Dois lados.



Harry descia, pensativo, os degraus da Torre onde Hermione estava presa quando foi surpreendido por Gina que parecia ofegante.
- Gina! Você está bem? – Harry perguntou. Imaginou que esta hora Snape a deixaria isolada até saber exatamente quais os efeitos que ela teria por ter sido mordida por um morto-vivo, mas, pelo visto, ele não tomara nenhuma iniciativa. Também pudera, o mundo estava enlouquecendo... junto com Hermione... !
- Eu não posso acreditar que, mesmo depois de tudo, você veio ver Hermione! – disse Gina, espumando de raiva. – Eu vou morrer por culpa dela e você ainda vem confortá-la?
- Eu não estava confortando a Hermione! – reclamou Harry. – Eu a estava pressionando. Queria que ela me dissesse alguma coisa! Os trouxas vão descobrir tudo sobre nós, os bruxos... e sobre as outras criaturas também. E você? Você não deveria estar na ala hospitalar?
Gina desviou o olhar para a porta da torre.
- Ela transformou meus pais em vegetais, Harry! E me matou! Eu vou morrer... eu vou morrer... Eu não acredito que você ainda está apaixonado por ela.
- Eu não estou apaixonado por Hermione, Gina! – disse Harry, serio. – Quando se está apaixonado você não vê os defeitos. Você se anula, e se não se transforma em amor vira uma obsessão, uma doença. Mas, o que eu sinto por Hermione está muito longe da paixão ou da obsessão. Eu sei o que ela é e não entendo. Também não deixo que ela me manipule. Já deixei antes... mas agora não. E também não é doentio. É doloroso, pois eu sei que nunca vai acabar. Eu posso matá-la com minhas próprias mãos, Gina... e mesmo assim, o que eu sinto por ela jamais vai acabar pois é eterno... e é mais forte do que a morte... e é mais forte do que o bem e o mal... e é mais forte do que nós dois...
Harry abaixou a cabeça. Estava triste, pois sabia que o que tinha dito era verdade. Uma paixão pode ser forte, mas é finita... o que ele sentia era infinito... o que ele sentia era amor...
- Amor! – Gina disse confirmando Harry.
- Sim... Gina... eu.... – Mas Harry parou de falar... Gina estava estranha. Seus olhos brilhavam estranhamente e ela torcia a face numa expressão horrível.
- Gina?
- ARHHHG! – Gina pulou sobre Harry e tentou mordeu seu braço, mas ele inverteu a posição, isolou-a sobre o chão e bateu fortemente em seu rosto.
- Harry! – disse Gina, voltando a si, deixando as lágrimas rolarem por seu rosto. – Eu estou muito mal, Harry... estou morrendo. Está doendo demais!
- Calma, Gina... calma!
Harry pegou Gina nos braços e a levou para baixo.
- Gina! Meu Deus! O que está acontecendo com ela, Harry? – Rony perguntou, acompanhando Harry enquanto ele a levava para a ala hospitalar.
- Ela está se transformando, Rony! – disse Harry, simplesmente. Achou que não poderia mais esconder a verdade. Não agora! – Vamos ter que isolá-la até sabermos como impedir esse processo. Se não conseguirmos....
- Vamos ter que matá-la. – Rony completou entre lágrimas.
A porta da ala hospitalar foi aberta por um rompante. Draco veio correndo e se sentou ao lado da cama, segurando as mãos de Gina.
- Gina... querida... – disse Malfoy, beijando as mão da ruiva.
Harry sentiu-se tocado. Achava o amor de Draco singelo. Ele amava Gina de verdade. Quem diria! Draco, o bad boy. Harry não sabia exatamente onde o filho de Narcisa Malfoy se encaixava na história, mas não se preocupava com ele. Ele não tinha importância! (Harry não sabia... não poderia saber como estava enganado).
Madame Pomfrey insistiu para que somente uma pessoa ficasse com a garota. Malfoy mostrou-se resoluto em querer ficar e foi ouvido por Rony. A parte mais dolorida foi quando a enfermeira amarrou Gina com grossas correntes e atou a boca com um lenço comprido. Não havia mais nada que fazer: Gina tornar-se-ia um monstro.

