A verdade sobre Harry



Depois de vestir-se com roupas secas com a ajuda de Maria, Gina desceu para o almoço. Elle era a única que estava presente na refeição além de Draco. A princesa manteve os olhos no seu prato o tempo todo, um silêncio constrangedor pairando no ar.
Ainda estava furiosa com Draco. Se eles quisessem sobreviver ao casamento, então ele teria que pedir desculpas primeiro, pois ela tinha sido legal, enquanto era ele quem agia como um estúpido.
Elle percebeu a tensão entre eles, e tentou iniciar uma conversa com Draco. Quando as respostas vieram sempre curtas, ela virou-se para Gina e perguntou o que sabia sobre o casamento.
Pela primeira vez, a ruiva levantou os olhos para fitar a caçula. “Ela é muito parecida com Draco” notou. “Só que mais calorosa. Gentil.”
- Eu realmente não gostaria de falar sobre o cerimônia agora, Elle – disse suavemente.
A expressão da loira caiu visivelmente, e o olhar magoado nos seus olhos cinzas pálidos fez Gina sentir-se levemente culpada. Mas realmente não estava disposta a falar nesse assunto, e dirigiu sua atenção para a comida, fingindo que não havia reparado.
Draco saiu da mesa sem uma palavra assim que terminou, deixando Gina e Elle sozinhas. A irmã observou-o ir embora, quase melancolicamente, e virou para seu prato, tristeza gravada em seus traços.
Sentindo-se mal por ela, Gina perguntou:
- Você sabe alguma coisa sobre os empregados daqui? – notou que era uma pergunta estranha, pois Elle a olhou esquisito, mas pelo menos estava iniciando uma conversação. E queria mesmo ver se ela sabia algo sobre Lilian e sua morte, ou porque Harry era tão repulsivo em relação à ela.
-Realmente não – respondeu lentamente – Por que?
- Só curiosidade – disse Gina dando de ombros. Então tentou uma tática diferente: - Uma tragédia como essa já aconteceu antes?
- Como essa o quê? – demandou Elle, soando um pouco irritada por não entender sobre o que Gina estava falando.
A princesa de repente se deu conta de que a irmã de Draco não sabia sobre a família assassinada. Sentindo-se um pouco estúpida, fingiu que estava ocupada em passar manteiga no pão. Rapidamente mudou de assunto:
- O que você quer saber sobre o casamento?
Elle imediatamente iluminou-se e esqueceu do que Gina estava tentando dizer antes.
-Que tipo de vestido você vai usar?
A verdade era que Gina não sabia.
- Não decidi ainda – mentiu.
- Não decidiu ainda? A cerimônia é em menos de três semanas!
Pelos próximos trinta minutos, Gina ficou sentada desconfortavelmente e tentou responder as perguntas. Com uma pancada de tristeza viu que não sabia nada sobre como ia se casar com Draco. Reconhecia que já estava tudo planejado, e isso a deixou também um pouco brava. Sempre imaginou-se planejando seu próprio casamento, ao lado de sua mãe, Hermione (que havia se casado com Rony algumas semanas depois de se formarem) e seu futuro marido.
“Imagine planejar meu casamento com Malfoy” pensou com um calafrio silencioso. “Ele não ficaria bem com todas as flores coloridas e a cortina rosa que eu pretendo ter no altar.”
Gina conseguiu pedir licença às perguntas de Elle dizendo que tinha algo a fazer. Mas na verdade não tinha nada. Era tão chato ser uma princesa. “Será que não podia ao menos estar quente lá fora?” perguntou-se amargamente. “Mas não, tem que estar muito frio e nevando. Bem, pelo menos esfria meu humor.”
Por algum tempo, Gina vagou pelo castelo. Agora tinha uma boa idéia do lugar onde vivia e sabia os caminhos bem o bastante.
“O que as princesas devem fazer em seu tempo livre?” pensou ela. Tinha lido muitos livros sobre a realeza, mas nunca prestara muita atenção em como elas gastavam seu tempo livre. Certamente deviam ter um monte de tempo livre, já que tinham aula por algumas horas por semana e não faziam tarefas. A maioria das heroínas dos livros sempre faziam coisas na rua, como encontrar-se com o pobre garoto da cocheira pois estava apaixonada por ele, ou andar a cavalo e receber o príncipe encantado com um ramo de flores silvestres.
Mas tudo isso acontecia lá fora. Gina estava prendida no castelo e não tinha nada para fazer além de caminhar. Então havia a constante idéia de correr para Draco, o que ela não queria fazer.
Finalmente decidiu procurar Harry. “Vou fazer ele confiar em mim” decidiu. “Vou ganhar a sua amizade, e então talvez ele me conte por que me odeia tanto.”
Alguns minutos de busca no castelo levaram-na para a biblioteca, onde ouviu a voz de Harry. Colocando a cabeça para dentro, viu-o, pendurado numa escada apoiada na prateleira do grande aposento. Junto à ele, em outra escada, estava o seu pai. Eles estavam de costas para ela, e tiravam os livros da prateleira, abrindo-os e batendo para tirar a poeira. Gina, despercebida, observou por um momento, pensando: “Que trabalho tedioso deve ser.”
