15 - Atenção Trouxas!




Godrico saiu pela porta sem fazer muito barulho, desceu as escadas, mas quando se virou não viu mais a porta com o número doze brilhante. Inspirou fundo o ar gélido da manhã, sentiu-se novamente só, porém solidão era algo que ele já estava acostumado a muito tempo, e intimamente, ele até gostava.

Olhou para o orvalho que cobria as plantas do parque próximo, viu que estranhamente congeladas, pelo jeito geara a madrugada toda, o que era muito estranho para mais uma manhã de outono. Todavia Godrico não estava realmente pensando no tempo, ou comentando sobre ele como algumas pessoas que fora de suas casas o faziam, não... tinha muitas coisas com que se preocupar. Era tempo de procurar mais uma horcrux, que com certeza estaria protegida por feitiços malignos e vários mistérios.

Antes de sair, o jovem agradeceu muito a Sra.Weasley, quando esta lhe deu uma mochila que segundo ela continha algumas refeições, como lanches e sucos, e trocas de roupa, afinal não poderia ficar com a mesma roupa até terminar sua busca. Parecia comicamente um estudante, com às mochilas nas costas e sua roupa bruxa-discreta lembrava um uniforme se visto de longe.

Deu alguns passos para frente e notou como estava perdido, não sabia como começaria sua intrigante aventura. Retirou a bússola, sempre muito bem guardada em seu bolso externo, e a olhou, apontava desta vez para o norte, como uma bússola normal. E assim, o rapaz começou pacientemente caminhar para onde indicava o objeto, pensando talvez como ele não tinha a menor noção onde esta estaria, O.k. a Taça de Helga Lufa-Lufa ele também não tinha noção, mas desta vez era diferente, na primeira Gina tinha o orientado para ir no lugar certo, mas dessa vez, NADA!

Sentiu raiva por um momento de sua bússola, ela poderia dar a direção, mas não o daria a distancia, ele poderia caminhar assim horas, quem sabe... dias. E foi realmente o que aconteceu, ele andou durante algumas horas sendo orientado, e então no que ele julgou a ser o horário do almoço, ele sentou-se em um banco próximo e começou a revirar tudo o que tinha na mochila, procurando primeiramente comida, serviu-se de um lanche delicioso de frango, e eu não falo mais sobre ele, pois se não deixaria todos com água na boca, e um suco de suco de abóbora. Que foi o suficiente para matar a fome de Godrico.

Mas enquanto comia pensou que teria que ter um veiculo de transporte, discreto, porém tinha que ser Bruxo, e alguns galeões em seu bolso, pois precisava de capital para pagar hotéis e comida quando a da Sra. Weasley acabasse. E claro... não seria pouco pois o que ele queria comprar não era nada barato, e só lembrou em um lugar quando se tratava de fazer compras... O Beco Diagonal!

Colocando novamente a mochila nas costas, Godrico, encaminhou-se para um fenda feia e escura que tinha entre duas lojas nada movimentadas, e chegando lá fechou os olhos com as seguintes palavras em seu pensamento:

“Centro de Londres”


Abriu novamente seus olhos vivamente verdes, e saiu, era uma manhã muito agitada na capital, Godrico achou que era por causa que as pessoas tinham medo de andar a noite. E em passos largos sem saber mesmo o caminho, saiu a procura Do Caldeirão Furado, e chegou mais rápido do que ele esperava, parando a frente de uma porta de madeira encardida.

Abriu e foi entrando. Era muito estranho o contraste que havia entre lá dentro e as ruas lá fora, nas ruas, carros passando em velocidade lenta por causa do trânsito e buzinavam de maneira infernal. Dentro um lugar sujo e escuro, com alguns bruxos bebendo e chorando, enquanto um velho sem dentes o servia. O velho pareceu notar a presença de Godrico, pois o olhou com muito interesse, dizendo em voz alta:

- Posso te ajudar com alguma coisa? – Perguntou ele.

