Vassoura, Capa, pedra d´ara, r

Vassoura, Capa, pedra d´ara, r







Terceiro capítulo

Vassoura, Capa, pedra d´ara, rins de porco e caverna

_Harry, acorde, os juízes já chegaram._Hermione o acordou, ela parecia ansiosa, Harry não a via assim desde os testes para os N.O.M.S.

O menino limpou os olhos e encarou ao redor, as inúmeras camas de campanha já estavam vazias e feitas. Ele se levantou e arrumou os lençóis. Em seguida foi lavar-se e mudar de roupas antes de reencontrar a amiga.
_Tudo o que eu consegui salvar pra você._Ela disse lhe entregando algumas bolachas e uma banda de mamão.
Harry comia calado sentado com a amiga na mesma mesa do dia da tragédia a observar os juízes debaterem algo com alguns aurores. Tonks e Quim não estavam lá. Deviam estar muito ocupados, Tonks com suas tarefas habituais de aurora e Quim tendo que guardar o primeiro ministro trouxa, ele tivera que pedir permissão para intervir no ataque dos aurores e agora já voltara, a mando de Percy, para o seu posto no ministério trouxa.
_Agilidade e contra-fetiços..Não tenho muita agilidade, mas acho que sei uns bons feitiços e contra..._A menina comentou coçando o queixo.
_Mione..._Harry falou muito indeciso._Eu nem tenho mais tanta certeza se ainda quero ser um auror...O Percy vai ser nosso superior, entende? Eu não queria seguir as ordens dele, você ouviu toda a burocracia que o Quim disse que teve para vir até aqui? Não sei se vale a pena, talvez eu esteja me desviando do caminho que Dumbledore queria que eu seguisse...
_Mas Harry, você acha mesmo que o Percy vai durar muito tempo no cargo? O Percy é um quebra-galho, tenho certeza que quando houver pressão eles mudam e...
_Já teve pressão._Harry contrapôs._ Os comensais chegaram a invadir o território do ministério, Mione.
_Harry, se estamos aqui, você devia dar o seu melhor..._Hermione avisou._Acho que Dumbledore não iria se opor, ainda vai ser mais fácil, você vai ver.
_Mas sem o Rony...
_Não vamos estar sem ele._A menina falou, os olhos brilhando._De alguma forma ele vai estar com a gente, nós vamos dar um jeito.
O menino não respondeu, um dos bruxos juízes movimentava um enorme malão com um feitiço até o lado de fora da barraca. Em seguida, um dos aurores que Harry não conhecia comeceu a chamar os selecionados.
_Armando Mingg.
Um rapaz alto e de olhos negros deixou o local. Harry lembrou que ele saíra do confronto com os comensais com um grande corte no rosto, felizmente seu rosto estava agora intacto.
_Cho Chang._Um dos aurores
A garota piscou nervosamente para Harry antes de deixar a barraca balançando a cascata de cabelos negros e brilhantes. Alguns dos outros rapazes selecionados olhavam embesbecados para a garota.
(...)
_Collin Creevey._Uma voz ecoou por toda a barraca anunciando a vez do garoto.

Harry o viu cruzar a porta da barraca segurando com força a varinha. O menino parecia muito nervoso.
(...)

_Hermione Granger.
Harry sorriu para a garota antes de esta deixar a barraca respirando fundo, já era quase meio-dia e o rapaz estava mais entediado que nervoso. Collin e todos os outros que haviam prestado o teste não haviam retornado.

(...)
_Harry Potter.
O garoto apressou-se em deixar o local sob os olhares curiosos dos poucos que ainda estavam na barraca e alguns sorrisos para lhe desejar confiança. Ele não fazia a menor idéia do que fosse fazer, mas apesar de esta sempre ter sido uma ambição sua, a profissão de auror estava por demais burocratizada.
O enorme deserto estava ali a sua vista mais uma vez. Alguns cactos contrastavam com a areia muito branca. A muitos metros de distância uma outra barraca, amarela, estava montada, onde Harry conseguiu visualizar os amigos e os outros selecionados. O garoto divizou uma mão que se sacudia no ar e que pensava ser de Hermione.
Os três juízes estavam sentados à uma enorme mesa quadrada, em cima dela estava o malão que Harry os viu carregar. O garoto se aproximou, andando com dificuldade pela areia quente, seus cabelos rebeldes voavam ao vento. Ele parou em frente aos juizes.
_Harry James Potter, muito bem._Disse um deles, ele tinha olhos verdes e rosto rechonchudo._Acho que nem você nem a Srta. Granger ou o Sr. Creevey irão ter problemas com os testes, afinal, vocês resistiram a um grande ataque de comensais...
_Acho que não foi programado, por isso deu certo._Harry disse._Não sou muito bom de fazer as coisas assim, deste jeito.
_Vamos, Harry, tenho certeza que há um grande bruxo aí dentro. Todos esperamos por você, não vá nos decepcionar._Ele falou, sorrindo.
_ Vamos ao que interessa, Sr.Potter._Cortou-lhe outro juiz, este tinha uma cara mais magra e cheia de cicatrizes._Terá que lutar contra mim.
O homem ficou cara a cara com Harry, saindo de detrás da mesa. Harry tirou a varinha do bolso e a segurou com firmeza. Por um momento se perguntou se aquele homem era um auror também, se todas aquelas marcas, assim como as de Moody, haviam sido ganhas em batalhas.
_Todo feitiço que eu fizer você terá que conseguir se sair com agilidade ou conhecimento de contra-feitiços._Explicou._Agora, Expel...
Antes que o juiz terminasse a frase Harry já havia utilizado-se rapidamente de um impedimenta.
_Era o que eu esperava..._O juiz disse assim que conseguiu se mexer, alguns minutos depois._Foi ágil, não posso negar. Isto deve ser feito toda vez que um bruxo tentar lhe desarmar. Não espere que ele murmure tudo, já diga o contra-feitiço antes dele.
Então, apontando para um rocha, o homem pronunciou “Deletrious” e ela desapareceu. Rapidamente Harry murmurou “Aparecium” e a rocha voltou a ser visível. Por que estes testes estavam sendo tão fáceis? Harry se perguntou.
_Regular...Eu só tenho direito a lhe prestar mais uma prova...Que será...Serpensoria!
Uma enorme serpente negra apareceu na frente de Harry pronta para ferí-lo. Todos que assistiam ao teste olhavam de Harry à cobra, amedrontados, seus corpinhos ao longe moviam-se, excitados. O garoto poderia falar com o animal, mas não sabia se era conveniente. Por isso, lembrando-se de um dia ter lido em algum lugar este feitiço (Que espantava feras selvagens), falou:
_Espantamus!
A cobra se desmaterializou.
_É comum o uso deste tipo de feitiço, ainda bem que sabe se defender._O juiz falou._Bom, você passou com louvor pelos meus testes simples. Infelizmente, não tive muitas opções de escolha.
_Posso ir?_Harry perguntou.

O bruxo de olhos verdes se adiantou enquanto o outro voltava a sentar-se.
_Não, ainda tem eu e o Bergs vai te dar o parecer. Prepare-se...Tarantallegra!
As pernas do garoto começaram a se mexer violentamente. Tentando pensar no que fazer Harry apontou a varinha para si mesmo e murmurou com dificuldade: Finite Encantatem.
_Esperado._O juiz disse, avaliando-o._Mas não devia ter permitido que eu o enfeitiçasse. Deveria ter dito um contra-feitiço ou então se esquivado.
_Hum-hum._O garoto confirmou, sem emoção.
Então o juiz abriu o enorme malão e tirou de lá uma thinbonne.
_Há vezes em que é necessário o uso de vassouras...Vamos ver como você vai se comportar com uma..._E entregou a vassoura a Harry.
_Nossa!_Harry exclamou, mais entusiasmado.
O garoto subiu e se acomodou no modelo anatômico. Os pés se distanciaram do chão, e mesmo estando sob o calor insuportável do deserto que deixara encharcada a sua camiseta de algodão, Harry conseguia sentir-se melhor ali.
_Você deverá se manter neste círculo..._O juiz falou traçando um círculo em volta deles._Eu vou lhe conjurar todo o tipo de feitiço e você deve esquivar-se de todos ou então tentar os contra-feitiços. Agora...
Harry tomou altura e viu um jato vermelho vindo em sua direção, como faria com um balaço, esquivou-se. Em seguida uma enorme bola de energia desprendeu-se da varinha do bruxo e veio em direção a Harry, o garoto não poderia esquivar-se porque não havia espaço, então tirou a varinha do bolso e segurando a vassoura só com uma mão, atingiu a bola de energia com o feitiço Everte Statum e a bola de energia voltou no sentido por onde saiu e atingiu o bruxo em cheio, ele caiu no chão, fraco. Harry desceu da varinha e correu para ajudá-lo, junto com os outros dois bruxos-juízes.
_Enervate!_Conjurou o bruxo chamado Bergs.
O homem levantou-se ainda trêmulo. Harry esperou que ele lhe desse uma bofetada ou então lhe conjurasse uma azaração, mas o homem tentou sorrir e falou:
_Isso acontece. Devolva-me a vassoura, você não precirá dela para a próxima prova.
Harry devolveu a vassoura à contragosto e observou o bruxo voltar a guardá-la no malão.
_A última prova, Harry. Prepare-se...Dormiens!
Mas assim que o rapaz viu o fio laranja que se desprendia da varinha em direção a ele, Harry se esquivou e o feitiço atingiu um cacto próximo que murchou e caiu ao chão.
_Terminamos, rapaz._O bruxo falou segurando o ombro de Harry._ Bergs, seu parecer...

O homem de cabeça careca e olhos negros, leu as suas notações lentamente:

_Harry James Potter, parecia desestimulado e sem ação durante o exame._Então pigarreou e voltou a falar._ No entanto, conhece feitiços básicos e tem capacidade intelectual para utilizá-los, poderia ter se saído melhor, mas faltou-lhe vontade. Se sai muitíssimo bem em uma vassoura e utilizou-se de modo muito sagaz de um feitiço para inverter, o Everte Statum. Nota, esperada.

_Bom, Harry, existem quatro notas: A Fenomenal, a Supreendente, a Esperada e a Insuficiente, ou seja, você precisa melhorar, rapaz._O homem de olhos verdes falou, parecia um pouco decepcionado._Me chamo Gordon Schimitt eu e meus colegas seremos os juízes até o final e queremos ver seu desempenho melhorar, ok?
_Ok._Harry estava consciente que não dera o melhor de si.
_Queria lhe dar uma palavrinha._Gordon falou se distanciando da bancada com Harry.