Estavam conversando casualmente, e Gina notou com um aperto no peito – de quê? Ciúmes? Saudades? – que quando Harry virou sua cabeça, de modo que ela pudesse ver seu perfil, e encarou seu pai, ele estava com aquela felicidade, aquele olhar contente. O olhar que tinha quando pegava o pomo de ouro e ganhava as partidas de Quadribol. O olhar que raramente dava à alguém, até quando ficou mais velho. O olhar que Gina desejava que ele pudesse dar à ela. Ele estava claramente feliz com seu pai, e era realmente uma boa pessoa nesse mundo. Algo aconteceu exatamente para que ele olhasse duro para alguém, ou especificamente, para ela mesma.
Enquanto ela olhava, coração batendo dolorosamente, Harry bateu o livro com uma pancada, voando sujeira em seu rosto. Então espirrou tão violentamente que seus óculos escorregaram do nariz. Tiago Potter conseguiu estender a mão e pegá-los antes que caíssem no chão e provavelmente quebrassem. Deu uma risada de alívio e dirigiu-se às prateleiras, ainda sem notar Gina na porta, embora tudo o que tivesse que fazer era olhar para cima e vê-la do outro lado do aposento.
- Obrigado, pai – disse Harry em um tom antiquado, que fez a garota rir. Ele estendeu-se para pegar seus óculos, mas seu pai levantou-os para fora do seu alcance – Pai! – disse exasperado, embora estivesse sorrindo – Me dê!
Mas Tiago os segurou acima de sua própria cabeça, rindo do esforço de Harry para pegá-lo. Ele tentou pulando um pouco, mas o medo de cair da escada só o levou algumas polegadas para o alto. Em segundos ambos estavam gargalhando sem outra alternativa, embora Harry tentasse ficar sério.
- Você sabe que eu não enxergo nada sem eles – lamentou.
As risadas atravessaram a biblioteca e Gina sentiu-se tão triste que poderia chorar. “Talvez esse mundo seja melhor para Harry” pensou. “Ter um pai e ser um empregado é melhor que ser um bruxo famoso e órfão, não é?”
Ela sentiu uma forte onda de raiva quando pensou em todo esse futuro que havia sido tirado de Harry. Simplesmente não era justo. Nesse mundo, ela era presa com duas pessoas ricas asquerosas que deviam ser seus pais e iria se casar com Draco Malfoy. E ainda, Harry tinha um pai e estava de alguma forma feliz, e não existia Voldemort. Pelo menos pelo que ela sabia.
“Qual dos mundos é o melhor?” perguntou-se ela, vendo Tiago entregar os óculos para seu filho e retornar à tarefa. “O mundo do futuro é melhor para mim, mas esse mundo é melhor para Harry. Será que eu realmente quero voltar e vê-lo órfão de novo?”
Mas aí é que as coisas ficam estranhas. Esse empregado tinha a aparência e nome de Harry Potter, mas não tinha seu estilo de vida e não agia como tal. Se não fosse pelas aparências e nomes, Gina teria jurado que eles eram pessoas totalmente diferentes. Então pelo que sabia, ainda havia um Harry Potter nascido no futuro, uma pessoa totalmente diferente que conseguiu ter o mesmo rosto e nome de alguém de quatrocentos anos atrás. Embora isso não fosse bem lógico, era possível.
“Mas esse não é o mundo certo!” deu-se conta. “Se ele realmente aconteceu, então como eu nunca ouvi falar de nenhuma princesa medieval chamada Virgínia Weasley que se casaria com um príncipe de nome Draco Malfoy? Quer dizer, nossos nomes não são tão comuns, e certamente alguém (definitivamente Hermione) teria lido algo em livros de história e mostrado. Se esse mundo é real, então eu teria ouvido falar dele antes. Sem mencionar que trouxas nunca descobriram os bruxos, e a própria Maria me contou que sabia sobre a mágica, e que havia uma bruxa na cidade. É tudo muito irracional.”
Isso ainda não clareava as coisas. Então esse mundo era falso e nunca existiu – aonde isso à levava? No ponto de partida, exceto pelo fato de que agora era duas vezes mais assustador porque o lugar obviamente não existia.
Ela suspirou, sem perceber que tinha o feito tão alto que Harry e Tiago estavam ambos virados fitando-a. Sentindo um calor pintar suas bochechas, Gina procurou algo inteligente para dizer. Já que Tiago estava por perto, não sentia-se confortável para perguntar se podia conversar com Harry. Não depois do jeito que ele tinha a encarado no dia anterior, na cozinha.
- Eu estava só... procurando um livro – ela conseguiu dizer normalmente, de alguma forma, virando e caminhando para a prateleira mais próxima. Tirou um livro qualquer e folhou-o. Dando uma olhada, perguntou-se se estava de cabeça para baixo. Depois de vira-lo, percebeu de repente que era escrito em latim. “Ah, bem, isso explica tudo.” Pensou, sentido-se meio idiota.
