Epílogo



N/A: e finalmente o fim. Obrigada a todos que fizeram dessa fic uma verdadeira comédia =’) só não falo mais porque eu vou me emocionar ok :x IHSAIDUSAHIDHSADH

É bom você gostar do epílogo, porque me deu trabalho. E, se você leu Oh Star, agora leia My Heart, a continuação, que já está no ar.

Adeus i.i

EU TE AMO, LILY DEU DEFEITO!!!

Mimimimimi .-.





Epílogo

Concerto (ou manutenção)


Fim de novembro. Frio cada vez mais perto, chocolate cada vez mais escasso. Bom, como eu sobrevivi até esse dia depois de torrar o pijama da Kath? Não sei. Acho que foi porque, naquele dia, eu descobri uma capacidade que não sabia ter de azarar as pessoas. Uhum. Isso mesmo que você leu.

Mas o fato é que, quando tudo fica extremamente bem, você começa a observar tudo. Olha só: minha vida está tranqüila até demais. Eu, Kath e Diana estamos cada vez mais unidas, a Laura não é tão esquisita assim, os marotos são uns verdadeiros amores e James... Bem, o James...

Olhei pra ele, que estava do outro lado da sala, debruçado na mesa do Sirius, a camisa quase toda aberta e um sorrisinho no rosto. Sabe o que eu observei esses dias? Que os olhos dele são meio puxados. E que os cílios são realmente longos e finos. Ou seja, ele tem os olhos mais lindos que eu já vi.

Observei também que eu não falava com minha família há tempos. Mandei uma carta há cinco dias, e estou esperando resposta... Acredita que estou até com um pouquinho de saudade de torrar a paciência da Petunia?

E, bom, eu mudei. Pode parecer que não, mas eu me sinto com mais ou menos 1,70 de altura. Eu me sinto feliz. Às vezes, no meio das lições enormes que McGonagall passa, eu começo a sorrir. Só por vontade de sorrir, sabe? Eu não sei se vou poder sorrir amanhã, e por isso sorrio todo dia. Eu não sei também se vou ver todo mundo nesse castelo todo dia, por causa de Voldemort, que fica cada vez mais perigoso, então sou sempre atenciosa. Eu parei de cantar, em respeito aos ouvidos alheios.

Eu parei de cortar os marotos quando eles brigam com Snape. Eu nunca mais comi muito chocolate. Eu nunca mais espanquei James.

De qualquer forma, eu devia escrever as reflexões anteriores no papel, já que hoje anunciaram que não haverá aula no período da tarde, e que ficaremos uma hora com uma professora substituta, a tal de Vesely, que nos mandou fazer uma redação sobre nossas mudanças.

Como se eu quisesse escrever, mas, bom, não vou reclamar. Eu sou zen agora, por mais que isso seja difícil.

OKAY, A QUEM EU ACHO QUE ENGANEI COM ESSE PAPO ZEN? EU NÃO SOU ZEN!

Eu sou zun (?).

Não ligue. É só mais um surto de rotina.

Certo. O que escrever? Mudanças? MINHAS MUDANÇAS? Não há nenhuma mudança aqui pro papel, tchê. Tudo que aconteceu comigo já tinha acontecido, só que estava sufocado pela empolgação que eu não sei onde adquiri no passar dos meses. Sei lá. Talvez seja só pra marcar o meio que fim da adolescência.

Daqui a quatro meses terei DEZOITO anos. Exatamente. Daqui a sete meses estarei fora de Hogwarts. Bem, pode parecer meio chato, mas... VOCÊ JÁ PAROU PRA PENSAR NA PRESSÃO DO SEU FUTURO? NÃO? Pois pensemos juntos.

Como saber o que nos espera? Impossível. Eu não sei se serei rica e famosa em todo o mundo, se serei pobre e feia, se serei dona de um spa, se serei ministra (?) da magia, se morrerei AMANHÃ, se morrerei com cento e treze anos. O destino me lembra o céu, sabe? Tão grande, vasto, cheio de possibilidades... Tão amedrontador...

Porque é verdade. Tire um dia, um mero dia da sua vida, e, ao invés de sentar seus glúteos celulitosos na cadeira do computador ou no sofá ou na grama, olhe pro céu. Você vê algum limite? Não. Você vê o que está vindo? Não. Você pode prever o que acontecerá nele? Não.

Há simplesmente tantos caminhos pra ir...

E mesmo que você escolha o seu, ainda há o acaso. O imprevisto. AQUELA situação que você nunca imaginaria que viveria, não é? Isso pode interferir tanto no seu destino! E pode ser um gesto, a falta de um gesto, um sentimento...

Mas ainda há outra coisa: os detalhes. Você acha que um abraço que você deu ou deixou de dar na sua mãe não pode ser o último? Você acha que aquele resto de frango que você desprezou no jantar não salvaria a vida de alguém faminto? Você acha que um sorriso seu não pode iluminar o dia de uma pessoa?

