BÔNUS










PLOP


Draco aparatou, naquela tarde, em seu quarto na Mansão Malfoy com uma cara péssima. Estava num misto de raiva com tristeza e uma pitada de remorso (N/A: Tá parecendo até receita de bolo...rs). Não queria ver ninguém até a hora do jantar, isso era fato. As lembranças que lhe vieram a mente quando Blaise 'jogou' toda a verdade na sua cara, há minutos, estavam ainda vivas sob sua retina. Podia relembrar cada momento que passou a desprezar a ruiva que agora, não só povoava-lhe os pensamentos, como também carregava seu sobrenome. "Ela não pode ignorar o que sente assim." ele pensava convicto quando as palavras de seu enteado lhe vieram à tona rapidamente.



********FLASHBACK********


_Entra filho.

_Draco, posso conversar com você? - o garotinho perguntou entrando devagar no aposento. Draco percebeu que ele não parecia bem, visto que era possível identificar que chorara.

_Claro que pode, o que houve? - o loiro perguntou sentando-se na cama - porque estava chorando?

_Tô triste. -o menino respondeu, simplesmente.

_Dylan... eu... - o loiro começou sem saber ao certo o que dizer.

_Porque vocês não ficam juntos? - o menino perguntou com os olhos marejados, novamente - é sempre assim...

_Assim como, parceiro? - Draco perguntou afagando-lhe os cabelos ruivos.

_Assim. Eu nunca tive um pai de verdade. - ele falou com certo rancor na voz infantil - meu tio Rony sempre foi legal comigo e eu adoro brincar com ele e a tia Mione, mas... é estranho. Todos os meninos do pré-bruxo tem pai, e eu não...

_Dylan, não é assim tão simples...

_Porque não?

_Porque as coisas entre adultos não são tão fáceis, entende?

_Não quero crescer, vocês adultos são complicados demais. - o garoto disse com uma careta, que fez o loiro contorcer os lábios num sorriso discreto.

_Olha só, vamos prometer uma coisa: você diz pro juiz-bruxo que quer ficar aqui, na Mansão... e assim sua mãe vai ter que ficar também.

_Não acho que ela vai aceitar isso Draco. - o menino respondeu.

_Ela não ia querer ficar longe de você, ia? - o loiro perguntou arqueando a sobrancelha.

_Claro que não, ela me ama! - ele respondeu alarmado - mas Draco não acha que ela vai ficar com raiva de você por ter que ficar aqui?

_Bom, se com todo o 'ódio' que ela diz sentir por mim eu ainda respiro, acho melhor eu arriscar, sabe. - o loiro falou brincalhão.

_Você é muito estranho. - Dylan falou encarando-o - mas eu gosto muito de você. - e abraçou-o.

_Hey, não me faz chorar não hein! - o loiro disse comovido. - então, temos um trato?

_Ta, eu falo pro carinha lá que quero ficar aqui com você e a mamãe. - ele respondeu referindo-se ao juiz-bruxo. - mas Draco...

_O que?

_Eu ouvi a briga de vocês mais cedo. - ele falou num tom baixo, quase num sussurro.

_É feio ouvir seus pais brigando, Dylan. - Draco repreendeu-o, levemente. - mas prossiga.

_Quem é o outro herdeiro que minha mãe falou? - ele indagou e Draco engoliu em seco.

_Não há nenhum herdeiro além de você. Sua mãe estava alterada, não se preocupe com isso. - ele falou convicto.

_É melhor que não seja mentira, Draco. - Dylan falou advertindo-o - eu confio em você.

_Pode confiar. - o loiro falou sério. "Espero que essa história da Chang seja mentira." ele pensou - e agora vá dormir, está tarde.

_Tá bem. - o garotinho falou mais feliz, pulando da cama em direção à porta do quarto, mas não saiu antes de gritar - Boa noite, pai!

_Boa noite, filho. - o loiro falou suspirando pesadamente.




Suspirou ao recordar da conversa que tivera um dia antes com o 'filho'. Passando a mão nos cabelos loiros, num claro sinal de desespero por não saber o que fazer, decidiu por um fim naquilo de uma vez por todas. Levantou-se da cama, onde estivera sentado, e rumou para fora do quarto. "Ela vai ter quem me ouvir!"




***********



_Não adianta Luna, eu não vou desistir agora. - a ruiva falava nervosamente para a lareira, onde a cabeça de uma loira aparecia.

_Deixa de ser CEGA mulher! Ele te ama! - a loira tentava pela quinta vez.

