Identidades



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!

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Cap. 15 – Identidades

Hermione e Judithe reapareceram fora dos portões da mansão dos Malfoys. A um olhar de Hermione o pequenino elfo abriu os frasquinhos de poção que continham a polissuco dentro deles. Um pequeno tubo de ensaio com um fio de cabelo louro dentro dele e as iniciais D.M. gravadas no vidro. Judithe adicionou o fio à poção que soltou um leve assobio e atingiu uma coloração amarela pálido. Levantou os olhos para Hermione e ofereceu o frasco a ela. Com a mão tremula ela apanhou o frasco e virou-o na boca de um gole só.

A familiar sensação de enjôo e vontade de vomitar invadiu seu corpo. Ela somente soltou uma careta e um resmungo. Aos poucos sua pele pareceu esticar-se e torna-se muito mais pálida. Seu ângulo de visão ficou muito mais alto por Draco ter maior estatura que ela, seus espessos cabelos tornaram-se finos e loiros. Hermione achou estranhas as modificações em seu corpo por ter se tornado alguém do sexo oposto, mas seu coração batia celerado demais por saber o que se passava lá dentro. Quando sua respiração voltou ao normal e o efeito inicial da poção amenizou, ela sequer preocupou-se em ver se havia ficado perfeito.

- Judithe, transfigure as minhas vestes, e fique invisível. Assim que entrarmos lá corra para o lado dele e informe que estou presente, no corpo do Malfoy.

O elfo balançou a cabeça afirmativamente e com dois estalinhos baixos, em pouco mais de um segundo, as duas ordens foram atendidas. Hermione mirou os portões rezando aos céus que as proteções reconhecessem apenas o exterior de Draco. Passou pelos portões da mansão e esperou que algo acontecesse. Nada, respirou aliviada e seguiu mais confiante em direção a porta de entrada. Não perdeu tempo admirando o brasão de ouro fixado na entrada da residência, estendeu a mão para a maçaneta e a porta abriu magicamente assim que as pontas dos seus dedos encostaram-se a ela.

- Meu filho! Até que enfim voltou, onde estava? – Narcisa correu para Hermione abraçando-a.

- Eu fui...

- Não fale nada. Nem mencione o fato que esteve lá onde ele estava escondido. Estão no porão, trouxeram-no e sua tia conseguiu o que queria, provar que ele é um traidor. Não vá até lá, ou pode sobrar para você também.

- O que disse mãe? – Hermione estava chocada com a afirmação de Narcisa. – O que estão fazendo com ele?

- Não interessa a nós como o Lorde trata os traidores, Draco! Não somos traidores!

- E o que o Lucius é? – Hermione não conseguiu se conter.

- Como pode falar assim do seu pai? Está acontecendo algo errado com você Draco?

Hermione tentou desfazer a imagem indignada que assumira, mas estava muito difícil se controlar com aquela mulher falando aqueles disparates.

- Ele me protegeu, mãe! Já esqueceu do voto perpétuo que ele fez com você?

- Não o obriguei a fazer o voto, somente pedi. Ele nunca negaria protegê-lo, Draco, sabe que ele adora você. E ele sabia que agora que o Lucius se foi...

- Pare! Eu vou entrar lá e a senhora não vai me impedir, nada que diga me fará mudar de idéia.

Narcisa segurou nas vestes de Hermione.

- Não querido, por favor, não vá! O Lorde pode mudar de idéia com relação a nós. Deixe o Severo se virar sozinho! Ame sua vida, Draco!

- Vai comigo também, mãe! Sempre viveu me ensinando a comportar-me como um Malfoy verdadeiro! Não sou um covarde!

Narcisa deixou que as lágrimas caíssem por seu rosto, ainda segurando nas vestes do filho, encarou os olhos acinzentados dele que expressavam total confiança no que queria. Segurou na mão direita dele e guiou-o até a câmara onde algumas pessoas estavam.

