Wedding Day - parte I



Gente, demorei mas cheguei!
heis a primeira parte do nosso "final feliz" que todo mundo quer ler, mas aviso desde já: NÃO É O FIM DA FIC!
temos uns capítulos de bônus, depois da parte II e um epílogo ainda, ok?


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Wedding Day(*) – parte I

We both acknowledge what we came here for
We take each other and walk through the open door
From the first time that I saw you
To the way you look tonight
I was shaken by your spirit
I was blinded by your light

And the world that I used to see is gone without a trace
Replaced by your eyes and the smile upon your face
And I will not turn away
'Cause you might disappear
I was haunted by your heart
And I felt that you were here

And funny when the time is right
When lightning strikes
You're not alone
Baby, I will pray for you my whole life through
This day


Ainda era de madrugada e o sol demoraria para nascer, mas ele já estava desperto. Acordara primeiro desta vez e a luz fraca do pequenino abajur que fora esquecido ligado lhe permitia agora admirar em silêncio o rosto da esposa. Sim, sua esposa. Ela finalmente se lembrara do que era, do que haviam compartilhado.
Sem conseguir se conter, ele estendeu a mão, tirando uma mecha de longos cabelos negros de seu ombro, tocando suavemente sua pele até alcançar o vale entre os seios, sentindo o pulsar de seu coração. Desceu os dedos em direção ao seu umbigo, sem se deter mesmo quando ela se mexeu e resmungou algo... até que ela abafou um riso.
Ele susteve sua mão e a fitou, já querendo pedir desculpas por tê-la acordado, mas ela sorria e disse:
- Você me fez cócegas! Hum... é bom acordar assim! – sua voz sonolenta era doce e sensual, e Sirius quase se esquecia de porque tinham acordado tão cedo, mas não Serenna. Ela pulou da cama quando ele menos esperava, fugindo em direção ao banheiro, fechando a porta do quarto suavemente. Ele deixou-se cair de volta no travesseiro, olhando para o teto, até que os passos suaves dela retornando o fez levantar a cabeça para olhá-la, enquanto ela se vestia como se estivesse sozinha, ou pelo menos fingindo que estava.
- Essa é nova. – ele apontou para a lingerie de seda em um tom suave de lilás.
- Sirius Black, você anda espionando minhas gavetas?
- Não. – ele deu um sorriso malicioso – Mas sei quando minha mulher está vestindo algo que ainda não tentei tirar dela... e também porque tem cheiro de novo, ora essa!
Ela tentou fazer cara de zangada, mas desistiu, enfiando o vestido branco de renda pela cabeça.
- Este não é seu, eu tenho certeza!
- Não. – ela esforçava-se para permanecer séria – É da Neusinha. Pedi a ela emprestado, nem sei a desculpa que eu dei. Estou usando meu pingente de família – ela apontou sua gargantilha de prata onde a pequena esmeralda brilhava na curva dos “S” entrelaçados. – E falta alguma coisa, mas não lembro o que é...
- Do que está falando? – ele sentara-se na cama, ao seu lado, beijando seu ombro enquanto ela calçava as sandálias rasteiras de couro branco.
- Pare com isso! – ela se encolheu, rindo. – É um costume, sabe? Uma superstição, mas a gente fica meio na dúvida se segue ou deixa pra lá... Algo novo, algo velho, algo emprestado, algo ganhado...
- Esse deixa comigo. – ele estendeu para ela uma caixinha, que abriu para deixar ver um lindo par de alianças.
Enquanto ela admirava-as, segurando a caixa com todo cuidado, ele indagou: - Tem certeza de que quer fazer isso?
- Sim. Quero poder dizer que estamos juntos porque escolhemos assim, porque nos amamos e...
Ele a silenciou com um beijo e sorriu, fitando-a nos olhos.
- Eu sei, eu sei. Entendo como se sente. Então, se você quer mesmo fazer isso ficar apenas entre nós, acho melhor sairmos da cama. Ou vou ser forçado a mudar de idéia e ficar aqui tempo suficiente para toda a família acordar e não conseguirmos mais sair de fininho...
Ele se vestiu rapidamente e logo depois, os dois se abraçaram e aparataram dali, sem que ninguém da casa percebesse.

Ou pelo menos eles pensaram assim...


We'll be together
Husband and wife
Now and forever
The rest of our lives
Well, take me to Heaven
Take me tonight
There is nothing words can say
On this our wedding day

Oh, now is the hour, now is the sowing of the seed
I will take tomorrow
I will lay it at your feet
And the two of us escape from the sadness of the world
From the thunder and the darkness
From the hunger and the hurt


Desaparataram ao lado da igrejinha da vila de pescadores. A Igrejinha de Nossa Senhora da Penha era toda azul e cintilava aos raios do sol nascente, linda em sua simplicidade e especial em sua aparência comum.
E naquela manhã de domingo, isso era tudo que Sirius e Serenna podiam querer.
Porque, na realidade, suas vidas tinham sido até agora tão repletas de coisas incomuns e acontecimentos espetaculares, que queriam algo cheio de simplicidade e que importasse apenas para eles mesmos. Mesmo que suas idéias parecessem coisa saída de alguma comédia romântica sobre encontros desencontros e reencontros...

