Feitiços e declarações



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.
Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!
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Cap.06 – Feitiços e Declarações

A mesa já estava posta e Judithe deu um sorriso tímido para Hermione ao vê-la. Severo percebendo comentou:

- Judithe ouviu falar de sua Frente a favor dos elfos domésticos, Hermione.

- Ah foi Judithe? Que bom... E você não pediu pra ser liberada não?

- Judithe gosta de servir ao seu senhor, menina Granger. Judithe não conseguiria viver sem que seu senhor estivesse com ela.

Severo assistia o desenrolar da conversa, esboçou um sorriso pro Elfo sem que Hermione percebesse.

- Vou passar algum tempo aqui Judithe, espero que mude sua opinião aos poucos.

Judithe nada respondeu, mas se afastou resmungando que tinha outros serviços a fazer.

- Não vai querer mesmo dispensar meu elfo não é Gr... Hermione? Vamos morrer de fome aqui. A única coisa que sei cozinhar perfeitamente bem são poções.

- Então porque não paga um salário ela? Não pode ser uma escrava!

- Ela não aceitaria, seria um insulto a sua natureza... Mas vamos comer sim? Depois discutimos sobre os valores dos Elfos, a comida está esfriando.

Sentaram-se e começaram a comer.

- O que vamos fazer hoje, Severo?

- O que quer dizer com “Vamos fazer”? – Ele tinha realmente se assustado, ela não era uma prisioneira?

- Não espera que eu fique trancada naquele quarto, espera? Se você não sabe, não sou de ficar sem fazer nada.

Grifinórios! E aquela grifinória mesmo estando disposta a ajudá-lo, era a “sabe-tudo irritante”.
Esqueça isso seu tolo, vocês são uma dupla agora! E não estão mais na escola.

Balançou a cabeça para espantar aquela voz irritante dentro dela própria. Deparou-se com um par de olhos castanhos lhe observando. Disfarçou a pequena distração e disse:

- Tudo bem Gr... Hermione, então você pode me ajudar a preparar a poção do sono.

- Ajudá-lo a preparar? Eu sei fazê-la sozinha! E você também!

- Então o que propõe? Passearmos no beco diagonal de novo? Você é uma pris...

Ela o interrompeu como costumava fazer com Harry e Rony:

- Prisioneira eu sei. Mas proponho começarmos a discutir o que fazer quanto a sua condição de fugitivo.

Ele pareceu refletir sobre a proposta.

- Sim Hermione, podemos pensar em alguma coisa... Mas acredito que será inútil, a princípio ficamos com a poção. Faça-a sozinha... Terminou seu café?

- Sim, terminei.

- Acompanhe-me então a minha câmara de trabalhos. Acredito que vai encontrar algo com o que se distrair por lá.

Seguiram por um corredor ao lado da sala de jantar e pararam em frete a uma porta branca que contrastava com o restante da casa, ela o ouviu murmurar algumas palavras que não conseguiu distinguir e a porta se abriu revelando um aposento circular, muito espaçoso. Os archotes acenderam sozinhos assim que Snape colocou o primeiro pé dentro da sala. Pelas paredes havia livros e mais livros espalhados, Hermione ficou fascinada com a visão, no meio da situação que estava não lia nada há mais de uma semana! Era um recorde se tratando dela!

Olhou para Severo como se pedindo permissão e ele entendendo, lhe respondeu gentilmente:

- Sirva-se. Não disse que se distrairia?

Pelo menos assim ela esqueceria aquela idéia maluca dos Elfos e da inocência! Bem, pelo menos é o que espero.

Observou ela deslizar até uma das estantes e olhar as lombadas dos livros com especial atenção. Muitos eram de poções, alguns, ela iria perceber, eram até proibidos pelo ministério, exemplares raríssimos. Outros eram literaturas trouxas, vários autores estrangeiros, alguns que ele tinha certeza, ela nunca ouvira falar. Era realmente bom encontrar alguém com o mesmo gosto pelos livros. Uma coisa da qual se orgulhava bastante era sua biblioteca particular.

Observou seus dedos deslizarem por cada página que lia, seus olhos percorrerem as palavras e se concentrar em um ponto ou outro. Olhos bonitos... Pensou. Imediatamente a voz de dentro respondeu: Não era a intragável sabe-tudo?

