...E O Vento Levou



Capítulo 10
...E O Vento Levou.


- Detención! No hay cosa mas belita! NO HAY! - Comecei a cantar, enquanto esfregava o chão do primeiro andar que está super encardido.

Detenção, YEAH. Filch me pegou e me fez limpar todo o corredor velho e sujo do primeiro andar, no meio da madrugada. No meio do intervalo entre quarta-feira e quinta-feira, dias 13 e 14, supostamente.

É oficial: minha vida é um desastre, LALALA.

- Lalala... LALALA... – Comecei a exclamar, baixinho, saltitando com meu amigo esfregão, fingindo que era uma patinadora. – Lalala...

Tá bom, vai, “lalala” é uma coisa ridícula, então chega.

Algo me fez pensar que minha vida também é ridícula. Então coisas ridículas combinam com ela. Eu combino com ela. Eu sou ridícula.

Acho que vou me confessar para o esfregão.




Eu nunca fiquei a noite toda esfregando o chão. Sabe, são quatro da matina. Não consigo mais sentir meus músculos do braço.

Nem os da perna, para falar a verdade.

Mas de que me importa? Quanto mais eu sentir dor, menos eu penso no... Você-sabe-de-quem-eu-estou-falando.

Não sabe?

- Whooa... I never meant to brag... But I got him where I want him now… - Cantei, baixinho, enquanto chegava a mero um metro do fim do corredor.

AMÉM!

Sabe, essa música me faz pensar. “Eu o tenho onde o quero agora”. Há. Boa. Quem me dera. Eu nunca conseguiria colocar um menino no lugar que quero. Muito menos James.

A não ser que eu vire uma dominadora oficial de meninos, mas isso está fora de cogitação TOTAL.

Ai, meus músculos.

Eu preciso de uma boa noite de sono. Mas, sabe como é, hoje é quinta-feira, e já são quase cinco horas, praticamente. Não posso mais faltar. Estou começando a faltar demais, e daqui a pouco eu não vou conseguir me formar. Bom, é uma hipótese quase impossível, mas, ainda assim, uma hipótese.

Mas que eu nunca me senti desanimada assim... Não tem como negar.

Sabe quando você olha seu reflexo no espelho, vê o que você tem sido e diz “o que eu estou fazendo aqui?” Então. Foi isso que aconteceu. Eu me olhei no espelho velho que tinha lá e pensei “puxa, eu estou deplorável”.

Mas e quando você pensa “eu não tenho a mínima força pra mudar”?

Eu não tenho. Eu não estou com a MÍNIMA vontade de protestar, de falar merda, de conquistar James ou o que seja.

Eu só quero sair daqui e passar de ano. Pronto. Acabou.

Acho.




Eu odeio aula de poções. Eu odeio copiar os resumos que Slughorn passa na lousa sobre as poções mais importantes e suas funções. Eu odeio ter que responder o questionário com setenta questões. Eu sempre odiei.

Mas hoje eu não odeio. Eu estou totalmente concentrada na lição.

Na lição, na lição, na lição.

- Lily, preciso falar com você.

Lição. A função da Amortentia? Puxa, essa foi mel com açúcar.

- Lily, me ignorar não vai resolver nada.

Lição. Lição, lição, lição, lição.

- LILY!

- Professor Slughorn, o sr. Potter está tirando minha concentração! – Exclamei, com uma cara super falsa, tentando não olhar pra cara do...

Aquele lá.

- Sr. Potter! Troque de lugar com a srta. Kennedy, por favor. – Slughorn resolveu o problema, parecendo meio severo. Sabe, mexer comigo é deixar o barrigudinho meio irritado.

Obrigada pelos aplausos, obrigada, obrigada.

Quando me virei de leve, vi que... Aquele lá me olhava com uma cara bem séria. Daquele tipo que você sabe que uma hora vai ter que encarar.

Por que RAIOS... Aquele carinha lá sabe ser maduro? Ele não PODIA!

Mas, graças a tudo que era sagrado, o sinal que anunciava o fim da aula soou e eu fui correndo para a outra sala, “ansiosa” para encontrar a face pálida da professora de DCAT.

Hoje o dia parece ser, tipo assim, UMA SEMANA.

Talvez porque eu passei a NOITE TODA acordada.

Eu quero me afogar num copo de...

- CHEETOS! – Berrei, ao sentir duas mãozinhas em minha cintura.

Juro que foi por reflexo. Bom, pelo menos acho. Mas eu nunca toquei nas mãos do cheetos antes.

- Como você adivinhou, Lils?

