugar que não vai te agradar!


- Certo – ela colocou a varinha em uma das mesas. Draco espantou-se que a ameaça surtisse tanto efeito.


- Quer saber, Malfoy? Você não merece meu esforço. Desde que tive a infelicidade de tomar conhecimento da sua existência, é sempre a mesma coisa. Você acha que deixar uma garota apaixonada é uma ótima forma mostrar o quão irresistível você é, não é mesmo? – Ela havia se sentado na poltrona em frente. 


- Bom... Na verdade sim... – Draco estava dolorido demais para avançar em Hermione, então limitou-se a se espantar com a repentina mudança no tom da conversa – Mas a Luna não está...


- E quando consegue o que quer – interrompeu Hermione - você vira as costas sem se importar, não é?


- Não, não é assim...


- Minerva, Claire, Pansy, Martha, Kim, Padma, Bethy, Kate...


- O que é isso? – Draco estava cada vez mais convencido de que Hermione enlouquecera.


- Não reconhece os nomes, Draco? São as garotas cujo coração você deixou em pedaços... e tenho certeza que eu posso passar a tarde aqui dizendo nomes. E teve seu maior troféu, é claro! Gina Weasley! Você realmente a tirou do Harry não foi? E depois, deu o fora nela, deixou a coitada em prantos durante dias...


- Qual é a sua, Granger?


- Quero mostrar o quanto você é insensível em relação aos outros.


Draco deu uma risada sarcástica, seguida por uma pontada horrível em suas costelas, provocada pelo esforço.


- Não precisa perder seu tempo com obviedades, Granger. Este é um dos traços dos Malfoy dos quais eu sinto um certo orgulho – disse sorrindo.


- O mesmo que a Layla sente, eu imagino.


O sorriso desapareceu, e Draco fuzilou-a com os olhos.


- Não fale este nome.


- Oh, perdão. Ainda é doloroso para você?


- Não me provoque, Granger.


- É ruim encontrar alguém que brinca com nossos sentimentos, não é?


- Granger... – sua voz era um sussurro furioso.


- Já parou para pensar que talvez as garotas que você machuca sintam o mesmo que você sentiu?


- Granger... – ele sentia uma fúria gelada em seu peito. Sentia que poderia matá-la ali mesmo.


- Eu cheguei a sentir pena de você naquele momento, sabe? Mas vejo que foi bom que você encontrasse alguém de sua laia. Oh, eu estou te magoando? – ironizou ela ao reparar na cara furiosa de Draco – Você se apaixonou, não é Malfoy? E foi ruim quando ela te traiu, não foi?


Draco avançou em Hermione, ignorando a dor devastadora na lateral de seu corpo. Ele a empurrou contra a parede e segurou seu pescoço.


- Não se atreva a mencionar isso, jamais – sibilou ele junto ao ouvido da garota.


- Draco...- ela não respirava direito por causa da pressão da mão dele em sua garganta. Draco viu seus olhos arregalados de medo.


- Está ouvindo Granger? Nunca mais, ou eu mato você!


Ela concordou com um acenando a cabeça, incapaz de falar. Ele a largou e ela escorregou pela parede, as mãos no pescoço, recuperando o ar. Draco lhe lançou um olhar frio e foi para o quarto. A dor nas costelas era imensa. Ele procurou sua varinha e lançou um feitiço em si mesmo. A dor amenizou, mas não sumiu por completo. “Maldita azaração”. Draco estava furioso. Saiu do quarto e depois do dormitório, sem se dar ao trabalho de olhar se Hermione continuava lá.


Draco andou pelos corredores sem rumo, pisando duro. Quase sem perceber, ele saiu do castelo e se sentou em uma árvore mais afastada, procurando evitar algum inconveniente. Mal se dera conta de onde estava, imerso em pensamentos. Não podia acreditar na ousadia daquela sangue ruim. Era raro ele sentir uma raiva como aquela. Mas aquela nojentinha havia passado dos limites. Desde o ocorrido, ele não permitira que ninguém tocasse naquele assunto, muito menos daquela forma. Draco balançou a cabeça para afastar aqueles pensamentos. Não gostava de relembrar. Há tanto tempo não pensava naquilo... Quem deu a Granger o direito de lhe fazer recordar tudo? “Luna” disse uma voz em sua cabeça. A menção daquele nome o alertou, e ele notou que estava sentado sob “árvore dela”. Sim, era tudo culpa daquela desmiolada. Todo o escândalo por causa de uns beijinhos. Agora mais do que nunca, ele estava convencido de que Luna não valia o investimento. Talvez ele se divertisse um pouco, e depois adeus. “Já parou para pensar que talvez as garotas que você machuca sintam o mesmo que você sentiu?” - a voz de Hermione ressoou etérea em sua mente. Na verdade, ele nunca parara para pensar nisso, nem pretendia fazê-lo agora. E mesmo que quisesse, não poderia. Era tão grande a coleção, que ele seria incapaz de lembrar todos os nomes. Sentiu uma sensação estranha na boca do estômago diante da menção da palavra “coleção”, mas não soube explicar o porquê. “São pessoas. Pessoas não são objetos colecionáveis, são criaturas dotadas de sentimentos” explicou-lhe uma voz em sua mente. Draco se assustou diante do pensamento: nunca imaginou que idéias antiquadas como estas poderiam lhe passar pela cabeça. Apesar disso, ele reconhecia aquela voz como sua consciência, que já aparecera antes em momentos críticos, e à qual ele nunca dera a menor atenção. Mas a parte realmente perturbadora era que agora a voz da sua consciência tinha o timbre de Hermione, e tal e qual a garota, não sabia quando se calar. “Você deveria aprender a tratar melhor as garotas”. Ora! Ele sabia perfeitamente bem tratar uma garota. Pelo menos, enquanto lhe interessasse. E afinal, o que ele conseguiria com a gentileza? Se tornar a versão sonserina do Potter? Isso não era digno e nem mesmo funcional: se ele estivesse tão errado em seu modo de agir, não faria tanto sucesso, há tanto tempo. Não, não, havia apenas uma pessoa errada nesta história toda, e não era ele! Tampouco Hermione, que era uma sangue-ruim e não podia controlar os impropérios característicos da raça. A pessoa da qual ele queria explicações (e vingança, e talvez algumas coisas mais carnais) atendia pelo nome de Luna Lovegood, e foi com o propósito de encontrá-la que Draco voltou ao castelo.


Ai, o Draco é tão mau *suspira*. Fica cada vez melhor! Dicas, apoio, sugestões, xingamentos e reclamações, é só comentar!!

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