Gina recolocou o livro e observou os títulos dos outros. “Estou numa prateleira em latim, ou algo parecido?” perguntou-se. “Será que alguém escreve em inglês?!”
Ela percebeu que Harry e Tiago haviam ficado em silêncio, e quando olhou por cima dos ombros, viu que o mais novo estivera fitando-a de relance. Quando encontrou seu olhar, vacilou e logo ele estava de volta à tarefa de limpar os livros, como se nada tivesse acontecido.
“Ele suspeita de mim” descobriu. “Não confia em mim. Ambos não confiam.”
Alguns minutos depois, finalmente achou um livro escrito em inglês, embora o título de abertura fosse composto de uma letra escorrida que era difícil de decifrar. Era “Fhiiorophy Oveelo”, mas o texto de dentro era em inglês, então concluiu que devia ser alguma outra coisa. Talvez um nome.
Precisava falar com Harry, mas parecia que ele e seu pai estariam tirando o pó dos livros o dia todo. “Não importa” pensou Gina, dirigindo-se à um dos três sofás que estavam no meio da biblioteca. “Eu só vou sentar aqui e ler Fhiiorophy Oveelo por um tempo.”
Nenhum dos dois disse nada quando perceberam que ela ficaria no lugar, mas Gina poderia ter jurado que viu um deles botar a língua para fora em aborrecimento.
Fhiiorophy Oveelo era confuso, mas depois de ler algumas páginas do livro, ela finalmente entendeu o porquê do título. Não era Fhiiorophy Oveelo, e sim Filosofia Grega. Orgulhosa de ter conseguido reconhecer o título, ela continuou lendo, e tentou gostar.

* * *

Draco estava de mal humor. Independente do que fizesse, não conseguia levantar o astral. Até gritou irritadamente com Elle quando ela não parava de perguntar qual era o problema, agitando-se em volta dele como uma mosca irritante. Quando ela correu para longe, quase chorando, só o fez sentir-se pior.
“Até sendo um príncipe minha vida é uma droga” pensou, deitando-se na cama de seu quarto e encarando o topo do dossel. Era o que costumava fazer em Hogwarts quando estava bravo. Ficar longe das pessoas era o melhor a fazer quando estava aborrecido. Mas a única coisa negativa era que isso dava à ele muito tempo para pensar e lembrar de tudo, tudo que havia o deixado louco antes.
E nesse caso, “tudo” incluía Gina Weasley.
Havia algo nela que simplesmente dava nos nervos dele. Talvez o seu otimismo, a maneira que ela sempre parecia esperançosa, desde que ele havia a visto pela primeira vez. “Para ela” Draco pensou amargamente “tudo é provavelmente colorido e iluminado. E vai ser um choque quando descobrir que é cheio de poças e chuva.”
Outra coisa era a maneira que ela falava com ele. Como se tentasse mudá-lo. Como se pudesse mudá-lo. Ele não conseguia realmente explicar por que pensava nisso, mas era só o jeito dela. A maneira que ela falava com ele era como se quisesse moldá-lo no que ela queria que ele fosse, no que queria que seu marido fosse. Seu marido devia gostar de chá. Seu marido devia se importar com o fato de dez pessoas serem assassinadas. “Então seu marido devia ser Harry Maldito Potter” pensou Draco furiosamente.
Pela primeira vez na vida, Draco sentiu falta de estar em casa. De volta à sua gigante e fria mansão onde seu maior problema era ir ou não tomar café no andar de baixo com sua mãe ou na cama. Droga, ele estaria feliz até de volta à Hogwarts, preocupando-se em como vencer Potter no quadribol. Qualquer coisa parecia melhor que a situação em que estava, pois sabia como resolver todas essas situações anteriores. Se comesse com sua mãe ou não – não era uma grande coisa. E daí se ele perdesse do Potter? – ele não perdia sempre?!
Mas aqui, ele estava inseguro de tudo. Como primeiramente por que estava aqui. Ou se iria voltar algum dia.
A coisa mais confusa de todas, de qualquer forma, era como, apesar do fato de Gina dar nos seus nervos constantemente e ser sempre um sofrimento, ele ainda não podia evitar pensar em como ela era bonita e como seria maravilhoso se ele pudesse passar seus dedos pelos cabelos dela.
Eram pensamentos como esse que o deixavam mais bravo ainda, principalmente consigo mesmo, e ele se forçava para pensar em todos os pontos negativos de Gina Weasley.

* * *

Gina ficou lendo o livro de Filosofia Grega até a hora do jantar, irritada que demorou tanto para que Harry e Tiago limpassem os livros. É claro, sabia que estava sendo injusta, já que a biblioteca era tão grande quanto A Toca, e provavelmente levaria dias para que completassem a tarefa. Mas estava irritada apesar de tudo, e foi jantar de mal humor.
