O Amor supera



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!

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Cap. 16 – O Amor Supera

Deu as costas e voltou à mansão, Hermione aparatou de volta a casa deles e encolheu-se no quarto, esperou o efeito da poção passar e chorou compulsivamente quando viu refletido no espelho seu corpo de volta. Era muito duro ser um comensal da morte. Sentiu o peso do que Severo carregava dentro de si. Inveja... todos o invejavam e ele vivia em constante prova de fidelidade. Ela sentiu sua espinha gelar pensando se ele chegaria a ser reprovado em alguma, mas na de hoje, ele sairia mais que vitorioso e de quebra eliminaria aquela mulher horrorosa.

Hermione continuou encolhida de encontro ao encosto da cama até que o choro se esvaísse por completo e a inquietação pela demora de Severo em voltar começasse a possuir seu coração. Obrigou sua mente a concentrar-se nos poucos momentos de paz que teve nesses últimos meses. Concentrou sua memória no momento que entregou seu coração, corpo e alma para Severo. Procurou na lembrança a textura que a pele dele tinha, o cheiro de seu corpo pelo que ela podia sentir nos lençóis. Fechou os olhos e ouviu a voz grave dele lhe dizendo que estava apaixonado. Lembranças tão boas que fazia valer a pena todos os riscos que tinha corrido somente para descobrir a verdade sobre a atitude dele. Lembranças que compensavam estar distante das pessoas queridas somente por estar do lado de quem amava.

Quando seu sentimento tinha chegado a esse ponto? Não sabia responder. Hoje ela sentiu o peso que Severo carrega todos esses anos servindo a dois mestres que se opõem em todos os pontos de vista. Descobrir o motivo da inveja e ódio que Bellatriz Lestrange sempre alimentou por ele, a tinha feito perceber que os erros que cometemos no passado nos acompanham pelo resto de nossas vidas. Ela ainda tinha a chance de não errar, embora seus próprios amigos a condenassem por estar cometendo um grande erro se envolvendo com Severo. Mas estavam errados. Com que pessoa ela teria exemplos tão fortes para aprender sobre as lições que o destino nos prega? Quem poderia mostrar a ela de uma forma mais dura, a importância de se pesar cada passo seguinte? Com quem aprenderia melhor a valorizar cada instante vivido por não saber o que o futuro lhe reserva?

Severo foi melhor coisa que lhe aconteceu nesses últimos meses de sua vida. Uma pessoa difícil de lidar, mas com quem ela se entendia tão bem. E como ele estava demorando... Olhou para o relógio na mesa de cabeceira e viu que já passava das seis da tarde. Esse não parecia ser ainda o mesmo dia que o café da manhã fora tão divertido ao lado de Alinne.

Lembrou-se da cunhada e Draco Malfoy, que deviam estar juntos em algum lugar da casa. Ela certamente assustada por não ter tido notícia do irmão ainda. Malfoy amaldiçoando Hermione com todas as imperdoáveis por tê-lo deixado tão vulnerável e vigiado por uma trouxa. Mas não podia sair dali para confortar o coração de Alinne e encarar o olhar odioso de Malfoy. Tinha que esperar Severo voltar. Esperar... maldita pessoa que inventou esse verbo. Sem nenhuma notícia... E se a Bellatriz o vencesse no duelo? O que aconteceria com Alinne, com Draco e com ela? E a ?Ordem da Fênix que contava com o auxilio dos dois? Não, ele não ia deixar aquela mulher vencê-lo. Hermione havia lido nos olhos dele que a espera poderia ser longa, mas ele voltaria. Ele exigiria uma explicação. Mas ela não sentia medo, qualquer acusação que ele lhe fizesse era merecida.

