Universidade de Lyon



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Duas Realidades

Episódio VIII - Universidade de Lyon


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Severus Snape saiu do Hospital St Mungus diretamente para Hogwarts, onde foi
procurar Alvo Dumbledore imediatamente. Portava uma pasta com as cópias do laudo
médico sobre Hermione Granger. Explicou todo o necessário ao diretor e
entregou-lhe os papéis. Deixou Dumbledore entretido com seus próprios
pensamentos e rumou rapidamente para seus aposentos nas masmorras, mas não antes
de ter seu trajeto interrompido pela Professora Minerva McGonagall. A expressão
da pobre bruxa era desoladora, pois já havia sabido sobre o que aconteceu a sua
querida aluna, por quem nutria um amor maternal. Em qualquer outra situação,
Snape teria sido rude como de costume, mas, talvez por ele mesmo estar abalado
com o estado de saúde da Srta Granger, se condoeu com os olhos suplicantes e
cheios de dor daquela velha senhora, que, por sua vez, também tinha a sua dose
de rigidez e aspereza.





_Snape! Você esteve em St. Mungus? Viu Hermione? Como ela está? Por favor, diga
que não é nada grave, que ela está bem!





_McGonagall... é melhor a senhora ir falar diretamente com Alvo. Logo que
cheguei, fui até o escritório do diretor para relatar os acontecidos. Tudo o que
sei, tudo o que vi, tudo o que me disseram, eu contei a ele. Não tenho mais
qualquer ânimo para contar essa história toda novamente, por favor.





_Severus, você está bem? - McGonagall ficou intrigada com a reação do mestre de
poções, mesmo em situações críticas como essa ele conseguiria manter sua altivez
mordaz, pronto para pisotear qualquer um que o incomodasse.





Snape, que prosseguia seu caminho, parou ante a pergunta da professora, mas
limitou-se a olhá-la levemente por sobre o ombro, sem muito interesse.



_De forma geral, sim, Minerva... é estranho, não é? Nem a mais densa montanha de
gelo suporta o calor do inferno...







*





Snape entrou em seus aposentos, arrancando sua capa e jogando-a pra um canto
qualquer. Jogou-se pesadamente sobre sua cama, usando os próprios pés para
arrancar os sapatos. Levou suas mãos sobre o rosto, respirando profundamente
como se há tempos não o fizesse. Permaneceu assim por alguns minutos.





Subiu as mãos pela testa, enterrando seus dedos em seus cabelos, fitando
inexpressivamente o dossel da cama.





_Quem era você, menina? Como pôde ter tanto poder sobre mim e eu jamais soube de
fato quem era? De onde surgiu, para onde se foi? Hermione ficou tão parecida com
ela nos últimos anos, que cheguei a ter certeza de que fora a Srta. Granger que
entrou em minha vida há 20 anos atrás...





Levantou-se num salto, pondo-se sentado na cama. A cabeça abaixada apoiada em
uma das mãos. Os cabelos negros e meio compridos cobriam-lhe a face, mas era
possível ver o sorriso triste e doloroso em seus lábios.





_Isso é insano! E Hermione está quase morta...





Balançou a cabeça, querendo desmanchar seus pensamentos pessimistas. Pôs-se de
pé, enxugando invisíveis lágrimas, ajeitando os cabelos e amarrando-os num rabo
de cavalo. Rumou decidido para sua biblioteca particular, onde sabia que poderia
encontrar respostas. Era extremamente necessário, era vital trazer Hermione de
volta seja lá de onde estivesse. Vital para ela e também para si.





*





Hermione despertara de um sono pesado e sem sonhos. Sentia-se tão exausta que
dormiu no mesmo instante que bateu a cabeça no travesseiro. Olhou seu relógio de
pulso, marcava 6:20h da manhã. Mesmo com uma fraca iluminação, conseguiu
enxergar os números menores, que marcavam a data de 23 de agosto de 2001.
Apoiou-se sobre o braço, coçando os olhos com a mão livre. Estava lembrando do
sonho esquisito que teve, de que estava na França em companhia de um rapaz que
julgava ser Snape, era 1980. Lembrou-se do jantar e do duelo com um amigo muito
bonito de Snape. Um barulho de algo se quebrando despertou-a de vez, levantando
num salto da cama.