Hermione sentiu seu coração parar quando avistou um corpo no chão. Pela segunda vez na sua vida viu aquele ser abominável que se intitulava “Lorde” com um ar de satisfação no rosto, ao seu lado uma jovem de feições bonitas, mas de olhar frio, brincava com uma varinha nas mãos, a varinha de Severo. Mais ao fundo na sala, dois comensais ainda encapuzados conversavam em voz baixa, e uma cobra gigantesca deslizava pelo assoalho.

- Draco Malfoy – Hermione ouviu a voz fria de Voldemort dirigir-se a ela – Estava esperando-o para conversarmos – Hermione olhava fixamente para o corpo caído no chão, era Severo – Esteve em contato com o Severo durante esse último ano, diga-me, como ele costuma tratar sangues ruins?

Hermione levantou os olhos para o bruxo das trevas que a encarava, enxergando o corpo de Draco Malfoy, os demais comensais também a olharam ansiando pela resposta.

- Desculpe a intromissão, milorde , mas o que aconteceu?

- Perdeu a explicação da nossa querida Linda, Draco, ou se preferir da sua companheira, a Aleto. Ela nos contou uma historia muito interessante sobre o nosso estimado Severo. Mas a Bella se excedeu um pouco e agora teremos que esperar que ele volte a si. Enquanto isso, pode esclarecer alguns pontos intrigantes para nós. Então? Como ele tratava os alunos sangues ruins?

Hermione tentou calcular suas chances de se sair bem no meio daqueles bruxos malignos, teria que incorporar todo sangue frio que Snape desprendia quando eram aluna e professor e fazer essa segurança refletir em suas palavras.

- Não o via conversando com sangues ruins, my lord,, nós os sangues puros da casa de Sonserina sempre os evitávamos.

- Então, como especificamente ele tratava a amiguinha sangue ruim do Potter?

- A Granger... – Hermione lembrou de cada ofensa que Snape disse contra ela, cada olhar de ódio em sua direção quando a via com Harry e Rony – Ele a detestava, my lord, sempre que encontrava o “trio maravilha” pela escola descontava pontos deles sem nenhuma razão aparente e ela em especial ele humilhava durante as aulas por querer parecer inteligente demais. Sempre a esnobava chamando-a de “insuportável sabe-tudo”, ele a detestava por querer saber mais que ele nas aulas. Quando não a esnobava fingia não vê-la... Essa era a melhor das humilhações, ver aquela insuportável com o braço desesperadamente erguido para fazer-se notar e o professor Snape a ignorar como se ela fosse apenas uma estátua de pedra.

Hermione sentiu seu coração gelar com essas palavras, relembrar de cada humilhação que havia passado nas mãos de Snape entristeceram muito seu espírito. Eram coisas passadas mas que haviam deixado cicatrizes dolorosas que ainda ardiam quando apertadas. Mas essas palavras pareceram convencer o bruxo que Severo merecia, no mínimo, dar alguma explicação.

- Muito bom, Draco, acho que é suficiente. Então estou quase certo que a impressão que tive durante a sessão de tortura do Severo com a sangue ruim está correta. Ele a iludiu.

- Só pode ter sido isso mesmo, milorde, Snape é um ótimo manipulador de pessoas, e claro, todos merecemos uma diversão de vez em quando. Talvez a sangue ruim saiba fazer bem certos tipos de “coisas” .

Voldemort soltou uma gargalhada. Dirigiu-se a jovem ao lado dele – Quando passa o efeito da poção polissuco em você?

- Em menos de cinco minutos, milorde.

- Então vamos esperar, somente vamos reanimá-lo quando ambos puderem conversar sem disfarces. Onde está a Bella?

- Estou aqui milorde. – Hermione viu a bruxa sair de uma parte mais escura na sala que ela não havia notado – Se me permitir, milorde, gostaria de poder usar o Veritasserum no Snape, essa simples explicação do meu sobrinho não me convenceu que ele está apenas se divertindo com aquela sujeitinha de sangue ruim.