_Então, Harry. Eu sou reitor da Academia Superior de Feitiços. Nossa academia fica em um local distanciado e, por hora, seguro. No entanto, também sofremos com o clima de terror que você-sabe-quem trouxe para o mundo bruxo. Acho que você tem um destino, rapaz, pense bem. As coisas não acontecem por acaso._Ele disse, segurando mais uma vez o ombro do rapaz._ Dumbledore foi meu professor de feitiços, Harry. Um grande homem! Se ele depositava tanta confiança em você, rapaz, é porque você merece. E se eu posso te dar um conselho, não há profissão melhor para um rapaz com a sua missão do que ser um auror.
_Acontece que o que parece é que o ministério está controlando os aurores, fazendo deles o que quiserem. Eu não quero isso pra mim. Não quero ser um marionete nas mãos do ministério.
_ A única maneira de conservar a saúde é comer o que não se quer, beber o que não se gosta e fazer aquilo que se preferiria não fazer. Assim mesmo é com relação ao ministério, eles vão tentar interfirir e você vai ter que aceitar, mas o ideal é maior que qualquer coisa, rapaz. Você estará junto a bruxos experientes, treinados, vai acrescentar muito a você. E, apesar de tudo, os aurores ainda são o grupo com maior autonomia dentro do ministério.
Harry encarou o rosto rechonchudo do homem, parecia um pouco com o de Neville não fossem os olhos verdes, não como os de Harry, verdes manchados de laranja. Era verdade tudo o que ele dissera, Harry pensou. Ele estava agindo como um idiota, ser auror sempre foi o que ele mais quis. E, se não fosse possível continuar a busca pelos horcruxes junto a função de auror, ele deixaria a profissão, mas não sem antes tentar e realizar. Mas antes se arrepender das coisas que fez que as coisas que não fez, ele pensou. Poderia ser que nunca mais tivesse chances tão reais de ser auror.
_Pode ir agora._Disse o homem, mais aliviado ao perceber o olhar empolgado de Harry.




Enquanto bebia uma garrafa de água sentado em um banco e ventilado por um feitiço muito útil, Harry ouvia os colegas falarem de seus desempenhos.
_Insuficiente..._Collin lamentou-se._As provas foram muito difíceis...Eu me atrapalhei com a vassoura e aquela bola de energia me acertou em cheio...
_Surpreendente é uma boa marca, não, Harry?_Lino perguntou, pressuroso._me esquivei de quase todos os feitiços e eles acharam que eu tinha uma velocidade muito boa.
_Eu fiquei com...Esperada._Cho falou, desanimada._Que droga, não sabia o que fazer com aquela cobra e nem quando começei a dançar sem parar.
_Cho, mas a gente aprende a lidar com um feitiço Tarantallegra em Hogwarts._Hermione disse para a garota que balançou os ombros.
_E você, Hermione?_Harry perguntou tomando um bom gole de água.
_Bom..._A menina estava em chamas._Fenomenal.
_O QUÊ?????_Lino e Collin esbravejaram enquanto Cho fechou a cara.
_É que eu usei muitos contra-feitiços e eles acharam que eu tinha um bom conhecimento. Foi um pouco difícil a parte da vassoura, mas como sabia contra-feitiços, consegui me safar.
_Eu fiquei com uma nota esperada também, Cho..._Harry falou, sem emoção.
_Não pode ser._Disse Cho, escandalizada._Você é melhor que todos nós juntos...
_Harry, você tem que se esforçar mais._Hermione falou._A vontade é tudo e...
_Não precisa me dizer mais isso, Mione._Harry disse um tantinho exasperado._Eu decidi que vou me esforçar mais.



Havia um enorme exército, todos eles vestiam vestes negras com fitas verdes presas aos braços direitos, como aquelas em que capitães de seleções usam. Seus rostos estavam semi-ocultos por capuzes. Ao lado destes havia uma hoste de inferis e junto a estes estavam gigantes ferozes e lobisomens, além de criaturas grotescas. Havia um general e ele tinha uma cara lívida com narinas e olhos ofídicos. Ele os incitava a lutar contra tudo e todos que se pusessem no caminho deles. Dizendo-lhes que o ministério já estava domado e que nada mais os impediria após a morte de Dumbledore. Sua voz era gélida e um pouco mais alta que um sussurro, mas todos o ouviam.
_Avante, Lorde das Trevas por todo e qualquer lugar. Em todos e qualquer um. Morte a todos que não se prostarem ao lorde._Berravam os soldados.


_Harry...?_A voz de Hermione se fez ouvida.

A barraca estava um breu, os olhos de Hermione modificados pela falta de luz o observavam fantasmagoricamente. O garoto berrou e ela também gritou, acordando todos que dormiam. Bolas de papéis feitas com os calendários dos testes voaram sobre as cabeças dele e da amiga.


O dia de descanso que eles tiveram passou-se tão rápido que quando Harry mal se dera conta, já era a manhã do dia dez. Dia da segunda tarefa, transfiguração e disfarces. O garoto mal se perguntara durante o café o que iria fazer na prova quando Minerva Mcgonagall entrou na barraca e se dirigiu até ele e Hermione.
_Tive acesso ao seu desempenho anterior, Potter. Saiba que Esperada não era o que eu realmente esperava de você..._Disse ela num trocadilho irônico._Pensei um dia ter falado que eu faria de tudo para que você se tornasse um auror, não falei?
_Sim senhora, mas...
_Se está se perguntando se está fazendo a coisa certa, digo que não está. Em primeiro lugar você deveria estar na escola, mas se Harry Potter já se acha crescido o bastante para isso, ao menos tente se tornar um auror, Harry. Seria um grande vexame se você não fosse aprovado. Aquele-que-não-deve-ser-nomeado e seus aliados ririam de você.
Será que ela estaria fazendo uma menção a Snape e Draco? Harry não quis imaginar os sorrisos debochados dos dois. “Você sempre foi um incompetente, Potter” Diria Snape, “Ah-há-há, o heroizinho trágico nem ao menos conseguiu virar auror” Debocharia Draco.
_Professora, como eles permitiram que a senhora viesse?_Hermione perguntou.
_Não leu o jornal esta manhã, Srta. Granger? Ah, acho que as corujas não conseguem voar tão longe assim._Ela falou, lembrando-se._O sr. Schimitt, um dos juizes, foi brutalmente assassinado...Um grande homem pelo pouco que conheci...Fui professora substituta num curso de férias da academia dele há algum tempo. Dizem que ele havia se recusado a ter qualquer ligação com os comensais e estes o mataram. Acabaram me escolhendo para ser uma das juízas.
Harry engasgou com a colherada de mamão. Aquele homem tão simpático que ele conhecera há pouco tempo fora assassinado, novamente pelos comensais. Talvez o pesadelo que ele tivera fosse real, talvez Voldemort houvesse montado um exército de comensais. Haviam agora boas razões para Harry Potter dar tudo de si durante as outras quatro provas. Talvez, nada fosse por acaso mesmo, muito menos aquela conversa que ele teve com o Sr. Gordon Schimitt.
_O teste será depois do almoço, Harry. Hermione você não poderia ajudar o Harry?_Mcgonagall questionou.
_Claro, pode deixar comigo._Hermione falou, sorrindo.
_Tenho que dá uma palavrinha agora com os outros juízes, Harry. Bom café da manhã._Mcgonagall girou nos calcanhares e caminhou pela barraca, cumprimentando Lino e Cho que estavam a um canto e mais tarde Collin.

_Vai ser ótimo, não vai, Harry?_Perguntou Hermione, radiante._Ter a Mcgonagall como juiza?
_Não acho que ela vá facilitar nada pra nós, ela sempre foi muito justa._O garoto falou, incrédulo.
_Harry, tem horas que simplesmente não dá pra ser imparcial, por mais justa que ela seja._A menina disse engolindo um grande gole de suco de abacaxi.
_Hey, Hermione, você acha que uma Academia Superior em Feitiços é como uma universidade trouxa?_Harry perguntou.
_Acho que é sim. Estive lendo um livro lançado há pouco tempo chamado A Educação Superior em Magia que cita uma porção de escolas superiores, mas acho que tem que ser muito bom pra ir pra uma, não basta querer._Hermione falou com preocupação despropositada._ Parece que tem que receber uma carta, como a de Hogwarts.
_O Sr.Gordon era reitor dessa escola que eu te falei._Harry falou lembrando-se do homem com um aperto no peito.
_Estive lendo sobre um realmente boa em Defesa contra a Arte das Trevas...Seria legal pra gente, se tivéssemos alguma chance._Hermione falou, tentando parecer displicente._Isto é, depois que tudo estiver resolvido, podíamos terminar Hogwarts e ver se a gente conseguia ser selecionado, acho que o Rony também ia querer.
_Tudo ao seu tempo..._Harry falou, pensativo.
_Harry, acho que não vamos poder receber mais cartas, vamos?_A menina perguntou olhando para a porta da cabana.
_Não sei, acho que é um viagem muito longa para as corujas, como disse a Mcgonagall e como os aurores não trazem nem mais jornais como no dia depois do ataque, duvido muito que eles queiram se encarregar de trazer cartas ._Harry falou, pensando em como estava sentindo falta de Gina e imaginando que a amiga também devesse estar com saudades de Rony.
_Olha, Harry, é a Tonks._Hermione falou, quase berrando._Ela deve ter notícias.

Tonks vestia roupas cor cáqui muito sóbrias, contrastando com os cabelos que estavam rosa-chiclete, o nariz da moça também estava mais pontudo que antes. Ela chegara com um sorriso nos lábios que não tivera na última vez que Harry a vira e três pacotes que o garoto observa ansiosamente (Pedindo aos céus para que fossem as deliciosas especialidades da Sra.Weasley).
_Oi, meninos!_Ela cumprimentou-os, sentando ao lado deles à mesa pequenina em que Harry e Hermione costumavam estar._Comida e cartas, fiquem à vontade. Preencham seus estômagos e corações.
Harry e Hermione abriram o pacote menor com as cartas primeiro. Cada um pegando as que lhe fossem endereçadas.

Querido Harry,


Que bom que conseguiu sair ileso da confusão com os comensais por aí. Nem sabe como ficou por aqui depois de tantas mortes. O pobre Percy está sendo muito pressionado, o estão acusando de tudo quanto é coisa, querido.
Espero que esteja se alimentando bem. Tome muito cuidado em todas as provas e não hesite em pedir ajuda a Tonks, se necessário.

Com amor,

Molly Weasley.



Harry,

Estive muito preocupado quando soube do ataque ao posto em que vocês estão. Quis até ir para aí ajudar como voluntário, mas as atribuições deste cargo não me dão muita folga.
Tenho muitas teorias formuladas sobre este ataque e tudo que vem acontecendo, Harry, assim que sair daí iremos discutí-las.
Ainda há muitos aurores fiéis, Harry, espero que você e Hermione se juntem a eles.

Abraços,

Arthur Weasley.

Hey Harry,

Cara, que loucura foi essa por aí? Queria estar com vocês, poxa. Você não sabe como está chato por aqui e quão mais chato vai ser passar todo o ano lá em Hogwarts sem vocês.
De qualquer forma eu queria dizer pra você ficar de olhos abertos, cara! Eles podem querer voltar, não podem?

Um abração,

Rony Weasley.