Novamente, Elle, Draco e ela eram os únicos que comiam na mesa enorme. Dessa vez Elle conversou abertamente, falando com qualquer um que a ouvisse, ao invés de ficar perguntando coisas individualmente.
Dessa vez, Gina saiu logo que terminou de comer, e retornou à biblioteca. Quase lamentou em frustração quando viu que Tiago e Harry estavam ainda lado a lado, limpando livros.
- Vocês nunca comem? – protestou ela com voz aguda.
Eles viraram e a encararam. Gina sentiu-se exasperada consigo mesma. “Eu sou uma princesa! Eu posso mandar Tiago embora! E daí se ele não gostar, ele é um empregado!”
Sabia que estava sendo malvada, mas acabou dizendo:
- Hum... Tiago? Você pode procurar meus pais para mim, por favor?
Ele olhou de cara feia para ela.
- Se me perdoa, Alteza, mas seus pais estão no povoado.
- Sim, eu sei – disse Gina inocentemente. “’É por isso que eu quero que você busque-os. Então você terá sumido por algum tempo.”
- Com todo o respeito, talvez você pudesse achar outra pessoa para procurá-los? Nós precisamos terminar isso – apontou para as prateleiras – antes de nos retirarmos. – Sua voz era dura, fria, e ele encarava-a sem expressão.
Ela sentiu-se terrível, mandando ele dar uma volta quando não merecia. Mas precisava falar com Harry, e tinha um pressentimento de que se dissesse isso à Tiago, ele não iria embora. Ela não podia falar com Harry com o seu pai por perto.
- Por favor – disse ela com um tom de firmeza.
Tiago manteve seu rosto vazio, mas ela podia quase sentir a raiva transbordando.
- Sim, Sua Alteza.
Ele encarou Harry, e Gina não pôde evitar senão notar o olhar que eles trocaram. Então Tiago desceu da escada. Ela entrou no aposento para sair da entrada, e ele passou por ela sem outra palavra.
“Ele é muito corajoso.” Pensou. “Está visivelmente bravo comigo. Eu poderia contar aos meus pais, que o despediriam. É claro, eu nunca faria algo assim, mas poderia. Eles pensariam que Tiago fingiu ser legal comigo antes.”
Ela esperou até que os passos desaparecessem antes de dirigir-se à Harry.
Ele estava de costas para ela novamente, limpando os livros. Agora estava usando um pano para tirar todo o pó, que Gina pensou ser um jeito bem mais esperto do que abrir e bater cada exemplar.
A princesa se aproximou bem cuidadosamente dele. Então espremeu seus dedos nervosamente.
- Harry?
- Sim, Alteza? – disse ele, suspirando e abaixando o livro, sem virar a cabeça.
- Posso falar com você?
- É claro, Alteza. – Ela podia notar o quase imperceptível sarcasmo e amargura no tom quando ele guardou o livro, desceu a escada e virou-se para olhá-la.
- Você pode dizer à seu pai – disse suavemente – que ele não precisa terminar de limpar esses livros. Você também não. Vou procurar outra pessoa para fazer isso.
A expressão dele continuou dura, mas seus olhos suavizaram-se levemente:
- Obrigado, Alteza – mas não soou muito agradecido.
- E você pode desculpá-lo por mim – disse, ousando um sorriso – por tê-lo mandado ir atrás dos meus pais, quando eu só queria falar com você em particular.
- Então você mandou-o embora por nada – seu tom estúpido e acusador foi como um tapa na cara dela.
Ela não tinha esperado isso, e balbuciou silenciosamente por um minuto:
- Bem... não, não exatamente...
Ele sorriu com desdém então, um sorriso que a lembrava muito de Draco, e era quase assustador. “Por Deus, Harry, por que você me odeia tanto? O que eu fiz para você?”
Ela não percebeu que havia dito as palavras em voz alta até que Harry gargalhou, particularmente sozinho. Um rubor subiu às bochechas dela, fazendo-a sentir-se constrangida por ter realmente dito o que estava pensando.
- O que você fez para mim? – repetiu ele – Você só tirou a minha mãe de mim.
Gina sentiu como se o aposento todo tivesse se inclinado para o lado, e foi difícil manter-se em pé. Com a mente dando voltas, ela sussurrou:
- Mas Maria disse... disse que eu não a matei...
- Você não a matou – disse ele maldosamente.
Gina tentou engolir o nó na sua garganta. “Eu não matei-a. Então por que ele me odeia?”
- Então o que eu fiz? – murmurou, rezando para que suas lágrimas não irrompessem e revelassem seus sentimentos.
Harry só sacudiu a cabeça:
- Se é isso tudo que você quer falar comigo, Alteza, eu preferiria não falar. Tenho outras tarefas que tenho que...
- Não – até ela ficou surpresa com a firmeza na sua voz – Não vá até me contar por que você age com tanto ódio por mim. Eu não deixarei você sair.
- Mas você sabe porque! – disse ele na defensiva.
