A Casa da Colina



Quilmers e Harry conseguiram pousar suas vassouras próximo à floresta ao pé da colina. O vento estava forte e o professor achou mais seguro fazer o restante do percurso a pé. A colina não era muito alta e a pequena estrada que levava ao topo tinha várias curvas pelo caminho, a vegetação era rasteira e o chão cheio de pequenas pedras estava encoberto pela neve. Enquanto caminhavam, Harry lembrou de tudo que Hermione disse sobre Quilmers, o anuário, o recorte de jornal e ficou pensando o quanto era estranho de repente ele estar ali ao lado de um dos melhores alunos de Hogwarts, um bruxo brilhante porém, acusado de roubo e que tinha até sido preso. O professor se manteve calado e Harry pensava em uma forma de tocar no assunto com ele, tirar algumas dúvidas sobre o passado mas, não sabia como dizer e resolver falar sobre Emille:
_ Profº Quilmers?
_ Fora de Hogwarts você pode dispensar as formalidades, Harry, pode me chamar de Quilmers ou Mark.
_ Claro. Profe... Quilmers, o senhor acha que Emille vai gostar de me ver assim, de surpresa? Afinal não consegui conversar com ela nos últimos dias.
_ Tenho certeza que a sua visita fará muito bem a ela, Harry, ficará feliz. O professor voltou a se calar e Harry achou melhor não aborrecê-lo com mais perguntas e nem falar nada sobre seu passado.

Chegaram então ao topo da colina, portões de ferro muito antigos com a tinta branca descascada, fechavam a entrada de uma propriedade. O vento lá em cima havia diminuído, apenas flocos de neve caíam levemente. Harry pensou se tratar dos portões da casa do professor mas, quando olhou acima das grades leu a inscrição em aço, “Cemitério da Colina”. O garoto achou estranho, como alguém poderia ter uma propriedade dentro de um cemitério? Apesar de desde seus 11 anos já tinha visto muitas coisas estranhas no mundo bruxo, algumas ele ainda não conseguia entender e aquela situação era uma delas. Quilmers colocou a vassoura no chão e tirou uma penca de velhas chaves do bolso, destrancou os portões e convidou Harry a entrar. Logo na entrada havia um jardim que aparentemente não havia sido cuidado por anos. Cipós e ervas daninhas tomavam conta das árvores e plantas, algumas secas e mortas, a neve encobria algumas moitas de capim que se espalhavam por todo o jardim e pelo caminho onde andavam era preciso afastar galhos e cipós com as mãos para conseguirem passar, em alguns momentos era necessário até abaixar a cabeça para não bater em alguns galhos. Chegaram ao cemitério, os túmulos estavam dispostos como os quarteirões de um bairro e ruazinhas levavam em diversas direções. Haviam túmulos de diversas cores, a maioria de mármore preto e branco. Folhas secas se misturavam com a neve em cima dos velhos túmulos e sobre eles vasos de barro abrigavam flores mortas e plantas secas demonstrando que há muito tempo não recebiam nenhum cuidado. Ao lado de boa parte dos túmulos havia antigas estátuas de pedra quebradas, enegrecidas pelo tempo e castigadas pelos passagem de vários séculos. Eram estátuas de anjos, corujas, bruxos e bruxas algumas seguravam velas e pareciam contemplar os mortos.
_ Continue andando Harry, não tenha medo. Harry não conseguia imaginar uma garota como Emille morando em lugar assim, o cemitério parecia realmente abandonado. Continuaram andando, desceram uma pequena escada de pedra que dava para um ambiente diferente, neste local só haviam túmulos brancos com apenas estátuas de anjos com feições de crianças ao lado deles.
_ Ao contrário lá de cima, Harry, aqui estão enterradas apenas crianças bruxas.

O lugar era mais bonito com os pequenos túmulos de mármore branco mas, não mais limpo ou cuidado. Em um certo ponto os túmulos acabaram e eles caminharam apenas sobre a neve até chegarem às portas de uma pequena casa branca com janelas em forma de arco e vidros coloridos. A casinha branca se destacava em meio à decadência do cemitério, a fachada estava limpa e com flores brancas muito vivas enfeitando a entrada em pequenos vasos de barro. O professor tirou novamente as chaves do bolso, subiram os quatro degraus da escadinha que levava até à porta. Quilmers colocou a chave na fechadura, Harry ajeitou a roupa e tirou alguns flocos de neve dom ombros e acertou os cabelos embaralhados pelo vento. A estreita porta branca se abriu em um leve rangido.