- Ah... sim obrigado, quero apenas saber como chego ao Beco Diagonal... – respondeu o jovem no mesmo tom.

Vários bruxos dos que estavam lá, riram abertamente.

- Jovem trouxa, vá por onde veio e nos poupe algum trabalho. – disse o homem não segurando seu riso.

- Não sou trouxa... é que na minha época não havia este bar, entrava em uma rua de pedra diretamente... – falou Godrico com simplicidade.

- Sua época? Isso foi há séculos... – disse outro.

- Exatamente, agora podem me dizer? – respondeu ele começando a se irritar com a ironia.

- Não até você nos dizer seu nome garoto. – respondeu o velho que parecia ser o dono do bar.

- Meu nome é Godrico Grifinória, e não sou mais tão garoto assim. – respondeu ele brevemente. – Agora...

- Grifinória? – perguntou um homem saindo do escuro

Godrico o olhou durante um certo tempo antes de respondê-lo, seu rosto estava ocultado por um capuz verde tão escuro que parecia ser mesmo preto.

- Sim, sou eu... por que?

Mas a pessoa não respondeu, voltou para o escuro sem dizer mais nada, quando olhou a olhar os bruxos na mesa de bar, viu que eles o olhavam de olhos tão arregalados que eles não pareciam ter pálpebras.

- É... p-por aqui senhor Grifinória... – disse o velho lhe levando para os fundos do bar.

Ele rapidamente olhou para o escuro e podia jurar que tinha visto um grande e torto nariz, e mais nada. Viu que estava nos fundos bem fundos do bar-hotel, estava em um lugar onde cheirava mal, e viu que era o deposito de lixo. Qualquer um na situação de Godrico daria uns tapas ou azaria o velho, mais uma zoação, ou uma brincadeira de muito mal gosto. Mas por algum motivo, algo que lhe vinha na lembrança, sabia que o senhor não estava brincando.

Ele deu um toque com a varinha em um certo tijolo, e os tijolo foram se retorcendo, formando um arco onde revelava uma rua tortuosa de pedra. Grifinória caminhou observando tudo, viu várias lojas e alguns vendedores vendendo amuletos que diziam ser milagrosos.
Reparou que havia muitos cartazes que diziam ser dicas do Ministério da Magia para proteger sua população bruxa. Achou um ambiente muito mais sombrio do que há séculos era, poucas pessoas passavam por lá, sempre acompanhadas e apressadas. Viu algumas lojas fechadas.

E finalmente achou o que estava procurando, viu brilhando por uma vitrine meio encardida, era uma vassoura Firebolt do ultimo modelo, era o que ele precisava, um meio de transporte discreto e rápido, com certeza faria longas distancias em pouco tempo, o que ajudaria muito em sua missão.

Entrou na loja que ele leu “Artigos de Qualidade para Quadribol”, um vendedor muito eficiente lhe perguntou assim que ele pôs os pés na loja:

- Em que posso ajudar?

Ele parecia afobado, com se não tivesse mais mercado para vender seus produtos, estava ansioso por um cliente.

- Ãã... eu queria saber o preço desta vassoura, é muito cara? – perguntou o jovem.

- Ah não... temos um preço super especial, são 1500 galeões 25 sicles e 9 nucles, então quer que eu embrulhe ou o senhor, como é o nome do senhor?

- Godrico... Godrico Grifinória.

- Ah, por Merlin! – bufou o jovem vendedor colocando as mãos sobre a cabeça, mas como se tentasse parar de pensar em algo, ele chacoalhou a cabeça. – Er... então quer que eu embrulhe para presente, viajem ou quer sair voando, senhor G-Grifinória?

- Não... não é preciso, bem eu, tenho que ver quanto tenho em minha conta, e talvez eu volte para buscar. – falou Godrico sincero.

- Quem está ai filho? – perguntou uma outra voz saindo dos fundos da loja.