_Ele não pode me amar por dois simples motivos: ele fez um FILHO na Chang e outra eu sou uma Weasley! - a ruiva falava à beira de um colapso nervoso.

_Calma aí... - a loira falou desaparecendo momentâneamente da lareira e aparecendo num PLOP ao lado da ruiva.

_Nem vem, pode voltar pra casa, não quero mais discutir isso Luna, o divórcio já está a meio caminho e...

_E você vai suportar ficar longe dele? -a loira interrompeu, calmamente.

_EU NÃO ME IMPORTO COM ELE, CARAMBA! - Gina explodiu. - PÁRA DE REPETIR ISSO.

_Nota-se. - a loira falou ácida - ah, qual é Gi? Eu te conheço. Você está sofrendo com isso tanto quanto o Draco, porque não admite?

_Não estou. - ela teimava.

_AH QUER SABER? PRO INFERNO VOCÊS DOIS, MAS SE LEMBRE DO SEU FILHO. DYLAN P-R-E-C-S-A DE UMA FAMÍLIA.

_ELE JÁ TEM OS WEASLEY! - a ruiva descontrolou-se.

_E AGORA TEM OS MALFOY! ENXERGA ISSO GAROTA! CRESCE UM POUCO E ADMITE O QUE VOCÊ SENTE POR ELE DE UMA VEZ.

_Desprezo e nojo? - a ruiva retrucou sarcástica.

_Que tal: desejo e amor? - a loira respondeu em igual tom.

_Luna, desiste.

_Não até você admitir que está louca pelo seu marido perfeito. - a loira falou convicta sentando-se na cama da amiga, fazendo Virgínia olhá-la com assombro - o que? Ele é lindo, por Merlin!

_Deixa o Blaise te ouvir dizer isso... - a ruiva falou aproximando-se da janela, onde uma fina neve caía.

_Ele não vai ouvir e nem vai saber. E além disso vamos nos casar mais cedo do que ele imagina. -a loira comentou num tom sonhador, que se perdeu assim que lembrou-se do porque estar ali naquela Mansão - mas voltemos ao seu assunto, ainda dá tempo de falar com a Judith e cancelar essa parafernalha toda...

_Te proíbo de falar com ela! - a ruiva disse mordaz apontando um dedo para a loira.

_Gi, pensa no Dylan. Uma separação agora não será bom para o crescimento psicológico dele. - a loira tentou pela última vez.

_Não posso continuar com essa farsa. - a ruiva falou cansada, encarando o próprio reflexo na janela do quarto.

_Nem precisa. - uma voz vindo da porta do aposento tomou as duas de assalto.


Luna ergueu os olhos em surpresa, mas ao constatar a presença de Draco, suspirou de alívio. "Alguém com massa cinzenta na cabeça, finalmente!" ela pensou num sorriso. Gina continuava encarando-o perplexa assim como ele que parecia querer congelar o momento, somente para olhá-la mais um pouco. Luna, vendo a tensão que surgiria entre ambos, resolveu pronunciar-se.


_Malfoy, que bom que está aqui. Gina queria mesmo falar com você. - a loira disse para desespero da ruiva, que a encarava com fúria no olhar.

_Jura? - o loiro perguntou irônico - que coincidência, também gostaria muito de falar com ela, se puder...

_Oh, sim, estou de saída. - a loira falou aparatando, não antes de ver a almofada vindo em sua direção.

_Traíra. - a ruiva resmungou baixo.

_Que delicadeza... - o loiro falou, entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.

_Em primeiro lugar: quem te autorizou a entrar no meu quarto? - a ruiva perguntou cruzando os braços.

_A casa é minha eu entro onde eu quiser. - ele respondeu indiferente, caminhando até a cama da ruiva, sentando-se.

_Tô falando sério, cai fora Draco. - ela falou seca, com as mãos na cintura.

_Se eu não quiser sair, o que você vai fazer? Me bater? Me mal-dizer? Não espera! -ele falou fazendo drama - vai contar pra minha mãe? - ele terminou rindo para aumentar a raiva da ainda esposa.

_O que você quer? -ela perguntou casada.

_Você. - ele respondeu de imediato.

_Não estou a venda, lamento.

_Não quero comprar você. -ele falou sincero - quero ficar com você, é diferente.

_Acha que eu vou acreditar nisso? - ela perguntou sorrindo cínica.

_Porque não acreditaria? - ele perguntou levantando-se, rapidamente.