Meu amor,

Estou morrendo de saudades e pensando como vai ser passar todo o ano letivo sem você. Espero que arrumemos um jeito de nos encontrar quanto eu estiver em em Hogwarts.
Te amo cada vez mais, não se esqueça disso, por favor. Tudo que houve entre nós e tudo que ainda haverá me faz ter mais vontade de viver a cada dia.
Estarei com você em qualquer coisa que você decidir fazer porque o amo. Porque o amor é uma flor delicada, mas é preciso se ter coragem para ir buscá-la muito próximo ao precipício, e eu tenho coragem, Harry. Nada irei temer se estiver contigo. Não há amor sem coragem e nem coragem sem amor.
Espero que esteja bem, não sabe o quanto sofri quando soube tudo que passou e o quanto fiquei orgulhosa por tudo que fez.
Beijos,

Gina Weasley.

Harry sentiu um grande peso no coração ao ler a carta de Gina. Ela era alguém sem igual, disposta a lutar pelo que sentia, corajosa. Harry pensou por um breve momento se não seria bom confiar a ela o segredo sobre os horcruxes, mas depois pensando em Dumbledore resolveu que era melhor não.

O garoto levantou a vista, Hermione já acabara de ler as cartas dela e estava encarando o garoto, com os olhos cheios de lágrimas.
_Estou com tanta pena do Rony...
_Ah, Mione, não fique assim._Tonks disse, consolando a menina._Veja, Hagrid está lá, Fred e Jorge estão sempre aparecendo e Gui e Fleur já estão na nova casa, ele sempre vai passar dias por lá. Além disso, tem tanta coisa acontecendo também.
_Mas Tonks, e quando ele estiver em Hogwarts?_Hermione perguntou, desolada._Vai ser tão difícil pra gente se ver...
_Hermione, você mesma falou que a gente dava um jeito!_Harry disse.
_Vocês é que pensam que ficarão longe dele e da Gina._Tonks disse, misteriosamente.
_O que você quer dizer com isso?_Hermione perguntou.
_Vocês verão...Eu não posso falar nada._Tonks respondeu, roendo as unhas.
Hermione observou Tonks por alguns instantes, avaliando-a. Depois, ficando mais calma, pôs os cabelos para trás e perguntou:
_Como estão as coisas por lá?
_Muita coisa acontecendo._Tonks falou._Tudo ruim. A cada dia a gente recebe notícias de mais mortes. Novos relatos trouxas sobre gigantes e neblinas, claro que provocadas por dementadores. Até mesmo eles percebem quando há algo errado, não é mesmo? O que se sabe também é que aquele-que-não-deve-ser-nomeado tem mais influência no ministério que se pensa.
_Você acha que Percy está aliado a..._Harry perguntou, muito sério.
_Bom, seria a única explicação lógica para a sua vitória e a conveniente morte de Rufus. Mas está havendo uma grande investigação, os membros sérios do ministério, como o Arthur, estão exigindo que a morte do Scrimgeour seja mais investigada.
_Não sei se Percy iria..._Hermione disse, pensativa._Eu só acho que ele é um pouco jovem demais pra ficar no cargo e esteja sendo usado por alguém forte no ministério, mas já a estar com V-voldemort, não acho possível.
Os cabelos rosa-chiclete de Tonks arrepiaram um pouco mais quando ouviu o nome de Voldemort, mas depois ela ficou muito séria e acrescentou:
_Acho que é isso que devíamos fazer!_Disse, empolgada._Pronunciar o nome dele, mostrar que não temos medo, Harry! Devíamos fazer uma campanha e...
_Então diga o nome dele, Tonks._Harry pediu, incrédulo de que a moça iria pronunciar.
Hermione esperava ansiosa com os cotovelos em cima da mesa e o olhar preso em Tonks, que hesitava. Ela abria a boca e a fechava, depois abriu mais uma vez e disse:
_Aquele desgraçado do...V-Vol-Vol-Volde...VOLDEMORT! AQUELE GRANDE DESGRAÇADO DO VOLDEMORT!!!_Ela berrou.

Algumas pessoas derrubaram coisas que carregavam nas mãos, tantas outras levaram um grande susto, houve ainda algumas que depois de levar as mãos ao coração, xingaram Tonks de tudo quanto foi palavrão e outras que ameaçaram azará-la. Mas a moça estava demais empolgada com o que disse. Subiu na pequena mesa, fazendo Hermione e Harry recuarem assustados, e conjurando o feitiço Sonorus em direção à própria garganta, falou em voz anormalmente alta:
_Todos nós devemos passar a dizer o nome dele, mostrar que não temos medo algum! Enquanto houver esta cultura de medo dele entre nós, ele nunca será derrotado, mas a partir do momento que pararmos de temê-lo, ele já não terá mais poderes nenhum contra nós. VOLDEMORT, seu desgraçado, ninguém mais tem medo de você!

Não fora como Tonks esperara, os aurores de plantão obrigaram-na a descer da mesa e segundo eles parar de dizer bobagens numa época como aquela. Contudo, Harry reparou, houve pessoas que estavam comentando favoravelmente a atitude de Tonks.
_Vou convencer o Lupin a dizer o nome deles também, vocês vão ver.
_E você e o Lupin, como estão?_Hermione perguntou, se acabando de rir do acontecido.
_Muitíssimo bem. Nós estamos morando juntos, achamos melhor não haver casamento, não é muito a nossa cara, sabem?
_Nossa, Tonks, fico muito feliz por você._Hermione falou, abraçando-a._Vocês dois são demais, tinham que ficar juntos.
Harry também cumprimentou Tonks. Eram um casal como poucos, os dois. Um lobisomem e uma bruxa metamorfoga.
_Er...Mas vocês dois, danadinhos, estão muito bem arranjados também, hein!_Ela falou dando uma tapinha na costa de cada um._Quero dizer, a Hermione com o Rony e você com a Gina, Harry. A Sra.Weasley não tem do que reclamar com dois genros tão bons assim.
_Como você sabe...?_Hermione perguntou, vermelha.
_Não era pra eu saber?_Tonks perguntou._O Rony não parecia querer fazer segredo, desculpe.
_Não, não é sua culpa, é só que eu acho que ainda estava muito cedo pra ele contar._A garota disse, ainda vermelha.
_Ah, quê isso, Mione. Você já tem dezessete anos...E nunca soube que você tivesse tido outro, teve?
_N-não._Hermione falou.
_Então? Já era a hora! Você e ele já suficientemente adultos, não precisam se envergonhar de nada. E o Harry e a Gina, bom, ele tem a cabeça no lugar e vai saber lidar com ela sem maiores problemas, mesmo ela sendo um ano mais nova que ele porque ele é um cavalheiro.
Harry sentiu uma grande contração no estômago e ensaiou um sorrisinho, sentindo-se incrivelmente culpado.
_Bom, pessoal, o dever me chama. Tenho que ir a uma operação preventiva contra gigantes. Soubemos que dois foram vistos próximos a Inglaterra e estamos averiguando junto as testemunhas, estamos agindo em conjunto com os obliviadores, porque eles também precisam fazer os trouxas esquecerem do que viram. Tchau, boa sorte a vocês.
_Você não estava em Hogsmead?_Hermione questionou.
_Tava, mas eles resolveram nos transferir. Eu, Dawlish, Proudfoot e o Savage estamos nesta missão.
Terminando isso ela foi embora andando até a porta da cabana e depois sumiu com um pequeno barulho. Havia nos outros pacotes, salsichas, frutas, tortas frias e cartuchos de caranguejo. Os dois comeram mais da metade avidamente, fazia tempo que não tinham uma refeição decente.
_Então, Harry. A professora Mcgonagall queria que eu te ajudasse. Bem, o que você precisa é aprender mais sobre transfiguração._Ela disse._O que acha de praticarmos um pouco até antes do almoço?
_Se isso for ajudar...
_Ótimo._Disse a garota.

_Oi, pessoal._Era Collin._Ela é uma aurora, não é? Achei legal ela conseguir pronunciar e tudo o mais, só que eu acho que não consigo.
_É sim, se chama Tonks. _Hermione respondeu e de repente franzindo a testa perguntou:_Collin, quantos anos você tem mesmo?
_17._O menino respondeu muito rápido, ficando vermelho.
_Não, Collin...Você entrou na escola quando eu estava no segundo ano!_Harry disse, lembrando-se._Como pode?
_Ah, na verdade eu ainda tenho 16, mas por pouco tempo. O problema é que eu entrei no primeiro ano prestes a fazer 12. Eu faço 12 no dia 2 de setembro, sabe? Aí eu já fiquei um pouquinho atrasado, eu deveria ter entrado em Hogwarts quando eu tinha 10 anos porque aí eu poderia fazer onze já na escola, mas eu acho que não pode. Então, agora eu pude fazer os teste para auror depois de uma longa conversa que o prof. Flitwick teve com o chefe do departamento de aurores...Foi difícil! Mas enfim ele consegiu convencê-lo porque eu já serei maior de idade logo...E acho que as coisas nunca foram tão facilitadas para alguém se tornar um auror! Veja que eu até burlei a regra de maioridade.
_ Isso é verdade, Collin._Hermione disse, com a testa enrugada._Nunca foi tão fácil. Mas quanto à idade, eu li em Hogwarts:Uma História que deve-se ter onze anos completos ao primeiro dia em que se chega lá, portanto todos que ainda não têm esta idade devem esperar o ano seguinte.

Os dois passaram o resto da manhã estudando e tentando transfigurar objetos, não foi tempo perdido, Harry conseguiu relembrar-se de muitas coisas que havia esquecido e aprendeu algumas outras que ainda não sabia.
_E não se esqueça de levar sua capa de invisibilidade..._Hermione o preveniu.
_Minha capa? Pra que?_Harry perguntou, surpreso.
_Bom, acho que não há melhor disfarce do que ficar invisível, Harry._Disse Hermione, como se fosse tão óbvio que Harry não devesse nem ao menos perguntar.
_Certo, mas...A capa vai me ajudar? Quer dizer, assim é muito fácil! Não acho que eles me darão pontos por usá-la ao invés de um bom disfarce.
_Harry, você por acaso acha que é fácil ter uma capa de invisibilidade? Elas são raras! Se você tiver uma já é um ponto a mais para ser um auror.
_Bom, nesse caso eu vou pegar no malão. Espero que a Sra.Weasley tenha colocado.
Harry abriu o malão e procurou entre as roupas e vestes de Hogwarts a capa de invisibilidade, ela estava escondida no fundo, muito bem dobrada.

_Está aqui._Ele disse para Hermione.
_Ótimo, deixe aí. Na hora você pega.


