Surpresa!



Quando o BMW que o Tio Valter acabara de comprar despontou na estrada para a Toca, Harry pode ver um grande galpão, colado à casa dos Sr. E Sra. Weasleys, imaginando que a festa do casamento de Gui e Fleur seria ali.
Ele estava animado em poder ver Rony novamente, mas sabia que as pessoas perguntariam por Hermione e acabariam remexendo naquela ferida profunda que ainda tinha – e imaginava que teria para sempre - em seu coração.
Duda, ao contrário, parecia incomodado e irritado, vestido com um luxuoso traje de bruxo, igual ao dele e do Tio Valter, ainda abalado com a vergonha que passara ao desfilar com aquelas roupas enquanto saíam de Little Winging.
- É lá? – Duda perguntou apontando para a toca.
- É sim! – Harry concordou.
De alguma maneira, olhar para Toca fazia-o lembrar de Hermione, e dos dias que passou ao seu lado, junto da família Weasley. Eles passaram momentos muito felizes ali, ao mesmo tempo, em que passaram por momentos difíceis.
Lembrava da sensação de acordar cedo para tomar café ao lado da sua “família de coração” que era os Weasleys e olhar para Hermione. Claro, nesta época, Harry ainda não sabia que os sentimentos que tinha por ela era amor.... mas ainda assim, deleitava-se quando podia fazer isso.
- Nossa, que lugar horrível! – tia Petúnia falou olhando para a casa e o jardim mal cuidado da Sra. Weasley – para não falar dos gnomos que passeavam por ali como se fossem pessoinhas.
Quando o carro finalmente parou, a sra. Weasley veio correndo de dentro da casa, limpando as mãos no avental para abraçar a Harry calorosamente.
- Harry, querido! – ela disse, sentindo as lágrimas rolarem pelo rosto. – O nosso grande Herói. Salvou a todos nós.
Harry ficou envergonhado, principalmente porque percebia que os tios estavam curiosos cada vez que alguém falava sobre sua importância no mundo bruxo.
- Ah, Sra. Weasley. A sua família lutou ao meu lado. Vocês foram tão bravos e tão importantes quanto eu na batalha.
- Claro, claro. E esta é a sua família. – disse a tia olhando para os Dursleys - Sejam bem-vindos à Toca. – ela disse e guiou Harry para dentro da casa juntamente com seus tios e Duda.
- A festa será no galpão? – Harry perguntou, catando um biscoito na bandeja em cima da mesa da cozinha – oi, olá, Sr. Weasley!
Arthur, que tinha a boca cheia de biscoitos levantou-se para cumprimentar a Harry e seus tios.
- É um prazer tê-los em minha casa, sintam-se à vontade.
- Arthur, por favor, não fale de boca cheia, homem. – Molly riu, sem jeito – Sim, Harry, querido. A festa será no galpão. Dumbledore conjurou aquele grande galpão para nós. Grande homem. Precisávamos de um lugar amplo. Nós queríamos uma festa mais simples, somente para os mais chegados, mas Fleur fez questão em convidar quase toda a comunidade bruxa....
Harry sorriu, pensando no nível de estresse que a sra. Weasley alcançaria quando o casamento enfim começasse tendo que receber tantos convidados.
- O novo ministro virá à festa! – ela disse, parecendo nervosa. - Você já soube, Harry? Victor Krum será o novo Ministro da Magia. Ele é muito elegante e muito rico também. Será um prazer enorme recebê-lo, mas eu vou ficar muito sem graça quando ele vir à minha casa.
- A sua casa é a melhor casa que existe, sra. Weasley. – disse Harry, gentilmente.
- E não é somente ele: o ministro da magia da França também virá, e muitas famílias ricas. Oh, Merlin, eu acho que esta festa será um horror.
- Vai ser uma linda festa, sra. Weasley, eu tenho certeza... Por acaso, Rony está?
- Oh, sim, querido! Está lá em cima no quarto dele. E tem uma surpresa para você. Acho que é uma surpresa que você vai gostar.
Imaginando que surpresa seria, Harry começou a subir a escada em espiral.
- Fiquem aqui! – disse Harry para os tios que estavam muito sem graça na presença dos Sr. E Sra. Weasley.
Quando Harry saiu no corredor que dava para o quarto de Rony, viu Gina saindo de um quarto.
- Oh, Harry! – ela disse animada e correu para abraçar-lhe – Tudo bem com você?
- Sim, Gina, está tudo bem – ele respondeu simplesmente, não queria conversar com ela sobre Hermione agora.
- Eu tenho certeza que este ano será bem melhor para todos nós, Harry.
Gina envolveu-o ainda mais antes que pudesse fazer qualquer coisa, passando os braços sobre seu pescoço. Ele não sabia como agir naquela hora. Pensou em afastá-la, mas antes que fizesse isso ela o beijou.