Todos esses dias a maior preocupação dele foi protegê-la. Ela lembrava-se do olhar gélido que ele lançou a Malfoy quando o viu torturando-a. Sentiu a culpa que emanava dele quando teve que também torturá-la. E ela havia feito uma idiotice indo atrás dele mesmo que disfarçada. E se aquele ser maligno não tivesse deixado-se enganar pela polissuco? Afinal era um disfarce óbvio. Se em algum momento da permanência dela naquele covil, alguém tivesse notado que ela estava ali e não o verdadeiro Malfoy? Seria uma preocupação a mais para ele que já tinha que se livrar daqueles comensais que o acusavam. Ela tinha sido mesmo uma imbecil.

Quando o céu tomou a cor alaranjada do pôr do sol, Hermione escutou o familiar “pop” que indicava a aparatação. Pulou da cama e levantar os olhos para encarar o bruxo a sua frente. Ele e Judithe.

- Judithe, vá procurar minha irmã e o Draco e informe a ambos o que aconteceu na mansão. Somente o necessário. Depois faça o que combinamos antes de vir – Ele ordenou ao elfo sem despregar os olhos de Hermione. Judithe saiu imediatamente do quarto deixando os dois a sós.

Ficaram por alguns segundos apenas se encarando, Hermione notou que Severo não tinha sequer um arranhão, nem ao menos um sinal que havia duelado com alguém. A curiosidade de perguntar o que tinha acontecido na mansão depois que ela tinha saído gritava em seus ouvidos, mas a ousadia que sempre trazia consigo pareceu se esvair diante daquele olhar impenetrável que Severo lhe lançava. Ele deu dois passos em sua direção e ela permaneceu imóvel, suas pernas não obedeciam ao comando de sua consciência de se manter o mais longe possível dele enquanto não tivesse certeza da sua reação.

Quando ele venceu a barreira da distância, Hermione levantou ainda mais os olhos para encará-lo e viu em seus olhos algo que não imaginava estar ali naquele momento: ternura. Antes que o raciocínio pudesse ser concluído ela se viu envolvida por um abraço terno e seus lábios tomados pelos de Severo. Ele a beijava com ardor, as circunstâncias quase o tinham levado dela, somente o que desejava era reviver com ela o momento de paz que a simples presença dela esperando-o, lhe proporcionava.

A mão dele deslizou por sobre seu corpo e a tomou nos braços sem interromper o beijo. Quando a deitou na cama o carinho de sua boca passou por sobre seus olhos, nariz, bochechas, pescoço. Quando o familiar aroma da pele dela já o entorpecia o bastante para lembrar-lhe que não adiantaria brigar pois amava aquela mulher, ele a olhou nos olhos e disse com a voz suave:

- Eu não posso viver sem você.

A surpresa daquela declaração tão íntima aqueceu o interior de seu ser. Deixou-se flutuar com aquele som ecoando por seus ouvidos e liberou toda sua emoção para também viver aquele momento. Explorou cada nova sensação que os toques das mãos dele lhe causavam. Sentiu o arrepio familiar que antecedia seu prazer final e retribuiu cada carinho que havia recebido na mesma intensidade. Os gemidos que escapavam da boca dele a faziam querer mais e mais não interromper aquele estágio de intimidade e conhecimento que estavam ultrapassando. O sentiu relaxar por sobre si e abriu os olhos quando ele repousou sua testa de encontro a dela.

- Porque não ficou aqui em segurança? – Mas a voz dele não estava zangada, apenas aliviada.

- Não sei... a idéia de nunca mais lhe ver, talvez... algo dentro de mim me disse para não deixá-lo sozinho.

- Sabe que agiu como uma tola?

- Sim. Não consigo controlar meus impulsos quando dizem respeito a você. Agi como uma garotinha apaixonada.

- Minha menina... não vai adiantar lhe pedir para não fazer isso de novo, vai?

- Acho que não.

Ele deitou-se para o lado sem ainda deixar de olhá-la. Afagou seu rosto com seus dedos longos e beijou-lhe mais uma vez nos lábios. A apertou mais forte de encontro a si.