- Ah... é um cliente pai, diz que é o senhor Grifinória, Godrico Grifinória. – respondeu o filho engolindo a seco.

- O que? Grifinória vivo? Ah filho ele viveu há séculos... – disse um senhor se aproximando com a ajuda de sua bengala.

- Ola Sr. Wyler, suponho... – disse o Grifinória infiltrando na mente.

- Por Merlin e Morgana! Você é Grifinória... é um prazer conhecê-lo, eu quando jovem fui da Lufa-Lufa, mais o meu filho que aqui está, foi de sua casa. – exclamou o pai retirando os óculos para poder enxergar melhor.

- O prazer é meu... e se me permite acrescentar Helga é era uma grande mulher, muito eficiente e inteligente, o senhor ficou em uma boa casa. – falou o jovem sorrindo.

- Obrigado, e o que faz em minha humilde loja? – perguntou o velho.

- Preciso de uma vassoura, mais estou indo ao Banco de Gringotes, para retirar a quantia necessária para comprá-la, e preciso ver se meu cofre ainda está funcionando. – respondeu ele ficando novamente sério.

- Filho, embrulhe uma Firebolt 0-65 para o senhor Grifinória. – falou Wyler, quando imediatamente seu filho foi o obedecer.

- Ãã... eu gostaria primeiro de retirar meu ouro, não tenho certeza que tenho tanto...

- O que está dizendo? Em minha loja o senhor não paga. – interrompeu o Sr. Wyler, sorrindo bondosamente.

- Não posso aceitar de maneira alguma... percebo o como as vendas estão fracas e... – começou Grifinória, parecendo pela primeira vez sem ação.

- Posso sentir que você voltou para salvar nosso mundo, e os dos trouxas também, é claro. Jamais cobraria um nuque do nosso futuro salvador e herói... honre a minha vida aceitando este presente. – pediu o velho.

- Ah... obrigado senhor Wyler, mas eu insisto. – disse ele.

- Grifinória, não faça esta desfeita a esse velho no final de sua vida. – continuou o senhor.

- É, senhor Grifinória, por favor aceite isso que talvez possa ajudar em sua missão. – ajudou o filho.

- O.k. então, muito obrigado ao senhor e ao seu filho... vocês não tem idéia de quanto isso vai me ajudar. – agradeceu o jovem abrindo um leve sorriso entre seus traços sérios. – E protejam-se, se tiverem alguma poupança recomendo que após as vendas de ano letivo dos alunos da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o senhor feche a loja, temo que Voldemort e seus Comensais da Morte queiram invadir este Beco.

- Senhor... torceremos por você, toda a sorte do mundo, meu jovem. – despediu o Sr. Wyler enquanto via a imagem de Godrico se distanciar pela rua tortuosa.

Ele continuou a caminhar no Beco, queria ver as variedades de lojas, e ir ao Banco retirar algo para sua aventura. Sabia o caminho e parou subitamente ao ver a placa “Interditado”, sim. O Banco de Gringotes estava interditado, e havia várias pessoas gritando à porta, querendo retirar seu ouro para seus filhos poderem comprar algo.

Godrico xingou baixo, enquanto sentava em um velho banco sujo de pó, colocou a sua nova vassoura do seu lado, para poder descansar, e retirou a mochila das costas. Mas foi nesse momento que ele ouviu um barulho estranho, como se fosse um chocalho de metais. Abriu a bolsa e arregalou seus olhos quando viu em um bolso que antes não tinha reparado que existia, uma grande quantia de moedas de ouro, que ele reconheceu sendo galeões, havia muito dinheiro ali, estava em meio a galeões e sicles, dinheiro trouxa, montes deles também.

Sorriu por finalmente achar o que estava pesando tanto em sua mochila, mas seu sorriso desapareceu quase instantaneamente quando lembrou com pesar da situação da família Weasley, foi Molly quem lhe arrumou a bolsa, provavelmente ela e os membros da Ordem da Fênix fizeram uma economia para ajudar Godrico em sua busca.