_Ah, Bichento! O que esse gato quebrou dessa vez!?





Quando estava próxima a porta, deu-se conta de onde realmente estava. Olhou
assustada pra todos os lados. Correu até a janela e puxou violentamente as
cortinas, mostrando uma paisagem estranha. Afastou-se de costa, lentamente, com
as mãos sobre o rosto. Lágrimas brotavam intensamente de seus olhos e Hermione
deixou-se cair de joelhos no chão! Soluçava descontroladamente, enquanto grossas
lágrimas molhavam suas pernas cobertas pela calça azul. Seus cabelos caíam em
grandes cachos, formando uma densa cortina para seu rosto. Ao constatar que tudo
era real, de que estava presa num tempo que não lhe pertencia, que nada era só
um mero pesadelo, sentiu como se o chão tivesse se aberto abaixo de si e a
tragava para um abismo profundo e escuro.







_Reparo!!



O jovem Snape lançava um feitiço reparador aos cacos de cerâmica que estavam
espalhados no chão, que juntaram-se, formando um bule novinho em folha.



_Droga! É a terceira vez que esse bule quebra! Estou começando a achar que tem
vida própria e que sai por aí, andando sozinho!





Snape pegava o bule do chão e colocava-o sobre a pia da cozinha. Ainda olhando
feio para a louça e resmungando:



_Será que pelo menos a garota acordou com esse barulho? Preciso buscar roupas e
livros para ir pra universidade! Ah, droga! Dane-se! É meu quarto, minha casa!
Não vou ficar esperando a manhã inteira para ela acordar para poder pegar minhas
coisas!





Apesar de um tanto furioso, Snape pensou duas vezes antes de abrir a porta do
quarto bruscamente. Ele não precisaria acordar ninguém para pegar seu material.
Girou a maçaneta o mais suavemente possível, empurrando a porta sem fazer um
ruído sequer. Ao adentrar o quarto, presenciou Hermione debruçada sobre o
próprio corpo, caída ao chão, mantendo as mãos firmes atrás da nuca. Seus longos
cachos impediam de ver seu rosto, mas o rapaz pode perceber que a menina estava
chorando fortemente.





_Hermione?





Snape permanecia parado ao lado da porta, não se atrevendo a se aproximar da
garota. Mantinha uma expressão dura no rosto, de quem não gostava do que via. O
tom de voz era baixo, mas seco.





Hermione virou-se rapidamente para a direção da voz. Tentou enxugar as lágrimas
que ainda teimavam em cair e põe-se de pé num salto, dando às costas ao jovem
Snape, indo pro fundo do quarto. A visão daquele rapaz era a pior de todas. Pois
além de jogá-la diretamente na realidade que estava vivendo, era a lembrança de
que ele não era uma pessoa estabilizada, que estava envolvido diretamente com as
trevas e que podia ser um grande perigo para si. Seria mesmo uma ironia
sarcástica do destino morrer numa época em que ainda nem existia!





_O que aconteceu para você chorar desse jeito, Srta Granger? - Snape estava
aborrecido. Além de ter dormido mal à noite, havia quebrado pela terceira vez
seu bule de chá e ainda dava de cara com uma garotinha em prantos! Ele não era
homem de aturar frescuras femininas! Ela que não esperasse algum consolo de sua
parte!





Com a voz embargada, Hermione respondeu pausadamente, sem se virar para encarar
o rapaz. Já era o bastante aquele tom de voz frio e áspero, não precisava ver
mais uma vez aquele brilho de ódio em seu olhar, também!



_Não é nada, Snape... nada que tenha alguma importância... que mereça sua
atenção.





Snape estranhou a resposta, não era isso que esperava ouvir. Já viu muita
garotinha choramingando pelos cantos na faculdade e até mesmo em Hogwarts,
apenas para atrair a atenção masculina... mas essa garota era mesmo muito
diferente. E seu tom de voz não havia nada de fragilizado, muito pelo contrário,
parecia uma advertência para que não se aproximasse.





O rapaz já pegava umas peças de roupas do armário e procurava por outras nas
gavetas.



_Se é o que acha... apenas vim aqui para pegar meu material. Estou indo pra
universidade e devo retornar somente no fim da tarde, a senhorita pode ficar a
vontade aqui. Há comida na geladeira e deixarei algum dinheiro caso queira comer
fora, no mais não prec...