Severo decidiu se dedicar ao máximo em pesquisar uma poção poderosa que fizesse aquela voz idiota ficar muda. Seria sua próxima pesquisa. Sentou-se a escrivaninha e concentrou-se em suas anotações.

A manha passou sem que percebessem. Severo se deu conta primeiro, olhou pro lado e ela ainda estava lá absorta com um exemplar e mais dois que ele concluiu, ela já devia ter lido. Balançou a cabeça antes que a voz idiota voltasse a falar. Foi rapidamente na cozinha e voltou antes mesmo que ela notasse.

- Hum, Hum... Desculpe atrapalhar seu hobby preferido Hermione, mas já é hora do almoço. Pedi pra Judithe trazer aqui mesmo. Venha pra mesa, pode continuar mais tarde.

- Ah, sim... Eu não vi mesmo o tempo passar.

- Aqui, sente-se.

Ele indicou uma mesa pequena que havia em um canto junto à janela e iniciaram a refeição. Comeram em silêncio algum tempo, ela falou primeiro:

- Severo... Posso lhe perguntar uma coisa?

- Outra você quer dizer... Pode.

- Essa é uma residência bruxa protegida contra localização, como você já falou, mas eu realmente preciso escrever aos meus amigos, não posso passar muito tempo sem me comunicar, isso causaria preocupação da parte deles. Eu posso escrever? Sei que sou uma prisioneira, mas...

- Para você receber alguma correspondência eu terei que liberar os feitiços de proteção ou as corujas ficarão desnorteadas, é um pouco arriscado, pois não quero receber alguma visita inesperada como aquela que a recepcionou. Porém se for estritamente necessário, posso desfazê-los. Embora ache que você deva constar como desaparecida... Perguntarei ao Lorde das Trevas o que ele acha.

Hermione tentou esconder o medo que passou pela sua mente a esse comentário. Mas entendeu que realmente era uma prisioneira.

- E se o modo de correspondência, não for através de corujas... Mas por algum feitiço... Também tem que desfazer as proteções?

- Depende de qual feitiço, a casa é protegida contra feitiços hostis, minha mãe mesmo sendo uma Sonserina, não gostava de arte das trevas nem das imperdoáveis.

- Então com um Patrono não teria problema?

- Desenvolveu alguma forma de correspondência através de Patronos Hermione?

- Sim. – Ela disse baixando os olhos. – Peguei emprestada a idéia da Ordem de se comunicar através de patronos e estudei uma possibilidade de enviar cartas através deles. Descobri uma forma de nossos patronos assumirem formas reduzidas que se dissipam em névoa e se materializam novamente somente ao encontrar o destinatário, embora só funcione se as pessoas forem interligadas por algum sentimento forte como, Comigo, Rony e Harry a amizade, entre eu e a professora Minerva, a admiração mútua que sentimos uma pela outra e como ela mesmo disse um sentimento maternal que ela sente por mim... E... Com o Krum um carinho especial que mantemos um pelo outro. – Ela corou furiosamente a esse comentário – Só eles estão na minha lista de receptores... Por enquanto. Não interliguei meus pais porque eles preferem tudo à moda trouxa mesmo.

Levantou os olhos para ele, esperava uma expressão zangada. Não foi o que viu. Admiração? Não estava ficando louca...

- Parabéns, Hermione. Que bom que não é mais minha aluna ou minha fama de não dar pontos a Grifinórios estaria arruinada. – Um elogio? Ela pensou um segundo antes da voz dele retornar. – Mas... Eu suponho que o ministério não saiba dessa forma de comunicação desenvolvida por você?

Bom demais pra ser verdade!

- Não... Só nós que nos correspondemos sabemos... - Ela respondeu pronta para receber um sermão da parte dele.

- E todo esse tempo eu só a tratei como uma aluninha com vontade de aparecer... E na verdade você guarda dentro de si toda uma fonte de informações... Que a fazem buscar saídas para os problemas... Para ajudar os outros...

Tentou dizer: Ajudar a mim. Desistiu no último instante.