Rony saiu acabado da ala hospitalar, mas Harry não queria que o amigo ficasse passivo. Precisava dele! Precisava muito dele. Achou que poderia contar com Draco, mas era claro que Malfoy tinha outras necessidades agora.
- Rony... eu sei que você gostaria de ficar com sua irmã, agora, mas eu preciso de você. – disse Harry, fazendo Rony acompanhá-lo para fora da ala hospitalar até ao saguão de entrada. – Quero que coordene...
- HARRY! – Harry virou-se para Snape que tinha um jornal nas mãos... mas não era o “Profeta Diário”.
Harry teve um sobressalto quando leu a reportagem:

“BRUXOS EXISTEM! DRAGÕES, GIGANTES, DOENDES E ZUMBIS TAMBÉM...
Como a reportagem de Lizzie Burns relatando o fim do mundo levou o Primeiro Ministro a admitir a existência de seres considerados míticos. Por Lizzie Burns”

Abaixo dessa manchete principal estava a foto do Primeiro Ministro dando uma estrevista.
E havia uma outra:

“FECHEM SUAS PORTAS! A MORTE ESTÁ À ESPREITA.
As autoridades militares e políticas acabam de dar um alerta geral às populações do mundo inteiro: temos pouco menos de 12 horas para nos prepararmos. A noite banhada de sangue voltará a acontecer: OS MORTOS VIVOS VOLTARÃO À MEIA-NOITE DE HOJE! Por Lizzie Burns.
Junto a essa, mais uma foto de um morto vivo a ilustrava.

Eles foram rápidos. Geralmente o jornal dos trouxas tinha somente uma edição, pela parte da manhã que ficava pronto às 1:00 da madrugada. Naquele dia, porém, o jornal fizera uma segunda edição por volta do meio-dia.