Hermione o interrompeu, usando um tom de voz que parecia muito com o tom típico
do próprio Snape. Um tom carregado de frieza e alguma amargura.



_Eu posso ir com você?





Snape a encarou de forma cética, achava que ela estava brincando, ir com ele
para a universidade. Mas sua expressão mordaz o fez a encará-la seriamente. Algo
de grave e sério aconteceu à garota, certamente.



_O que a senhorita iria querer na faculdade? Eu não posso ter uma visita me
acompanhando nas aulas.





_Hunf! Não seja ridículo! Eu preciso de uma biblioteca! Preciso fazer umas
pesquisas urgentemente, só não me pergunte para quê. Apenas me responda se posso
ou não ir com você.





Hermione demonstrava impaciência. Estava impaciente até mesmo para ser gentil
com o jovem Snape. Deu-se conta de que não iria resolver seu problema ficar
tentando manter alguma estabilidade com o garoto. Precisava agir e logo. Não
sabia quanto tempo mais iria sustentar sua sanidade nessa situação.





Snape aproximou-se, colocando-se frente à garota, que mantinha o rosto para
outra direção, para não encará-lo. Segurou suavemente o rosto da menina,
fazendo-a virar-se para ele. Hermione estranhou a delicadeza do rapaz, sentiu um
arrepio passar por todo o corpo, mas não desfez sua expressão séria e fria.
Apesar dos olhos inchados e muito vermelhos pelas lágrimas, Snape pode ver uma
frieza incomum àquela garota. Ele riu levemente de satisfação, enquanto
permanecia com sua mão sobre o rosto dela.





_Você é ousada e corajosa, realmente é uma grifinória. Certamente que a levarei
à biblioteca da universidade. E sei que gostará de saber que é ainda muito maior
do que a de Hogwarts. E se a senhorita estiver disposta a me contar o que tanto
precisa saber, talvez eu faça ainda mais que isso!





Severus já estava de saída do quarto, com roupas e livros nos braços. Olhou por
sobre os ombros para a garota parada nos fundos do quarto, de braços cruzados,
ainda sustentando a mesma expressão brava.





_Arrume-se e venha tomar café. Eu não ficarei esperando a senhorita o dia
inteiro, Granger!





*





Os dois caminharam apenas algumas quadras até chegar à Universidade de Lyon, que
era um imenso e luxuoso prédio, em estilo neoclássico. Hermione usava seu
vestido turquesa de estampa miúda, que Snape fez a caridade de lançar um feitiço
para secá-lo. O trajeto foi silencioso, sem que ambos trocassem uma palavra
sequer. Hermione mantinha-se envolta de seus pensamentos, que iam e vinham do
futuro para o passado, seu atual presente. Tentava juntar as peças desse
complexo quebra-cabeça. Tentava absorver todos os elementos que fizeram parte
daquele dia fatídico na loja de antiquários. Precisava procurar o mais
especificadamente possível, para poupar-lhe tempo... tempo... isso era
engraçado. Naquele momento, ela tinha todo o tempo do mundo e nenhum na mesma
proporção. E aquele velho que ela supôs ter visto no antiquário? Será que ele
lançou mesmo uma magia sem varinha? Não teria sido ele quem a retrocedeu 21 anos
no tempo? Será que havia algum bruxo capaz de fazer tal proeza?

“Isso seria um milagre! Somente um deus poderia...”





Hermione estava tão absorta em seus pensamentos que nem percebeu que havia
entrado no pátio da universidade. Apenas voltou a si quando Snape segurou-a pelo
braço e murmurava qualquer coisa em seu ouvido.





_Irei levá-la direto para a biblioteca, Srta. Granger. Lá há uma velha
carrancuda que é a bibliotecária e consegue ser ainda mais antipática que Madame
Pince. Se ela lhe perguntar quem é e o que quer e, certamente o fará, diga que é
aluna do primeiro período e que é a primeira vez que está na biblioteca, pois
precisa urgentemente fazer umas pesquisas pra um trabalho qualquer. Ela talvez
lhe faça um inquérito, a respeito de qual cátedra você cursa, pode dizer
qualquer uma, mas facilite sua vida se fingindo de burra.





_Oh, assim você me ofende, Severus Snape. Quero ter bases para argumentação, não
gosto de improvisos.