Ela corou novamente, se possível ainda mais do que quando falou em Krum. Um elogio de Severo Snape era para deixar qualquer um envergonhado, sorriu timidamente para ele, havia esquecido que ele era agora um fugitivo... Ele devia estar odiando a caçada do Ministério.

Ambos se recompuseram. A voz dele já estava clara quando disse:

- Não terá problemas, pode enviar a correspondência. Terei que alertá-la que talvez seja a última, continua sendo uma prisioneira, mas talvez isso possa ser resolvido.

- Ah, Obrigada... Mas e quanto ao conteúdo? O que falar sobre... Nós? Para eles, eu estou numa busca por você.

- Sugiro que faça um passeio ao terreno, sutilmente você pode perguntar sobre uma possível mudança de planos, e ver qual serão as reações deles. Embora eu tenha absoluta certeza, não serão nada boas.

- Está bem, então vou começar dizendo que estou procurando uma nova pista num país longe para passar a impressão que não mudei nada... Mas e quanto ao que realmente nós temos que fazer? Dumbledore não lhe deu nenhuma explicação do que fazer ao me encontrar?

Severo tremeu interiormente a essa pergunta, era justamente dela que ele fugiu todo esse tempo. Os livros a distraíram muito pouco. Ou talvez não a conhecesse suficiente... Melhor encarar, não era Severo Snape?

- Não Hermione, você sabe como ele gostava de deixar tudo subentendido. Ele fazia questão que nós mesmos nos esforçássemos para encontrar uma possibilidade. Ele me disse que eu precisava abrir verdadeiramente meu coração para você...

Silêncio. Ele continuou.

- Mas isso eu já fiz... Contei tudo o que aconteceu... Todo o meu passado... Não vejo qual outro sentido isso poderia ter.

Mais silêncio.

- Ele disse isso? Abrir verdadeiramente seu coração? Apenas isso? – Ela perguntou, temendo a confirmação.

Ambos já sabiam a resposta, Dumbledore não iria juntar duas mentes tão afiadas para passarem dias tentando encontrar uma resposta, ele como o bruxo mais sábio dos últimos temos, tinha certeza da conclusão que os dois chegariam. E chegariam rápido.

- Sim, ele disse apenas isso.

Então era isso... Dumbledore queria isso... – Você está frita Hermione.

- E você não entendeu? Quer dizer... Você é o bruxo mais inteligente que conheço... Enganou o bruxo que se intitula Lorde e também é inteligente... E não entendeu essas palavras?

Ela estava forçando-o a dizer que chegou a mesma conclusão que ela, mas ela era a grifinória dos dois, ela era a corajosa e quanto a ele... Ele era o orgulhoso Sonserino.

- Mas é claro que entendi menina. Se faz tanta questão de me ouvir afirmar isso, eu entendi. Só que, ao meu ver, isso é um absurdo. Não aceito o que ele me impôs, o que ele quer que eu faça já aconteceu um dia e o tempo não apagou a profunda marca deixada por aquilo.

- Mas você já aceitou quando o matou! Não pode mais desistir! Vai deixar a missão pela metade! A morte dele terá sido em vão!

- O que quer dizer com isso? Devo ter esquecido de mencionar a você que aquela poção que ele tomou na caverna o mataria de qualquer forma. Só apressei as coisas.

- Apressou os Aurores a estarem atrás de você agora. O que eu quero dizer Severo, na verdade, o que quero saber... Você sente algo diferente por... Por... Alguma pessoa?

- O quê? Você está incorporando o espírito do Dumbledore não está?

- Acredita nessa besteira de espírito incorporado? Estou só tentando encurtar o caminho.

Chegaram ao ponto. Como ele gostaria de pular essa parte.

- E está disposta a ouvir a resposta?

- Eu disse que estaria ao seu lado não disse?

- Pois então vou ser bem sincero Hermione. Eu nunca esqueci a Evans, tanto que ainda a chamo pelo nome de solteira. Nunca mais olhei para ninguém no sentido que está perguntado desde que ela se foi. Tive sim alguns relacionamentos curtos, sou muito reservado e meu círculo de amizades não é muito bem visto pela sociedade, isso influiu muito em “relações amorosas”.

- E não vê nenhuma chance de conseguir amar... Alguém?