- Poder psíquico. – Respondi, tonta com o susto que O CHEETOS ME DEU. – Bom. Eu tenho que ir pra aula. O que foi?

- Só vim ver se você está bem. Não está com uma cara muito boa. – Ele respondeu, preocupado como sempre.

Oooown. Se ele fosse um aninho mais velho...

- Estou bem sim. – Dei um beijo em sua bochecha, e saí em direção a classe. – Meio cansada, mas super bem e tals.

Eu devia ganhar um castigo por mentir pra quem se importa comigo.




É incrível como UMA SEMANA parece, tipo assim... NOVENTA ANOS.

E daqui a noventa anos provavelmente eu vou ser um pacote de esqueletos cheio de bactérias e fungos de graça. Se é que você me entende.

Falando nisso, deve ser bem estranho ver um esqueleto com um tufo de cabelos vermelhos, né?




- SINISTRO! – Berrava Katheryn, parecendo meio estranha em sua roupa TODA preta de trinta de outubro, uma droga de quinta-feira. - O vento faz 'uhhhhhhhhhhhhh' na janela!

- Katheryn, CALE A BOCA. – Diana berrou, lutando contra o vento que faz ‘uh’ na janela.

Putz, é verdade.

HOJE ESTÁ A MAIOOOR VENTANIA, sem noção! Acho que é porque amanhã é dia das bruxas. As bruxas estão mandando os ventos para as nossas pessoas. Elas devem estar num acesso basiquérrimo (?) de raiva.

Ai, meu pai. Mais bruxas?

- Eu-não-quero-ir! – Reclamei, entre dentes, quando chegamos na escadaria dos jardins.

É. McGonagall trocou de aula com o Harrison, e agora temos aula de herbologia.

Temos que atravessar ventos de cento e vinte quilômetros por hora pra ver plantinhas murchas e seus afilhados.

Eu acho que quero uma festinha, gente.

- Quem quer? – Alice disse, segurando seus livros bem firme.

Se a gente não se segurar... Flupt. ...E o vento vai levar.

- Segurem-se na grama, garotas! – Kath exclamou graciosamente, como se estivesse tendo... DIVERSÃO!

Claro. A melhor coisa do mundo é ser arrastada pelo vento em plena quinta-feira. Ótimo. Realmente ótimo. Minha vida é uma coisa tão sublime e solene que merecia ser o tema de um filme daqueles que tem direito a um orçamento de quinhentos milhões de dólares.

Supondo-se que alguém queira fazer o filme de uma ruiva patética SEM PATENTE, que sonha em ser ESTRELA DE CINEMA.

Mentira, eu nunca sonhei em ser estrela de cinema. Mas até que seria uma boa idéia.

- Não sinto minha cabeça! – Choramingou Diana, com o cabelo parecendo o cabelo das axilas de uma... Bruxa.

Ai, brincadeira. Eu nunca vi uma bruxa de axila peluda, então, acho melhor retirar o comentário anterior, só pra não correr o risco de ter meu cérebro invadido por leitores mentais mega tecnológicos do século 50.

Heh.

No século 50, eu provavelmente vou ser um tufinho de cabelos ruivos no fundo da terra. Se eu não tiver virado pó até lá, claro.

É o efeito do vento. Ele está balançando meu cérebro. EU POSSO SENTIR!

EU POSSO SENTIR A PRESSÃÃÃO! ESTÁ CHEGANDO PERTO AGORA! NÓS ESTAMOS MELHORES SEM VOCÊÊÊ!

Oka, basta.

- Kath, eu não consigo mais andar contra o vento! – Gritei, segurando a manga da roupa preta estranha de Katheryn, quando o vento AUMENTOU a força. – Tire a sua varinha do bolso e faça algum feitiço!

Meu maxilar dói.

- Você não pode fazer isso? – Ela respondeu, tentando se afastar de mim e alcançar Diana e Alice, que estavam mais na frente.

- Se eu puxar a varinha, ela vai voar! E eu também! – Minha boca TREMIA com o esforço de falar contra O Vento. – POR FAVOR!

Ela torceu o nariz, mas acabou concordando.

Aí tirou sua varinha de dentro das vestes, sacudiu o pedaço de madeira mágico e...

Esse mesmo pedaço de madeira mágico, essa mesma varinha que já tem sete anos de uso, esse mesmo instrumento necessário para a vida normal de um bruxo...

Saiu voando.

- OH, NÃO! – Berrou Kath, desesperada, vendo sua varinha voar por aí.

E eu entrei em desespero, claro.