- Não sabe o que senti quando a Judithe chegou. Ela não precisou dizer que você estava lá, afinal ela não obedeceria mais ninguém além de você. E saber que presenciou aquelas lembranças... O momento mais difícil de suportar foi ouvir você expor como eu a tratava. Aquilo convenceu o Lorde das Trevas porque foi dito de você própria. O Draco jamais exporia a força daquelas palavras malévolas que sempre dirigi a você.

- Shiiiiiii... Não se culpe. O passado não importa. Desde que comecei a conviver com você aprendi que não adianta reviver o passado nem especular o futuro.Somente nosso presente importa. Esse presente que me proporciona estar aqui em seus braços, me sentindo uma mulher amada.

A noite já havia caído quando ambos adormeceram, o silêncio ao redor contribuía para o cenário perfeito que os cercava. Em poucos dias a guerra atingiria seu ponto crucial, mas como Hermione dissera, o futuro não importava naquele instante. O casal adormecido agradecia nos sonhos que estavam vivendo o dia que o antigo diretor de Hogwarts ordenou que Severo abrisse seu coração e entregasse nas mãos de Hermione Granger. As chamas que crepitavam na lareira pareciam aplaudir aquela união que o mundo mágico talvez um dia, tivesse a chance de agradecer.

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- Olá Molly querida, onde estão todos?

- Olá diretora! Harry, Lupin e Tonks estão no treinamento lá no campo improvisado do porão. A Gina saiu com a Luna para trazerem o Neville, os três tem uma estratégia para expor na nossa reunião definitiva. E Arthur e os mais velhos saíram para coordenar as alianças e distribuir as tarefas.

- Ótimo, vejo que todos estão se esforçando ao máximo para exterminarmos de vez esse mal que nos persegue há tanto tempo. Mas preciso falar com o seu filho mais novo, onde ele está?

- Rony? Acredito que esteja na saleta do primeiro andar, só vive por lá ultimamente, olhando fotografias.

- Vou subir para conversarmos, poderia nos levar um lanche?

- Claro diretora, vou prepará-lo e levo lá em cima em alguns minutos.

- Obrigada Molly.

Minerva subiu as escadas da mansão dos Black com passos firmes e encontrou Rony na saleta que Molly havia presumido que ele estivesse. Algumas fotografias espalhadas na mesa de centro mostravam o trio inseparável de Hogwarts rindo e acenando. A maioria delas em visitas ao povoado de Hogsmeade.

- Uma época linda para recordar senhor Weasley, mas não pode estacionar sua vida no passado.

Rony levantou-se nervosamente da poltrona. Soltou a fotografia que estava em sua mão e a diretora pôde ver que naquela estavam somente ele mesmo e Hermione Granger abraçados e sorrindo.

- Desculpe diretora, não vi a senhora entrar.

- Não tem percebido muita coisa ultimamente senhor Weasley. Ando perguntando-me o que vem ocupando tanto sua cabeça a ponto de fazer tantas besteiras. Acabei de descobrir o que é. Devia aprender a controlar seus sentimentos ou a pessoa que é alvo de seus sentimentos vai estar em constante risco de vida.

- Aconteceu alguma coisa com a Hermione?

- Não senhor Weasley, não aconteceu nada com Hermione, mas aconteceu com o Severo...

- Então não perdemos nada. – Respondeu rispidamente.

- Não costuma mesmo usar seu raciocínio não é, senhor Weasley? Use-o só por um instante e responda: se o Severo estivesse nesse momento impossibilitado de cuidar da segurança da senhorita Granger com quem acha que ela estaria? Aqui nessa sala admirando fotografias? - Deu uma pausa mínima para que o garoto respondesse, como ele nem sequer levantou os olhos, Minerva continuou - para sua informação senhor Weasley, Severo foi convocado por Você-Sabe-Quem para explicar-lhe o fato de uma informação que não deveria ter saído de dentro dessa sede e viajado até os ouvidos dos seus seguidores. A informação que Severo e Hermione estão mantendo um relacionamento pessoal. Agora me responda senhor Weasley: Quem foi a criatura extremamente idiota a ponto de passar para os inimigos uma informação desse calibre?