- Não sei... Esqueci o que é isso... E esse alguém a quem você se refere só pode ser uma pessoa se seguirmos o que o Diretor decidiu, ou seja, você.

Hermione sentiu seu estômago despencar para os pés e engoliu seco.

- Eeeu? Gaguejou.

- Sim, Hermione. E você me provou que faz jus ao título de “sabe-tudo”. Portanto, já sabia desde o inicio da nossa conversa que essa seria a resposta.

Hermione abriu a boca para protestar. Nenhum som quis sair. Pensou no diretor e viu que realmente Snape tinha razão, ele com certeza previra que ela sentiria aquela turbilhão de emoções e aquela necessidade de ajudá-lo.. Mas amor? Como ela iria amá-lo? E em tão pouco tempo?

- Severo?

- Sim Hermione.

- Eu passei mesmo a noite pensando nessa possibilidade... Cheguei a essa mesma conclusão... Não vou mentir para você, mas também entrei nessa história empurrada. Nunca vou entender a mente de Dumbledore, amar alguém é algo muito profundo... Mas confio nele. Se ele encontrou somente essa possibilidade. Acho melhor começarmos a tentar.

Ele não acreditou no que ouvia. Louca, estava lidando com um velho caduco e uma garota imatura agora. O que mais terei que aturar? Era isso que ela era, uma louca. Ou somente imatura.

- Está mesmo disposta Hermione? Lembra-se quem sou? Sou um homem maduro, seu professor, comensal da morte. Tem mesmo certeza de que quer tentar? Acho tudo isso um delírio de um velho.

- Não fale assim do professor Dumbledore! Eu sou muito nova em idade, Severo, mas sou uma mulher madura, e você não é mais meu professor, quanto a ser um comensal da morte não faz nenhuma diferença pra mim. Você já me provou que não me faria mal. Eu nunca deixaria um inocente ser julgado erroneamente. E não vai ser nenhum sacrifício descobrir um sentimento tão puro quanto este.

Porque ela continua tão educada? Desista por favor, desista!

- Eu realmente subestimo você! É uma das mulheres mais inteligente que conheci. Só o fato de você ser a única pessoa, em muito tempo, que acredita em mim, já fez nascer um elo que prende minha cabeça a você onde eu estiver. – Agora ele estava louco, de onde tirou essas frases imbecis e melosas? – E também o fato de ser a única aluna que realmente valorizava minhas aulas. Mas não acho que eu tenha despertado algo em você, sempre fui um grosso. E também mesmo que eu venha amá-la de verdade nunca saberia demonstrar da forma que você merece. Não sei ser um romântico, não sei me comportar como um namorado. – Namorado? Porque a minha voz não obedece minha mente? Judithe deve ter posto alguma coisa nesse suco!

Hermione sorriu uma risada espontânea e feliz e imitou a voz mais sarcástica que pôde:

- Ah Severo Snape, então tenha a honra de se tornar meu aluno e não tolero indisciplina na minha aula!

Ele se aproximou dela e pegou sua mão. – Louco, solte-a! – Hermione percebeu que as dele estavam frias. Ele a olhou nos olhos e falou com uma voz estranha:

- Não precisa mesmo fazer isso Hermione. Eu tenho minha consciência tranqüila, isso pra mim é o bastante. Não preciso provar nada a ninguém.

Que bom! Consegui recuperar a razão.

- Agora não posso mais voltar atrás. Estou presa a você.

A razão dele foi embora de vez, aquela voz doce pareceu entorpecê-lo. Judithe não pôs nada no meu suco. Era a Gran... Hermione que o fazia ficar assim. Agora que estavam tão próximos ele pôde sentir. Estava enfeitiçado! É uma armadilha! – Cala a boca seu imbecil, ela está desarmada.

A coragem Grifinória empurrou Hermione para mais próximo. Realmente ele não sabia demonstrar sentimentos e muito menos entender o que era uma “cantada”. Nada mais foi dito apenas um longo beijo aconteceu. A distância foi enfim vencida, e a cada contato dos lábios novas emoções nasciam dentro de cada um deles. O destino de ambos agora estava entrelaçado.

Nada mais os faria voltar atrás.

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