O almoço não foi muito melhor que os dos dias anteriores, sanduíche de atum com rodelas de tomate seco e suco de morango. Harry e Hermione, no entanto, não tinham muita fome, haviam paroveitado bastante o que a Sra.Weasley havia mandado a eles.
Depois do almoço o mesmo bruxo-auror veio avisar que aconteceria a segunda prova. E então começou a chamar os candidatos, que foram um a um até chegar a vez de Harry, como antes.
Desta vez era quase noite quando Harry foi chamado e visualizou a areia muito branca do deserto. A temperatura havia caído consideravelmente, tanto que Harry até sentia algum friozinho. Dirigiu-se à mesa de juízes como da outra vez. Lá sentavam-se o Sr. Bergs, o outro juíz magro e a Profa. Minerva Mcgonagall.
_Olá, Harry._Cumprimentou-o a diretora e professora.
Minerva Mcgonagall vestia um vestido negro com uma rosa xadrez presa ao peito. Por detrás das lentes quadradas seus olhos se mostravam entusiasmados.
_Oi, professora._Harry respondeu, tentando sorrir.
_Mas uma vez serei eu a começar com você, Harry._Avisou o homem magro, levantando-se._E na verdade acho que não terei muito trabalho hoje, é você que irá fazer praticamente tudo. O que é isto aí na sua mão?
_Uma capa de invisibilidade._O garoto respondeu, lembrando-se das palavras da amiga e sentindo-se orgulhoso.
O homem magro trocou olhares com o bruxo de nome Bergs que anotou algo numa prancheta. Então, sem aviso, o homem magro tirou do malão um taco de quadribol.
_O que devo fazer?
_Deve transformá-lo numa vassoura. Mas escute, Harry, ele não deve somente parecer uma vassoura, ele deve pairar no ar como uma. Então temos aqui duas etapas importantes: A primeira que é transfiguração e a segunda que é um feitiço simples.
Harry depositou a capa em cima da mesa dos juízes e pegou o taco da mão do homem, pondo-o no chão. Fazendo muito esforço ele conseguiu transformar o taco numa vassoura tosca com cerdas de pano e cabo torto. Em seguida, ele aplicou o Wingardium Leviosa para fazê-la levitar no ar por alguns instantes.
_Não foi muito bom, Sr.Potter. A forma da vassoura foi deplorante, imagine se você iria conseguir enganar algum comensal com isto, rapaz._Disse o homem magro em seu tom azedo.
_Zetrous, você não especificou direito o que queria._Opôs-se a profa.Mcgonagall_Não disse que haveria de ser uma vassoura perfeita.
Bergs balançou a cabeça em concordância.
_Pareceu muito justo com todos os outros, Sra.Mcgonagall._Zetrous falou.
Minerva não respondeu, ao contrário levantou-se e ficando frente a frente a Harry, falou:
_Bom, Zetrous, você já acabou com ele, agora é a minha vez.
_Então vai ser só uma prova para cada juiz desta vez?_Harry perguntou.
_Sim, leva muito tempo três provas para cada um. Muitos candidatos, você vê_Zetrous falou antes de se sentar e com o rosto embravecido continuou:_Além do mais, a gente pode medir o potencial das pessoas mesmo com apenas uma prova.
Harry engoliu em seco, mesmo com todo o treinamento com Hermione, não era fácil transformar um taco de quadribol em uma thinbonne com logomarca e tudo. O que ele esperava?
_Bom, Harry, você já teve a sua prova de transfiguração, que deveria ter sido elaborada por mim._Ela falou com um olhar feio a Zetrous._ Agora vamos para a de disfarces.
_Poderei usar a minha capa?_Harry perguntou.
_Calma, Harry. Acho realmente muito bom e útil que você tenha uma capa como esta, mas...
_Oras, não te entendo, Mcgonagall!_Zetrous disse._É claro que ele pode usar a capa na prova, é de grande utilidade um instrumento assim e ele não precisa de disfarces com um instrumento tão bom em mãos.
_Zetrous, talvez eu devesse lembrá-lo que capas de invisibilidade, assim como qualquer tipo de tecido, rasgam e sofrem danos._Ela falou com os lábios contraídos._E assim como qualquer material dá muito trabalho para levar para qualquer lugar. Haverá momentos que o Harry não poderá usá-la. No entanto, acho que deve ser anotado que ele possui uma capa e contado ao favor dele. Mas, apesar disso, receio que tenha que usar os disfarces normais, Sr. Potter.
Disfarces normais, Harry pensou em alguns. Havia um particularmente difícil que Moody utilizou em seu quinto ano para que ele fosse invisível até a ordem da fênix. Se ao menos Harry fosse um metamorfobruxo.
_Bem, Harry, nós não temos uma matéria específica, DISFARCES em Hogwarts, no entanto, ao longo de sua vida escolar você já conheceu alguns, simples, receio, mas úteis. É exatamente um disfarce útil e simples que quero que use._Mcgonagall fitou Harry por algum tempo insinuantemente. Haveria algum disfarce em especial que Harry deveria utilizar?
_A ferramenta, Mcgonagall._Lembrou-lhe Bergs, apontando para o malão sobre a mesa.
_Ah, Harry, se faz necessária a utilização de uma projeção..._Mcgonagall falou, tirando do malão um espelho circular e uma haste metálica. Vestiu o espelho na haste e a apoiou sobre a mesa, de modo que o reflexo do espelho ia de encontro aos olhos de Harry.
_Inimigo, projete._Disse ela, tocando o espelho com a varinha.

Uma nuvem fraca e disforme de uma figura de pele macilenta e cabelos sebosos se projetou a poucos centímetros de Harry, a escuridão da noite atravessava-lhe todo o corpo. Por um momento, ao ouvir a palavra inimigo, imaginou que Voldemort surgiria bem ali. Mas, com certeza, o ódio por Snape estava muito mais fresco e nítido em sua mente. O traidor que Dumbledore nunca pusera em dúvida a lealdade. O grande espião de Voldemort, o assassino do maior bruxo de todos os tempos, Alvo Dumbledore.

_Harry, eu não lembrei...Desculpe._Mcgonagall falou com os lábios contraídos, os olhos tomados de fúria ao encarar a figura pouco real de Severo._Você só tem que usar um bom disfarce contra seu...Inimigo.

A cabeça do garoto fervia, não que ele acreditasse estar realmente frente a Snape, mas a mera lembrança do sorriso enviesado do ex-professor, fazia-lhe sentir o sangue subir a cabeça, uma têmpora começara a latejar em sua testa. Um disfarce simples...Talvez mudar sua própria aparência, se fosse um animago....
Então, sem pensar em nada melhor e que com este feitiço talvez pudesse ganhar algum tempo, pronunciou:
_Avis! Avis! Avis!
Uma revoada de aves fazendo um estardalhaço que cortou o silêncio da noite. A figura de Snape foi totalmente encoberta pelas aves e com uma inspiração repentina, Harry aparatou, sentindo a mesma sensação de estar sendo sugado para todos os lados de sempre.
Estava próximo à barraca dos candidatos que já haviam prestado a segunda tarefa, mal teve tempo de ver de relance a expressão surpresa de Hermione e resolveu voltar, desta vez correndo, para próximo dos juízes. Depois de correr os vários metros que os separavam, Harry chegou esbaforido e totalmente molhado de suor à mesa, mas olhou, contente que a figura indsejável de Snape havia sumido.
_As aves fizeram um bom trabalho, Sr.Potter._Disse Zetrous, numa exasperada ironia._Veja só meus ombros, estão cheios de vestígios delas...
Havia titicas das aves por toda a veste negra e importante do homem. Mcgonagall, limpou o colega sem esconder um sorriso, mas quando encarou Harry, empertigou-se na atitude severa de sempre . Bergs também parecia muito divertido, felizmente, porque era ele quem daria o parecer.
_Então, Sr.Potter..._Ele falou analisando as anotações antes de prosseguir._Seu estímulo melhorou consideravemente, posso dizer com honestidade. Seu desempenho, consequentemente também teve um considerável rendimento. Você conseguiu transformar o bastão em vassoura como pedido, mesmo que não fosse lá uma Firebolt ou Thinbonne...Na segunda tarefa o senhor usou com incrível destreza um feitiço simples como o Avis e ainda se utilizou da sua capacidade de aparatar. Com isso, concluo que sua nota não pode ser menor que Surpreendente.
_Harry, eu estive pensando..._Hermione falava, os dois estavam em suas camas de campanhas, mas não tinham sono._Em o que nós deveríamos fazer, quero dizer, se não seria realmente melhor reunir a ordem da fênix.
_Mione, mas o que mais importa agora são..._E ele olhou para os lados e falando baixinho continuou:_São as horcruxes, não são?
As horcruxes eram justamente seres ou objetos que continham pedaços da alma de Lorde Voldemort, que os fabricara numa tentativa de tornar-se praticamente impossível sua morte. Harry, até agora, conhecia apenas uma das horcruxes, no entanto, ela já havia sido destruída por uma icógnita chamada R.A.B cujo nome aparecera recentemente ligado à morte de um comensal perto da casa dos Weasley. Como todos no ministério desconheciam a sigla R.A.B e comensais eram odiados por muitos, não houve maiores investigações, no entanto, Harry sabia que Voldemort deveria estar muito preocupado, talvez este R.A.B ou esta R.A.B fosse uma grande ameaça.
_São, Harry, mas acho que eles poderiam ajudar de outras formas e sem tantas perguntas._A garota falou, estava com as mãos apoiando o queixo.
_Mione, eles falaram que iriam fazer a parte deles, não foi?_Harry perguntou, agora sentando-se para conversar melhor com a amiga._Acho que se for necessário, muito necessário, então nós poderemos voltar a agir tão em conjunto, por enquanto acho melhor não, na verdade até que todos as horcruxes sejam encontradas, é melhor que se mantenha assim.
_Mas Harry...Eu ainda me pergunto se aquele tal R.A.B pode ser...Porque se for, Harry, isso é muito grave! Isso quer dizer que ele também conhece seus planos e os de Dumbledore.
_Como pode...?
_Bom, talvez ele estivesse na caverna, no dia em que você e ele foram até lá, não?_Hermione perguntou.
_É uma possibilidade._Disse o rapaz, coçando o queixo.
A garota ficou em silêncio, talvez incomodada por não ter nenhuma pista concreta para desvendar o mistério do R.A.B ou das horcruxes. Tentando mudar o rumo da conversa, Harry perguntou sobre a nota dela.
_Fenomenal._Ela falou baixinho._E você?
_Fui melhor desta vez, surpreendente.
_Muito bom, Harry! Eu sabia que você ia conseguir...Ou teve um dedo da Mcgonagall nisso?_Ela perguntou.
_Bom, digamos que dois dedos..._Harry falou olhando culpado para a amiga._A Mcgonagall me defendeu lá na transfiguração da vassoura, e o Bergs pareceu impressionado que eu tivesse uma capa. Então o seu dedo e o dela estão enfiados nessa nota....
A garota sorriu também.
_Harry, acho melhor dormimos, né?_Hermione perguntou, encostando a cabeça no travesseiro._Já está tarde...Boa noite.
_Noite, Mione.