- Eu... não... eee-uu nãoooo...

- Obrigado por responder senhor Weasley. Agora vamos supor as conseqüências dessa sua atitude impensada: Severo seria descoberto faltando apenas uma semana para a batalha final, perderíamos o espião, perderíamos a pessoa que tiraria a última horcrux do caminho, a senhorita Granger seria entregue aos cuidados de um dos comensais que abominam trouxas e pagaria muito caro por isso, e além de tudo isso uma vida inocente seria perdida, a da senhorita Alinne Snape, porque você se achou no direito de afugentá-la de onde o irmão a mantinha segura. Agora diga-me: como venceríamos essa batalha?

O garoto não respondeu.

- Diante de tamanha falta de responsabilidade ficará afastado das reuniões da Ordem da Fênix e cuidará de uma missão que não ponha em perigo toda uma operação idealizada por pessoas que costumam usar seus neurônios para sua real utilidade. Arrume imediatamente suas coisas e desça. Partirá para o sul ao início da manhã e sem reclamações. E fique ciente senhor Weasley, que por mais simples e enfadonha que essa missão possa lhe parecer eu não admitirei erros, estamos conversados?

- Sim senhora.

- Molly está trazendo um lanche para você, espero que aproveite-o e comece a repensar nas suas atitudes a partir de agora. Está muito atrasado em mentalidade para sua idade física e isso pode acabar custando vidas inocentes.

A diretora saiu da saleta e cruzou com Molly ainda nas escadas, a senhora Weasley levava uma bandeja para ambos, mas ela acenou que precisava mesmo ir embora. Quando Minerva entrou novamente na cozinha dos Black, Harry, Lupin e Tonks já faziam seu próprio lanche.

- Olá Minerva, não esperávamos mais por você hoje. Aconteceu alguma coisa? – O ex-professor de Hogwarts perguntou diante da expressão fechada dela.

- Sim, Remo, aconteceu. Teremos uma baixa na Ordem durante a batalha. O senhor Ronald Weasley precisou ser enviado para uma missão adequada ao tamanho do pensamento dele e não vai pode estar posicionado na nossa linha de frente. Peço-lhe que providencie sua substituição com alguém competente.

Tonks e Lupin se entreolharam diante da dureza na voz da diretora, mas não quiseram contestar. Harry porém achava que merecia uma explicação.

- Porque também tirá-lo de junto de mim? Não acham que vou falhar somente porque o meu melhor amigo vai estar correndo riscos, acham?

- Não tem nenhuma relação com você senhor Potter. O senhor Weasley sabe o motivo que está sendo removido da operação principal e se quiser saber também pode perguntar-lhe. Acredito que a conversa que tive com ele o tenha feito envelhecer alguns anos a ponto de torná-lo capaz de assumir seus erros. Agora preciso voltar à escola, os contatos com o Ministério de todo o mundo estão sendo feitos de lá para não levantar suspeitas da nossa preparação. Tenham uma boa noite.

E a diretora se foi, deixando três bruxos curiosos para trás.

Naquela mesma noite quando toda família Weasley, Lupin, Tonks e Harry jantavam, Rony relatou a todos o motivo real para a mudança de estratégia de linha de frente que Lupin teria que re-arrumar. Cabisbaixo, Rony evitou encará-los enquanto contava em detalhes seu encontro com a suposta moça trouxa, que tarde demais, veio descobrir que ela na verdade era uma comensal da morte disfarçada. Relatou o que a professora Minerva contou sobre os riscos aos quais expusera Hermione e Alinne.

No meio do jantar porém se animou um pouquinho quando a diretora reapareceu somente para informá-los que tanto a última horcrux, como a comensal Bellatriz Lestrange haviam sido eliminadas por Severo. Harry sorriu para ele e terminaram a noite os dois e Gina revendo as fotografias que ainda estavam espalhadas pela saleta do andar superior.