Aposto que não. Até não poder mais, você não liga pras coisas mínimas. Diga: quando foi a última vez que você disse pro seu pai que o ama? Que você abraçou sua amiga e agradeceu sua amizade? Que você se recostou sob a sombra de uma árvore só para respirar ar puro? Que você olhou aquelas fotografias antigas e mofadas que guardam momentos já bem esquecidos no fundo da memória?

Provavelmente você vai ficar sem graça ao ler isso. Porque as respostas pras minhas perguntas não são exatamente satisfatórias, certo?

Mas não se acanhe. Use isso pro seu bem. Sabe como? Comece a prestar atenção nos detalhes pequenos que te cercam, no sapato que sua melhor amiga adora usar e mostrar pra todos, no cabelo do seu amigo bonitão, no sorriso de alguém estranho, na sua voz, nos seus gestos. Faça uma diferença, sabe? Não seja como qualquer um.

Não seja como eu.

Uma loser que não sabe fazer uma redação. E que tem exatamente duas horas para fazer isso.

Comecei a bater com a ponta da pena no pergaminho. Ao meu redor, todos escreviam rapidamente, sem ao menos parar para respirar, não sei. Eles têm inspiração suficiente pra fazer algo que preste.

Eu? Eu fico filosofando como se estivesse falando com alguém e irritando Peter com o barulho de toc-toc que a pena faz ao bater na mesa.

- Pete. Eu não consigo escrever. – resmunguei, baixinho.

Ele me olhou, meio rindo.

- Lily. Olha, eu SEI que você não queria estar aqui, mas se esforce pra escrever algo, vai. E por favor não tire minha concentração.

- Nossa. Ok.

Virei a cabeça pro outro lado da sala.

- Nohkla. Nohkla, ei. – Pena que ela não olha pra mim, né. Tudo bem. Eu viro pra frente. - Laura?

A LAURA NÃO ME IGNORA OK? Ela é uma boa amiga. Peter e Hanh Nohkla não são bons amigos.

- Diga. – disse ela, sorrindo.

- Não consigo escrever.

- Respire, inspire, pense nos seus amigos e escreva com vontade, amiga. – Ahm. Ok.

Eu sou capaz de fazer isso.

Acho.




Trinta minutos se passaram, enquanto eu pensava que as duas horas estavam acabando. Quando você menos quer, o tempo realmente passa devagar, e isso é um fato.

Olhei pro meu pergaminho. Ele não tinha absolutamente nada escrito. Bom, o que eu poderia escrever? Eu não queria minhas reflexões sendo lidas por uma pessoa que eu nem conheço. Minhas reflexões, por enquanto, são minhas. Precisarei fazer a coisa que sempre se faz quando se está em apuros:

Inventar.

Mas o xis da questão, o âmago da pergunta é: INVENTAR O QUE, MEU SENHOR? Mudanças? Eu não posso inventar mudanças, simplesmente. Eu não QUERO. Tudo que eu quero é sair dessa sala e comer um muffin.

Ah, não. Muffins me lembram um episódio muito traumatizante que se passou na minha infância, e que apenas amigas próximas conhecem. Só vou dizer aqui que ela inclui muffins, um pacote de muffins e um botão de microondas extremamente ruim.

Por que é que minha vida é cheia de traumas, huh? Eu queria tanto ser normal só um pouquinho... Só pra ver como é ser normal, sabe?

Espero que não seja tão tedioso quanto parece.

De qualquer forma, olhei pro outro lado da classe de novo. James tinha um pergaminho todo cheio, uma pena caída no meio da mesa e um tinteiro tampado. Ah, e um sorrisinho maroto no rosto, só pra variar. Por que ele consegue e eu não? Eu devia conseguir! EU leio livros como se fosse uma retardada, e o James... Bem... Ele só gosta de ler livros de ficção!

Como uma pessoa que adora aliens pode escrever uma redação antes de uma pessoa que lê romances e essas coisas?

Não responda minha pergunta.

Eu mesma respondo.




Só mais uma hora, vinte minutos e doze segundos.




Eu sei que vai passar rápido.




Uma hora, quinze minutos e cinqüenta e um segundos.




Uma hora, dois minutos e vinte e dois segundos.




Uma hora, um minuto, dez segundos.




Cinqüenta e nove minutos... Ok, parei. Ninguém gosta de ouvir uma pessoa contando as horas e minutos e segundos pra aula chata de redação acabar, certo?

Cara, agora que eu pensei... Eu me odiaria se eu não fosse eu, ou se eu não me fosse (?). Qual é, vai. Ruiva, pálida, irritante, retardada, tosca, inútil, vagal e leprosa (ok, foi só pra dar um draminha). Se eu ainda fosse uma loira rica e legal que só faz piadinhas de classe média (internas), tudo bem.

Mas não. Eu tenho que ser... Eu.

Isso é pra estressar qualquer um, não é? Eu estou pensando seriamente em passar minhas férias num spa, tanto pra relaxar um pouco quanto pra ficar um pouquinho mais bonita. Talvez James me queira se eu me tornar bonita.