Mas nenhum dos dois estavam dormindo. Harry vira Hermione se remexer na cama durante toda a noite. E Harry sentia o mesmo que a amiga...Era uma dor forte, no pé da barriga. Uma dor de perda, nostálgica, como se ele estivesse perdido, desesperado...
_Ah, Harry, eu estou morta de saudades de todos!_Hermione falou em tom choroso sentando-se na cama de supetão, o garoto tomou um leve susto.
_Eu também não consigo dormir...É tão estranho, não?_Ele perguntou, sentando-se na beirada de sua cama também._Nós sabemos que vamos voltar a vê-los, mas mesmo assim sofremos...
_Harry, vai ser mais difícil do que nós pensamos esta carreira de auror._Hermione disse, deixando-se cair na cama, pensativa.
_Se é que vamos conseguir passar na provas, Mione.


Os dois amigos passaram a manhã inteira jogando baralhos trouxas que Hermione trouxe junto consigo no malão dela. A garota contou a Harry que costuma jogar cartas com a mãe no carro até a estação de King Cross.
_Foi uma boa você ter trago senão não teríamos nada pra passar o tempo._Harry falou.

A garota ia responder quando virou-se abruptamente, o Sr.Weasley avançava em direção a eles, vestindo vestes rotas e com um ar doentio, mas de qualquer forma e para o alívio de Harry, ele trazia um sorriso no rosto.
_Sr.Weasley, não houve nada..._Hermione perguntou, hesitante.
O Sr. Weasley sentou-se na cama de campanha de Harry, olhando para os pés. O garoto nem atrevia-se a falar nada, havia uma pedra de gelo em seu estômago.
_Tentaram invadir minha casa ontem._Ele disse isso e olhou para os garotos, em busca de frases de terror ou surpresa.
Mas nem Hermione nem Harry se atreviam a dizer mais qualquer coisa. A algazarra dos outros candidatos parecia ter silenciado e tudo que Harry ouvia era o arfar cansado do pai de seu melhor amigo.
_Se Hagrid não estivesse lá nem sei o que poderia ter acontecido. Quer dizer, Molly estava sozinha com ele e as crianças. Fleur e Gui estavam na casa deles e os gêmeos no beco diagonal. Eu estava no ministério, muito ocupado. Um grupo de cinco ou seis deles tentaram invadir nossa casa, eles vieram com intenção de matar todos, Harry, felizmente Hagrid ajudou Molly e as crianças contra eles...
_Alguém se feriu?_Hermione perguntou, tremendo.
_Somente Hagrid, mas não é nada grave. Os comensais, ao verem que não iria vencê-lo, fugiram...Uma grande fúria a que Hagrid tem em lutas, Molly me disse. Mas vocês sabem o que isso quer dizer, não?
_Que o Percy realmente não inspira a mínima autoridade uma vez que os comensais já atacaram até a própria família dele?_Hermione perguntou.
_Também, Hermione._Disse o Sr.Weasley, cansado._Mas isso também quer dizer que quando as aulas em Hogwarts retornarem, a Molly não vai poder ficar sozinha em casa. Terei que arrumar um lugar para ela ficar.
_É verdade, Sr.Weasley, ela não pode ficar sozinha, mas e com Gui e Fleur?_Hermione questionou.
_Gui ainda está trabalhando no Gringotes e Fleur continuará lá também até terminar seu estágio, então, mesmo assim ela passaria muitas horas sozinhas.
_Se ela quiser ficar no Largo Grimmaud, por mim tudo bem._Harry disse.
_É por isso mesmo que vim até aqui, Harry, queria a sua permissão para utilizar a casa por algum tempo com minha família, estaríamos seguros lá.
_Como já falei, Sr.Weasley, pode ir tranquilamente. Acho que basta para o senhor encontrar a casa e conseguir adentrar que eu tenha lhe dado minha permissão, não?
_Creio que é o bastante, Harry, nem sabe como eu agradeço. Molly está realmente envergonhada de não poder te mandar nenhum alimento, mas dadas as condições atuais, bem você sabe, não?
_Sim, diga a ela para não se preocupar._Harry falou._E como vão todos?
_Um pouco assustados, mas todos bem. O Rony nos contou do namoro de vocês, Hermione, estou realmente feliz!
_Ah, obrigada, Sr.Weasley, mas...eu não sei exatamente o que está havendo entre nós._Ela disse, corando._Bom, o importante é que nós nos gostamos muito.
_E é isso que importa!_Falou o Sr.Weasley, levantando-se._Acho que já está em minha hora. Boa sorte pra vocês dois, como estão nas provas?
_Nada mal._Hermione falou e Harry concordou com a cabeça.

Então Harry e Hermione foram até o lado de fora da barraca onde o Sr.Weasley sumiu com um barulhinho peculiar de aparatação.


_O sangue de unicórnio?_Harry perguntou.
_É, na verdade essa poção só é utilizada por bruxos das trevas, pelo que sei, o próprio V-voldemort usava o sangue de unicórnio, lembra? Bom, mas esta poção só precisa de poucas gotas e então com uma agulha e um pequeno vidro você pode tirar, não é proibido, mas nenhum bruxo que se prese faz isso, afinal unicórnios são seres sagrados.
_E pra que serve essa poção?
Hermione procurou no velho livro de folhas gastas e capa remendada intitulado: Todas as poções. Eles haviam ganhado o livro da professora Mcgonagall ainda aquela manhã. A bruxa parecia muito nervosa ao entregar a eles, deixou bem claro que isso não era bem honesto, mas que precisaria fazer aquilo por uma promessa anterior. O rosto de Hermione se iluminuou ao recebê-lo, fazia muito tempo que ela não estudava em um.
_Serve para deixar a pessoa viva por mais uma hora, se ela estiver à beira da morte._Ela falou, olhando a figura em preto e branco de um velho de aspecto doentio, moribundo tomar um cálice da poção mencionada.
_Ora, se eu sei que eu vou morrer, pra que adiar isso em uma hora?_Harry perguntou, sem pensar muito bem no assunto.
_Ai, minha perna tá dormente._Ela falou esticando as pernas por debaixo da mesinha em que eles costumavam sentar para fazer as refeições._Pois é, acho que tem sua utilidade. Pode adiar um pouquinho para um último adeus a um ente querido, ou até se encontrar um antídodo para o mal.
_Como é que chama mesmo?_Harry perguntou.
_Poção Fulus, acho que é por causa da cor amarelada após se adicionar o pus de...

Mas antes que a garota terminasse a frase, o bruxo-auror já estava à frente de todos para anunciar a terceira tarefa.
_Poções Ordinárias e Raras. Todos podem ir de uma vez, não precisa de chamada hoje.

_Ah, não!_Hermione queixou-se fechando o livro com um baque._Nem terminamos o livro...
_Como esperava que terminássemos quase mil páginas em uma manhã, Mione?_Harry perguntou, levemente surpreso.


Sob o sol escaldante do deserto, mesas compridas cercadas de cadeiras estavam espalhadas na areia. À frente de todas as enormes mesas estava a pequenina(Em relação às outras) mesa dos juízes.
Os nomes de Harry e Hermione estavam na mesma mesa, em cadeiras vizinhas. Os dois sentaram-se, sentindo a pele derreter. Os juízes conversavam alegremente até o momento em que todos os candidatos estavam instalados.
_Bem vindos à terceira tarefa!_Bergs falou._Hoje vocês terão que reconhecer os componentes clássicos das preparações de poções, nada mais que isso.
Então com um movimento da varinha, Zetrous fez inúmeras folhas de papel, tinteiros e penas aparecerem sobre as mesas.
_Anotem seus nomes completos na folha, por favor._Pediu Mcgonagall, o rosto franzido deparando-se com o sol. Em seguida escrevam primeira questão._Ela aguardou um pouco antes de prosseguir._Quero saber qual destes componentes é indispensável na preparação de poções para adormecer? Quero o nome do elemento escrito na questão, por favor.
Então, quando Harry começou a se incomodar porque Mcgonagall não dizia logo o nome das opções, cinco coisinhas apareceram no céu. Uma parecia uma raiz suja, outra o garoto reconheceu como um pedacinho de fígado de dragão, uma outra lembrava muito um fio brilhoso, Harry reconheceu uma outra como um fungo(Sim, ele tivera aulas de biologia na escola trouxa) e a outra era facilmente uma enorme unha.
_Muito fácil, né, Harry?_Hermione perguntou baixinho.
_Ah..é._Harry estava desconcertado, a amiga já havia lhe ajudado a estudar poções e ele não conseguia lembrar o nome da maldita raiz usada na poção.
Mcgonagall os prevenira que deviam escrever o nome do elemento na folha, mas o garoto não lembrava. Sabia que era a raiz a resposta certa, mas qual era o nome daquela raiz?
_Harry...Você sabe a resposta, não sabe?_Hermione perguntou a ele, quando o garoto coçava a cabeça, impaciente.
Zetrous pigarreou e olhou feio para Hermione que corando voltou sua atenção para a própria prova. Mas ela era uma garota esperta, acabara de escrever em seu pergaminho, o nome da raiz dez vezes maior do que ela normalmente escreveria, para Harry poder ver. Raiz de asfódelo, era esta a resposta! Anotou rapidamente em seu pergaminho.
_Já deu tempo, não?_Perguntou Zetrous de cara desconfiada._Acho que já poderam resolver a questão da Mcgonagall, agora vamos a minha.

Haviam muitas coisas no ar, a maioria o garoto não lembrava ou não sabia o que era. Mas uma pedrinha lhe chamou atenção, já a tinha visto muito perto, fora um dos ingredientes da poção que Gina fez para selar o voto de fidelidade.
_Quero que me digam qual destes ingredientes eu devo usar para selar um voto inquebrável. Vocês sabem que há votos de todos os tipos, alguns, e os mais seguros, são selados com poções...Qual destes ingredientes é indispensável numa poção para selar compromissos?

Agradecendo aos céus mais uma vez por ter feito o voto com Gina, Harry anotou a resposta(Pedra d´ara) no pergaminho. Mas era a vez de Hermione não saber a resposta, ela olhava nervosamente para todos os ingredientes mordendo a pena.
_Mione, é pedra d´ara a resposta._Harry falou baixinho por debaixo da mesa, fingindo estar pegando a pena que havia caído lá embaixo.
_Ah, Harry, você está certo...?_Hermione perguntou, surpresa.
_Se não estivesse não te diria, Hermione._Harry falou um pouquinho ofendido.
_Ah, brigada, Harry._A garota disse anotando a resposta.