- Gina.... – ele disse entre os dentes, mas ela continuou a beijá-lo.
Ela se afastou, mas não estava ruborizada como ele deveria estar.
- Não é segredo que eu estou apaixonada por você, Harry. Sempre estive para falar a verdade. E, mesmo com o incentivo de Hermione, que queria que ficássemos juntos, eu nunca me aproximei. Você e Hermione viviam juntos. Ela disse que não havia nada entre vocês, mas em respeito a ela eu fiquei longe. – Gina disse, e segurou a mão dele. – O que aconteceu com Hermione foi uma fatalidade, mas não quer dizer que devamos nos enterrar junto com ela. Nós estamos vivos, Harry, e está na hora de você seguir em frente. Eu vou ajudá-lo, eu prometo. E quando conseguir enxergar a garota que existe em mim, nós dois ficaremos juntos para sempre. E seremos felizes....
E sorrindo, o sorriso mais gracioso que podia dar, Gina largou sua mão e desceu as escadas.
Ainda tonto e surpreso com o comportamento de Gina, Harry seguiu em frente e entrou no quarto de Rony. Quando Gina o beijou, ele imaginou que esta era a surpresa sobre a qual a sra. Weasley falara, mas agora, ao entrar no quarto de Rony, viu que o beijo de Gina não era “a surpresa” afinal.
Sobre a cama, Rony estava deitado lendo uma revista de quadribol, mas ao seu lado, totalmente displicente estava ele: Draco Malfoy, pálido e abatido, mas certamente vivo!
- Malfoy! – Harry conseguiu falar. – Você está vivo!?!
Draco sorriu e se levantou. Para a surpresa de Harry, abraçou-o como se fossem velhos amigos.
- Olá, Harry! É bom ver você, também.
Nessa hora, Rony havia levantado e deixado a revista de lado.
- Harry! Achei que viria antes, por isso não te mandei uma carta contando as novidades! – Rony explicou-se.
- E que novidade! – Harry sorriu. – Como... como você pode estar vivo? Você estava em coma!
Draco olhou para Harry, avaliando-o como se pensasse se deveria ou não contar a verdade, depois começou a falar.
- Harry... primeiro eu quero que sente e se acalme, para que eu possa contar o que eu preciso contar....- Malfoy disse.
- É verdade, cara... – Rony concordou – senta senão você vai cair, acredite, eu quase caí também....
Harry sentou-se na cama, assim como Rony, então Malfoy começou a contar:
- Quando eu cheguei ao Hospital St. Mungus depois de meu próprio pai ter me atacado eu achei que morreria, nenhum médico sabia como me curar e eu achei.... bem, tudo bem, eu vou morrer, acho que no fim eu mereço, afinal conspirei ao lado do Lord das Trevas para pegar a Hermione e tudo o mais.... Mas um dia depois eu recebi uma carta de Hermione. Ela me disse que não era para falar nada para você e que mais tarde ela se despediria de você caso acabasse... bem... morrendo....
- Ela se despediu mesmo.... eu implorei para que ela ficasse... eu sabia que sem cuidados médicos ela morreria mas ela não quis ficar... disse que precisava pensar em tudo o que acontecera... – Harry falou, sentindo o coração disparar.
- Sim, bem, na carta que ela me mandou, havia uma poção com ordens de como usá-la. Eu deveria beber apenas alguns goles por dia e isto me manteria vivo. É claro, isto não me livraria da dor e da febre angustiante, mas me manteve vivo.
- UHUN! E por que você entrou em coma? – Harry perguntou.
- A poção acabou. Eu piorei gradativamente e em menos de duas horas já estava inconsciente.
- E como sobreviveu? – Harry indagou, sentindo uma estranha sensação.
Malfoy olhou para ele, e em seguida abriu a vestimenta luxuosa que vestia para mostrar a Harry um ferimento feio no estômago.
- Está bem melhor agora! – Malfoy explicou – Não dói tanto e eu só preciso tomar esta poção uma vez por semana.
Malfoy fechou o robe novamente e tirou do bolso um pequeno frasco.
- É uma poção muito mais forte do que a anterior, sabe... muito mais forte e potente.
- Ahan.... e quem te deu esta poção, Malfoy?
- Eu acordei ontem de manhã muito melhor do que estive durante todos esses dias. Nenhum medico conseguiu explicar como isto aconteceu... foi quando encontrei uma carta com esta poção... Na carta... Harry controle-se agora, por favor... Na carta, Hermione, sim Hermione explicou que administrou a poção para mim e que era para eu continuar tomando que ia me recuperar em pouco tempo até que ela achasse uma cura definitiva...
