O segredo de Hermione



Naquela noite Hermione não fora a única a não conseguir dormir outra vez depois de ter um sonho. Gina havia sonhado com várias pessoas, principalmente com Harry. Acordou decidida a expor seus sentimentos para ele, decidida a se declarar á ele, mesmo que não fosse correspondida. Sentia que a cada dia o perdia mais e mais para Hermione. Não que ela achasse que os dois pudessem ficar juntos um dia. Ela pensava que além de Hermione não gostar de Harry, ela o tratava como um irmão. Nunca daria certo. Mas mesmo que ele escondesse isso de Rony e de todos, ele sempre sentiu algo por ela, ela sabia que sentia. No fim achou melhor procurar Hermione novamente pra poder conversar com a amiga, e ver o que ela achava do que havia decidido. Tentou dormir novamente, mas o sono não viria tão cedo.

Hermione virava-se de um lado pro outro, mas também não conseguia dormir. Não podia ler um livro, pois para isso precisaria da luz de sua varinha, e isso faria com que muitas meninas acordassem mal-humoradas. Teve que ficar olhando para o teto, esperando que amanhecesse, e então ela pudesse conversar com alguém sobre seu sonho. Alguém que não daria risada de sua cara, alguém que guardasse seu segredo, alguém que saberia como ajudá-la: Gina.

De manhã Hermione fora a primeira a levantar, a tomar um banho, e a se arrumar para a aula, então desceu e encontrou com Harry e Rony. Ainda não tinha contado sobre o que Malfoy tinha lhe pedido, mas já sabia qual seria a reação dos dois.
- O Malfoy pediu para eu lhe ajudar com as falas porque ele ficou com o papel principal no lugar de Neville que ta doente por isso que o Malfoy pegou o papel dele era temporário mas a Trelawney gostou dele naquele papel e ele é realmente péssimo quando atua então eu fiquei com dó e resolvi ajudá-lo mas não é nada demais afinal ele é muito ruim mesmo e a peça não pode ficar assim - disse ela de uma só vez - Harry, me passa a manteiga? - acrescentou, como se ela não tivesse dito nada.
- E você não aceitou, não é? - disse Harry, incrédulo - Era só o que faltava, você dando aulas pro Malfoy!
- Não são aulas... Vou ajudá-lo a melhorar suas falas, Harry...
- Hermione, você não pode estar falando sério - disse Rony.
- Olha, não vejo mal nenhum em ajudar Malfoy com suas falas! Não vai me matar, ok?
Eles realmente não podiam fazer nada.
- Escute Hermione, não vejo como isso pode acabar bem.
- Eu sei me virar, Harry! - disse ela. Nesse instante Gina resolveu se juntar aos três.
- Oi, gente - disse ela - Hermione, hoje dá pra gente conversar?
- Dá sim, Gina. Também preciso falar com você.
- No almoço, então. Tudo bem?
- Tudo bem - respondeu Hermione. Gina se retirou da mesa porque precisava devolver seu livro na biblioteca, deixando Hermione sozinha com um Harry e Rony cheios de perguntas.

O que mais estava machucando Hermione era o fato de amar Harry, e não poder dizer isso á ele. É claro que se ela falasse de tudo o que sentia pra ele correria o risco de não ter mais a amizade que hoje tinham, de nada voltar a ser como era, e era por isso que ela guardava esse segredo tão bem. Tão bem ao ponto de nem Gina saber. Mas hoje ela iria contar, precisava contar, até porque estava ficando cada vez mais difícil esconder isso da amiga, que a conhecia tão bem.
Na hora do almoço ela e Gina se encontraram na mesa da Grifinória, almoçaram rápido, e logo estavam subindo as escadas para irem á biblioteca, que á uma hora dessas estava desocupada - mas isso era o que elas achavam.
- Pode falar você primeiro - disse Gina sentando-se.
- Não, sério. É bem longa a minha história, pode dizer primeiro.
- Tenho certeza de que a minha história é muito mais longa que a sua. E eu ainda nem sei como começar.
Hermione concordou. Começou falando sobre o quanto era difícil contar isso á ela, e por que ela tinha escondido isso por tanto tempo, principalmente de sua melhor amiga. Disse que mantinha esse sentimento desde que o tinha conhecido, mas que só tinha aceitado para si mesma há algum tempo atrás.
- Mas quem é Hermione? - disse Gina, com medo de que fosse a mesma pessoa que ela amava.
- Espera! - respondeu Hermione - Mas eu tenho medo de dizer á essa pessoa que eu a amo, porque não quero perder sua amizade, e tenho certeza de que isso aconteceria se eu contasse a ele.
- É o Harry, não é Hermione? - disse Gina cruzando os dedos para que não fosse.
- É, Gina. É o Harry.
O coração de Gina disparou. Como iria dizer á sua amiga que amava a mesma pessoa que ela? E como poderia ajudar a amiga se nem a si mesma conseguia ajudar? Não queria arriscar a amizade de Hermione por causa de um garoto, mas não via um jeito de deixar de gostar de Harry.
- Ai Gina, o que eu faço da minha vida?
- Mi, eu... – ela não sabia o que dizer - Bem... Você acha que Harry sente alguma coisa por você?
- Eu... Eu não sei mesmo - disse Hermione - Eu acho que é só amizade.
- Só quero que você não se magoe, Mione - disse Gina - Acho que você precisa saber o que Harry sente antes de qualquer coisa.
- É, você tem razão - disse Hermione.
Gina não conseguia se sentir menos culpada. Sustentava um amor por Harry desde que o vira em sua casa, em seu primeiro ano de Hogwarts, e ultimamente sonhava acordada uma cena em que ela estava namorando Harry, enquanto Hermione sofria um amor pela mesma pessoa que ela.
- E você, Gina, não vai me contar o que queria conversar?
- Ah, bem, eu... Ah, nem era tão importante assim! Depois a gente se fala! – respondeu ela, levantando-se rapidamente e saindo da biblioteca.
- Gina, espera! - disse Hermione, mas a menina já tinha descido as escadas.