_Oras, você não disse que era a melhor aluna em poções depois de mim? Então use
isso como argumento. Um conhecimento de nível secundário está perfeito para uma
aluna do primeiro período.





_O que mais odeio do que me chamarem de ‘sabe-tudo’ é quando subjugam minha
inteligência!





_Não estou fazendo isso, sua tola! Apenas estou agilizando as coisas, mesmo
porque já está encima da minha hora.



Os dois paravam diante da grande porta de carvalho, com vários entalhes como
adorno, com palavras em latim que diziam ‘Templu Cognocere’(templo do
conhecimento).





_E outra coisa: há esta hora a biblioteca fica deserta, mas lá pelas 10, 11
horas começam a aparecer alunos para fazerem pesquisas. Não tente ser gentil e
educada com ninguém. Se alguém puxar conversa, ignore arrogantemente.
Principalmente se forem homens.





_Uau, isso seria ciúmes, meu caro Snape? - Hermione não conseguiu conter sua
veia sarcástica, dando um sorrisinho mau e arqueando uma das sobrancelhas em
direção ao rapaz.





_É óbvio que não, minha cara! Digamos que o contingente masculino dessa
universidade seja um tanto quanto mulherengo e vendo uma presa nova como você,
com certeza irão querer dar em cima e a senhorita não conseguirá fazer sua tão
preciosa pesquisa. Mas não se preocupe, assim que eu tiver tempo livre, venho
até aqui para ver como você está se saindo.





Hermione apenas assente com a cabeça, lembrando-se que a boa e velha educação
era necessária, às vezes, como em momentos como aquele.



_Obrigado Severus! Apesar desse monte de maus-entendidos entre nós e algumas
explosões de ambos os lados, você tem me ajudado muito! Muito obrigado mesmo!
Espero poder retribuir tudo que está fazendo por mim...





_E, certamente, estarei esperando por isso, minha cara!





Snape já sumia por entre a multidão pelo longo corredor, quando Hermione abria a
porta da biblioteca, dando um suspiro aborrecido!



_Um pouco mais de delicadeza de sua parte não doeria em si, jovem Snape.





*





Ao entrar na biblioteca, Hermione dá de cara com imensas estantes em madeira
antiga e artisticamente entalhadas, que iam do chão ao teto repletas de livros.
A disposição das estantes era a mesma usada em Hogwarts, uma após a outra,
formando longos corredores. Em direção à porta, ficavam várias mesas e cadeiras.
Era realmente um espaço muito grande, mas não tão maior assim do que a
biblioteca de Hogwarts, mas certamente ali estariam disponíveis livros que na
escola apenas ficavam amofinados na área reservada ou nas bibliotecas
particulares dos professores. Pelo menos, é o que esperava. Duvidava muito que
iria encontrar a resposta que procurava em simples livros didáticos.





Entrou no primeiro corredor de livros, que ficava entre a parede da porta de
entrada e a primeira prateleira. Olhando para todos os livros, seus olhos
brilhavam como diamantes. Ela iria primeiro dar uma olhada geral em todas as
prateleiras, para depois procurar o que precisa. A maioria dos livros eram
escritos em francês e latim, mas para ela isso não era empecilho algum, pois por
muitos anos dedicou-se a aprender, pelo menos, os idiomas mais usados no mundo,
sendo, obviamente, o francês um deles. E pela magia, aprendeu outras línguas
menos ‘populares’, como o latim, aramaico, sânscrito...





Já apreciando o segundo corredor de livros, Hermione foi interrompida por uma
voz grave de mulher, que lhe chamava a atenção, um tanto severa. Voltou-se para
a direção da voz, vendo uma mulher baixa, de vestes longas e um grande coque no
topo da cabeça, com as mãos na cintura - parecia que estava aborrecida por
alguém estar ali na sua preciosa biblioteca.





“_Nossa! Mas é muito parecida com Madame Pince! Será que é uma característica de
todas as bibliotecárias?” - Com esse pensamento divertido, Hermione aproximou-se
da mulher, sem conseguir esconder sua satisfação em estar naquela biblioteca.
Por sua vez, a mulher se adiantou em direção à Hermione, encurtando o trajeto da
garota.





_Quem é você, menina? O que faz aqui? Não lembro de tê-la visto alguma vez
dentro desta universidade? - A mulher estava zangada e, desta forma, a fazia
ainda mais parecida com a bibliotecária de Hogwarts.