A esta hora, Harry levantou-se e ficou andando em círculos...
- O que você disse, O QUE VOCÊ DISSE, MALFOY? HERMIONE ESTÁ VIVA? HERMIONE ESTAVA VIVA DURANTE TODO ESSE TEMPO?
- Se acalma, cara! – Rony levantou e tentou fazer Harry se sentar novamente.
- EU NÃO VOU FICAR CALMO, NÃO VOU FICAR CALMO.... ESSE TEMPO TODO EU PENSANDO QUE HERMIONE ESTÁ MORTA... EU ESTOU PREOCUPADO E ELA ESTAVA VIVA O TEMPO TODO E NÃO ME MANDOU NEM UMA CARTA PARA ME DIZER.... ONDE ESTÁ ELA, MALFOY ONDE ELA ESTÁ?
Harry segurou Malfoy pelo colarinho.
- Não sei, Harry... eu também queria falar com ela, mas ela simplesmente não aparece... De qualquer forma, precisamos ficar felizes... Hermione está viva, não? Hermine está viva!
Harry relaxou e soltou Malfoy. Era verdade: Hermione estava viva. Ela estava viva!
Harry não sabia se sorria ou chorava e acabou fazendo os dois.
- MIONE ESTÁ VIVA! – Harry disse, expressando sua felicidade, mas ainda assim, desejava poder vê-la. Por que Hermione manteve-se distante. Estaria descontente com ele, ainda. Talvez sim. Talvez a mágoa que ele causou, condenando-a à Azkaban não estava totalmente esquecida.
- Não é a única novidade por aqui! – disse Rony, parecendo menos contente.
- Uhm? – Harry perguntou. – o que é?
- Mamãe acaba de adotar Malfoy. Ele ainda não tem dezessete anos, o que significa que vai ficar sob os cuidados de meus pais até que faça dezessete anos.
Harry olhou para Malfoy que deu de ombros.
- Sei que não sou bem-vindo aqui, Rony. Mas foi idéia de sua mãe me adotar.
- Que você aceitou prontamente.
- Ta, mas porque? E a sua mãe? – Harry perguntou.
- A mãe do Malfoy aqui, foi presa. – Rony falou.
Malfoy abaixou a cabeça.
- Eu não tinha para onde ir... minha família já soube que eu fiquei do seu lado na batalha... eles não querem nem me ver pintado e me desertaram... o que significa que eu não tenho nem um centavo mais e se não fosse pela Sra. Weasley estaria no orfanato agora...
Harry não pode deixar de sorrir... já recebera duas notícias boas: a primeira é a de Hermione estar viva e a segunda: saber que DRACO MALFOY, o cara que fez da sua vida em Hogwarts um inferno por cinco anos, estava na lama...
Apesar de ter a consciência de tudo o que Draco lhe havia causado, Harry não tinha mágoa dele e esperava que enfim ele estivesse convertido, e que ele pudesse ficar a seu lado na luta contra o mal, que, Harry tinha certeza, ainda não havia acabado. É claro que Voldemort estava morto, mas ainda havia muitos comensais soltos, loucos para voltar a fazer o mal.
- E o que pretende fazer agora, Malfoy? – ele perguntou.
- Não sei, Harry – Malfoy respondeu. – Para falar a verdade eu não tenho dinheiro nem para pagar o ano em Hogwarts e não quero pedir isso aos Weasleys, não depois de ter gozado tanto dizendo que eram pobres e tudo o mais... vou esperar até fazer dezessete e então vou sair por aí, tentar me virar sabe...
- Hum... até parece que a minha mãe vai deixar você fazer isto! – disse Rony, despeitado – Agora ela está apaixonado pelo novo filho que arranjou... é Draco para cá... Draquinho pra lá... e além do mais, George e Fred estão lavando no dinheiro e vão poder te emprestar.
- E se eles não quiserem emprestar, Draco. Eu te emprestarei... - Harry falou.
Draco abaixou ainda mais a cabeça, enrubescido. Justo quem ele tratou mais mal em sua vida estava agora do seu lado e tentando ajudá-lo.
- O lado do bem é assim, Draco – disse Harry, como se lesse sua mente – A gente se ajuda... dá a mão um para o outro e encontra força na amizade que tem pelo outro... e espero que possamos contar com você como nosso amigo.
Dito isso, Harry estendeu a mão.
Draco hesitou por um minuto e levantou a cabeça para contemplar Harry.
- Você sabe que eu não mereço, não é...?
- Todos nós erramos... Draco, o importante é tentar melhorar...
Então, ele estendeu a mão também. Draco Malfoy agora era seu amigo.

- Rony – perguntou Harry, lembrando-se do beijo que recebera de Gina – Por acaso a Gina sabe que Hermione pode estar viva?
