Redenção







_Onde ele está? Eu quero vê-lo! – Draco ouviu assim que aparatou no St. Mungus atrás da ruiva. “Mas que raios eu tô fazendo aqui?” ele pensou com certo espanto ao notar que aparatara longe do seu tão sonhado quarto da Mansão Malfoy.

_Calma Gi. Ele está sendo medicado agora. – Rony tentava acalmar a irmã.

_Eu quero vê-lo Ron. Sai da minha frente. – ela disse rapidamente empurrando o irmão para o lado, fazendo-o cair encima de Hermione.


Gina correu até o fim do corredor da Ala para Pacientes com Doenças Trouxo-bruxas, passou por vários quartos com as portas fechadas apurando os ouvidos para tentar achar o filho. “Merlin cadê meu garoto?” ela pensava com desespero observando mais portas fechadas à sua frente. Até que na penúltima sala ela viu a porta entreaberta. Entrou. Vários medi-bruxos tentavam reanimar o pequeno garoto ruivo deitado sobre a cama. Gina levou as mãos a boca, seus olhos encheram-se de lágrimas. Seu filho estava ali, sendo medicado com vários feitiços que ela jamais ouvira antes. Sentiu a respiração falhar ao vê-lo tão frágil. O chão sumiu, tudo ficou negro.


*******No outro extremo do corredor*******



_O que você está fazendo aqui? – Blaise perguntou num sussurro ao loiro que estava ao seu lado, perdido em pensamentos.

_O que? – Draco perguntou um pouco lento, acordando do seu ‘transe’.

_Aqui, o que você veio fazer aqui? – Blaise perguntou analisando-o atentamente.

_Eu.... ah, nem sei. Quando eu notei já estava aqui. – ele respondeu com sinceridade.

_O feitiço virou contra você não é?

_Do que está falando? – ele perguntou baixo ao notar que começara a chamar atenção do ruivo há alguns metros.

_Virgínia, é dela que estou falando. – Blaise comentou num sorriso – meu plano deu certo.

_Plano? Agora eu não entendo mais nada. – Draco falou ainda observando um ruivo muito vermelho levantar-se do colo da esposa, com uma cara nada amigável. – fale de uma vez Zabini.

_Simples. Eu precisava saber até onde ia sua sede pelo dinheiro, então... eu testei você no restaurante. – o moreno comentou satisfeito.

_Mas espera aí. Você só ficou insultando a Virgínia o tempo todo e... – Draco falava rapidamente quando num estalo ele parou. “Filho da mãe!” - Zabini, seu desgraçado, você estava me testando pra ver se eu a defendia?

_Exatamente. – disse o moreno rindo.

_E eu caí. – o loiro constatou abismado.

_Oh, yes! – Zabini comemorou baixinho.

_Eu vou te matar. – Draco falou sério. Enquanto uma loira familiar aproximou-se dos dois que cochichavam.

_Depois. – Luna disse rapidamente.

_De onde você surgiu? – Draco perguntou surpreso.

_O estado dele é mau. – ela disse ignorando a pergunta do Malfoy. – ele vai ter que recorrer ao método trouxa mesmo.

_Como assim? Não pode ser tão grave assim, pode? – Draco perguntou preocupado. Zabini sorriu involuntariamente. – pare de sorrir seu idiota.

_Tá, parei! – Zabini falou saindo de perto do loiro e aproximando-se de um ruivo que era contido por uma castanha com cara de desespero.

_Solte-o Granger. – Zabini falou sério – tenho que conversar com ele.

_O que seu amiguinho está fazendo aqui? Veio zombar da minha família mais uma vez? – Rony perguntou venenoso e ofendido.

_Acredite ele só veio ajudar. – Blaise defendeu o amigo.

_Há, até parece. – Rony falou indo em direção ao Malfoy. – o que você quer aqui?

_É um prazer revê-lo também, Weasley. – o loiro retrucou sarcástico.

_Pára de graça e diz logo o que você quer aqui? Já não basta a situação crítica do meu sobrinho, e você ainda vem aqui pra perturbar?

_Wou.... calma aí. Eu vim aqui porque estou preocupado com ele também.- o loiro defendeu-se.

_E desde quando você o conhece? – Rony perguntou irônico.

_Ele me ajudou uma vez. – Draco disse lembrando-se do livro que comprara para a mãe.

_E por isso você ficou bonzinho com os Weasley? Ah, conta outra.