Distraído ele fechou a mochila e a acomodou em suas costas, murmuro algo como “Reducto” apontando sua varinha em direção a sua vassoura, que encolheu curiosamente ficando do tamanho de uma pena de escrever, que ele guardou, muito bem guardado no interior de um bolso de sua capa.

Ainda pensando nos Weasley ele tornou a olhar a pequena porção de pessoas que estavam a frente do Banco, eram os únicos que quebravam o total silencio do local. E ele quase caiu no chão de pedra quando avistou uma jovem de cabelos castanhos encaracolados.

- Não é possível... Lindsay? – falou ele para si mesmo.

Chegou perto o bastante e a virou, puxando pelo braço. A garota se assustou também, o olhou profundamente, mas não era ela, Lindsay tinha uma pintinha em baixo do olho esquerdo, e ela não tinha o sorriso ou os olhos dela.

- Ah... me desculpe Srta. Pensei que fosse alguém que conheço. – se desculpou ele já saindo.

Mas a imagem da garota o assustou profundamente, é como sentisse a presença dela outra vez, o calor de seus lábios, o cheiro daquela pela, era como seu passado viesse a tona, assim de repente. Seus olhos começaram a arder, e tudo começou a ficar estranhamente escuro.


~ Flash ~

Godrico estava em seus aposentos, sentado em sua escrivaninha, olhando as gotas da chuva farfalharem em sua janela, pensando mais uma vez em Lindsay. Hoje teria que monitorar a detenção de algum jovem de sua casa que se meteu em alguma confusão.
Rowena Corvinal foi quem viu o jovem, e lhe aplicou a detenção, mas ela esquecera de explicar quem era.

Ele olhou para seu relógio de parede e viu que já eram quase 22Hrs, então o professor colocou uma camisa e seu colete, era sua roupa de todos os dias, mas não colocou a capa preta, achou desnecessário se vestir bem para orientar alguém.

Ultimamente estava mais cansado e quase nem sorria, depois de terminar com Lindsay ele esperava ansioso as férias, para esquecer de seu mundo. Era muito angustiante terminar com quem se ama, e vê-la todos os dias na escola, sempre com aqueles belos olhos tristes. Coçou a barba a qual não fazia há muito tempo, com uma sensação desagradável, esperou em sua sala de aula.

Ouviu umas pancadinhas em sua porta.

- Entre por favor...

- Boa noite, professor. – disse uma voz conhecida.

Grifinória se surpreendeu profundamente quando viu uma linda jovem de cabelos encaracolados entrando em sua sala.

- Srta. Mooreson? O que faz aqui? – perguntou o professor.

- Eu vim cumprir minha detenção, professor. – dizia ela em tom fraco, sequer o olhando nos olhos.

- Ah... você, quero dizer, a Srta. Quem cumprirá a detenção? – perguntou ele incrédulo.

- Sim... foi o que disse. – respondeu ela, e na sua voz havia uma mescla de mágoa e medo.

- O.k., muito bem, quero que prepare os vários ingredientes para as seguintes poções: Viratasserum, Felix Felicius, Morto-Vivo, estas para começar Mooreson.

- Sim senhor, professor...

Ele sentou-se em sua cadeira da sua mesa de aula, quando começou a ouvir um tintinlar, de frascos, e um “teque-teque” de faca batendo na madeira, quando ela picava alguns materiais.

- Srta. Mooreson? – chamou o professor que não conseguia se concentrar em seus afazeres.

- Professor?

- Por que levou uma detenção? – perguntou ele curioso.

- A professora Rowena me viu lançando um feitiço em um colega da Sonserina, ele tinha me chamado de sangue-ruim. – respondeu ela sem se virar.

- Ah... esses alunos, tinha que ser da Sonserina, de fosse eu quem tivesse pego... ah sim, eles viriam o que teria acontecido. – murmurou Godrico mais para si mesmo do que para ela.