- Eu não sei! – respondeu irritada. Ele encarou-a tão friamente que isso quase congelou o sangue dela, fazendo-a sentir-se resfriada – Me diga por que, Harry Potter. Só por que você pensa que eu sei, não significa que eu saiba. Eu não sou a pessoa que você pensa que eu sou.
- Você é exatamente a pessoa que eu conheço – sibilou – Igual aos seus pais. Eu espero que quem quer que seja que assassinou aquela família hoje, assassine você também. E eu espero que seja dolorosamente e lentamente, porque pessoas como você e a sua família merecem morrer vagarosamente e então apodrecer no inferno.
E então ele passou por ela e saiu da biblioteca, deixando-a ali, incapaz de respirar, incapaz de se mover. Lágrimas encheram seus olhos tão rapidamente que ela não precisou piscar para que elas caíssem pelas suas bochechas. Então, suas pernas não puderam suportar seu peso mais, e ela sentou pesadamente no chão. Agarrou um punhado da sua saia, armada por causa de todas as rendas da roupa de baixo que estava usando, e começou a chorar.
Ela não queria chorar como um bebê, pois sabia que era ridículo e infantil, mas não podia evitar. As palavras que Harry havia dito... elas eram piores que qualquer insulto de Malfoy. Eram piores porque ela amava Harry, até esse Harry do passado, e cada palavra horrível era como uma faca em seu peito.
Gina chorou por um longo tempo. Quando finalmente tinha esgotado seu estoque de lágrimas, deitou-se de costas e encarou o teto, sentindo-se dormente. Tudo estava tão errado! Esse mundo não era certo, não importa quão feliz Harry estivesse com seu pai. Não importa quão maravilhosa Maria era, ou quão adorável Elle era, ou quão rica Gina era. Ela viu-se sentindo saudades da sua miserável casa, desejando ouvir os familiares sons dos vampiros no sótão, fazendo os barulhos mais detestáveis do mundo.
Mas nada do que Gina queria veio, e o já baixo sol desapareceu, deixando a biblioteca em sombras negras. Ela permaneceu no chão, fitando estupidamente o teto. Nunca sentiu-se tão sozinha, tão desesperada em sua vida. Mesmo durante o primeiro ano, quando havia sido usada por Tom Riddle para fazer coisas terríveis sem saber o que estava acontecendo, havia sempre o distante conforto de que ela poderia contar à alguém se tivesse coragem. Mas aqui, ela não podia conversar com ninguém. Ninguém entenderia, embora Maria estivesse compreendendo, ela pensaria que Gina era louca se revelasse que era do futuro. O único que poderia começar a entender era Draco Malfoy, mas ela preferiria comer lixo à abrir seu coração à ele.
“Eu espero que quem quer que seja que assassinou aquela família hoje, assassine você também.” A voz de Harry veio ecoando de volta à sua cabeça, e causou um choque de realização em Gina. Poderia ser Harry quem assassinou as dez pessoas?
“Não.” Ela se apressou para descartar a idéia. “Ele não poderia. Harry pode ser meio... depressivo e ter alguns problemas com raiva, mas não é um assassino.”
Ainda, que coisa estranha de se dizer à alguém da realeza.
Gina não teve certeza de quanto tempo ficou deitada ali, mas depois de um tempo o som de passos e a voz abafada de empregados começou a desaparecer, até o castelo ficar oculto em silêncio. Finalmente, ela forçou-se para levantar e deixar a biblioteca.
Quando voltou para seu quarto, Maria estava lá, sentada na cama. Ela levantou-se quando Gina entrou, correndo para ela com expressão severa.
- Onde você estava? – exigiu – É quase meia-noite. Estive super preocupada – Pensei que você talvez tivesse saído do castelo, e com esse assassino ainda solto...
- Eu estava na biblioteca – interrompeu Gina estupidamente.
Maria pareceu assustada.
-Ah. Bem, ninguém iria achá-la mesmo. Quem imaginaria que você estava realmente na biblioteca?!
- O que você quer dizer?
- Você odeia ler – declarou Maria simplesmente – Agora, vamos logo, vamos colocá-la na cama...
“Para alguém que me conhece a vida toda” pensou Gina assim que permitiu que fosse despida “Maria certamente não pode ver quando estou deprimida, pode?”
Gina entrou na cama e Maria começou a acomodar os cobertores ao redor dela.
- O que aconteceu com Lilian Potter? – perguntou ela de repente.
Maria parou, então prosseguiu a ajeitar os travesseiros atrás da cabeça da princesa, evitando seus olhos.
– Ela está morta, querida.
- Eu sei disso – repreendeu, irritada – Como ela morreu?
- Se você não consegue se lembrar, então eu não sou a pessoa certa à lhe contar – disse Maria, dando um tapinha na cabeça da ruiva. Então ela virou-se e começou a sair.
Gina sentou-se na cama, determinada a descobrir o que houve de errado antes de deitar novamente.
- Então quem deve me contar? Meus pais?
A empregada parou um pouco antes da porta. Então virou, tristeza visível em seus olhos de ágata.