_ Entre, Harry. O garoto entrou e na pequena sala tudo estava limpo, um leve perfume de rosas enchia o ar, castiçais dourados pendiam nas paredes e alguns abrigavam pequenas velas brancas acesas, principalmente ao lado de dois quadros. Em um quadro estava retratado Ellen Wells, linda e sorridente, e no outro, ele não teve dúvidas, era Emille muito bonita e serena. No meio da sala apenas uma mesinha de centro e duas cadeiras de madeira muito antigas e escuras e observando tudo com mais calma, enquanto o professor fechava a porta, pendurava as vassouras e tirava a capa, Harry percebeu que na pequena casa só havia aquele cômodo e uma escada de madeira que levava ao subsolo.

_ Venha, Harry, precisamos descer.
_ Onde está Emille?
_ Lá embaixo no subsolo, venha.

Quilmers desceu acompanhado de Harry, o cheiro de rosas ficava mais intenso e a velha escadinha de madeira rangia a cada passo. Ao final da escada o professor parou, Harry, que estava logo atrás, parou a seu lado e seu coração disparou. Naquele subsolo havia uma segunda sala de piso de tábuas escuras e no seu interior não havia quadros nem castiçais, era iluminada apenas pela fraca luz que atravessava os vidros coloridos da janelinha em forma de arco. E no fundo da sala bem em baixo da janela e aos pés de uma alva estátua em forma de anjo que olhava para baixo segurando uma vela entre as mãos, havia um belo túmulo branco com inscrições douradas. O anjo contemplava serenamente o belo túmulo a seus pés e ao contrário das estátuas do cemitério lá em cima, era muito branca e limpa, parecia resistir ás agressões do tempo. Harry sentindo suas pernas tremerem, perguntou:

_ O que é isso professor?
_ Harry, eu já disse, não precisa...
_ Onde está Emille? Perguntou Harry quase gritando.
_ Ela...ela, está bem ali, Harry Potter, e Quilmers apontou para o túmulo branco que tinha um brilho fosco por causa da luz que atravessava os vidros da janela.

Harry caminhou até o túmulo, ao redor dele havia vasos de rosas brancas e quando se aproximou pode notar que a lápide estava encoberta por um belo tecido verde. Seu coração bateu ainda mais forte, sua garganta secou e ele reconheceu aquele tecido. Era o casaco verde de botões prateados que ele havia dado a Emile no passeio a Hogsmead. Harry se ajoelhou ao lado do túmulo tentando entender o que os seus olhos viam. Tocou o casaco levemente, depois fechou sua mão sobre o tecido e puxou o casaco para si descobrindo a lápide. Abriu o casaco a sua frente avaliando, querendo ter certeza do que estava vendo e enquanto examinava-o com suas mãos tremulas, Quilmers veio em direção ao garoto com passos lentos e silenciosos e se colocou atrás de Harry. Enquanto olhava o casaco, Harry se deu conta que havia algo escrito na lápide do túmulo, apertou levemente o casaco contra o peito e sem tirar a mão dele se inclinou para ver melhor o que diziam as pequenas letras douradas.

“Emille Well Quilmers”
“ Filha adorada e inesquecível”
“Ela caminhava como um anjo”

O coração de Harry disparou dentro do peito, seus olhos encheram de água e ele sentiu um nó na garganta que mal o permitiu falar com o professor.

_ Ela está...morta! Mas, como isso aconteceu? Quilmers se aproximou de Harry e ajoelhou-se a seu lado.
_ Ela ficou muito doente Harry, eu fiz tudo que podia fazer, você não sabe o quanto eu tentei salvá-la. Mas, nada do que eu fiz... nada do fiz foi suficiente.
_ Eu não entendo. Por que ela não me contou que estava doente?