- O ministro não agüentou a pressão. A culpa é dessa Lizzie Burns. Os outros repórteres não quiseram arriscar com essa loucura apocalítica, mas Lizzie é corajosa. As pessoas começaram a se perguntar.... o ministro cedeu. Agora os trouxas sabem, Harry... Os minitérios de Magia pelo mundo inteiro estão em polvorosa. Estão me culpando. Dizem que não sou forte o suficiente para ser o ministro. Eles querem você, Potter! – disse Snape, visivelmente derrotado.
- Não ligue para isso, agora, Ministro! – disse Harry. – Peça ajuda a todos os ministérios! Já que eles estão nos julgando, deveriam estar aqui para ajudar.
- Eu já os chamei, Harry. Um pouco antes de você retornar noite passada... quero dizer... nesta madrugada. Mas ninguém veio. Estão se fortificando. Disseram que têm seus próprios problemas, já que não é só aqui que os mortos vivos estão ressurgindo.
- É... mas é só aqui que têm comensais e Voldemort!
- Não adianta, Potter... eles não virão....
Harry balançou a cabeça. Ele próprio não sabia o que fazer. Parecia que tudo estava dando errado. Ele sentaria no chão e se desesperaria se não tivesse tanta gente por ali. Sabia que todos esperavam coragem dele e se ele fraquejasse... todos se desesperariam também.
- Acho que Hermione estava prevendo essa quebra de sigilo. Eu acabei de falar com ela. Pelo que entendi, isso era até parte do plano dela. Parece que ela andou tendo contato com os líderes do mundo inteiro.
- Você foi falar com ela? – Snape perguntou, o cenho franzido. - Harry... por acaso... você não está sendo influenciado por ela, não é?
- Bem... você não está pensando muito bem, ministro. É claro que se eu estivesse sendo influenciado por ela eu não lhe diria nada. Mas não, professor. Eu estou bem consciente... infelizmente. – a última palavra Harry disse mais baixinho.
- Pois bem... – continuou o ministro. – E agora... o que faremos?
Era uma pergunta capciosa. Os dois sabiam que não havia o que fazer. Mas perguntar a Harry em público, desviava a responsabilidade para ele.
- Faremos uma barricada. E resistiremos como pudermos... – disse Harry, aceitando a responsabilidade. De qualquer forma, alguém precisava fazê-lo.
- Certo... acho que se fecharmos as portas do castelo podemos resistir por algumas horas até explodir a batalha então...
- Não! – disse Harry, tranqüilamente, enquanto escutava as pessoas cochichando ao redor deles. – Não ficaremos dentro do castelo. Nossa barricada será nos jardins do castelo.
O burburio aumentou consideravelmente.
- Mas... Harry... eu não acho que seja...
- Eu sei... sei que você não concorda, mas eu não estou me importando. – e virou-se para Rony. – Rony, quero que você coordene uma equipe para preparar uma barricada. Façam um muro com sacas ou qualquer outra coisa que puderem usar. Depois organize outra equipe para conseguirem qualquer coisa que possa ser usada como arma. Temos que avisar a todos que esses zumbis não tem medo de fogo então não vai adiantar o feitiço “Incêndio”. Vamos dividir equipes em tipo de alvo: uma equipe (os mais fortes, tenho certeza que Goyle e Crabbe não vão se recusar – disse Harry, sem conter a ironia -) irão atacar os zumbis; outra equipe para os minotauros e anões que, podem ser pequenos, mas incomodam bastante; outra equipe para os gigantes e dragões (coloque Hagrid e o irmão dele nesta equipe); uma outra equipe flexível que fique de olho nas equipes que precisarem de equipe... e uma outra equipe para os comensais. Esteja nesta equipe, Rony. Você, seus irmãos (com as doces surpresinhas de logros deles), Luna e os outros que sobraram da ordem. Se puder convencer Macgonagal, seria importante tê-la nesta batalha final. Pode ter outras pessoas, mas quero meus amigos comigo. Ministro – continuou Harry, virando-se agora para Snape. – Avise Hogsmeade para virem se abrigar no castelo. Os que quiserem lutar serão bem vindos!
- Certo, Potter! Mas antes me diga... em que equipe eu entrarei...
- Você sabe, Ministro... você sabe...


Harry retomou o treinamento naquela tarde, já com as equipes formadas por Rony. Snape não estava com eles pois ainda tomava providências com os outros ministérios. Por fim, o único ministério que mandaria uma equipe de aurores foi o Brasileiro, o qual seria recompensado depois daquela batalha que seria conhecida pelo mundo inteiro como a batalha dos Dois Lados.

------------- Caros leitors. Durante toda a fic, dei pequenas pistas do que aconteceria. Muitas pessoas que postaram comentários ou conversaram comigo no Messenger acertaram ou criaram teorias verdadeiras sobre o que aconteceria. Pois bem, queiram, por favor, recordar o capítulo em que Harry esteve muito perto de matar Hermione (Cap. Nº “Duelo de Amor”):