- Eu queria que você não se atormentasse com isso – disse calmamente – Aconteceu há anos...
- Me conte! – gritou Gina. Ela estava sempre sendo legal. Se ser agradável não a levava a lugar algum, então ela seria dura, e até má se precisasse.
Os ombros de Maria caíram, ela retornou à cama e sentou ao lado da ruiva.
- Você tinha só cinco anos quando aconteceu... – disse com olhos tornando-se marejados, fazendo Gina sentir-se extremamente culpada pelo jeito que estava a tratando – Mas eu pensei que você soubesse...
- Eu esqueci – murmurou.
Maria suspirou, endireitando-se, e esfregou seus olhos:
- Todos amavam Lílian. Todos os empregados, quer dizer. Ela era linda, brilhante e sempre nos animava. Casou-se com Tiago e então tiveram um filho, formando a família perfeita. Tenho que admitir que até eu estava com inveja, pois os três pareciam tão perfeitos juntos, tão contentes... – ela interrompeu para secar seus olhos novamente – Lílian era uma amiga querida. Uma boa amiga.
Apesar de Gina estar morrendo de curiosidade para ouvir aonde isso iria chegar, ela permaneceu paciente e esperou Maria continuar, deixando que ela tivesse seu tempo.
- Seu pai, eu acho, ficou com ciúmes – continuou a mulher, fungando e olhando por cima dos ombros da princesa para a parede – Ele sempre foi mulherengo... ainda é, se você for pensar. Um dia ele exigiu ver Lílian e...
Gina teve de repente um pressentimento horrível sobre o que Maria diria a seguir. Enquanto esperava a empregada controlar-se, podia sentir um enorme nó em seu estômago se formando e teve dificuldade para engoli-lo.
- É claro, depois disso Lílian não ficou tão feliz e animada como costumava ser. Algumas pessoas tentaram perguntar o que havia de errado, incluindo eu e o seu marido, mas ela sempre nos dava um sorriso cansado e dizia ‘Nada. Estou bem.’ Mas não estava bem, pois poucas semanas depois ela contou à Tiago que estava grávida de novo. Só que não era filho dele.
- Meu Deus – sussurrou Gina. Ela agarrou um punhado do cobertor, seus dedos ficando brancos. Seu coração estava batendo aflito, e o nó em seu estômago estava se apertando. Sentiu-se como se estivesse ficando doente.
- Tiago ficou furioso – então Maria riu vagamente – Se havia algo que Tiago estava sentindo, era raiva. Ninguém nunca o viu tão... tão raivoso antes. Ele estava absolutamente sóbrio quando confrontou o rei, seu pai. Enfrentou-o bem na frente da sua mãe, e quando ela ouviu o seu pai confessar ter violentado Lílian, ela (a rainha) ficou louca também. Não com Tiago ou com seu pai, mas com a própria Lílian. Como se Lílian tivesse procurado e engravidado o bebê do marido da rainha.
- Dois dias depois, Lílian desapareceu. Alguns empregados pensaram que ela tinha fugido, mas não creio. Ela tinha um marido e um filho de seis anos, e estava grávida. Mesmo que o pai da criança fosse horrendo, ela ainda queria o bebê. A própria Lílian me contou, alegando que era seu filho também.
- O que aconteceu? – perguntou Gina, ainda segurando o cobertor – O que houve com ela?
- Poucos dias depois ela foi encontrada – disse Maria, seus olhos inexpressivos fixados nos da princesa – Na floresta perto do castelo. Havia flechas atiradas nela. Aproximadamente uma dúzia.
Gina sentiu todo o sangue deixar seu rosto. Sua mão voou até a boca e ela tentou digerir a onda de vertigem e náusea que sentiu.
- Apesar de nunca ter sido provado – continuou Maria em seu tom sombrio – é óbvio que foi a sua mãe que providenciou, pois as flechas eram as que os guardas do castelo usavam.
“Não é de se estranhar que Harry me odeie!” pensou Gina, fechando fortemente seus olhos. “Eu me odiaria também, se fosse ele! Que terrível... ele está certo, meus pais realmente merecem apodrecer no inferno.”
- É por isso que ele me odeia? – murmurou, lentamente removendo a mão da sua boca, mas mantendo seus olhos fechados.
- Quem? – a mão quente e gorda de Maria engolfou Gina, a confortando.
- Harry – ela abriu os olhos e encarou a mulher – É por isso que Harry me odeia? Por causa do que meus pais fizeram para a sua mãe?
- Bem, veja pelo ponto de vista dele – disse Maria rapidamente – Seu pai humilhou a mãe dele, e a sua mãe a matou. E agora você repentinamente fica querendo falar com ele quando sempre o tratou... bem, para ser franca, Alteza, você o tratava muito mal antes. Ele provavelmente supõe que há algum motivo...
- Como eu o tratava antes? – perguntou Gina, endireitando-se – Me diga como eu o tratava.