Quilmers não conseguiu responder pois um barulho de porta se abrindo no pavimento superior despertou a atenção de ambos. O rangido da porta de cima passou e logo foi seguido por um barulho da mesma porta se fechado. Podia-se ouvir o barulho de passos lentos em direção à velha escada de madeira. Finalmente alguém começou a descer e aos poucos Harry e Quilmers puderam perceber pés cobertos por uma capa verde tocando os degraus, depois apareceram os joelhos cintura e finalmente o rosto de Alvo Dumbledore.

_ Dumbledore! O que... o que está fazendo aqui?
_ Acalme-se Mark. Tenho certeza que já sabe o motivo da minha vinda até aqui.
_ Professor Dumbledore, Emille Wells adoeceu e acabou...morrendo e... e eu nem ao menos tive tempo de me despedir. Dito isso Harry permaneceu de joelhos se apoiou sobre os calcanhares e abaixou a cabeça, Dumbledore se aproximou dele enquanto Quilmers se levantou e manteve-se com as costas apoiadas na parede, seus olhos fitavam o chão.
_ Tenho certeza que gostaria de ter se despedido de Emille Wells, Harry, ela era uma boa garota.
_ Eu não consigo entender como isso aconteceu, ninguém falou nada sobre isso em Hogwarts, nem mesmo sobre o enterro.
_ A morte de Emille foi amplamente lamentada em Hogwarts e seu enterro contou com a presença de todos os professores e da maioria dos alunos da escola. Harry levantou a cabeça, franziu as sombrancelhas e olhou para Quilmers que continuava escorado com as costas contra a parede, olhando fixamente para o chão sem se mexer.
_ Mas, como? Eu não fiquei sabendo de nada disso.
_ Nem poderia Harry, Emille Wells morreu a 12 anos atrás. Harry se levantou bruscamente, o casaco verde caiu no chão, Quilmers permaneceu imóvel. O garoto começou a andar sem rumo pela sala até que parou de frente para o túmulo, respirando fundo e rapidamente e os olhos arregalados sob às lentes dos óculos .
_ Profº Dumbledore, desde antes do início das aulas que eu vejo e converso com Emille Wells quase todos os dias. Passeamos juntos, eu dei um presente a ela, como pode ser isso? Será que meus amigos têm razão? Será que eu estou mesmo louco?
_ Não, você não está louco, Harry. Emille realmente conversava com você e estava presente a seu lado mas, somente em espírito. Na verdade, apesar de ela ter morrido a 12 anos, Emille está aqui a pouco tempo. Dumbledore voltou seu olhar para Quilmers ainda imóvel.
_ Como isso pode ter acontecido? Como ninguém percebeu que Emille era um espírito.
_ Apenas você via e falava com Emille, Harry. Tente se lembrar, todos pensavam que estava louco. Vários relatos de que você andava falando sozinho pelos corredores chegaram até a mim.
_ Mas, por que eu?
_ Um espírito só se comunica com um bruxo de uma forma, Harry, quando esse espírito é convocado a voltar ao convívio de bruxos vivos e isso pode ser feito através de um instrumento mágico muito poderoso, como O Livro dos Mortos também conhecido como O Livro Sagrado que desapareceu de Hogwarts recentemente.
_ Profº Dumbledore, eu juro... eu juro que eu não toquei nesse maldito livro. Agora eu entendo porque muitos desconfiaram de mim, como profº Snape e a profª Minerva. Eu não sei como o espírito de Emille Wells se aproximou de mim mas... o senhor tem que acreditar em mim, eu não...
_ Acalme-se, Harry. Dumbledore se aproximou do garoto e tocou em seus ombros e olhando profundamente em seus olhos disse:
_ Eu sei que não roubou o livro, investiguei muito e já descobri quem foi. Quilmers começou a chorar um choro abafado, as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
_ Como eu disse, um espírito se comunica com um bruxo através de um instrumento poderoso como O Livro Sagrado e o que possibilita a alguns ter contato com um espírito é sua experiência com a morte. Só conseguiu ver e conversar com Emille porque sobreviveu à morte quase certa quando Voldemort tentou matá-lo. Esse experiência lhe permitiu uma proximidade com os dois mundos ao mesmo tempo, o mundo dos mortos e o mundo dos vivos. Devo lembrá-lo que poucos bruxos no mundo têm esse dom pois, somente aqueles amparados por um grande poder conseguem sobreviver a um feitiço mortal. No seu caso, Harry, foi o amor de seus pais que o protegeu contra o feitiço mortal que partiu de Voldemort. Não foi você que invocou Emille do mundo dos mortos mas, sobreviveu à morte e por isso pode ter contato com ela. Harry estava tão angustiado e confuso em seus pensamentos que esqueceu completamente da presença do profº Quilmers que chorava de cabeça baixa e resolveu perguntar:

_ Profº Quilmers, foi o senhor que a invocou ? Harry olhou para Dumbledore que encarava Quilmers severamente. O professor se desenconstou da parede, secou as lágrimas com as costas das mãos.
_ Mark? Disse Dumbledore sem tirar os olhos de Quilmers.
_ Dumbledore, eu não tive a intenção de prejudicar ninguém.
_ Você está algo que pertence a Hogwarts e quero que você me devolva. Agora, Mark!

Quilmers deu dois passos à frente e se ajoelhou no chão, Harry teve a impressão que ele iria pedir perdão a Dumbledore ou coisa parecida mas, o professor tirou um punhal de prata do bolso e cravou na tábua do piso. Harry se assustou com a violência do golpe, Dumbledore permaneceu imóvel enquanto o professor aos poucos erguia a tábua até rança-la completamente. No buraco que ficou no piso Quilmers enfiou a mão e olhou para o diretor, puxou lentamente um objeto. Era um livro de capa de couro preto, muito grosso com inscrições prateadas. Quilmers estendeu o objeto em direção a Dumbledore que o pegou calmamente.

_ Dumbledore - falou Quilmers, sentado no chão com os joelhos para cima- eu não pretendia prejudicar Harry Potter. Quando minha esposa, Ellen adoeceu e morreu, eu vi no Livro Sagrada uma chance de trazê-la de volta mas fui pego pelo Ministério da Magia e prometi não me aproximar desse objeto novamente. Com a morte da minha querida Emille eu pesquisei, passei anos estudando sobre a morte e a possibilidade de trazer os mortos de volta, me tornei especialista no assunto mas, não encontrei nada que contivesse o mesmo poder que o Livro dos Mortos. Por favor entenda, eu sou grato pela chance que me deu quando me aceitou em Hogwarts mas, esse livro era a minha última esperança de ter minha filha de volta.
_ Emille Wells não está de volta, Mark. O que está aqui é o espírito dela. Você é um bruxo brilhante mas, não tem o dom necessário para trazer uma bruxa de volta à vida, poucos bruxos na história da nossa existência conseguiram fazer isso. Contudo, todos nós temos o nosso tempo de viver e de morrer. Uns vivem muito, outros vivem muito pouco como a doce Emille mas, interferir no ciclo da vida, principalmente de um bruxo ou bruxa, pode ser muito perigoso e pode trazer terríveis conseqüências. O preço para tal intervenção pode ser alto de mais, Mark. Dumbledore se dirigiu ao túmulo de Emille e enquanto o olhava continuou:
_ Tenho certeza de que Emille adoraria estar de volta e viver feliz a seu lado mas, tem que deixá-la descansar em paz, Mark. Deve deixá-la ir e tenho certeza que onde ela estiver guardará consigo todo o amor que você deu a ela em vida. É um erro prender seu espírito aqui, ela não pertence mais a esse mundo. Dumbledore continuava a contemplar o túmulo de Emille, Quilmers continuava sentado no chão e já não chorava mais. O silêncio predominou na sala por longos minutos até que Quilmers se levantou.
_ Você tem razão, Alvo Dumbledore, como sempre, muito sábio. Eu não me conformo com a morte da minha filha porém, acho que a maior prova de amor que posso dar ela é deixá-la desfrutar em paz a sua eternidade.
_ É uma decisão muito sábia, Mark, saiba que foi a melhor decisão. Tenho certeza de que Ellen o apoiaria se esivesse aqui. Os olhos do professor voltaram a se encher de lágrimas mas, ele se conteve.
Dumbledore abriu o Livro Sagrado sobre o túmulo e afastou as mãos quase de braços abertos e disse a Harry:
_ Não se assuste, Harry, agora Emille poderá ter paz.