Porque é assim que as pessoas agem quando a única coisa que pode ser uma salvação é levada pelo vento.

ISN’T IT IRONIC? DON’T YOU THINK?

Parei.

- FAÇA ALGUMA COISA, LILY! – Oh-oh, Katheryn estava ficando vermelha.

Cá entre nós, ela não é uma pessoa legal quando fica vermelha. O vermelho fica tipo berrando “vá a merda, seu infeliz, e saia do meu caminho, AGORA!”.

Entendeu ou preciso desenhar?

- Eu não sei o que fazer! – E é verdade.

Katheryn revirou os olhos, e então avançou em minha direção. Meteu a mãozona no meu bolso interno e tirou a minha varinha. Aí simplesmente enfiou a coitada na minha mão, ME ESPETANDO E FAZENDO DOER DEMAIS, e começou a berrar com a cara mais irritada que eu já tinha visto:

- VOCÊ É UMA ANTA OU É UMA BRUXA, SUA RETARDADA? USE A CABEÇA PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA PRA FAZER ALGO ÚTIL! OU SERÁ QUE SÓ TEM MERDA NESSA CABEÇA APARENTEMENTE OCA QUE VOCÊ TEM?

Virei uma fuuumiguinha perto do KATHERYNZÃO.

- Accio varinha da Kath. – Murmurei, abaixando a cabeça.

A varinha veio voando e eu a dei para Kath, no que ela bateu o pé e simplesmente saiu andando em direção a estufa.

Às vezes eu acho que eu não nasci no mundo certo.

- DE NADA! – Berrei, quando ela bateu a porta da estufa com toda a força, sem nem olhar pra trás.

Bom, demorei mais uns dez minutos para chegar lá, porque caí que nem uma jaca podre e não tive ânimo pra me levantar.

Quando cheguei na estufa, abri a porta COM MUITO ESFORÇO e me obriguei a ficar lá dentro, mesmo com o lugar ameaçando ser arrancado do chão, o professor anunciou que a aula teria de ser cancelada por causa do vento.




Eu estou calma.

É claro que eu estou calma.

Muito, muito claro que eu estou calma.

Calmíssima.

Calma. Eu sou um poço de calma.

Eu sou...

PROFESSOR CORNO! INFELIZ! DEPOIS DE TODO AQUELE ESFORÇO PRA CHEGAR NA ESTUFA ELE SIMPLESMENTE CANCELA A AULA E NOS FAZ VOLTAR PARA O CASTELO?

Juro que, se não tivesse baile amanhã, eu me matava, e então...

O baile. OH.MEU.DEUS!

- O BAILE É AMANHÃ! – Eu não pude evitar. Eu TINHA que gritar. Estava tudo calmo demais, e eu odeio silêncio.

Mentira.

- Eu sei que o baile é amanhã.

JAMES?

- JAMES? – Levantei-me da cama de monitora num pulo, tratando de tentar alongar meu short MINÚSCULO do pijama, que quase não cobre meus glúteos.

Ele abriu um sorriso malicioso. Como sempre.

- É. – O tal estava me olhando de um jeito esquisito. Mas eu desviei o olhar pro chão. Eu ainda estava brava com ele, lembra?

LEMBRA, EVANS?

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei, com minha voz mais ríspida.

Ele meneou a cabeça, e se apoiou na porta, que sem querer fechou. Naquela quinta-feira FATÍDICA, estava MAIS LINDO DO QUE NUNCA. Mas é claro que eu não estava nem ligando. Eu não ligo pra ele. Ele é só um... James. Um James qualquer. Como qualquer um.

Ou quase.

- Vim te ver. Você não tem mais falado comigo. – Jura? Por que será?

- Não tenho motivos para falar. – Cruzei os braços, ainda com a cabeça abaixada. Embora não tivesse MUITA certeza.

- Aposto que tem.

Então ele simplesmente DEITOU EM MINHA CAMA, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Soltou um bocejo, e esticou os braços, balançando a cabeça pra tirar o cabelo do rosto.

Sobre o MEU travesseiro, o MEU edredom. Quem ele pensa que é, afinal?

E, para MEU espanto, eu não estou brincando. Ele está, de verdade, na real, me irritando com toda essa pose de maioral. Uma hora cansa, não acha?

Meu dia já foi péssimo sem preocupações desse tipo.

- Potter, saia da minha cama, por favor. – Murmurei, com raiva. Levantei os olhos, e dei meu melhor olhar... Malévolo.

- Não tenho motivos para sair. – Ele.se.acha. Por que ele tem que ser tão irritante, afinal?