E voltou a fazer suas atividades, quando ouviu um grito.

- Srta. Mooreson, a Srta. Está bem?

- Minha mão... – disse ela com lágrimas nos olhos.

Godrico correu para ela, como em tempos antigos. Pegou a sua mão que parecia envolvida por algum tipo de gosma em tom verde-amarelado, mas logo que ele a tocou, esta retirou a mão, e a voltou para longe de seu alcance.

- Lindsay... eu só quero te ajudar. – disse Grifinória ao mesmo tempo confuso e triste.

- Não preciso de sua ajuda, professor. – ela sublinhou a última palavra, como se fosse para ofender.

- Me desculpe Lind, quero dizer, Srta, não quis ofendê-la... – comentou ele se afastando um pouco.

- Não ofendeu, professor. – disse ela tirando de dentro de suas vestes, sua varinha, murmurando algo que fez com que o pus desaparecesse,e a dor sumisse. – Que horas vou ser liberada?

- A qualquer instante que desejar... não pretendo e nem quero te manter aqui por perto. Sei que ãã... se incomoda com a minha presença. – respondeu Godrico fechando as janelas da sala, como se fosse a coisa mais importante do mundo.

- Não me incomodo com a sua presença... – falou ela em tom fraco. –Apenas não consigo...
não é questão de incomodar... é questão de sentir...

- Sei o que quer dizer. – disse ele finalmente se virando.

- Acho que não sabe. – falou Lindsay.

- Por que? – perguntou distraído, ele estava concentrado em uma mecha que caia sobre os belos olhos da garota.

- Porque se soubesse o quanto dói te ver, e não estar com você, ou não dizer o que de verdade eu sinto, talvez o senhor não tivesse terminado comigo. – respondeu ela encarando aqueles belos olhos verdes.

- Já discutimos sobre isso, esta questão já tem um ponto final. – resistiu Godrico firme.

- Nunca haverá um ponto final, Godrico, não enquanto eu viver. – falou ela enquanto lágrimas se formavam em seus olhos.


~ Flash ~

- EI! Garoto? – chamou alguém.

- Ah... – resmungou Godrico enquanto se sentava. – Onde estou?

- Voltou a minha loja... sou Wyler, lembra?Bem... eu te vi desmaiado, esta tudo bem?

- Estou bem, obrigado. – levantou-se e colocou a mochila em suas costas. – Preciso partir, e... ah claro que me lembro, eu nunca esquecerei o que fez por mim.

- Vá com Deus, meu filho!

Godrico novamente fora da loja, agora chamando mais a atenção das pessoas que o viram desmaiando. Tirou de sua capa a pequena vassoura, e murmurou um encantamento que a devolveu seu tamanho natural.
Ele pegou a bússola, ainda apontava para o norte, colocou-a sobre o punho da vassoura e disse apontando a varinha para a mesma:

- Reparo!

E está grudou, como se já fosse um acessório da bonita Firebolt. Finalmente a montou, sentindo uma ótima sensação, ele deu um forte impulso com os pés, e curvou o seu corpo para frente. Com várias exclamações , ele partiu, voando novamente, ele teve muito cuidado em ficar invisível. Godrico tinha esse poder, aliás, só os grandes bruxos tem a capacidade de ficar invisível sem ter auxilio de nenhuma capa especial.

Sorriu sozinho, quando o vendo bateu fortemente em sua cara, deixando-o momentaneamente sem ar, e piscava muito, a ponto de quase não enxergar, mas estava tão feliz quanto poderia. Seus planos agora seriam executados com uma certa facilidade, já que conseguira um meio de transporte adequado. Mas seu sorriso foi tão rápido quanto veio, e ao sentir algo que não conseguiu explicar apenas disse:

- Talvez agora exista um ponto final... – sussurrou triste.