Maria fitou-a:
- Minha querida, as vezes você me preocupa. Como não consegue lembrar de nada?
- Por favor, simplesmente me diga.
A empregada suspirou.
- Você sempre o provocava. Não se lembra? Chamava a mãe dele de coisas horríveis. Dizia que ele era o próximo.
Gina teve um repentino flashback: Harry estava de joelhos, limpando o chão de pedra com uma escova, e ela estava de pé na frente dele, desdenhando.
- Sua mãe é uma prostituta sem valor – disse ela – Ela procurou o meu pai, não o contrário...
E Harry só cerrou os dentes, mas não respondeu.
- Você é o próximo, Harry Potter. Meus pais tem planos para você...
Gina vacilou e tentou tirar a imagem da sua cabeça, balançando-a. Foi tão real, como se fosse memória. “Oh, Deus, o que está acontecendo? Esse mundo é mesmo real? Tudo isso realmente ocorreu?”
- Tente dormir – disse Maria, e no que pareceu um segundo depois, todas as velas se apagaram e ela havia ido embora. Gina estava sozinha no seu quarto escuro, ainda sentada e fitando o chão, perdida em pensamento.
Lentamente, deitou-se na cama. Agora sabia a verdade, a razão por Harry a odiar, mas não se sentia melhor. Como ela pode ter sido tão horrível?
“Não era eu” ela assegurou para si mesma. “Eu nunca diria algo assim para Harry. Nunca.”
Gina pensou que nunca iria pegar no sono, mas o dia havia sido tão exaustivo emocionalmente que no instante em que seus olhos fecharam, ela caiu em um sono profundo e sem sonhos.

* * *

Draco esteve caminhando no castelo depois do almoço, tentando achar algo para fazer, até que se deparou com Gina.
Ele havia notado no café da manhã, enquanto ela beliscava a comida, que sua pele estava um pouco pálida. Os olhos pareciam maiores, mais escuros e mais tristes, e tinham olheiras. É claro, ele não disse nada – desconfiou que ela estivesse provavelmente se preocupando sem parar sobre como voltar à Hogwarts.
Ela passou sem reconhecê-lo. Perturbado, Draco virou-se e perguntou:
- Fome?
Ela parou, permaneceu de costas por um momento, então lentamente virou-se para encará-lo:
- O quê? – perguntou em um tom deprimido.
- Você não está com fome?
Ela deu à ele um olhar de descrença e confusão:
- Me deixe sozinha, Malfoy – e começou a caminhar para longe dele novamente.
Ele franziu as sobrancelhas. “Não” pensou com teimosia. Não queria deixá-la sozinha, queria saber o que havia de errado. Caminhando atrás dela, elaborou:
- Você meramente comeu alguma coisa no café da manhã e almoço de hoje.
- Problema meu – apressou o passo e não olhou por cima dos ombros.
Draco parou, seu franzimento de sobrancelhas tornando-se uma cara feia:
- Ótimo. Apodreça e pense em um jeito de voltarmos, então, está bem?
Com isso ela se virou, seu cabelo girando ao redor:
- Eu pensei que você achava que não havia um jeito de voltar – repreendeu.
“Pelo menos eu prendi a sua atenção” pensou ele, sorrindo ironicamente:
- Acho mesmo. Mas pelo estado em que você está, eu desconfio que andou se esforçando pensando em idéias atrás de idéias sobre como voltar para casa.
Ela apertou os olhos e deu alguns passos para perto dele:
- Você acha que sabe de tudo, não é?
- Eu sei de tudo que preciso saber – respondeu facilmente.
Os braços de Gina cruzaram firmemente ao redor do peito, e olhando furiosa, perguntou:
- Você sabe por que Harry me odeia?
- Não. E nem quero saber.
- Porque eu fui má com ele – disse ela, o ignorando – Nesse mundo eu sou um tipo de... de princesa mimada, cruel. Eu... eu sou como você. Não é de se estranhar que eles queriam nos casar. Eles pensam que somos o casal perfeito.
- Eu sou mau? – indagou Draco com raiva.
- Sim, você é – Ele notou um pequeno brilho de suor na testa dela. “Eu realmente faço ela se sentir tão nervosa?” perguntou-se – E – continuou ela – Estou começando a pensar que talvez você goste daqui. Afinal, é um príncipe. Você sempre agiu como tal. Então por que não permanecer onde você pertence?
Ele a encarou duramente:
- Do que você está falando?
Ela abriu a boca para responder, mas depois parecia como se tivesse mudado de idéia. Passando a língua pelos lábios, ela parecer oscilar em pé. Com a manga do vestido, secou a testa:
- Está ficando quente aqui, não está? – resmungou.
Na verdade, estava particularmente frio, já que eles estavam perto de uma grande janela. De vez em quando, quando o vento soprava, Draco podia sentir os flocos de neve entrando.
- O que estou dizendo – continuou Gina, só que dessa vez sem muita emoção – é que se eu descobrir uma maneira de voltar ao futuro, talvez você devesse ficar aqui.