_Sei que só duas questões é uma quantidade muito pouca para analisar o desempenho de vocês, no entanto, se vocês tiverem estudado bastante..._Mcgonagall dizia.
Hermione levantou o braço.
_Sim, Srta.Granger._Disse a professora, levantando a sobrancelha.
_Bom, pedra d´ara, acho que só vemos no sétimo ano, não?_Ela perguntou, os candidatos pareciam interessados na pergunta._Não achei justo, uma vez que você só precisa de cinco anos completos pra fazer o teste de auror.
_Está no conteúdo do Sr.Zetrous, Srta. Granger, acho que ele que deve lhe responder tal pergunta.
O homem de pele quase transparente e olhos muito fundos se adiantou, os cabelos ralos penteados para trás. Uma expressão sabe-tudo na face.
_Digamos que é uma pergunta interessante. Eu fiz de propósito porque pedra d´ara e poções junto a juramentos estão cada vez mais raros hoje em dia. Então, vocês devem ter este tipo de conhecimento, se notarem, ainda no quarto ano em História da Magia, vocês estudam A Conferência das Poções, neste encontro, bruxos renomados em poções, declararam que é um pouco desnecessário o uso delas em juramentos ou votos, mas ainda é utilizado de qualquer forma. Ainda nesta conferência foram classificados os ingredientes mais raros e difíceis de se encontrar, catalogados, entre eles estavam a pedra d´ara. O professor de vocês deveria no mínimo ter explanado mais sobre esta pedra tão útil.
_Ele não conhece o Binns..._Hermione resmungou, irritada.
_Bom, vamos corrigir os pergaminhos, logo mais terão o resultado._Bergs falou para término de conversa.


_Não é que eu não saiba o que é pedra d´ara, mas eu nunca poderia reconhecer, esperava algo como uma pedra preciosa...Harry, como você sabia?_Hermione ainda não esquecera o fato de não saber responder a uma questão.
Os dois estavam acomodados num canto da barraca tomando suco de morango e esperando as notas. Harry pensou por alguns instantes se aquilo não era íntimo demais para ser contado para Hermione. Mas depois, sabendo que a amiga também era uma grande amiga de Gina, pensou que talvez não tivesse problema.
_Eu e Gina fizemos um voto com uma dessas._Ele disse.
_UM VOTO?_A garota perguntou, estupefata._Como assim? Que voto?
Harry contou todos os detalhes para ela, mas deliberadamente não mencionou a última cláusula do voto.
_Mas, Harry, você não acha...Isso é mais forte que um casamento, Harry._A garota falou, preocupada._Você tinha que estar mais certo e...
_Hermione, do que mais que eu tenho que estar certo?_O garoto perguntou, percebendo tudo muito nítido em sua mente._Eu amo a Gina, ela também me ama. Nunca gostei de nenhuma garota como gosto dela...
_Eu sei, Harry._A menina falou._Acha que não fico feliz por você? Eu sempre esperei que você arrumasse uma garota legal...Gina sempre gostou de você e é uma garota excelente, mas daí a cometer uma insanidade como esta...
_Por que insanidade, Hermione?_Harry perguntou, começando a ficar irritado._Escuta, eu sei que vou passar por muitas provações_Olhou de esgueira para Cho que prendia os cabelos cor de ébano num coque e conversava alegremente com Lino.
_Harry, a Cho só é uma garota bonita..._Hermione falou percebendo o olhar do amigo._Você mesmo disse que ama a Gina, não acho que você iria traí-la, de modo algum.
_Como é que posso saber?_Havia mais sinceridade nas palavras dele, era mais difícil esconder as coisas agora._Eu cresci e...Bom, você sabe.
_Eu sei, Harry. A Cho, desde que te viu, parece estar querendo recuperar o que perdeu e eu sei que você sente falta de um ombro feminino, ainda mais num clima como este, mas mesmo assim não acredito que você seja capaz.
_Eu não sou perfeito, Hermione._Ele falou, muito nervoso._E acho sim uma boa ter feito este pacto com a Gina, foi uma espécie de prova de amor entre nós dois.
_Eu nunca faria algo do tipo..._A menina replicou, cruzando os braços.
_Só deve ser feito por pessoas que realmente têm consciência do amor recíproco, não por aqueles que têm medo ou vergonha._Ele alfinetou, mas essas palavras não saíram conscientemente de sua boca.
Ela se levantou, os olhos castanhos cheios de lágrimas.
_Eu gosto muito do Rony e acho que ele sente algo por mim sim...
_Você não entendeu, eu sei que o Rony gosta de você, eu só quero dizer...
_Não precisamos colocar a carroça antes dos bois, é isso que eu penso. Vocês dois foram muito irracionais...As coisas acontecem como tem que acontecer._Ela disse deixando-o sozinho.
_È assim que eu quero que as coisas aconteçam, Hermione._Harry disse, decidido.


Se havia uma coisa que Harry não gostava em Hermione, era o modo como ela sempre levava as coisas para um ângulo racional. Fora assim quando Harry queria visitar Hogsmead, único povoado totalmente bruxo, sob a capa da invisibilidade sem premissão de Hogwarts uma vez. Mais uma vez a garota simplesmente julgava o que era certo e o que era errado. Será que ela não entendia que para as coisas do coração não há estes tipos de regras? Era por isso que ela e Rony demoraram tanto tempo para se acertar, nenhum dos dois cediam porque estavam mais preocupados com o medo ou vergonha do que qualquer sentimento.

Minerva Mcgonagall veio trazer-lhes as notas logo depois, parecia muito orgulhosa de ambos. Harry olhou a própria nota: Fenomenal e advinhou a nota da amiga que estava a um canto isolada.
_Você e a Srta.Granger brigaram, Potter?
_Não, senhora._Mentiu.
_Ótimo. Vocês precisam estar em união para vencer estes testes. Até logo, Potter.
_Professora, a senhora vai para aonde?_Harry questionou, curioso.
_Hogwarts. Tem sido difícil para mim, me revesar entre cá e lá, mas tenho conseguido, tenho que arrumar tudo para o próximo ano letivo.
_Já conseguiu os novos professores?_Harry perguntou.
_Sim e sei que você ficaria muito feliz com o novo professor de defesa contra a arte das trevas se estivesse estudando lá. Foi um pouco difícil convencê-lo, mas acabou aceitando.
_Lupin?_Harry perguntou, acertando em cheio.
_Ele ainda acha que é perigoso. Mas já lhe expliquei que não é, tomaremos os mesmos cuidados de quatro anos atrás. Ele também tem que trabalhar junto a lobisomens, mas poderá fazer isso à noite, fora do período letivo.
_Professora, se o Lupin voltar, vai estar quebrando a maldição do cargo..._Harry falou, sorrindo.
_Não tenho certeza, Potter. De qualquer modo o Lupin não ficou mais de um ano seguidamente no cargo. Mas sinceramente, essa maldição não deve existir. Vocês alunos...

Harry não disse mais nada, mas ele sabia que Lorde Voldemort jogara uma maldição no cargo para que nenhum professor ficasse mais de um ano empossado nele. E a volta de Lupin poderia significar a quebra desta maldição.
_Mas e o professor de poções? Slughorn não vai continuar, vai?
_Absolutamente, anda assustado demais com a morte de Dumbledore para continuar, você sabe.
Era sempre ruim escutar queDumbledore estava morto, ele sempre sentia pontadas no pé do estômago ao escutar isso. Mais uma vez Harry desviara o olhar, sem responder.
_Um novo professor será chamado. Chama-se Jason Wodja e foi indicado pelo próprio professor Slughorn. É muito jovem e passou a maior parte da vida morando na Irlanda...Estudou apenas dois anos em Hogwarts quando o pai veio fazer um serviço em Londres para o Banco de Gringotes. Estudou numa excelente escola de magia na Irlanda chamada, Instituto Opher Zêniti.
_Bom, é uma pena que não vou poder conhecê-lo._Harry falou.
_E ano passado você se deu tão bem em poções, não?_A professora falou parecendo sentida.
_Ah, é...
_Bom, Potter, tenho mesmo que ir. Nos encontraremos novamente dia 14, para o teste de habilidades mágico-físicas.


Harry guardou a nota no malão. E vendo que Hermione ainda parecia sentida e que o sorriso afetado dela para Collin não era nada além de fingimento, o garoto resolveu ir dormir mais cedo que pretendia.



_O professor Flitwick me ensinou uma porção de feitiços legais, tem um engraçado que faz você sonhar acordado...É meio ter consciência de que está sonhando e ao mesmo tempo não ter, sabe?_Collin estava fazendo companhia a Harry enquanto ele e Hermione não se falavam muito bem._Ele é viúvo, Harry, o Flitwick. Acredita que a mulher dele era enorme? Deve ter sido um casal muito estranho!
_Olha, estão chamando para o almoço.

As refeições eram servidas em pratos de alumínio, os candidatos deveriam esperar para ser servidos em filas indianas. A refeição daquele dia era sopa de feijões.
_Oi, Harry!_Lino cumprimentou._Oi, Collin.
_Oi, Harry...Oi, Collin.
Lino e Cho estavam muito amigos, talvez porque Harry e Hermione ficassem mais tempo juntos e o garoto parecesse sempre pronto a dizer coisas legais para animar o ego dela. Cho sentou-se na cama de Hermione para comer frente ao garoto e a Collin, ela vestia uma saia de pregas e uma camiseta de algodão com pequeninas vassourinhas bordadas em linhas douradas. Ela, sabe-se lá como, conseguia comer aquela maldita sopa com muita delicadeza e charme.
_Você e a Hermione brigaram?_Lino perguntou confuso ao ver Hermione sentar-se no chão encostada à parede de lona, a muitos metros de distância deles.
_Ah, nada demais. É que ela pensa uma coisa sobre um assunto e eu penso outra coisa.
Harry percebeu o olhar satisfeito de Cho.
_Quarta prova, nem dá pra acreditar!_A garota disse._Parece que estamos aqui há tão pouco tempo...
_O que devemos agradecer é que não houveram novos ataques. Já pensou, Harry?_Lino falou, em tom brincalhão._Nem sempre você vai poder nos salvar...
_O Harry foi realmente...Bom, ele foi muito corajoso. Poderia ter fugido, mas ficou._Cho disse, fitando-o.
_Mas vocês também não fugiram..._Harry falou enrubescendo._E Collin foi muito importante.
_Cadê a máquina fotográfica, Creevey?_Lino perguntou alegremente._Teria feito um bom trabalho tirando foto desse cara misterioso que ajudou vocês. Nem idéia de quem ele seja?
_Ah, não...Não tenho mais máquinas.

Não era bem normal para Harry estar brigado com Hermione, com exceção de umas poucas vezes, como no dia em que sem que ele soubesse, Sirius lhe mandou uma firebolt novinha e a amiga resolveu estragar tudo contando á Mcgonagall que passou semanas vistoriando todos os centímetros. Já estavam praticamente no dia da tarefa, era quase meia-noite, e ele gostaria de saber como se viraria sem a ajuda dela. A menina passara o dia lendo o velho livro de poções que Mcgonagall dera a ela e somente quando Harry deitou-se na cama de campanha e fingiu dormir, a garota veio deitar-se também.