Queriam casar em segredo, só o padre e as testemunhas, que deveriam ser dois desconhecidos pegos no pulo ali na hora, que não fizessem nem idéia de quem fosse Sirius Black e de porque ele estava se casando com uma moça que tanto respondia por Sarah Laurent como por Serenna Snape...
Por isso, foram bem cedinho para a Igreja local, onde o seu amigo Padre Augusto já os esperava na simples companhia de algumas senhoras madrugadoras que haviam visto a igreja sendo aberta e entraram. Seriam elas as testemunhas que Sirius e Serenna precisavam...

Infelizmente, surgira um problema: Padre Augusto constatou que apenas uma das mulheres ali presente sabia pelo menos assinar o nome ... e precisavam de duas testemunhas, para que ela pudesse ser homologada pelo Juiz de Paz e ser considerada válida.
- Eu serei sua segunda testemunha. – Um homem que ninguém vira entrar na igreja falou lá de trás, enquanto caminhava até o altar.
- Deus o abençoe por isso, meu filho. Venha, participe da cerimônia conosco, então. – Padre Augusto lhe chamou com um aceno.
O homem sorriu, mas o ar melancólico não desapareceu com o sorriso, e Serenna achou que ele era vagamente familiar... Mas não conseguia se lembrar de onde o conhecia. Talvez o tivesse visto na praia, um desses dias, ou na colônia de férias que visitaram com as crianças. Ele poderia ser um hóspede, ou trabalhador de lá e ela não ligou muito para suas roupas surradas e o velho casaco militar que um dia fora verde, mas hoje tinha uma cor indefinida. Sobre tudo isso pairava uma velha veste bruxa que talvez um dia tivera a mesma tonalidade original do casaco do Exército, mas Serenna não se ocupava mais em ficar indagando se alguém era bruxo ou não...
Já Sirius olhava para o homem com uma leve desconfiança. Seu olfato canino sentira alguma coisa, além de sinais peculiares que ele conhecia bem, mas não disse nada, limitando-se a agradecer ao homem com um sorriso cortês. Afinal, ele não demonstrara nenhuma atitude agressiva contra eles, pelo contrário, se oferecera para ser sua testemunha.
- Muito obrigada... – Serenna começou a dizer, percebendo que não sabia seu nome.
- Não foi nada. Eu lhe devo muito mais do que isso. – ele sorriu, abanando a cabeça e não se importando com a confusão que sua afirmativa causara. Então, levou a mão ao bolso de seu paletó de brim, tirando de lá uma longa fita azul. – Ouvi dizer que as noivas devem usar algo azul para dar sorte. Use isso. Desculpe, sou muito desajeitado para essas coisas, o laço se desfez...
- Algo azul! Era o que eu estava tentando me lembrar! E ela está ótima assim! – Serenna riu feliz, enquanto amarrava a fita em volta dos cabelos, à maneira de Alice.
- Eu te vi assim muitas vezes, em meus sonhos... – Sirius sussurrou-lhe ao ouvido, indiferente aos demais.
- Ah, eu sempre gostei assim, arquinhos sempre me incomodaram. – ela explicou, meio encabulada, e depois sorriu para o homem que lhe dera a fita e os contemplava ainda com a mesma expressão melancólica.
- Obrigada, você é um anjo!
Ele balançou a cabeça, discordando gentilmente, e Padre Augusto continuou a cerimônia.
Ao final, o estranho assinou a certidão logo após a senhora simpática e emocionada e, antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa, ele se afastou em passos rápidos e silenciosos.
As velhinhas cochichavam entre si algo como “pobre homem, sofre tanto com seu problema”, enquanto o padre o observava com expressão desolada.
Serenna ia chamá-lo de volta, mas Sirius estendia-lhe a mão, onde agora brilhava uma aliança larga e dourada, e dizia com um de seus sorrisos sedutores:
- Venha, vamos para casa. Acho que merecemos nosso novo primeiro café da manhã, minha linda e querida esposa.
- Sem Doris? –ela perguntou, esquecida por um minuto do que a preocupara.
- Sem Doris. – ele sorriu.
Os dois se despediram do padre e das senhoras, que os cumprimentaram com aquele ar doce de avós simpáticas do interior, desejando-lhes uma vida feliz, uma casa alegre e muitos filhos...

Nenhum dos dois notou que o estranho permanecera na lateral da igreja e os observara se afastando em direção à praia, até que o som suave de uma aparatação o fez se voltar para o bruxo que o fitava agora com ar curioso, depois de observar também o casal que já ia longe:
- Algum problema, Rômulo?
- Não. Está tudo certo. Só estava tentando pagar uma dívida. Podemos ir, agora.

***

You know I will remember well the mission bell
That rings your name
And baby there could never be
A memory like you

We'll be together
Husband and wife
Now and forever
Lovers for life
Well, take me to Heaven
Take me tonight
There is nothing words can say
On this our wedding day

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(*) tradução e explicação na parte II

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