Já voava a algumas horas sem que o ponteiro da bússola mexesse, em meio a nuvens,viu que já anoitecera, e ele teria que parar para comer e dormir um pouco. Foi perdendo altura, mais e mais, até pousar perfeitamente em um gramado seco e aparentemente desabitado. Tornou a ficar visível, e reduziu sua vassoura, guardando-a com cuidado em sua mochila.

Caminhou em uma rua mal-cheirosa e pouco movimentada, para ele já estava claro que teria que dormir em um hotel ou uma pousada de trouxas, e para ser sincero era o que ele queria. Não demorou muito em sua caminhada, viu de longe um letreiro que anunciava “HOTEL” com as letras vermelhas piscando, mas achou que não era um efeito para chamar a atenção, a luz que iluminava o anuncio com certeza estaria quebrada.

Entrou, em uma espécie de lanchonete 24hrs que pertencia ao pobre hotel. Havia algumas pessoas jantando ao mesmo tempo em que assistiam um canal de televisão. Godrico chamou alguma atenção quando entrou, mas sério desviou o olhar de todos para outra direção. Sentou no balcão e pediu um prato de comida.

Já estava comendo, algo que não era comparado à comida da Sra. Weasley, mas não de jeito nenhum ruim, quando bateu um vento de agitação, vários homens com suas mulheres chegavam mais perto da televisão para poder ouvir, murmúrios e exclamações foram soltados, enquanto o velho que atendia o balcão, foi aumentar o som. Godrico também olhou.

Lá estava, interrompendo a novela favorita de todos, o Primeiro Ministro com uma ar assustado, mas seu olhar era decidido. Todos prenderam o ar quando ele começou a falar:

“ Povo Britânico, há muito eu gostaria de falar o que existe além de nós. No dia em que tomei posse do meu cargo, na qual os senhores e as senhoras me elegeram, algo aconteceu. Não reparem, por favor, as minhas palavras pois estou falando de improviso. Então neste dia, eu recebi a visita de um homem que se intitula Ministro da Magia.”

Ele deu uma pausa enquanto muitos soltaram alguns gritinhos, e outros ainda não entenderam.

“ Sim... tem outro mundo além do nosso, um mundo de magia e feitiços, que foi escondido de nós há séculos, mas hoje é o dia de revelar, eles mesmo decidiram, e esta decisão foi tomada pois vem acontecendo fatos estranhos e mistérios que nós não sabemos responder. A névoa estranha que para sobre a nossa cidade em meio outono, furações, cidades devastadas, mortes constantes no meio da rua...
Sabemos que o mundo bruxo esta em guerra, e por isso vem acontecido estes desastres, não o podemos culpar, pois quando há guerras em nosso mundo o deles também é influenciado, por tanto quero que ouçam essa bruxa, sem nenhum preconceito pois é hora de nos unir.”

- Meu Deus... o mundo esta acabando. – exclamou uma mulher.

“ Olá população não bruxa. – falou uma bruxa séria de lábios contraídos, Godrico reconheceu sendo McGonagall. – Infelizmente esta ocorrendo uma séria guerra em nosso mundo, eu não sou o Ministro da Magia, e acho que quando ele ficar sabendo que nos denunciamos em frente a vocês vai ficar muito bravo, porém estamos preocupados com vocês, que correm risco neste lamentável cenário. Sentimos em dizer que o outro lado é mais forte, e não gostam, como dizemos em nosso mundo, dos trouxas, que quer dizer não bruxo. Precisamos de sua união, para que podemos ganhar esta batalha, se vocês quiserem salvar seus filhos e filhas, terão que se proteger melhor, e para isso nós podemos ajudar com a nossa Magia. Estamos esclarecendo as coisas, pois já os dois povos, bruxos e trouxas, evoluíram o bastante para saberem que podemos viver unidos e em paz. Obrigado a todos”

- O que está acontecendo? – perguntou um homem barbudo. – Vamos ser dominados por eles?

- É claro... querem nos fazer de escravos... – comentou outro muito perto.