- Pode usar o que quiser Bella. Essa é a chance que terá de provar suas suspeitas. – A comensal jovem começou a modificar de aparência – Ah, a Aleto está voltando a ser ela mesma.

Hermione contemplou a figura da jovem bonita se modificar abruptamente para a figura de uma mulher atarracada surgiu em seu lugar. Hermione lembrou-se da comensal que havia invadido o castelo na noite que o diretor foi assassinado. Ela tinha um sorrisinho de deboche no rosto.

- Desculpe, milorde, mas não acredito que o Veritasserum vá funcionar com o Snape. Acho que essas bruxas estão subestimando o poder que ele tem sobre poções. Assim que a poção tocar os lábios dele será anulada de imediato, será somente um desperdício. – disse Hermione.

Bellatriz olhou para Hermione no corpo de Draco com ódio. Narcisa se interpôs ao filho puxando- mais para perto dela.

- Deixe-os Draco, deixe que se entendam.

- Não Narcisa – Voldemort dirigiu-se a ela – O Draco está certo, o Severo nunca derraparia diante de qualquer poção que fosse. Devemos usar a poção em pessoas que não possam anulá-las. O Severo nos dará a explicação que pedirmos sem precisar estar sob nenhum efeito entorpecente, diferente de muitos aqui, ele não esconde informações.

O bruxo abaixou-se ao lado do corpo de Snape deitado no chão e apontou a varinha para seu peito. Hermione pensou ter visto os olhos de Severo moverem-se abrirem muito antes do bruxo fazer isso. Snape voltou a si e pôs-se de pé no meio do circulo ao seu redor. O primeiro olhar que ele procurou foi o de Draco e o fitou longamente, Hermione teve certeza que ele sabia que ela estava ali. Snape desviou os olhos e encarou as duas bruxas que olhavam-no.

- Bellatriz... – Snape murmurou – satisfeita em ter me deixado desacordado? Foi realmente uma pena eu estar sem minha varinha, porque assim não vai poder sair por aí gabando-se que me enfrentou, você é uma piada.

- Basta Severo – Voldemort disse – Bellatriz e Aleto só estão empenhando-se em saber quem realmente nos trai. Eu acredito que tem uma boa explicação para nos dar, segundo a Aleto, as pessoas que participam daquele grupinho idiota que se intitula “Ordem da Fênix” tem algumas informações que não deveriam ter. Por exemplo a de que você e aquela sangue ruim que está mantendo em cativeiro estão “apaixonados e felizes”.

Severo riu com desdém – Essa é realmente uma informação de grande utilidade e que prova uma traição... Se me permite, milorde, terei que desenterrar algumas mágoas do passado para explicar essa fantasiosa idéia que as “bruxas empenhadas” tiveram.

- Terá qualquer tempo que precisar, hoje, esclareceremos de uma vez por todas essas desavenças entre meus seguidores.

- Antes, quero pedir autorização para trazer meu elfo doméstico aqui para meu lado, ele me ajudará com algumas lembranças que desprendi de minha memória e guardei dentro da memória dele.

O Lorde das Trevas assentiu com a cabeça e Severo estalou os dedos, Judithe apareceu instantaneamente ao seu lado e ficou escondendo-se nas pernas de Severo. Hermione aproveitou que todas as atenções estavam focadas neles e tomou mais uns grandes goles de poção polissuco.

- Bem, milorde, primeiro a Aleto, ela só reapareceu agora e está apenas deixando-se manipular por essa outra – Apontou Bellatriz com o dedo – Ela, foi a que primeiro se decepcionou comigo, e preciso de minha varinha para mostrar-lhe.