O diretor olhou fixamente para o livro e depois fechou os olhos. A pequena sala de encheu de uma luz branca muito brilhante e o cheiro de rosas se tornou ainda mais forte e ao lado de Dumbledore surgiu Emille envolta em luz usando com um longo vestido branco. O diretor pronunciava algo que Harry não conseguia compreender e mesmo com a janela fechada uma brisa enchia a sala, Quilmers estava paralisado mas seu rosto estava sereno, quase sorrindo. Enquanto Dumbledore estava concentrado na magia Emille foi em direção a Harry, aproximou-se dele e disse:

_ Gostaria que me perdoasse por não ter lhe contado a verdade sobre mim antes, não queria assustá-lo.
_ Não prescisa se desculpar, Emille, eu entendo.
_ Obrigada por tudo, Harry Potter, nunca me esquecerei de você.
_ Emille, que pena que... Bem eu gostaria de ter conhecido você em outra época.
_ Eu também, Harry. Apesar do pouco tempo de convivência, onde eu estiver estarei torcendo por você, o mal não te tocará. Não há o que temer Harry Potter, em nenhum momento da sua vida. Saiba que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado não pode vencê-lo.
_ Eu gostaria de crer nisso, Emille, mas, ele é muito poderoso.
_ Ele tem muito poder e muitos servos mas, há algo que você tem e que ele nunca consiguirá, nem com todo o poder do mundo.
_ O que pode ser?
_ Amigos, Harry. Amigos que te amam pelo o que você é sem medo e sem interesses. Harry Potter, você não tem noção do quanto é amado e protegido até por aqueles que já se foram _ Harry pensou em seus pais e em Sirius Black_ a força desse sentimento é o poder maior do mundo e nem mesmo o Lord das Trevas poderá vencê-lo. Dito isso Emille foi se afastando:
_ Fique em paz, Harry Potter. Ele quis responder alguma coisa mas, a sua voz parecia presa dentro da garganta. Emille toda iluminada se aproximou do pai que stava de pé e já não chorava mais.
_ Desculpe filha querida. Não pretendia retirá-la do seu descanso. Emille tocou o rosto do pai.
_ Ver você mais uma vez foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.
_ A saudade dói muito minha querida mas, sei que onde estiver estará bem porque é uma bruxa de nobres sentimentos e de alma iluminada.
_ Não sofra mais, papai.
_ Não sofrerei, querida. Guardarei comigo os bons momentos vividos em nossa família. Guardo você e sua mãe no meu coração.
_ Agora estarei paz, certa de que um dia nossa família se encontrará novamente. Seja feliz, papai.
_ Eu serei, querida, por você, eu serei. Emille sorriu e se afastou do pai caminhando em direção ao túmulo branco.

A luz que a envolvia estava mais forte, Dumbledore ainda pronunciva palavras enconpreensíveis para Harry mas, Quilmers parecia saber o que elas significavam. Finalmente Dumbledore se calou e o espírito iluminado de Emille que pairava sobre o túmulo foi se transformando em uma luz branca cada vez mais forte até que desapareceu. Dumbledore tocou no túmulo com sua varinha e disse:

_ Descanse em paz Emille Wells. E a sala voltou a ter a sua iluminação normal, a brisa havia passado e o cheiro de flores naquele momento era muito leve. Harry apanhou o casaco verde que havia ficado no chão, dobrou-o e disse:

_ Vou ficar com isso, professor Quilmers, se não se importar. O professor sorriu e Dumbledore fechou o Livro dos Mortos e se aproximou dele.
_ Creio que não precisará mais disso, Marck, disse Dumbledore mostrando o livro para Quilmers.
_ Não, Alvo, não precisarei, estou realmente em paz agora. Dumbledore colocou o braço entorno de Quilmers e chamou Harry colocando seu outro braço entorno do garoto e em seguida houve um forte estalo e os três desapareceram.

A pequena sala de chão de tábuas com o túmulo branco ao fundo ficou vazia e silenciosa novamente, e apenas a alva estátua em forma de anjo contemplava, serenamente, o descanso de Emille Wells. Lá fora uma leve brisa movimentava as plantas que cercavam a casinha branca e bela em meio à decadência do cemitério e no velho de portão de aço, o pouso de uma grande coruja marrom sobre suas grades descascadas, anunciava a chegada da noite no antigo Cemitério da Colina.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.