- Eu acho que não. – disse o dono do bar. – Acho que realmente querem nos proteger,se quisessem nos dominar, por que explicariam para gente o que está acontecendo?

- Se querem saber... eu não confio neles, são bruxos, pelo amor de Deus! Não são iguais a nós, quem sabe que tipo de magia eles fazem? Podem nos matar para querer dominar o mundo!

Varias pessoas aplaudiram este ultimo.

- Pelo aquela mulher falou...é o outro lado que quer dominar o mundo. E não o dela.

- FACHADA!!!

- Se me permitem... – começou Grifinória, fazendo com que ficassem em silencio. – Fui eu quem pedi a esta mulher, a quem eu peço para chamar de Minerva McGonagall, falar a vocês e aos outros trouxas do país que existimos.

- Você é um bruxo?

- Sou... mas não sou deste tempo. Voltei a vida para salvar os dois mundos.

- Essa foi a maior besteira que eu já ouvi... – comentou o barbudo.

- Falo a verdade, não tem mais porque mentir. – insistiu Godrico.

- Por que só agora revelam a gente? - perguntou o dono do bar.

- Porque vi que estão reagindo mal aos acontecimentos, vi o pai de um garoto morrer, por uma criatura invisível, que só os bruxos podem ver. Vocês precisam de cuidados, e merecem saber o que está acontecendo de verdade, e não o que gostariam que estivesse acontecendo. Isso é muito sério. – falou Godrico com gentileza digna de Dumbledore.

- É muito sério mesmo... – disse um.

- Como podemos confiar em você?

- Não é só em mim que vocês tem de confiar, vocês tem que confiar em todos os bruxos, do nosso lado é claro, mas questão de confiar ou não, não temos como provar para vocês que somos “do bem”. Esperamos que confiem em nós, pois não gostaríamos de ser queimados vivos novamente. – falou Godrico enfatizando a última frase.

- Eu confio. – disse o dono do bar, saindo do balcão e apertando a mão de Grifinória.

- Eu também...

- E eu...

- Eu não confio!

- Pensei que quisesse proteger sua mulher e seu filho, meu caro, mas tudo bem, não se pode agradar a todos, mas cuidado para não se aliar ao lado do inimigo. Eles o mataram, odeiam trouxas. – disse o jovem estreitando os olhos.

- Isso é uma ameaça, BRUXO? E o que vai fazer? Me enfeitiçar com sua varinha de condão? – perguntou o trouxa com uma mescla entre o deboche e o sarcasmo.

- É apenas um aviso, senhor. O que você acha? Que sou o primeiro bruxo que você conhece? Esta enganado... em toda rua há bruxos, e não se esqueça, você poderia ter sido um, também, mas quem sabe o seu próximo filho? – respondeu Godrico, levantando sua sobrancelha direita.

- Eu nunca seria... mas por que diz isso? – perguntou novamente.

- Porque não é preciso ter sangue bruxo na família, para ser um. Eu mesmo, tinha um pai trouxa. – respondeu ele brevemente. – Ah! E sobre a varinha de condão...

Godrico tirou sua varinha da capa, e a empunhou, todos os olhos se arregalaram, mas o homem ao perceber que corria perigo tentou fugir, saindo vagarosamente entre as pessoas, mas quando chegou a porta, esta se fechou.

- Eu não vou e nem quero te machucar, Borrys... – disse Grifinória fazendo um gesto com a varinha, e assim apareceu uma montanha de folhetos. – Tome, leve para sua casa e o leia bem. Aqui está tudo o que os trouxa precisam fazer para ter mais cuidado, boa sorte! Na verdade. – Começou Godrico se virando para todos. – É saberem, que nesta guerra, somos todos iguais, aliás, não só na guerra...

Todos voltaram a respirar com mais facilidade depois disso, pegando os folhetos, e lendo com mais tranqüilidade.