Ah, a quem eu quero enganar de novo? Ele gosta de mim do jeito que eu sou. Eu sei disso, porque ele acabou de se virar e piscar pra mim. SÓ pra mim. Isso não é um sinal de que ele tem algum sentimento pela minha pessoa, apesar de isso ser fisicamente improvável?

Acho que estou até mais inspirada.

MAS EU NÃO QUERO ESCREVER! Que saco! Qual é o sentido de escrever sobre mudanças? É mais fácil fazer uma série de flashbacks...

FLASHBACKS!

FLASH-BAAACKS!

Exatamente o que eu precisava para me distrair um pouco.

- Remus! – Exclamei, olhando animada para ele.

- Oi, Lily. – Nossa, que desanimo é esse?

A vida é bela! E você é uma cadela. HAHA.

Ah, quer saber? Não? Nem eu.


Eu mudei muito depois disso.

Cara, eu estou TÃO sem-graça hoje. E sabe por quê?

Toda vez que eu chego em casa, a barata da vizinha ‘tá na minha cama, toda vez que eu chego em casa, a barata da vizinha ‘tá na minha cama. Diz aí, leitor, o que você vai fazer?

- Alice, sabe o que eu percebi? – Perguntei, enquanto andávamos em direção a sala de Slughorn.

- Não, Lily. – Ela respondeu, com uma cara desconfiada.

- Que eu nunca vi uma lhama! – Exclamei, fazendo uma cara de demente.

Eu nunca vi uma lhama! Quer dizer, no meu livro da quarta série da escola trouxa tinha uma imagem de lhamas costeiras da Ásia e de uma lhama mutante (X-Men na veia!), mas eu nunca VI uma lhama.

O que me lembra que ELA VAI DAR UM CHUTE NA BARATA DELA.

Ih, deu defeito.


Eu definitivamente mudei muito depois disso.

- Lily, quer ir comigo a Hogsmeade semana que vem?

PAREM TUDO. O QUE???? AMUS DDIGGORY QUER SAIR COMIGO???? ATÉ HOSGMEADE???? SOZINHOS????

UM CARA, DO SEXO MASCULINO MESMO, UM CARA COMPLETAMENTE MACHO ESTÁ ME CHAMANDO PARA SAIR EM SUA TOTAL CONSCIENCIA E SANIDADE? É?

Meu Deus.

- Pare de me jogar uns lero, Amus. – Respondi, sem querer. – Não, obrigada. Volte sempre.

E saí andando para o outro lado da sala, sem saber como recusei o convite e porquê deixei o pobre Amus na seca, com carinha de retardado e abandonado pela ruiva que o rejeitou usando gírias malucas inventadas por ela mesma.

Deve ter doído.


MUITO.

- Hey hey, you you, I don't like your girlfriend! No way no way, I think you need a new one! Hey hey, you you, I could be your girlfriend! No way, no way! - Desci da mesa, e andei em direção a James. Nem pensei no que estava fazendo. Só sabia que eu TINHA que dar um beijo nele... E que se ferrasse a namorada estúpida dele!

- Hey you... No way... Hey you... No way no way… - E o pessoal fazia tipo segunda voz, começando a gritar MESMO. - HEY HEY!

Terminei a música, joguei o microfone longe, dei um passo pra frente, joguei meus braços em volta da cintura dele e o puxei para mim, com toda a força.

E foi bem AÍ que eu o beijei.

Eu o beijei.

EU O BEIJEI!


Depois disso... Acho que nem tanto.

E CHEGA DE FLASHBACKS!

Meu testamento parte I, por Lily Evans.

Para Diana, deixo meus ursinhos de pelúcia. Para Katheryn, minhas roupas. Para Alice, minha maquiagem. Para Laura, meus pergaminhos decorados. Para Sirius, minhas fotos. Para Remus, meu diário do quinto ano. Para Peter, meu estoque secreto de chocolate. Para meu primo Adam, meu diário do ano passado. Para tio Robert, minha máquina fotográfica. Para mamãe e papai, todos os pertences que passamos juntos. Para Petunia, a pior macumba-maldição que existe na face da Terra.

Porque eu estou OFICIALMENTE morta.

Amém.


Eu disse que CHEGA DE FLASHBACKS, mainha (?). A nostalgia nunca é plena, mata a alma e envenena (?)!!

Estou CERTA disso.

E, pensando bem, eu sou certa de várias coisas. Eu sou certa de que eu amo meus pais. De que minhas amigas são de verdade. De que o James é demais. De que minhas roupas impressionam qualquer um. De que o mundo vai acabar um dia.

De que eu POSSO escrever essa redação.

Então, molhei a pena no tinteiro e escrevi, ignorando o aviso de que a redação precisava ter, no mínimo, dez linhas:

Minhas mudanças? Não posso escrever sobre isso.

Eu sou minha própria mudança.


E quer saber? Isso é bem verdade.

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