No entanto, no início da manhã, Harry abriu lentamente os olhos, acordando entre bocejos. E, ao olhar ao redor percebeu Hermione vindo em sua direção, um sorriso hesitante nos lábios.
_Harry, carta da Gina e de Rony.
_Ãh? Quem trouxe?_Perguntou surpreso pela carta e pela amiga voltar a falar com ele.
_O Sr.Weasley esteve conversando algo com um dos aurores...Não quis me contar o que era, disse que estava com pressa.
_Então você resolveu falar comigo, hein? Senhorita sabe-tudo._Harry zombou, mas não estava muito sentido. Ele já se acostumara ao jeito mandão da garota.
_Ah, Harry, desculpe eu não tinha nada que me meter entre você e Gina, né? Vocês fazem o que acharem melhor.
_Você pode se meter, Hermione, pode dar sua opinião, só não espere que eu faça o que você está dizendo, ok?

A menina corou um pouco, mas concordou com a cabeça. Os dois abriram as cartas, a garota esperara Harry acordar para ler a sua também.


Querido Harry,



Como estão as coisas por aí? Gostaria que você pudesse me responder, mas acho que papai não vai se demorar aí, não?
Que bom que você aceitou que mamãe fosse morar em sua casa no largo Grimmauld. Estaremos indo para lá para arrumar a casa a qualquer momento. Afinal, ela passou um ano suja.
Não preciso dizer que estou sentindo muito a sua falta? Não? Mas vou repetir, estou morrendo de saudades, Harry. E também louca de preocupação com você.
Espero que você e Hermione estejam bem. Rony está muito chateado de estar longe dela também. Mas já disse a ele que tem que se acostumar, nós dois.
Beijos,

Gina



Quando Harry levantou a vista da carta e observou a amiga, percebeu que seus olhos estavam marejados. Mas assim que ela terminou de ler, ao perceber o olhar de Harry enxugou os olhos rapidamente com as costas das mãos.

_Tudo legal com Rony, não?
_Ah, sim. Ele está triste por estar longe de nós, mas está bem.
_Eles não disseram nada sobre o que o Sr.Weasley estava vindo fazer aqui?
_Ah, sim. Ele mencionou que o Sr.Weasley quer uma reunião entre todos os aurores quando os testes para aurores acabarem. Uma reunião fora do ministério. Acho que o que o Sr.Weasley realmente quer é alertar os aurores. Ele deve estar sabendo de algo importante, Harry. Talvez algo contra Percy...
_É engraçado como eu ainda não acostumei direito o fato de Percy ser ministro.
_Acho que ninguém se acostumou, Harry. Ontem quando estive sozinha..._Ela olhou desconcertada para Harry._Bom, eu entreouvi a conversa de alguns deles, não estão nada felizes com os rumos que Percy está dando para a carreira deles.


Após o café da manhã, Hermione e Harry foram chamados por um auror. Ele era jovem, mas possuia uma calvície acentuada levando-lhe uma grande quantidade de cabelos louros. Levando-os para um canto, o auror sorreitaramente passou uma bolinha de carne para mão de cada um deles.
_Que é isso?_Hermione perguntou, surpresa.
_Rins de porco, recheado com essência de musgo-dos-pântanos. É muito usado quando se vai empreender uma longa viagem ou qualquer atividade em que seja exigida muita atividade física. A Mcgonagall pediu que eu entregasse a vocês, ninguém pode saber.
_É contra o regulamento?_A garota perguntou mais uma vez.
_Não..._O auror falou olhando para os lados, confuso._È só que como nem todos vão ter, pode parecer injusto, sabe?
_Mas é injusto..._Harry disse, pensando nos amigos.
_Harry, se não é contra o regulamento, não é injusto. Relaxe._Hermione disse._E como o usamos?
_Assim que vocês forem chamados vocês mastiguem, vai fazer uma grande diferença. Até mais, se precisarem de mais alguma coisa o meu nome é auror Flóris Kloin.
_Obrigada, Flóris._Hermione falou, sorrindo._Venha, Harry.


Na altura do meio-dia, eles ouviram os nomes deles. Hermione tirou o rim de porco, e enfiou na boca. Mastigou fazendo uma cara horrível. Assim que Harry pôs o seu na boca, descobriu a causa dessa expressão. Quando Harry mastigou o rim de porco, um líquido gosmento se desprendeu. Com os olhos cerrados, os garotos engoliram os rins e sentiram uma onda de calor invadir-lhes os corpos enquanto caminhavam em direção ao deserto. Parecia que apesar dos corpos quentes, o calor do deserto já não os incomodava.

Os três juízes estavam na mesa comprida. Mcgonagall observava Harry e Hermione ansiosamente, tentando descobrir se eles pareciam mais fortes que antes.
_Bom, todos vocês. Estamos aqui para realizar a quarta tarefa._Era Zetrous quem falava, com seu habitual tom de voz modorrento._Habilidades mágico-físicas. Este teste visa medir a resistência de vocês.
Então, o bruxo virou-se e remexeu no malão. De lá tirou um saco cheio de miniaturas de feras. Leões, tigres e leopardos. Chamou um a um e entregou as miniaturas. Harry ganhou um pequenino leopardo negro e Hermione, um tigre de bengala.
_Agora, distância, por favor._Pediu Zetrous._Vamos, cada um tem que ficar pelo menos três metros de distância do outro.
Harry se distanciou da amiga e dos outros, ainda com o leopardo na mão. Todos os seus movimentos estavam incrivelmente mais rápidos.
_Ótimo. Agora, vocês terão que lutar contra as feras durante seis horas.
As pessoas se entreolhavam, abismadas. Passar uma hora sob aquele sol escaldante já era demais, quanto mais passar seis.
_Quem desistir com menos de uma hora terá a nota imediata de Insuficiente._Bergs continuou._Quem passar as seis horas inteiras, nota Fenomenal. E aquele que ficar entre este intervalo de uma hora a seis horas, terão notas intermediárias.
Mcgonagall conjurou um enorme relógio no ar, feito de fumaça.
_Aquele que quiser desistir, chame um de nós. As feras não podem ser vencidas, no entanto, podem ser mantidas afastadas de vocês por feitiços. Fera Anime!_Ela disse.

Harry soltou a sua estatuazinha e a viu se transformar num leopardo em tamanho ampliado e vivo. Seus olhos eram amarelados e ele rugia ferozmente. Harry mantinha-o afastado dele com feitiços estuporantes, do outro lado ele percebeu que Hermione fazia o mesmo. Nenhum dos dois demonstravam sinais de cansaço. No entanto, os outros suavam bicas e cada vez mais deixavam as feras se aproximarem deles. Muitos candidatos desistiram com menos que uma hora. Lino e Cho desistiram à segunda hora. Collin conseguiu resistir até a terceira hora, e caiu no chão desacordado com a fera por cima dele arranhando-o. Mcgonagall imediatamente correu até ele e voltou a transformar a fera em uma miniatura.


Nas proximidades das seis horas, Harry já estava exausto. O efeito do rim de porco se esvaíra e agora somente o que restava era o sol e o calor em seu corpo. A garganta começava a doer de pronunciar tantas vezes seguidas feitiçoes estuporantes, a fera simplesmente não era estuporada, ela só era afastada. À esta altura, apenas três pessoas ainda conseguiam resistir. Entre eles Hermione, Harry e um bruxo de rosto duro e cabeça raspada.


As mãos de Harry quase não conseguiam mais segurar a varinha, de tão molhadas de suor que estavam. Assim que o relógio evaporou-se no ar, o garoto deu-se conta de que já se passaram as seis horas, todas as feras voltaram a ser apenas miniaturas imóveis. Seu corpo estava todo moído e ele percebeu que a amiga não ficava atrás. Eles voltaram para a cabana e foram ovacionados pelos amigos. Mas o que Harry mais queria era tomar um bom banho.




No dia da quinta e última tarefa uma grande placa de avisos fora colocada no meio da barraca, suspensa em um estaca. Montes de cabeças obeservavam o que lá estava escrito e comentavam.

Candidatos não aptos para o último teste:

Arnold Sloce-Média: Insuficiente
Laura Mcnott-Média: Insuficiente
Lino Jordan-Média: Insuficiente
Zêniti L´arrel-Média: Insuficiente
_Ah, não...O Lino não foi muito bem na segunda, terceira e nessa quarta prova._Hermione disse.

Lino e Cho vinham curiosos olhar o resultado. A expressão feliz do rosto de Lino se esvaiu assim que ele terminou de olhar o resultado.
_Que droga!_Ele falou, ressentido.
_Ah, Lino, não fique chateado, vamos._Cho disse, tentando acalmá-lo._Talvez seja melhor assim...
_Lino, acho que você é um ótimo locutor, devia investir mais nisso._Hermione disse, segurando o ombro do garoto.
_É-é, vocês tem razão..._Ele disse tentando se convencer._Vou embora desse maldito deserto, vou perguntar como faço.

Como Lino Jordan já havia passado nos teste para aparatar, foi permitido que ele fizesse isso para ir para casa, do lado de fora da barraca. Harry e todos os outros se despediram do garoto com pesar. Mas afinal, Harry nunca achou que Lino seria um ótimo auror, ele era sim um maravilhoso narrador de jogos de quadribol, esse sim era seu dom.


A caverna ficava muito longe da barraca e assim que chegaram lá, todos os candidatos já estavam quase tão exaustos como no dia da quarta prova. Os juízes lhe informaram que eles teriam que procurar na caverna uma medalha com o nome “finalista”, assim que encontrassem alguma deviam voltar para a entrada da caverna, os juízes ficariam esperando por eles lá.

Harry e os outros candidados entraram na caverna, era imensa. Estava mais frio lá, gotas de água caiam na testa de Harry. Apesar da escuridão, o garoto sentia-se melhor lá que no deserto. Ele ouviu os passos dos outros candidatos se afastando.
_Harry...?._O garoto ouviu a voz de Hermione, nervosa.
_Ah, oi, to aqui.

Ele sentiu a mão da menina agarrar com força seu braço, enfiando as unhas na carne dele.
_Hermione, tá doendo..._O garoto resumngou.
_Ah, desculpa, Harry._Ela falou afrouxando os dedos no braço do rapaz._O que acha de procurarmos as medalhas juntos?
_Tá ok, só saimos daqui quando encontrarmos duas medalhas, ok? Lumus!
_Lumus._A garota pronunciou também e duas luzes acenderam-se na ponta das varinhas deles.
_Sabe o que eu acho, Harry?_A garota perguntou enquanto caminhavam pela caverna pouco iluminada, se afastando cada vez mais da saída._Acho que está quinta prova tem um pouco de todas as provas anteriores juntas.
_Qual direção a gente toma?

Haviam pelo menos uma dúzia de buracos grandes o bastante para servir de passagens, e Harry não tinha a menor idéia de qual deles pegar.
_Sinceramente não acho que faça diferença. Mas acho bom irmos pelo do meio. Quer que eu faça aquele feitiço que fiz no ministério, lembra? Assim a gente pode saber qual dos buracos já passamos?
_boa idéia.