_Bom dia, senhora! Sou Hermione Granger e acabei de ser transferida para Lyon.
Como não conheço nada ainda da universidade, eu quis começar pelo melhor lugar
de qualquer instituição de ensino!





A mulher pareceu ter amansado um pouco, mas ainda permanecia um resquício de
desconfiança... precisava saber mais sobre a moça.





_Oh, bom... e de onde a senhorita foi transferida? Pelo que vejo, parece ser
inglesa...





_Sim, eu sou... vim de Harvard, quinto período de transfiguração e recém formada
em sociologia pela Harvard trouxa.





No alvo! A bibliotecária abriu um grande sorriso, mostrando dentes enormes que
constatavam com o rosto fino.





_Que maravilhoso, Srta Granger! É mesmo muito bom podermos contar com uma aluna
com seu calibre aqui em Lyon! É preciso, no mínimo, ter 25 NIEMs para ser
admitido pela Harvard! Eu estudei lá também, nos idos de 1960... fiz
Biblioteconomia Bruxa... oh, bons tempos!





_Eu tenho muita sorte! Que bom encontrar a senhora... é a superintendente da
biblioteca, não é? A senhora me lembra muito Madame Pince, a bibliotecária de
Hogwarts, onde cursei o nível médio. Graças aos livros, hoje somos grandes
amigas.





Hermione nem sequer precisava mentir, bastava agir como se sua época fosse mesmo
aquela, afinal, nem mentir estava mentindo... exceto talvez por já ter se
formado em Sociologia, mas isso foi só para dar mais pompa ao assunto e este
estava rendendo exatamente o que esperava. Ademais, era ótimo poder conhecer
pessoas com a mesma paixão por livros, para trocar idéias, mesmo que seja por
pouquíssimo tempo.





_Ah, sim, sim, querida! Pince! Eu a conheço! Estudamos juntas em Harvard! Eu amo
livros, mas ela era uma verdadeira traça! E como ela está? Há muitos anos que
não temos mais contato...





_Ela está ótima, muito bem mesmo... - Hermione respirou fundo, esperava que
Madame Pince não tenha sofrido nada de ruim nessa época, apesar de jamais ter
falado qualquer coisa parecida, mas...





_Bom, isso é bom... mas, venha querida, o tempo é curto e os livros são muitos!
Tenho certeza de que não está aqui apenas para apreciar as dimensões das
prateleiras... procuras por algo, certo? Eu a auxiliarei em tudo que for preciso
e, a propósito, meu nome é Aghata.





_Puxa, muito obrigada mesmo, Sra Aghata! Eu procuro por obras que descrevam
sobre todas as formas conhecidas pela magia de viagens no tempo, dimensões,
espaços... é para uma tese que pretendo desenvolver para fazer mestrado em
Transfiguração. Sei que ainda é cedo, mas quero ter tudo muito bem formulado
para minha apresentação...





_É mesmo? Será mesmo uma tese muito interessante... então vamos até o
bibliotáfio, lá há todos os livros que precisará para sua pesquisa. Você não
teria problemas com idiomas, teria? Pois a maioria está em Latim Arcaico e Latim
Medieval... temos dicionários para tal fim, caso precise.





_Oh, sim, obrigada... tenho uma boa base de Latim, mas uma ajuda extra será
necessária sim.





Hermione acompanhou a mulher até o bibliotáfio, que era um salão quase tão
grande quanto a própria biblioteca. As grandes estantes tinham vidros para
proteger seu conteúdo de agentes externos. A iluminação da sala era precária.
Havia, ao fundo, uma única mesa redonda, com um lampião sobre ela. Aghata ia
pegando alguns livros e reservando-os numa pequena estante próximo a mesa,
orientando Hermione a manusear um único livro por vez e que fizesse um esforço
para usar apenas a chama azul do lampião, pois era proibido usar qualquer
feitiço de iluminação, pois os pergaminhos de alguns livros poderiam ser
danificados com a luz mais intensa, por serem muito antigos... mesmo sendo
preservados com magia, todo o cuidado com o manuseio era necessário, afinal,
eram relíquias ímpares.



 



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Fim do Capítulo VIII - continua...

By Snake Eye's - 2004

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