Draco ia retrucar mas não pôde. Hermione surgiu com a pergunta “Onde está a Gina?” e todos puseram-se a observar por todo o corredor. O loiro ia dar de ombros quando um flash de sua mente o fez parar. Ele a viu. Um anjo ruivo deitado no chão frio de algum lugar muito branco. Da mesma forma que veio, o flash se foi. Draco ficou abismado. “O que foi isso?” ele perguntou-se quando notou onde estava. Chão de mármore aparentemente frio. Paredes claras. Virgínia sumida. “Ah, merda!” ele pensou pondo-se a correr pelo corredor a frente. Não demorou muito para achá-la. Um vulto ruivo caído no chão próximo a última sala. Correu tanto que as pernas chegaram a doer. O coração estava descompassado.


_Acorda. Virgínia ACORDA! – ele gritou abaixando-se ao lado dela, o que chamou a atenção de alguns medi-bruxos que estavam na sala entreaberta.


Em poucos segundos tiraram-na dos seus braços. Ele sentiu-se perdido por alguns momentos. “Porque meu coração tá acelerado assim?” ele perguntava-se sem entender. Em poucos segundos os outros, Rony, Hermione, Zabini e Luna, alcançaram-no. Luna e Hermione ficaram chocadas ao verem a amiga ser carregada para uma sala próxima. Zabini ficou aparentemente surpreso. Rony... bem, este ficou intrigado.



*****Sala de Espera******


_O que ele tem afinal? – Luna perguntou para Blaise num sussurro.

_Não sei. – o moreno falou olhando para a figura do sócio.


Draco estava recostado na janela que dava para a falsa paisagem de um lado. Sua mente fervilhava em pensamentos incoerentes, onde uma única figura aparecia. “Oh meu Merlin, diz que eu não... que eu... ah, como que um Malfoy pode sentir algo por uma Weasley?” ele pensava nervosamente. Seu semblante era sério. Ele parecia estar preocupado, pois nem sequer tocara na xícara de café que segurava. Blaise resolveu aproximar-se para saber o que acontecia com o loiro com cara de enterro.


_Draco? – ele falou baixo – que houve?

_Estou preocupado Zabini. – ele confessou – nem sei o porque mas tô preocupado com o estado deles.

_Você sabe porque se sente assim – o moreno ia continuar dizendo, quando Rony irrompeu pelo corredor ao lado.

_Ela acordou, mas não pára de chorar. – ele informou aos presentes analisando Malfoy com cuidado – e ela chamou você Malfoy.

_Certo. – ele disse e acompanhou o ruivo pelo corredor.

_É melhor que você não tente nada contra ela, senão garanto que só você sai daqui embrulhado, entendeu? – o ruivo disse muito sério.

_Olha Weasley, por mais incrível que pareça, eu gosto da sua irmã. – ele falou para surpresa do outro e dele próprio.

_Como pode isso? Você e nossa família sempre foram...

_Inimigas? – o loiro constatou- é, eu sei. Mas agora isso mudou. Eu e a Virgínia estamos ligados.

_Desde quando? – Rony perguntou surpreso.

_Ela é sua irmã. É melhor ela mesma lhe contar tudo. – Draco disse por fim. E sem mais entrou no quarto, onde Virgínia conversava aos prantos com uma medi-bruxa.

_Mas isso é grave então? – a ruiva repetia pela quinta vez, com lágrimas no rosto.

_Sim, Srta. Weasley. – a medi-bruxa falava calmamente – mas ainda temos uma chance. Ele pode recorrer a cirurgia trouxa.

_Trouxa? – Draco pronunciou-se pela primeira vez, atraindo a atenção delas para si.

_Sim. – a medi-bruxa Glen virou-se para o loiro – e você é?

_Draco Malfoy. – ele respondeu prontamente – mas como vamos realizar o processo da cirurgia? Aqui é um Hospital Bruxo.

_Sim, mas temos recursos e alianças no mundo trouxa. – ela falou serena. – me desculpe, mas o que exatamente o Sr. é do menino?

_Ele é meu noivo. – Gina falou antes que o loiro pudesse responder qualquer coisa. – e Dra. quando poderemos dar início a esse processo cirúrgico.

_Imediatamente. – ela falou simples – somente precisamos de recursos para garantir a estadia do menino no hospital trouxa.
_Entendo. – a ruiva comentou triste, olhando para Draco, que penalizou-se apesar de não demonstrar.

_Dinheiro não é problema. Faça o que for preciso. – o loiro falou rapidamente para a medi-bruxa, que acenou com a cabeça saindo do quarto.


Um silêncio instalou-se no pequeno quarto. Nenhum dos dois sabia exatamente o que falar, mas sabiam exatamente o que aconteceria. Virgínia estava perdida em pensamentos encarando a parede do outro lado do quarto, quando uma lágrima escorreu do seu rosto. Draco, que aparentemente, estava concentrado no lustre do quarto de hospital aproximou-se da cama da ruiva, limpando-lhe as lágrimas.