- Como se você esperasse mesmo descobrir um jeito sozinha? – disse ele incrédulo. Ela começou a tossir. – Admita, Weasley, você vai precisar da minha ajuda para achar um jeito, qualquer que seja, de ir para casa.
Ela terminou de tossir e deu à ele um olhar fraco:
- Honestamente, Draco, pelo jeito que você fala parece que realmente acredita que há um jeito de voltar...
Ele andou para mais perto dela:
- Perceba que eu disse qualquer que seja – falou com desprezo – E eu nunca disse que não achava que havia uma maneira de voltar...
- Sim você disse.
- ...o que eu disse foi que nós não conseguiremos porque nós não nos trouxemos para cá. Mas podemos, de qualquer forma, achar alguém que possa fazer isso para nós.
Os olhos dela iluminaram-se levemente:
- É, como aquela bruxa que eu te contei ontem. Nós podemos vê-la... – e começou a tossir novamente, dessa vez um pouco mais violentamente.
- Você está se sentindo bem, Weasley? – exigiu ele, decidido a manter qualquer sentimento escondido.
- Estou bem – disse com uma tosse final – Não que você se importe. Você não se importa com nada.
Isso o irritou. Draco havia sido legal o bastante em perguntar como ela estava se sentindo, já que seus olhos estavam escuros e mais escuros, e estava suando mais visivelmente. E agora ela tinha retrucado para ele. Irritação misturou-se com raiva:
- Eu nunca disse que não me importava com nada – repreendeu – Você vive botando palavras na minha boca, Weasley.
Ela fechou os olhos brevemente, então abriu-os para encará-lo:
- Draco, você está me dando dor de cabeça.
- Ótimo – zombou ele.
Mas ela descansou seus dedos em sua têmpora e fechou os olhos novamente, como se tentando bloquear a vista dele. Mais uma vez ela tossiu, e teve que rapidamente tirar as mãos para manter o equilíbrio.
Draco estava começando a pensar que havia sim algo errado que ela não contava. “Está bem” pensou ele “Se ela quer manter o segredo para si mesma, deixe.”
- O chão é meio irregular aí? – perguntou ele, sorrindo ironicamente.
Ela deu um olhar de pura irritação:
- Acho que preciso deitar um pouco – disse, tossindo imediatamente. Draco observou, levemente entretido, quando ela virou-se e começou a caminhar irregularmente pelo salão, uma mão pressionada contra o peito.
“Ela parece bêbada” pensou ele, quase rindo.
Gina parou de repente. Então sua pernas cederam, e ela caiu em uma onda de cachos ruivos e saias rendadas, sem dar um lamento de dor ou de surpresa.
Draco ficou assustado no início, sem saber o que fazer. Então percebeu que algo estava muito mal, pois ela não tinha pretendido cair de propósito. Em alguns passos ele havia a alcançado e abaixado-se ao seu lado. Os olhos dela estavam fechados, mas resmungava sob sua respiração, e sacudia a cabeça. Então ela arqueou-se e tossiu novamente, tão ferozmente que Draco não estaria surpreso se um dos seus pulmões estourassem. Estava começando a suar bastante, seu cabelo colando em sua testa e nuca úmidas.
“Ela está doente” ele deu-se conta, e cuidadosamente instalou sua palma na bochecha dela. Sua pele estava pegajosa e úmida de suor. Ela resmungou quando ele tocou-a, virando a cabeça para o lado contrário.
Draco a encarou, incerto se ela estava dormindo ou não. Ele devia deixá-la e procurar ajuda, ou carregá-la para o seu quarto? Começou a sentir-se um pouco em pânico, e não era um sensação muito confortável. Normalmente sempre sabia o que fazer nas circunstâncias, mas ela parecia realmente doente. Como se tivesse comido algo estragado ou algo assim.
- Gina? – disse ele.
- Meu peito dói – murmurou ela, suas pálpebras agitando-se, mas não abrindo-se – E... e está frio...
“Ela não estava com calor há alguns minutos?” Draco olhou ao redor, apesar de não estar certo do que estava procurando. Para seu alívio, ouviu passos se aproximando, e um segundo depois Harry apareceu no fim do corredor.
O alívio de Draco durou pouco. Harry chegou mais perto, abrindo a boca para dizer algo, mas então notou que Gina estava em um sono delirante.
- Chame alguém – ordenou o príncipe. Ele fitou o empregado, e podia ter jurado que viu algo tremeluzir em seus olhos verdes. Era preocupação? Não conseguia decifrar porque em um instante já não estava mais ali, e Harry havia virado e estava caminhando para chamar ajuda na direção em que havia vindo.

* * *



N/A: Há algumas perguntas quanto à esse capítulo, então sim, a família de dez pessoas mortas está relacionada com a trama dessa fan fic. Mais detalhes vêm depois!

No Próximo Capítulo: Um médico misterioso aparece para cuidar de Gina, e ninguém sabe o que há com ela. Qual será a tão terrível doença que a caçula dos Weasley tem?

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