O Lorde fez sinal para que Aleto devolvesse a varinha a Severo, Hermione notou que a mão dela tremia quando passou a varinha para ele, Severo olhou-a com desprezo e apanhou a varinha. Encostou-a lentamente na têmpora de Judithe e puxou um fio de substância prateada de dentro da cabeça do elfo, murmurou um feitiço e a sombra de uma lembrança foi refletida na parede oposta, de onde podia ser contemplada pelos presentes na sala.

Hermione reconheceu a biblioteca de Hogwarts e viu que nevava através das janelas. Ela viu um Severo Snape ainda jovem vestido com o fardamento da escola estudando muito concentrado o livro padrão de feitiços da quinta série. Algumas bruxas de mais ou menos a idade que ele devia ter naquela lembrança cochichavam na mesa logo atrás da dele. As três soltaram um risinho e uma delas levantou-se e caminhou na direção da mesa onde ele estava, ela era a cópia fiel da bruxa chamada Aleto, somente alguns anos mais jovens.

- Oi Severo, o que está fazendo?

- É Snape para você. E se não notou estou tentando estudar.

- Estudar? Mas é Natal! Está todo mundo comemorando, já abriu seus presentes?

- Não interessa se abri ou não.

- Puxa Severo que mau humor, só queria saber se gostou do que mandei para você.

- Já disse que para você sou Snape. Quer saber se gostei de sua idéia de me mandar de presente vários doces? Não, não gostei.

- Mas porque, Sev... Snape? Escolhi com tanto carinho, fiquei te observando em todas nossas visitas a Hogsmeade para saber quais que você costumava comprar e...

- Acha que eu comeria alguma coisa que uma garota tão fútil como você me desse? Não sou idiota, e além do mais deveria saber que sou excelente aluno de poções, sentiria o cheiro de longe se um daqueles doces estivesse recheado com qualquer tipo de poção. O que realmente aconteceu.

- Snape... eu só... só queria agradar você... acho você tão... tão...

- Poupe-me de seus elogios, quantas vezes terei que repetir que nunca, NUNCA terá uma chance comigo? Jamais me interessaria por alguém como você que não sabe sequer distinguir um veneno de um copo de água. E sem contar que não é nem um pouco atraente. Portanto poupe-me de sua declarações de amor melosas e deixe-me estudar em paz, não quero disputar o título de aluno mais tapado de Hogwarts com você.

A garota saiu com os olhos rasos de lágrimas de junto de Severo derrubando a cadeira onde estivera sentada, suas amigas seguiram-na murmurando palavras de consolo, enquanto Severo voltava sua atenção ao livro com se não tivesse havido interrupção em sua leitura. A imagem se desfez e Hermione contemplou a bruxa de nome Aleto de cabeça baixa enquanto Severo sorria.

- A primeira explicação para atitude dela, milorde. Mas Aleto não chegaria ao ponto de fazê-la passar-se por outra pessoa somente para prejudicar-me, como disse antes, isso tem dedo daquela outra, que por sinal é uma de minha lembranças mais “interessantes”. Uma pena o Lestrange não estar aqui para assistí-la, ele saberia apreciá-la.

Severo encarou Bellatriz, que o fitava com fúria. Hermione olhou de um para outro e desejou não estar naquele momento ali para assistir a lembrança que envolvia os dois, mas não havia como ela ir embora agora. Severo novamente tirou da têmpora de Judithe um fio de substância prateada e fez a lembrança refletir na parede.

Dessa vez, Hermione reconheceu a masmorras onde tinham aula de poções. Muitos alunos caminhavam para fora da sala e o professor Slughorn falava com o Snape da lembrança.

- Pode arrumar a sala e recolher as poções para mim, Severo? Tenho que correr para a sala do diretor para uma reunião e chegarei atrasado se demorar-me mais aqui.

- Sim professor.

- Vou deixar uma aluna para ajudá-lo, assim não terá que fazer tudo sozinho. – Deu um sorriso para o garoto e virou-se para os alunos que saiam da sala – Senhorita Black? Poderia ajudar o Severo com as poções e ingredientes espalhados?