_Não fique assim. Tudo vai acabar bem. – ele falou encarando-a nos olhos. Virgínia num impulso, abraçou-o fortemente e chorou tudo o que podia.

_Obrigada por isso. – ela falou com voz fanhosa.

_Não me agradeça. – ele lembrou-se de qual situação o aguardava depois daquele hospital.

_Eu sei que você só está aqui por uma razão. E eu aceito isso. – ela falou pesadamente. Ele encarou-a sem acreditar.

_Aceita?

_Sim, vou me casar com você. – ela falou rapidamente.

_Veja isso como um bom negócio. – ele tentou aliviar a situação.

_Negócio? – ela perguntou incrédula – você trata as pessoas e os sentimentos delas como negócios? Nem eu acredito que vou me casar com um canalha como você.

_Ora, eu agradeço o elogio – ele falou irônico – mas não são somente negócios que me prendem aqui.

_É mesmo? E o que mais seria? – ela perguntou sarcástica erguendo a sobrancelha.

_Não é do seu interesse de qualquer forma. – ele respondeu curto – já se sente melhor?

_Sim, só estou um pouco abalada, mas estou melhor sim. – ela falou corando.

_Vou chamar seu irmão então. – Draco falou indo em direção a porta.

_Pra quê? – ela questionou.

_Bom, eu disse q ele que nós somos ligados – ele falou e antes que ela retrucasse continuou – e nós somos. Não afetivamente, lógico. – ele mentiu para si – mas isso ele não precisa saber correto? – ele perguntou analisando a expressão de choque da ruiva, que se recompôs.

_Mande-o entrar. – ela falou seca evitando encará-lo. Draco entendeu o recado e saiu, deixando uma ruiva confusa para trás.


*******Sala de espera, minutos antes********


_Não é possível que ela esteja com ele! – Rony reclamava pela décima vez aos presentes.

_Controle sua voz, estamos num hospital Weasley – Blaise alertou-o.

_Não quero em controlar. EU NÃO VOU ME CONTROLAR, ELA TÁ MALUCA!! ELE É O DONINHA!! –ele alterou-se de vez.

_Minha nossa, que reconfortante. – um loiro, recém saído do quarto de hospital, ironizou.

_Eu vou te estrangular, se desgraçado! – Rony iria partir com tudo pra cima do loiro quando Blaise, Luna e Hermione decidiram se meter.

_CHEGA! – berrou Hermione- VOCÊ NÃO VAI SE METER, A VIDA É DELA. ELA FAZ O QUE QUISER.

_NÃO, ELA NÃO PODE! NÃO ELE, MIONE, VOCÊ SABE! – o ruivo retrucava enfurecido.

_Não tente impedi-la. – Luna alertou-o – você conhece a Gina, ela deve ter suas razões para ficar com o Malfoy.

_Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui. – Draco reclamou – e Weasley, você vai sobreviver. Sua irmã quer falar com você, a propósito.

_Idiota. – ele falou antes de entrar no quarto.

_Pare de provocá-lo ou eu mesma azaro você. – Mione alertou-o.

_Ai que medo Granger. Vai fazer o que? Me assustar com sua cara feia?- Draco ironizou.

_Ridículo. – a castanha respondeu rolando os olhos – vou buscar um café.

_Vou com você Mione. – Luna falou olhando reprovadoramente para Draco.

_O que houve lá dentro? – Blaise perguntou quando já estavam sozinhos na sala de espera.

_Ela aceitou. – Draco respondeu simples. – agora eu tenho que arrumar as coisas para a transferência do garoto.

_Vai mesmo fazer isso? – Blaise perguntou sério.

_Tenho que fazê-lo. A saúde do garoto depende de mim agora. – Draco falou sério também e despediu-se saindo em direção a administração do Hospital.

_Eu estava falando do casamento, mas tudo bem Draco. – Blaise comentou para si mesmo rindo e balançando a cabeça, enquanto via o amigo distanciando-se no corredor branco – eu te avisei que resistir a essa ruiva não era fácil.






***************




N/A: Oi genteeeeeee!!!!!
Demorei muito pra postar? *ri amarelo*

Desculpem-me, mas minha vida afetiva virou de cabeça pra baixo e eu fiquei em depressão...mas agora eu tô de volta! E com gás pra continuar essa história...

Quem gostou do Draco mais contraditório do planeta grita U-HAAA!!
rs*

Agora que eu postei, vocês só tem que me fazer uma coisinha, ok?

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Bjus

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