ARGH! EEU JÁÁ ESTOOU IRRITAADA DEMAAIS PAARA ATURAAR UM SEER DEESSES NAA HOORA DE DORMIIIIR COM UM PIJAMA MÍNIMO!

E EU NÃO ESTOU BRINCANDO.

- Potter, SAIA. – Apontei para a porta, parando de cobrir minhas pernas extremamente brancas.

Tenho vergonha delas.

- Nossa, você é gorda. Isso aqui tá afundado. – Ele falou, depois de alguns segundos, pegando meu travesseiro com as mãos.

Aí o dobrou no meio, colocou sob a cabeça e cruzou os pés cobertos por meias brancas que ficavam até legais com o pijama (ou melhor, a falta dele, já que ele estava SEM CAMISA) preto.

Mas, espera. ELE ME CHAMOU DE GORDA?

- SAIA DAÍ! – Gritei, avançando nele e tentando o puxar da cama pelos braços. – SAIA DA MINHA CAMA!

- Lily! – James resmungou, surpreso com a minha reação, desfazendo o sorriso.

Ele ainda acha que eu estou brincando.

Então James segurou minhas mãos com força, e me obrigou a parar. Ele sentado na cama e eu em pé, de frente pra ele, com o cabelo todo desalinhado, ofegante de raiva. Juro que me senti meio... Do mal.

Pensando bem, até que combina com o Halloween, que é amanhã.

OH MEU DEUS! AMANHÃ TAMBÉM É ANIVERSÁRIO DO JAMES! COMO EU ESQUECI, MERDA?

Vou ignorar amanhã, há. Ele anda merecendo um descaso básico.

- O que está errado com você? – Perguntou, meio incrédulo, abrindo um sorrisinho sem emoção. – Lily! – Ele adicionou, quando tentei me libertar de suas mãos. Então, se levantou da cama. – O que foi? Por que você está agindo assim?

Vi que ele estava sendo sincero. Mas quem liga?

- Eu só quero que você saia do meu quarto, do MEU lugar, James. Eu não quero você aqui. – Respondi, meio trêmula, com uma voz que nem era minha de tão seca e... E...

Sei lá.

- Mas o que eu fiz pra você? Você começou a agir assim do nada! – Hum, vamos ver...

- Você fez tudo, James, tudo que devia e tudo que não devia! – Wow. Essa voz NÃO É MINHA, eu juro. Podem ser minhas palavras, mas esse tom meio ríspido-choroso? – Só saia daqui! – Eu acho que vou chorar.

James me largou. Sacudiu a cabeça e deitou em minha cama de novo, virando para o outro lado, que tinha um espelho na parede. Mas eu vi o brilho de alguma coisa nos olhos dele.

- Mas eu não vou sair daqui. Você que saia. – Opa, essa voz também não é dele. Ou será que...?

Abri meu armário, peguei um edredom grosso e um travesseiro, bati a porta com força e fiz uma cama improvisada bem na porta. Oka, se ele não ia sair, então não ia MESMO. Há.

Deitei, e senti um pouco de frio. Talvez porque eu estava com uma blusa fina de manga comprida e um short minúsculo. Nem meias eu tinha.

E uma sensação estranha teimava em fritar meu coração. Porque eu lembrei que era sonâmbula, e que isso podia ser perigoso... Mas... Tranquei a porta, e coloquei dentro do meu sutiã, no meio dos... Dos... ‘Amigos’. Ele não teria coragem de pegar... Lá.

- Tenha uma péssima noite. – Resmunguei, e apaguei a luz. O quarto ficou totalmente escuro, porque a lua quase não aparecia, e as estrelas não estavam nem dando sinal de vida...

James se virou pra mim, eu pude sentir. Eu tinha certeza que ele estava me observando pelo espelho antes de apagar a luz, mas agora estava definitivamente virado pra mim MESMO. Como se fosse mudar algo.

Acho melhor dormir. Talvez seja o mais prudente a fazer...




Ok, eu não consigo dormir. Impossível. E aposto que ele sente a mesma coisa, porque nós dois não pregamos os olhos, e já são três da manhã.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO, AFINAL?

Mas tudo ficou exatamente daquele jeito, até que o quarto começou a ficar mais claro (provavelmente porque as nuvens finalmente se afastaram, e a lua ficou um pouco mais visível). E eu pude ver claramente os olhos agora verdes, meio acastanhados, me fitando com um sentimento que eu não sabia qual era.

Ui.

Ele estava morrendo de sono, dava pra ver pelas olheiras. E parecia triste. Acho que é porque passou as primeiras horas de seu aniversário trancado no quarto com ‘sua’ ruivinha, que não quer saber dele. Deve ser mais ou menos isso, não é?