- Agora que já sabe que sou bruxo. – comentou Godrico se virando para o dono do bar. – Tem um quarto vago, a que não se importaria em alugar a um bruxo?

- Claro que há... – disse o velho sorridente. – Aqui está a chave, é a última porta do corredor à esquerda, tenha uma boa noite de sono, senhor...?

- Godrico, Godrico Grifinória. – disse ele ao levar a mão para cumprimentar o outro.

- Tenho prazer em conhecê-lo.

- Obrigado, eu também. Boa noite. – exclamou ele já saindo

Godrico não demorou muito para achar o quarto. Entrou no quarto que ele julgou ser muito confortável, e foi para o banho, desta vez de água fria, ele sempre tomava banho de água fria quando estava preocupado. Pensando se realmente teria feito bem em contar aos trouxas. “Bom, pelo menos estarão mais seguros” – pensou ele enquanto se ensaboava.

Saiu do banho, com pensamentos otimistas, apesar de não sorrir. Sempre sua arma fora a confiança, não exagerada, vamos dizer que ao ponto. Colocou seu confortável pijama, e deitou na cama. Primeiramente pensando no tempo de sua viajem, depois nos garotos que ainda estavam lá, dentro dele, mas logo pós dormiu.

~ Flash ~

- Não diga isso... – murmurou ele, voltando seu olhar para ela.

- Dizer o que? – perguntou ela.

- Não fale em morte, eu só quero que entenda que faço isso para o seu bem, Lindsay... – respondeu ela mal movimentando os lábios ao dizer.

- Tudo bem então... obrigada, por sua generosidade, senhor, acho que isso já basta por hoje. – disse ela ao se virar para sair. – Só queria que você dissesse o que sente. – sussurrou ela para si mesma.

- O que você quer que eu te diga Lindsay? – perguntou ele agarrando seu braço, fazendo com que ficassem frente a frente. – Que... eu não durmo mais, com medo de sonhar com você e desistir do que é certo? Ou que ao fechar os olhos, me sinto novamente com você, e não quero mais abrir... Talvez você nunca saberá o que eu sinto quando te olho assim, tão de perto...

Seus rostos estavam próximos, e ambos os dois tinham a respiração ofegante e forte, ele se aproximou mais.

- Não faça nada que não queira... – sussurrou Lindsay que por algum motivo tinha fechado os olhos.

- Eu não quero... e-eu preciso... – murmurou ele, fazendo-a arrepiar.

Ele mais uma vez como em seu passado, e mais constante, no sonho de todas as suas noites, envolveu a garota em uma caloroso e apaixonado beijo. Eles se separaram constrangidos, mal se olhavam, quando Godrico a puxou pela mão, os dois já sabiam no que acabaria acontecendo esta noite, sozinhos, enquanto se encaminhavam aos aposentos de Godrico. As últimas coisas que ele se lembrou, foi ouvir o som da porta sendo trancada, ver brevemente o céu pela janela, sentir o perfume da pele da garota.

~ Fim do Flash ~

Godrico acordou quase com um berro, ele estava estranhamente com a boca seca, e suava fora do normal. Coçou os olhos, e foi até ao banheiro para ter a certeza que fora um sonho. Lavou o rosto um pouco confuso.

Trocou de roupa e desceu para tomar café da manhã. Essa foi a lembrança que mais o assustou, e ele não tinha um bom pressentimento, do por quê estas lembranças estavam voltando com tanta freqüência. Havia algumas lembranças que apenas vinham em sua memória e nem dor lhe causava, mas estas deveriam ter alguma finalidade, será uma mensagem de Lindsay?


*&*

Ola a todos...se ainda estiverem ai..hsuhushsu

Bom... este capítulo foi mais curto, e mais chato, mais foi necessário, ok?!

O próximo vai ser mais legal... eu juro :]

Gente desculpem-me não ter recados hoje... sono me mata :D
Beijos a todos... COMENTEM sinto falta de vocês ^^

MALFEITO FEITO!
FUI!

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