Hermione começou a chorar copiosamente, deixando Harry sem ação. Seria mais um truque? Harry não sabia, mas não cairia tão fácil assim.
- Suas lágrimas não vão evitar a sua morte, Hermione. Somente a verdade o fará, mas creio que você não irá revelar nada que não seja mentira, não é? Se ainda está viva é porque está sob a minha custódia. As pessoas que mais amamos e que foram nossos amigos durante todos esses anos querem a sua morte, Hermione. E se eu fosse mais forte, talvez você já estivesse morta.
- Você é forte, Harry! Mais forte do que todos. É por isso que ainda se recusa a acreditar que eu sou o mandante por trás de tudo... prefere acreditar que meu pai está vivo!
Harry se assustou com o que Hermione disse. Realmente, era exatamente o que Harry pensava.
- Você esqueceu que eu acabei de invadir a sua mente? – lembrou-o Hermione. – Você está certo, Harry, ao mesmo tempo que está errado. Este jogo não é como um jogo de xadrez em que só existem peças brancas e negras. Este jogo é mais complexo do que você ou mesmo eu possa compreender. Existem diversos lados neste jogo. Nós dois estamos em lados diferentes, contudo, isto não quer dizer que eu esteja no lado negro. Você consegue entender, Harry...? Espero que sim, por que eu não posso lhe dizer mais do que isso...
Harry ficou calado, refletindo as palavras de Hermione. Ele compreendia o que ela queria dizer, embora estivesse confuso. Mas, disse em seguida, uma verdade tão profunda que mesmo Hermione seria incapaz de refutar.
- No final, Hermione... todos os lados se unem em dois, não é? – sua voz parecia diferente quando disse isso. Era mais do que seu pensamento que se exprimia naquela frase. Era a sua alma, uma alma consciente de tudo o que aconteceria. – Então veremos em que lado você ficará! Até então, não seremos inimigos, mas quando o momento chegar... eu varrerei da face da terra todo aquele que ficar entre eu e meu verdadeiro inimigo e isso incluirá você!
Hermione se deixou emudecer. E ficou assim, por horas. As lágrimas eram sua única companhia quando Harry passou por ela e sumiu escadas abaixo.



Naquele momento, Harry, apesar de não entender direito o que estava acontecendo, revelou uma grande verdade. Uma verdade que Hermione aceitou como verdadeira, prevendo o final do jogo. A metáfora do jogo foi usada, não uma, mas diversas vezes, pois reflete bem a história. Assim, mas tarde, Harry descobriria todos os jogadores:

1 – Harry: mesmo sem saber direito que rumo tomar, o nosso herói era um dos jogadores principais.

2 – Hermione: uma jogadora misteriosa que tomou, em diversas ocasiões, diversos lados do jogo, mas com um intuito apenas;

3 – Snape: arrogante e gostando do poder, já que Krum e Dumbledore estavam fora da jogada, Severus revelou-se um bom jogador no papel de Ministro da Magia, mesmo apesar das “bolas foras”.

4 – Malfoy: apesar de poucos saberem, Draco era um jogador como será relatado no próximo capítulo.

5 - Narcisa Malfoy: a pior das jogadoras. No intuito de libertar seu marido, Narcisa quis manipular os comensais, tentando liderá-los em vão. Seu intuito era boicotar Hermione (a preferida entre os comensais para tomar o poder no lugar de Voldemort), mas a mulher de Lucius Malfoy foi traída pelo próprio filho (isto também será explicado no próximo capítulo).

6 – Dumbledore: o bom velhinho estava no jogo de forma muito sutil, mas foi tirado de jogo, propositalmente por Hermione, quando descobriu a verdade.

7 – Krum: fraco e manipulado por Hermione, o então Ministro da Magia não conseguiu fazer nada do que pretendia. Era verdade que ele era violento com Hermione, mas fazia isto para pressioná-la a contar a verdade. A morte de Krum foi um acidente (explicação próx. Cap.)

8 - ? Por fim, existe um último jogador. Alguém que muitos já sabem quem é, outros apenas suspeitam. Um jogador misterioso e que se revelará o mais poderoso de todos os jogadores. É para ele que Hermione jogou o tempo todo e para quem ela dedica total fidelidade...


Bem, peço mil desculpas por essa interferência, mas não poderia deixar de fazê-la. Desde já, agradeço a todos que perderam minutos valiosos para ler essa história e me desculpem pelos erros de ortografia e contextuais. É que fico tão empolgada que não reparo nessas coisas. Não deixem de ler os últimos capítulos. Um grande abraço para todos. ---------------