Suspirei. Ficava cada vez mais difícil olhar pra ele e não fazer nada.

Então me virei para o outro lado, de modo que minhas pernas ficaram encostadas na porta e minha cabeça estava diretamente na direção das pernas dele. Antes as pernas do que os olhos, né?

James me olhava profundamente. Começou pelos pés, passou MUITO TEMPO nas coxas descobertas, passou pela barriga e possivelmente pelos ‘amigos’, depois para a boca e enfim para os meus olhos. Quase nem piscava, e eu podia ver claramente.

Só que de repente ele se levantou, aflito até o último fio de cabelo, e se aproximou de mim. Meu coração deu umas guinadas, e eu quase prendi a respiração, ESPECIALMENTE QUANDO ELE SE DEBRUÇOU SOBRE O MEU CORPO E FICOU COM O ROSTO DIRETAMENTE EM CIMA DO MEU, ASSIM COMO O CORPO. Só que não ENCOSTADO, claro.

Eu estava presa.

Meu coração gritava. Eu só conseguia olhar nos olhos dele e tentar adivinhar O QUE ele ia fazer, esperando que não fosse me beijar. Porque um beijo NESSA situação é muito, muito perigoso.

James, então, levantou um braço e pegou o colarinho (é esse o nome?) de minha blusa. Ah, eu sabia o que ele ia fazer. Mas não conseguia fazer N A D A. Eu estava oficial e totalmente pregada no chão, como uma planta que criou raízes.

Só que aposto que essa planta nunca esteve perto de ter seus ‘amigos’, até porque plantas não têm, ‘explorados’ pelo possível amor de sua vida. Supondo, claro, que ele vá fazer isso.

Mas ele não vai.

MENTIRA. ELE ESTÁ ABAIXANDO O COLARINHO. ELE VAI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Fiquei pensando “VÁ, Evans! Bata na cara dele! Ele vai pegar nos seus peitos!”, mas não conseguia fazer nada. Ele parecia tão concentrado e curioso e ansioso que eu não tinha reação... Eu devia bater na cara dele? Gritar? O chamar de tarado? Tirar logo a blusa? Não sei! Era um momento estranho, daqueles que você NUNCA pensou em viver antes, sabe?

Aposto que você não sabe.

Quando encostou o colarinho no meu sutiã (!), ele parou. E olhou nos meus olhos. Acho que estava esperando um tapa.

Mas eu estava mais ocupada em ver o que ELE ia fazer, então...

Voltou o olhar para meus ‘amigos’. Tenho CERTEZA que ele ficou meio indeciso, não sei entre que opções, mas acabou por colocar os dedos lentamente lá no meio (!!!!!!!) e procurar a chave.

MEU CORAÇÃO NUNCA ESTEVE ACELERADO. EU NÃO CONSIGO FAZER NADA. ESTOU CONGELADA. JAMES POTTER ESTÁ COM A MÃO ENTRE MEUS ‘AMIGOS’ E EU NÃO CONSIGO FAZER NADA ALÉM DE SENTIR UMA SENSAÇÃO ESTRANHA NO ESTÔMAGO QUE EU NUNCA SENTI ANTES.

Então, comecei a sentir todo o meu corpo tremer de leve. Mas não demonstrei. Ele tinha que pensar que eu não estava ligando, e não que eu estava...

EU ESTAVA GOSTANDO?????????? CLARO QUE NÃO!!!!!!!! QUE LOUCURA!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ai, estou enjoada.

Voltando ao momento. Ele finalmente achou a chave e a pegou de leve, tomando cuidado para não encostar muito nos meus ‘amigos’. Aquele momento pareceu durar um ano, ou até mais. Parecia estar congelado. Mas então guardou a chave no bolso do pijama, arrumou de novo minha blusa e ficou me olhando.

Tive que me levantar um pouco. Não consegui. Ele estava tipo EM CIMA de mim (não pensem coisas feias, crianças!).

Apoiei-me nos cotovelos, e mantive o olhar no dele. Quer dizer, eu tive que dar uma desviada para os outros lugares, né, afinal, ele pode ser James Potter, mas ainda é um DEUS GREGO.

Principalmente sem camisa, no escuro e a noite.

E quem olha pensa que nós somos NAMORADOS.

HAHAHAHHAHAHA. Se isso um dia acontecer, ele me dá um beijo no pescoço AGORA.

OMG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

JAMES ACABOU DE...

(Continua no próximo capítulo...)

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