- "Não acredito que você fez isso! Como pôde ser tão canalha?" - disse Parvati.
- "A c-culpa foi sua, gatinha? É... gatinha! Não devia acreditar em q-qualquer um que... Que lhe diz que te leva para viajar pelo m-mundo!" - respondeu Draco.
- "Eu te odeio!" - respondeu a menina.
- Não, não, não, não, não! "EU... TE... ODEIO!" - corrigiu a professora Trelawney - Você tem que mostrar que está furiosa com ele.
Hermione sabia que ia ter um grande trabalho pela frente com Malfoy. Além de qualquer coisa, ela teria que ensiná-lo uma coisa que, fora da sala de Teatro, ele fazia muito bem: fingir.
- Bom, amanhã continuaremos essa cena. Estão dispensados. - disse a professora depois de cansativas conversas com Parvati, que teimava em dizer que no final quem deveria ficar com o mocinho era sua personagem.
- Granger! - chamou Draco - Você não se esqueceu que deverá ensaiar as falas comigo, não?
- Infelizmente eu não esqueci, Malfoy - ele rira daquele jeito que Hermione odiava.
- O que foi hein? - perguntou ela, irritada.
- Ah, nem vem Granger! Você está muito feliz porque tem que ensaiar as falas comigo - Hermione rira.
- Malfoy, além de você ser convencido, é um completo idiota - ela não viu, mas Draco fechara a cara no mesmo instante.
- A gente vai usar essa sala? - perguntou ele.
- Acho que sim, eu não sei de mais nenhuma que possamos usar que não esteja ocupada.
Draco e Hermione saíram da sala, e ficaram esperando que a professora Trelawney a desocupasse. Não demorou muito, e lá ia a professora, falando sozinha, bebendo daqueles vidrinhos que cheiravam xixi de gato. Hermione entrou antes que Draco, e sentou-se em cima de uma carteira. Draco encostou-se na mesa do professor, e começou sua fala:
- "Não acho que isso seje correto".
- Primeiro, não se fala "seje" e sim "seja". Segundo, você precisa se soltar mais.
- Ta, ta - disse ele - "Não acho que isso seja co..." - Hermione respirou fundo.
- De novo.
- "Não acho que isso seja c-correto" - disse ele - Ah, Granger, eu não consigo!
- Você precisa pensar que é o personagem. Você é Richard Stallman, Malfoy, e ele não gagueja - Draco fez uma cara engraçada - Ele tem que mostrar que está confiante, porque na verdade ele precisa saber mentir e precisa enganar Marry del Val. Você precisará dessa confiança quando chegar a hora de conversar com ela.
Draco olhou para seus pés. Encarou Hermione por um momento, depois disse baixo:
- "Não acho que isso seja correto" - disse ele - "Não posso mais enganá-la do jeito que estou fazendo. Sinto-me sujo" - Hermione abriu um sorriso.
- Ótimo, Malfoy! Foi realmente bom - disse ela.
- Eu sei - respondeu ele.
- "Diga-me. O que estás escondendo de Marry, Richard?" - disse ela encarando Draco.
- Eu escondo meu amor por ela - disse Draco sustentando seu olhar com o da garota.
- Isso não está nas falas, Malfoy - Hermione o olhou desconfiada, e o garoto releu seu pergaminho num gesto rápido, vendo que realmente inventara aquela parte.
- "Não posso continuar com isso. Tenho evitado Marry, tenho fingido que não a vejo... Mas a verdade é que a amo, e sempre amei" - disse Draco, finalmente.
Aquele ensaio tinha sido realmente bom. Malfoy falava com clareza, mas mesmo assim pulava algumas palavras. Nada que não fosse normal. E ele estava diferente, tirando os momentos em que elogiava a si próprio.



N/A: Comentem!
:]

Beeijos...

Isah.

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