Exatamente às oito horas da noite, Harry havia acabado de rever a última seqüência de ataques com a última equipe formada e a barricada de Rony também estava pronta. Eles haviam construído uma trincheira em forma de meio-circulo, abrindo-se para fora do castelo, de modo que, se as fortificações fossem invadidas, as pessoas poderiam ainda se abrigar no castelo. Harry posicionou todas as equipes, mas tencionava fazer um longo e relaxante jantar antes de ficarem em alerta geral. Infelizmente, isto não foi possível. Quando Harry olhou para o horizonte alguns pontos negros surgiram no ar. Quanto mais se aproximavam, mais Harry percebia serem Gigantes, montados em Dragões. Um dos Dragões fez um vôo rasante, cuspindo fogo nas pessoas que tiveram que se abaixar e se proteger. Harry fez um sinal para Hagrid que estavam do outro lado da barricada. O gigante e o meio-irmão deram enormes pulos e agarraram o dragão. Groupe grudou no pescoço da bela criatura alada, enquanto o gigante que a montava tentava dar-lhe um chute no nariz e Hagrid grudara em uma das asas, obrigando o dragão a cair desajeitado e derrubando um dos lados da barricada.
- ARRUMEM ISTO, RÁPIDO! – Harry gritou para a equipe de apoio que correu para refazer a barricada. A esta hora, Growpe e Hagrid já haviam dominado tanto Dragão quanto seu montador. – EQUIPES, FIQUEM ALERTAS! PODEM HAVER NOVOS ATAQUES.
Deixando todos preparados, Harry entrou no castelo. Queria falar com Snape, fazê-lo aprontar-se. Precisava dele. Não havia ninguém no castelo melhor do que Snape para azarações. Quando tomou o corredor do terceiro andar, indo em direção ao Gabinete Ministerial, Harry percebeu que estava sendo seguido e virou-se rapidamente, apanhando em flagrante um elfo doméstico:
- Dobby! – gritou Harry, sem paciência – Você me deu um baita susto! Achei que fosse alguém.
- Sim, senhor, Harry Potter tem razão, senhor. Dobby não é ninguém. Mas Dobby vai ajudar Harry Potter.
- Dobby! – disse Harry, ajoelhando-se para ficar no tamanho do elfo. – Você não pode me ajudar agora. Vá até a cozinha, pegue seus amigos elfos e fujam daqui, enquanto há tempo.
- Dobby não vai fugir. Dobby vai ajudar Harry Potter na batalha.
- Está bem, Dobby! – disse Harry, sem prestar muita atenção ao elfo. – Se quer morrer, morra. Vocês elfos, são uns cabeças-duras, não sei como Hermione perdeu o tempo dela querendo libertá-los com o FALE.
O elfo correu para longe de Harry. Contrariado, ele se levantou para esbarrar em Snape.
- Ministro... começou. – informou ele, da maneira mais objetiva que pôde.
- Eu sei. Vi pela janela Harry, vem vindo um exercito para cá. Já passaram pelos portões, vão alcançar as barricadas em poucos minutos. Parece que teremos menos tempo do que imaginávamos.


A batalha começou. Sangrenta, violenta e injusta como todas as batalhas são. Morte e dor confundiam-se nos rostos lá em baixo, enquanto Hermione observava tudo calmamente, são e salva, de sua torre. Sua Torre. Tomara-a para si.
Harry e Snape apareceram de repente. Eram os melhores. Ninguém se equiparava. Minerva também surgiu etérea. Azarando como se estivesse preparando uma poçãozinha. Que elegância! Macgonagal sempre foi sua professora preferida. Tão certinha. Tão justa. Tão nobre. Pobre Dumbledore. Não queria ter machucado o velho. Precisou.
Hermione viu o sol se por. Devia ser umas oito horas. O pior ainda vem. Quase lá... mais um pouco. Queria estar lá embaixo. Queria lutar. Era uma guerreira. Sempre foi. Por isso era o amor de Harry. Harry era guerreiro também. Dois guerreiros. Dois lutadores.... CUIDADO HARRY, CUIDADO! UFA... por pouco... Harry se abaixou bem a tempo e mandou uma azaração caprichada. Em cheio. Harry... meu amor...
Como pode uma batalha durar tanto tempo? Comensais vieram... muitos. Aos montes. Narcisa observava de longe com seus melhores (ou piores, sei lá) amigos. Atrás estava ele. Encapuzado. Negro como a morte. O camaleão. Observando, sereno como um chacal observando a presa, mas ele estava contido. Vez ou outra levantava os olhos e olhava para torre. Ele sabia. Ele sente que estou perto. Como não poderia? Ele é meu pai! Meu pai...