_Ah, não sei, deixe-me pensar. - ela fez cara de pensativa - AH! Já sei! Porque você é um cínico, egocêntrico, mimado, cretino - e a cada xingamento, Draco chegava mais perto sem que a ruiva notasse - desgraçado, fútil, filho-da-mãe Malfoy? - ela terminou e percebeu a mínima distância que os separava, apesar de Draco manter-se afastado dela.

_E você ainda me ama. - ele comentou num sorriso. - bom saber.

_Eu não te amo, criatura! - ela falou saindo de perto dele - nunca amei e nem vou amar. Você não entende?

_Sinceramente, não. - ele falou simples. - me explica.

_Draco, pára com esse joguinho estúpido porque eu não vou cair na sua lábia. - ela retrucou nervosa.

_O jogo acabou há muito tempo, Virgínia. - ele falou aproximando-se dela - pelo menos pra mim.

_Não acredito em você. - ela falou seca.

_PELO AMOR DE MERLIN, O QUE EU TENHO QUE FAZER PRA TE PROVAR QUE EU NÃO ESTOU MENTINDO? - ele berrou nervoso.

_SE MATAR SERIA UM EXCELENTE COMEÇO! - ela respondeu sem pensar.

_ÓTIMO! - ele falou abrindo a janela e preparando-se para pular ao que a ruiva deu um grito de desespero e correu para pará-lo, puxando-o pelas costas da camisa.



Resultado: uma Virgínia vermelhíssima embaixo de um Draco com um sorriso de canto de boca. Quem entrasse no aposento agora teria a impressão de estar vendo um casal apaixonado a dar uns amassos, porém a realidade era totalmente controversa. As orelhas de Gina estavam avermelhandosse, sinal de que a ruiva estava prestes a explodir de ódio. Draco percebeu isso e o fato fez com que risse divertidamente.


_Teve medo de me perder, Virgínia? - ele perguntou roucamente.

_SAI DE CIMA DE MIM. - ela bradou a plenos pulmões, vermelhíssima - ESTOU AVISANDO, SAIA AGORA!

_Humm.. não. - ele falou ainda rindo divertido.

_JURO QUE SE NÃO SAIR VAI SE ARREPENDER. - Ela berrava descontrolada.

_Vai fazer o que ruiva? - ele indagou divertido.

_VOU FAZER VOCÊ NUNCA MAIS TER FILHOS! - ela falou em tom de ameaça. Draco arregalou os olhos, estupefato.

_Teria coragem de estragar uma perfeição dessas? - ele perguntou, presunçoso. - ou está somente com medo de não resistir ao teu marido?

_Malfoy...

_Sim?

_Eu te odeio. - ela falou entredentes.

_Não, correção: você me ama. - ele falou calmamente.

_Qual a parte do "eu NÃO te amo" que você não entende? - ela perguntou com raiva.

_A parte do "não"? - ele indagou calmamente.

_Está ficando louco, só pode. -ela falou cansada - porque não me deixas viver a minha vida de uma vez? Porque me atormentas assim? - ela falou baixo.

_Não o faço consciente, pode acreditar. - ele murmurou de volta. - admita o que você sente por mim e tudo fica mais fácil, ruiva.

_Não tenho nada além de raiva e mágoa por você. -ela mentiu.

_Mágoa, eu até acredito - ele lembrou-se do filho bastardo - mas raiva? Sinceramente...

_Você é intragável, sabia... e sai de cima. -ela falou tentando levantar-se, inutilmente, visto que Draco era bem mais pesado que ela. - vamos acabar logo com isso -ela falou suspirando -eu quero o divórcio e não importa se existe ou não esse feitiço de família, vou sair dessa casa com o meu filho.

_Não vou permitir isso, Virgínia. -ele falou rápido - você não pode acabar conosco assim.

_E porque não? - ela indagou seca.

_Porque você sente a mesma coisa que eu, caramba! - ele falou rápido.

_Não sinto. - ela disse tentando ser confiante, mas vacilando ao notar o olhar do loiro encima de si.

_Então diga que não me ama. -ele falou sério - diga que não me ama e eu prometo te deixar em paz. -ele repetiu num olhar miserável.

_Eu... eu... - ela gaguejou e para Draco foi suficiente.




Beijaram-se.






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N/A: Quem gostou do Bônus levanta a varinha e dança alguma coisa... podem inventar a dança ns comentários, ok? rs*

Pra quem pediu mais DG.. tá aí.. *aponta pra cima*

Espero ter agradado... próximo capítulo: Duelo de Titãs...

Bjokinhas...

Vivika.








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