- Sabe Harry, talvez a Hermione tenha tido um pouco de sorte em estar com o Snape. Não que eu aprove isso, mas por mais que não goste dele eu não consigo imaginar a Hermione viva se tivesse sido capturada por qualquer outro comensal que não fosse o Snape.

- Tenho certeza que o Snape planeja ganhar alguma coisa com isso Rony. Não deixe que a opinião dos outros influencie você. Ele é um assassino frio, eu o vi matando Dumbledore! Se a Hermione ainda está viva é porque ele pretende ganhar mais alguma coisa quando isso acabar. Ele não pestanejaria em matá-la quando a utilidade dela tivesse acabado, como ele não pestanejou ao matar o diretor.

- Mas Harry... Porque ele não matou você então? Sinceramente cara, não somos páreos para ele... E não acha que ele estaria com a bola mais cheia ainda se tivesse acabado com o “eleito”?

- Ele disse que pertenço ao Voldemort, Rony. Aquele Lorde nojento quer acabar comigo pessoalmente. O Snape estava cumprindo ordens, por isso não me matou.

- Mas ele também passou o ano inteiro protegendo o Malfoy. Que tipo de assassino protege alguém?

- Não sei Rony. Talvez estejamos diante de um monstro muito maior do que os tipos comuns de assassinos que vemos por aí. Nunca vou perdoá-lo pelo que fez ao diretor. O professor Dumbledore estava desarmado e em desvantagem de cinco para um. Foi uma atitude totalmente covarde e nunca vou me convencer do contrário. Assim que a guerra acabar a minha meta será o Snape, nem que custe minha vida, eu vou matá-lo.

Rony sentiu um arrepio na nuca quando ouviu o tom de voz do amigo. - Mas e a Hermione, Harry?

- O que tem a Hermione? – Harry perguntou rispidamente.

- Ela não vai perdoá-lo, Harry. Não lembra tudo que ela lhe disse da última vez que esteve aqui?

- A Hermione está enfeitiçada Rony!

Gina resolveu tocar a primeira vez naquele assunto com Harry.

- A Hermione não está enfeitiçada, Harry. Você acredita mesmo no que está dizendo? Sinceramente não achava que você era tão idiota a ponto de não reconhecer quando alguém está de verdade enfeitiçado.

- Não conhecemos as táticas de Snape, Gina. Ele não inventou um montão de feitiços? Pode muito bem ter inventado algum para confundir sem deixar vestígios e está usando na Hermione.

- Ah essa é boa! Os feitiços inventados pelo Snape enganaram você, não ela. Ela me contou que desde que você tinha arranjado aquele livro que ela insistia que devolvesse e você deixou ser influenciado por ele.

- Vai tomar o lugar dela para me acusar, Gina?

- Harry, cara, a Gina tem razão. – Rony tentava apaziguar os ânimos do casal - O livro do príncipe não enganou a Hermione, ela sempre detestou aquele livro.

- E agora adora o dono dele... uma mudança de ponto de vista muito contraditória não acham?

- Ah Harry, quer saber mesmo? – Gina novamente se alterava – Você não quer entender que a Hermione sempre foi a mais inteligente entre vocês três. Ela jamais, ouça bem, jamais se deixaria enganar por alguém. Aceite o fato que ela está apaixonada pelo Snape e ele por ela. É um fato! Você acha que ficar aqui dizendo que vai matá-lo vai mudar isso? A única coisa que vai ganhar se cumprir esse juramento é destruir a vida da sua melhor amiga e eu sei que não é isso que você quer. Você a ama como uma irmã, Harry.

- Mas é por isso que não a quero perto daquele canalha, Gina. O que vai acontecer com ela se continuar junto dele?

- Isso Harry, a Hermione decide sozinha. Ela não precisa de um amigo bancando o pai dela quando diz respeito ao seu próprio coração. E também se estava tão preocupado com o coração dela porque deixou que o ano passado inteiro ela sofresse daquela paixonite infantil quando o Rony namorou a Lilá?