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Harry ofegava enquanto sentia o cansaço cobrir-lhe as costas. Não resistiria. Havia muitos comensais. Não lembrava-se de ter visto tanto. Vinham as montes e sempre tinha dois para substituir um que caia. A trincheira foi uma boa idéia. Eles tentavam invadir. Não conseguiam.
Ele olhou no relógio. Estava preocupado. Já era quase meia-noite. O que aconteceria, então? Para que lutar... irão morrer mesmo, disse-lhe uma voz de algum lugar de sua mente. “Saia!”, gritou Harry oclumentando-se. Não era uma voz de mulher. Não era Hermione. Era Voldemort...?
Harry continuou a lutar.
- VAMOS! TEMOS QUE GANHAR ESSA BATALHA! VAMOS GANHAR ESSA BATALHA! FORÇA... CORAGEM...
Eram palavras de ânimo para um exercito que estava se rendendo. Alguns estudantes saíram do castelo e passaram a atacar também. Deus os abençoe!, pensou Harry. Aquilo renovou as forças dos entrincheirados. Por mais que quisesse não pensar nela, sabia que precisava de Hermione. Maldita, praguejou. Não, não vou chamá-la. Não vou pedir sua ajuda. Eu sei o que aconteceria. Ela o trairia como fez em Dante Village. Era uma traidora. Isso doía. Mas, a quem Hermione devotava sua fidelidade? Voldemort? Tinha uma coisa dentro dele que dizia que não. Não depois de tudo. Harry ainda lembrava as palavras dela:
“Eu queria que você passasse essa porta... que você me tomasse em seus braços... e me dissesse coisas lindas... me dissesse que me ama... que não pode viver sem mim... e que compreende tudo o que eu fiz...”
Eu quero compreender, Hermione.... mas não dá... não dá... ah tristeza... essa coisa que invade o corpo, espreme o coração e dilacera a alma. Eu não posso, Hermione. Eu quero gritar que te amo. Eu quero gritar que você é a minha vida e a minha alma, mas como posso quando vejo em você a maldade e ambição? Será que não percebe? Será que não percebe que nenhuma batalha pode me amedrontar tanto quanto você? Eu enfrentaria mil exércitos por você... se você me amasse... mas agora... eu preciso enfrentar o teu exercito. Um exercito de comensais, de coisas ruins que querem resgatar sua rainha. A rainha Hermione, conhecida por sua malvadeza, avareza, rudeza, beleza... tristeza.... certeza... de morte...
Ao descrever o amor fui cética... ao descrever o rancor fui poética. Triste fardo de quem escreve relatar o destino desses dois... Mas não acabou não...não... não agora... falta pouco... falta muito pouco... cansaço... Harry está cansado... Hermione está cansada, mas na cozinha de Hogwarts está Dobby. Dobby... o elfo doméstico.... em Londres, Lizzie Burns espera numa van o destino do mundo, pronta para relatar ao vivo a ressurreição dos mortos no hospital Municipal “Life in peace”... irônico mesmo... paz... coisa distante... não... não tanto... vocês verão, é claro. Serão minhas testemunhas...

Ah... já ia me esquecendo... o por que dos dois lados. Nesta batalha existe dois lados: o bem... e o mal. Todos os jogadores se reúnem em dois times, em dois naipes, em duas cores. No lado do bem, o líder NÃO é Harry... do lado do mal... o líder é fome pela destruição. Entendeu? Espero que sim, por que eu não posso revelar mais nada... - disse a autora, copiando a famosa frase de Hermione.























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