Hermione observou a garota aproximar-se, ela tinha os cabelos longos, negros e brilhantes que caíam em cascatas pelas suas costas, tinha os lábios bem delineados e um brilho especial nos grandes olhos pretos como uma noite sem estrelas e maçãs do rosto que emolduravam de forma perfeita um nariz afilado. Era belíssima, mas o sorriso malicioso que mantinha no rosto fazia o belo conjunto perder a verdadeira beleza.

- Claro professor, será um prazer.

- Muito bem então, assim que terminarem podem voltar à sua sala comunal. – E o professor saiu batendo a porta atrás de si, deixando os dois jovens a sós.

Hermione notou que Severo detestou a companhia da garota, mas não demonstrou o desagrado ao professor. Começou imediatamente a recolher as poções com acenos repetidos da varinha e as fazia flutuarem até o armário do professor ao fundo da sala. A garota não se mexia somente observava-o.

- Vai ficar para me olhando, Black? Se quiser ir, pode sair não direi ao professor que é uma inútil.

- Snape... Porque tão rápido? Estamos sozinhos aqui... Eu e você...

Bellatriz sacou a varinha e apontou para fechadura da porta trancando-a. Severo a observou fazer isso e não a impediu. Ela caminhou lentamente até ele que não se moveu. Quando estavam, próximo o bastante, ela deslizou seus lábios para a orelha esquerda de Severo e sussurrou numa voz sedutora:

- Não sou tão inútil quanto pensa, Snape!

Voltou sua atenção ao rosto dele e uniu os lábios nos dele num beijo demorado. Hermione ficou surpresa de ver aquilo e olhou um instante para o Severo adulto presente na sala, ele não despregava os olhos da figura dela travestida de Draco, observando suas reações. Voltou de novo a observar a lembrança e agora o Severo da lembrança já correspondia ao beijo.

As mãos dos dois despiam-se desesperadamente e Bellatriz sussurrava palavras obscenas no ouvido do Severo adolescente. Ele somente absorvia o desejo daquele instante e arrancava as peças de roupas da garota com avidez. Ele contemplou por um momento o corpo perfeito da garota a sua frente quando a tarefa de retirar as peças de roupas havia acabado e falou com uma voz grave:

- Nada mal Black... não esperava essa perfeição do seu corpo.

- Ainda não viu nada, Snape.

A garota virou as costas para o Severo da lembrança e caminhou sensualmente até a mesa do professor, com a varinha fez as poções voltarem às bancas dos alunos e sentou-se na mesa de forma convidativa ao jovem no centro da sala. Sorriu para ele e chamou-o para si com um leve aceno do dedo indicador. Com a rapidez de um balaço, ele chegou até ela e começaram a se amar.

Hermione teve vontade de vomitar e fechar os olhos para aquela visão, mas lembrou que suas reações poderiam estar sendo medidas por algum dos comensais presentes na sala. Segurou-se na parede próximo de si e forçou sua mente a focalizar alguma lembrança sua, para abafar aquela que flutuava a sua frente. Até que teria funcionado se não estivesse ouvindo os gemidos vindos das figuras na lembrança.

Quando os gemidos pararam e as respirações dos dois voltaram ao normal, Hermione se deu conta que tinha fechado os olhos sem perceber, olhou ao redor da sala e ninguém parecia ter notado o quanto Draco Malfoy estava estranho, ninguém exceto Severo Snape, ele ainda mantinha os olhos fixos nela.

As vozes na lembrança voltaram e Hermione voltou seus olhos para ela. O Severo da lembrança já estava vestido e havia recomeçado a tarefa que o professor lhe dera, Bellatriz ainda estava na mesa sem nenhuma veste.

- Não vai se vestir, Black? Ainda temos que arrumar a sala.

- Estou cansada Snape, faça você sozinho, não disse que eu era uma inútil para essas tarefas?

- E é mesmo. Não moveu sequer a mão para colaborar.