- Isso é muito diferente. Que riscos ela corria gostando do Rony?

- Não é diferente não senhor. Ela se machucava quando via aquilo! E você não fez absolutamente nada para abrir os olhos do Rony. E agora veja só, ele fica aqui bancando o doente de amor olhando fotografias enquanto ela está sendo feliz. Poderia ter sido diferente se essa sua preocupação com o coração dela tivesse se manifestado antes não acha?

- Gina quer parar? – Rony pediu zangado – Deixa o Harry em paz.

- Não vou parar enquanto ele não me prometer que não vai interferir na vida da Hermione mais. – Gina cruzou os braços sobre o peito – E agora.

Harry debochou – Não diga? O quê especificamente quer que eu prometa, dona da razão?

- Que não vai encostar um dedo no Snape quando isso acabar. A Hermione merece ser feliz e você não vai interferir. Vamos prometa!

- Não vou fazer isso.

- Ah vai sim Harry Potter. Ou não me chamo Gina Weasley.

- E como vai me obrigar, Gina Weasley?

- Harry cara, faz logo esse voto. Não duvida dela. – Rony se meteu na conversa dos dois.

Harry encarou a garota decidida a sua frente e viu pela sua expressão que ela estava decidida a pôr um fim naquelas ameaças de Harry. Mas ele nunca havia se deixado influenciar por ninguém, não seria uma garota que o obrigaria a fazer isso.

- Sinto muito Gina, não posso. O ódio que sinto por ele é muito mais forte que eu.

- Muito bem Harry Potter, acabou de ganhar mais uma inimiga até que tire essa idéia idiota da cabeça. Eu estou do lado deles e farei de tudo para protegê-los.

Harry acompanhou a garota sair da sala com passos decididos em direção ao seu quarto, quando olhou para Rony novamente ele balançava a cabeça negativamente e também se levantava para sair. Quando estava na porta da sala Harry ainda o ouviu murmurar algo como “inimigo da Gina, é um louco” mas somente respondeu ao boa noite dele. Apanhou uma das fotos que estivera analisando aquela noite; Ele dava um beijo na bochecha de Hermione na festa de Natal que haviam tido na Ordem da Fênix, ela dava um sorriso luminoso e o envolvia num abraço apertado. Lembrou-se que naquele mesmo ano quando estava se escondendo de todos por achar que estava sendo possuído por Voldemort, Hermione havia interrompido as férias com seus pais para vir tirá-lo daquela idéia estúpida. Somente ela o entendia, não podia perdê-la como amiga.

Passou mais uma hora lembrando-se de tudo que haviam vivido juntos e de como ainda nesse mesmo ano ela havia ficado feliz dele ter finalmente assumido seu sentimento por Gina... Gina... Saiu decidido da sala e hesitou alguns instantes diante da porta do quarto dela. Criou coragem e bateu. A garota não demorou a abrir, talvez estivesse apenas deitada na cama enquanto o sono não vinha. Fitou seus olhos azuis e reuniu o sentimento de arrependimento que havia dentro de si.

- Eu prometo qualquer coisa se você conseguir fazer que a Hermione não me odeie.

Gina riu e ele não pode deixar de reparar como ela ficava ainda mais bonita quando fazia isso. - Ela nunca odiaria você, Harry. Nem eu. – Jogou-se nos braços do namorado e convidou-o para ficar. Por um instante ele cogitou a idéia de recusar, mas talvez não houvesse um futuro mais adiante pelo qual os dois pudessem esperar. Segurou na mão dela e entrou no quarto.

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N/A: 1000 Desculpas pela total demora na atualização, estou com alguns problemas de ajustes nas aulas e não deu mesmo pra organizar minha agenda. Agora vai ficar tudo melhor e as atualizações não serão mais as segundas, serão sempre aos sábados. Bom espero que continuem gostando, beijinhos a todos.

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