A menina então passou uma marca de fogo na pedra escura. E os dois tomaram a passagem bem ao meio do enorme paredão de pedras. No caminho estreito que pegaram, ainda era possível escutar os passos hesitantes dos outros candidatos.

Então, eles ouviram gritos assustados a frente deles. Sem saber o que fazer continuaram seguindo o caminho enquanto os gritos se afastavam. Logo depois que cruzaram metade do caminho do estreito corredor, de uma fenda na parede dezenas de diabretes da cornualha saíram, rindo e fazendo algazarra enquanto puxavam o cabelo de Hermione e tentavam esticar o nariz de Harry.
_Imobiliarmus!_Hermione gritou e todos eles foram parados no ar.

_Não era bem o que eu esperava..._Harry disse sorrindo enquanto se livravam dos diabretes e continuavam o caminho.
_Acho que vem mais por aí, Harry.

O estreito corredor de pedras dava em um salão enorme com dezenas de outras passagens. Antes que Harry pensasse em qual direção tomar, os corpos de um casal estavam estirados no chão. Um homem de rosto bonito e cabelos castanhos estava caído ao lado de uma mulher, de cabelos escuros, os dois se vestiam como trouxas.
_O que diabos é...?
_São meus pais..._A garota disse nervosamente.

Correu até o casal caído e ajoelhando-se tentou acordá-los, mas eles estavam mortos.
_Hermione, não podem ser seus pais...

A menina então, como os olhos cheios de lágrimas, virou-se para Harry.
_É verdade, Harry. Ridikkulus!

O casal imediatamente levantou-se a agora estavam vestidos com roupas de palhaços. Hermione quase morreu de tanto rir ao assistiros pais fazendo palhaçadas e então dois bichos papões explodiram no ar.
_Vamos, Mione, qual entrada tomamos agora?
_A do meio, mais uma vez._Ela disse decidida.
_Hermione, como você tem tanta certeza?_Harry perguntou quando chegaram mais uma vez ao estreito corredor. Mcgonagall não...
_Não, foi Flóris. Ele me explicou como chegar mais facilmente às medalhas.
_Mas mandado por Mcgonagall..._Harry disse.
_Não desta vez. Ele disse que quer que você se torne um auror, Harry. E achou que eu podia ajudá-lo._Ela disse parecendo envergonhada.
_Ah...Isso não é legal. Não vai ser justo.
_Harry Potter, você acha justo tudo o que vem acontecendo? Então aceite a ajuda das pessoas.
_Hermione, nunca pensei que você...
_Nem me lembre disso, Harry! Não pense que eu gosto de burlar regras...

Este corredor não ofereceu a eles nem um perigo, isso fez com eles temessem ainda mais o próximo salão. Mas não era um visão que assustasse, era até bonita. Uma pequena lagoa se estendia pelo enorme salão e plantas se todas as espécies decoravam-o fazendo parecer um oásis no deserto.
_Ah, água, tava morrendo de sede já._Harry disse correndo e ajoelhando-se para beber.
_Harry, veja é um kappa.

Uma criatura do tamanho de uma criança com o rosto que lembrava muito o de um tigre, com uma protuberância no local da boca que se assemelhava muito a um bico, o corpo revestido de escamas e uma couraça de tartaruga acabara de sair da água. Os cabelos molhados.
_Harry, saia de perto..._Hermione gritou arrastando o garoto pelo braço._Essas criaturas tem força para te arrastar para a água e lá elas sugam seu sangue.
_Estupore!_Harry gritou.

O feitiço bateu na couraça do Kappa e voltou, atingindo Hermione que caiu no chão com um baque.
_Mione, desculpa, eu...Você está bem?
_Ah, Harry..._A menina disse com os olhos girando._Faça uma reverência...
_Uma o quê?
_Uma reverência, vamos!

O garoto ainda que estranhando o pedido, curvou-se para a criatura, temendo que ela o dominasse naquele mesmo instante. Mas ao contrário, a criatura soltando um guincho de ódio também se curvou, derramando toda a água que ela trazia numa concavidade na cabeça. O kappa então caiu no chão, sem forças.
_Enervate!_Harry murmurou para Hermione.

A garota se levantou, olhando satisfeita para a criatura caida no chão.
_Se ela derramar a água que fica na concavidade, ela perde as forças. Por isso, sempre que você encontrar um kappa faça uma reverência, eles são obrigados a se curvar também.
_Acho que posso tomar a água agora, não?
_Não! E se tiver alguma poção que a gente não sabe?

Então, neste momento Collin chegou, ofegante.
_Ah, até que enfim, água...Estava morto de sede.
_Collin não, não sabemos o que tem nessa água._Hermione o repreendeu.
_O que pode ter? Se eu não beber água agora vou cair durinho...Acho que não tenho escolha._E se agachando bebeu a água da lagoa.
_E então?_Harry perguntou, ansioso.
_Deliciosa..._O garoto falou._Tenho que voltar, veja só já encontrei a medalha.
_Você não encontrou medalha alguma, Collin._Hermione o repreendeu.
_Aqui está a medalha sua invejosa..._Collin falou mostrando algo inivisível._Vou voltar agora mesmo.
E foi embora correndo pelo corredor por qual saíra antes que Harry o contesse.
_Bom, acho que não podemos fazer nada..._Hermione disse suspirante._O prevenimos.
_E agora, como vamos atravessar essa lagoa? Ou devemos voltar?
_Flóris, é claro, não sabia de tudo que acontece por aqui, não sabia por exemplo que a água é enfeitiçada, mas ele me falou que temos que afundar na água sem nos molharmos, ele só não sabia o porquê. Impervious!_A garota murmurou para o seu próprio corpo.

Harry fez o mesmo e os dois entraram na água, sendo imediatamente sugados para o fundo.
Num buraco estreito no fundo da lagoa eles caíram e foram parar na parte subterrânea da caverna, ainda mais escura.
_Lumus!_Harry disse e percebeu Hermione caída ao seu lado, seu rosto sangrava._Férula!

Um curativo se formou no corte na bochecha da garota que sentou-se no chão olhando para o buraco do qual caíra. A água lá em cima magicamente não descia para o subeterrâneo.
_Isso é tão surreal..._Ela disse.
Harry a ajudou a levantar e os dois continuaram andando. O corredor em qual estavam era mais amplo que os demais. Harry sentia a garganta seca, estava com muita vontade de tomar ao menos um gole de água.
_Está perto agora, Flóris me disse que só precisamos pegar o caminho a qual nos pertence quando chegarmos ao salão.
_E como saberemos que caminho é este?_O garoto perguntou.
_Bom, haverá algo que realmente gostamos desenhado lá, só poderemos pegar o caminho que tiver algo que nós gostemos, se não algo sinceramente horrível vai nos acontecer.

O salão que chegaram era se possível ainda maior que aquele em que se estendia o pequeno lago. Havia inúmeras passagens ali também e em cada uma delas um pequeno quadro talhado em madeira. Em um Harry viu um pequeno dragão, noutro objetos próprios de preparo de poções e em outro encontrou alguns livros talhados.
_Hermione, acho que é essa a sua passagem..._O garoto disse hesitante.
_É, Harry, acho que você não gosta tanto de livros, então deve ser mesmo só eu que posso entrar aqui. A gente se encontra aqui no salão, tudo bem?
_Boa sorte.
_Igualmente, Harry._Ela disse entrando na passagem estreita.

Sentindo o estômago afundar por estar sozinho o garoto procurou a sua porta. E teve certeza de qual era quando percebeu uma vassoura talhada em um quadro acima de uma. Sem mais delongas o garoto entrou e percebeu que seu feitiço lumus já não funcionava ali dentro. A escuridão era total.
_Quem está aí?_Ele ouviu uma voz feminina perguntar.
_Harry, e você?
_Sou eu, Harry, Cho.
_Ah, que bom que já chegou, Cho...Já encontrou alguma medalha?
_Não, deve estar aqui em algum lugar, nas paredes. Procure.
_Assim no escuro é tão difícil...
_Eu sabia que esta também seria a sua porta, Harry. Temos tanto em comum...
_Ah é, é verdade.
_Harry, eu nunca me conformei por a gente ter acabado, sabe? A Gina é realmente muito sortuda.
_Eu também sou sortudo, Cho. Gina é realmente uma menina maravilhosa._Ele disse ofegante, era tão estreito o lugar que ele podia sentir o perfume de Cho.
_Ela se tornou tão poular, não? Todos os garotos...
_O que é que tem?_Harry começava a ficar chateado.

Então ele sentiu uma respiração em sua nuca, fazendo seus cabelos arrepiarem. Virou-se e deu de cara com Cho, ele não a via, mas sentia seu nariz tocar no dela.
_Harry, acho que devíamos ter uma despedida, não acha?

E então o beijou. Harry no começo correspondeu, mas imediatamente lembrando-se do voto que fizera soltou-se da garota.
_Cho...Eu tenho namorada. Me faça o favor, continue a procurar a medalha do outro lado.
_Tudo bem, Harry, eu já encontrei. Havia acabado de encontrar quando você chegou aqui. Estava só querendo fazer isso, ver se era impressão minha ou você era realmente péssimo com beijos._Ela disse ofendida deixando o local a passos largos.
Sem a presença da garota o menino encontrou sua medalha facilmente, mas sentia-se tonto.

_Hermione, eu estou tonto..._Harry disse segurando-se à parede do salão.
_Deve ser por causa da falta de água...
_Claro que não, é por causa do voto.
_O Que você fez, Harry, eu vi a Cho saindo, mas...
_Ela me beijou.
_Mas se você não tiver correspondido...
_Mas eu correspondi, no começo.
_Já vamos sair daqui, já pegamos a medalha. Logo, logo estaremos na barraca. Segure-se em mim.
O garoto segurou no braço dela e os dois caminharam até um outro salão que estava frio como gelo, havia uma enorme abertura para o céu. Entre outros artigos, havia lá uma vassoura, um hipogrifo e...
_Testrálios, Harry, devem ser que estão comendo aquela carcaça ali._Hermione disse, surpresa._Acho que é melhor pegarmos um desses, não sou muito boa com vassoura e você está tonto, além disso, nem todos os hipogrifos são amistosos como Bicuço. Me ajude a montar nele, Harry.
O garoto ainda que tonto a segurou e a fez subir no testrálio, logo depois subiu atrás dela, segurando em sua cintura. A sala estava tão gelada que a garota tremia.
_Para cima, Testrálio._Ela disse com a voz fanha.

A criatura subiu e subiu, e o frio foi abandonando-os ao pouco até que o bicho sobrevoou a imensa barraca e Hermione o fez ir para o oeste até pousar onde se encontravam os juízes.

Mcgonagall bateu palmas, o rosto iluminado. Ela parecia sinceramente orgulhosa. Bergs também parecia feliz, já Zetrous estava realmente surpreso.
_Parabéns, os primeiros a chegar. Fenomenal para os dois._Bergs disse.

Então Harry percebeu o olhar de terror de Hermione e a realidade se esvaiu de sua vista. Tudo ficou negro e...


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