- Já dei minha contribuição a você por hoje, Snape. Devia me agradecer.

- Agradecer? – O Snape da lembrança soltou um sorriso desdenhoso – Pelo quê especificamente Black?

Bellatriz pôs-se de pé e apontou para o próprio corpo – Quando você desfrutaria de um corpo como esse Snape?

- Quando, Black? Ora, quando voltasse para as férias de verão e visitasse qualquer prostíbulo trouxa. E devia saber que as trouxas fazem muito melhor que você.

Os olhos de Bellatriz brilharam em ódio para o bruxo que mantinha um sorriso desdenhoso na sua frente.

- Como se atreve a me comparar a trouxas?

- Atreve? Por acaso esqueceu quem é o campeão do clube de duelos, Black? Você agiu como uma das prostitutas trouxas que meu pai faz questão que eu use para provar-lhe que sou um homem, dá tanto valor a sua pureza de sangue e mantém essa podridão dentro de si. Diga Black, com quantos se deitou desde que chegou a Hogwarts? Não acredito que tenham sido poucos, afinal no dormitório de Sonserina, seu nome povoa os sonhos dos calouros que esperam o dia que chegará até eles para tirar-lhes sua pureza.

- Seu... – Ela avançou ameaçadoramente até ele.

Snape encostou sua varinha no pescoço dela – Só um motivo Black, e faço parecer um acidente com algumas das poções para justificar seu corpo em pedacinhos.

Belatriz sentiu a pressão da ponta da varinha machucar sua pele e recuou um passo para trás. Severo fez as vestes dela flutuarem até ela e esperou pacientemente a garota se vestir.

- Agora, fora daqui, termino a limpeza sozinho.

A jovem Bellatriz caminhou até a porta e virou-se para encarar o Severo também jovem que ainda mantinha sua varinha apontada para a bruxa com o habitual sorriso sarcástico no rosto.

- Vai me pagar, Snape. Por cada ofensa que me disse.

- FORA.

Ela fechou a porta atrás de si e uma risada debochada foi ouvida antes da lembrança se dissipar. Um silêncio incômodo abateu-se sobre a sala.

- Agora, milorde, preciso conversar a sós com Draco porque preciso que ele retorne para minha casa e vigie a sangue ruim, já que meu elfo está aqui comigo. E também quero permissão para um duelo com Bellatriz porque assim poderemos esclarecer esses pontos em questão. Quero ter o prazer de mostrar a ela que quando estou com a minha varinha em mãos, ninguém consegue derrubar-me.

- Permissão concedida Severo. Leve o Draco para sala e passe as instruções para ele. E seu duelo é mais do que merecido, do nosso lado não existem covardias. Um duelo é sempre duelo.

Severo caminhou até Hermione e saiu puxando-a pelo braço para fora do porão, passaram pela sala e ele continuou arrastando-a porta afora sem dizer uma palavra, quando chegaram aos portões da mansão e ela preparava-se para aparatar ele disse com dureza na voz:

- Espere-me acordada, também vai esclarecer-me pontos.

Deu as costas e voltou à mansão, Hermione aparatou de volta a casa deles e encolheu-se no quarto, esperou o efeito da poção passar e chorou compulsivamente quando viu refletido no espelho seu corpo de volta. Era muito duro ser um comensal da morte. Sentiu o peso do que Severo carregava dentro de si. Inveja... todos o invejavam e ele vivia em constante prova de fidelidade. Ela sentiu sua espinha gelar pensando se ele chegaria a ser reprovado em alguma, mas na de hoje, ele sairia mais que vitorioso e de quebra eliminaria aquela maldita mulher.

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N/A: Um milhão de desculpas pela demora na atualização! Estive com um sério problema de LER (tendinite) e isso me impossibilitou de cumprir o prazo. Depois chegou o carnaval e acabei ficando sem beta porque ela viajou... Mas aí está! Espero que gostem! Muito obrigada.

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