- Uhm... não sei, Harry, ela não estava quando Malfoy explicou para nós como sobreviveu... acho que ela não está sabendo não...
- Sei... – Harry imaginou o que aconteceria quando Gina soubesse.
- Ela está muito estranha hoje, a Gina – disse Rony – esta cantarolando pelas esquinas... Ela ficou muito triste com a “morte” de Hermione, sabe... mas hoje de manhã ela acordou cantando toda feliz da vida....
Harry aproximou-se da janela para ver lá fora, carros e carruagens chegavam a todo o momento, além de algumas pessoas surgirem do nada em frente ao galpão montado.
- Talvez Hermione tenha escrito para ela dizendo estar viva! – sugeriu Malfoy.
- Pode ser – Harry concordou, ainda olhando para fora e então abaixou a cabeça para ler a última edição do “Profeta Diário” que estava em cima da cômoda.
De qualquer forma, Harry pensava que não era isso, afinal, quando Gina o beijara, ela disse que Harry devia seguir em frente agora que “Hermione havia morrido”, o que indicava que ela não sabia.
Ele agora ficara preocupado com Gina. Ele sabia que ela fora apaixonada por ele e não queria, de maneira alguma magoa-la. Mas pensava no que iria acontecer quando Hermione reaparecesse e, Harry tinha certeza, ela reapareceria, pois a vida de Hermione era Hogwarts e ela não poderia ficar longe o suficiente.
Harry começava a planejar em sua mente o dia em que ele e Hermione se reencontrariam: ele a procuraria e abriria seu coração a ela. Ele diria que a amava e os dois ficariam para sempre juntos. Só não queria pensar no que Gina sentiria ao ver isso. Ele sabia que ela sofreria muito e queria evitar isso.
Harry virou o jornal sobre a cama para ler o outro lado, foi quando se surpreendeu.
- NOSSA!
- O que foi Harry? – Rony perguntou, vindo para junto dele.
No jornal, uma foto daquela velha que ele encontrou na travessa do tranco aparecia ao lado da dele.
- Escutem isso: - Harry leu a notícia – “A velha Molícia Strootbord, dona do comercial Strootbord foi encontrada morta esta manhã em sua loja. Testemunhas oculares dizem que o último cliente que a velha comerciante atendeu foi Harry Potter, o que indica o envolvimento do nosso jovem herói. O departamento de Aurores não quis comentar sobre Harry Potter, mas todos se perguntam sobre as novas aventuras do nosso herói. Conforme Quim Schakebolt, novo chefe do departamento de Autores, a marca negra foi encontrada sobre o estabelecimento de Dolores Strootbord, o que coloca os comensais da morte como principais suspeitos do homicídio. Nada que Harry Potter não consiga solucionar rapidamente, a edição tem certeza...”
- Ta, Harry, não entendi a surpresa. – Rony perguntou – O Profeta dá sempre um jeito de envolver o seu nome em qualquer notícia ultimamente. Dizem até que você voa sem precisar de vassouras! Um monte de mentiras... todo mundo sabe disso.
- Não é isso, Rony. Eu realmente visitei esta loja.
- Na travessa do tranco? – Rony perguntou.
- Só gente ruim vai à Travessa do Tranco, Harry, você não devia ir até lá – Malfoy sugeriu.
- Olhem... eu pensei ter visto Hermione. Bom.... agora... pensando bem... talvez tenha sido ela mesma. Talvez estivesse atrás de algum ingrediente para a poção que ela queria fazer.
- Na certa foi um comensal que matou a velha. Essa gente é ruim mesmo... eles se matam até por causa de um jogo – Malfoy falou – Acredite-me eu já vi isto acontecer.
- Eu sei, Malfoy, mas não é isso. A velha me disse uma coisa muito estranha.
- O que, Harry? – Rony perguntou.
Harry olhou para Malfoy. Será que podia mesmo confiar nele. Hermione confiou!
- Tá: ela me disse que “A filha do mestre das Trevas iria ressuscitar o exercito do mal”.
Malfoy e Rony ficaram em silêncio olhando para Harry.
- Ainda não entendi. – Rony falou.
- A filha do mestre das Trevas é Hermione. Hermione é filha de Voldemort.
- Isso eu sei! – Rony retrucou – o que eu não entendo é... como Hermione ressuscitaria o exercito do mal. E que exercito é esse?
- Não sei! – Harry disse, e olhou para Malfoy – Você já escutou algo parecido, Draco.
Draco tentou puxar pela memória.
- Uhm... não sei... acho que sim, mas não me lembro... eu posso investigar se você quiser...
- Quero sim... Eu acho, sinceramente, que isto não passa de um mito que os Comensais que conseguiram fugir querem espalhar para causar pânico, o mesmo pânico que Voldemort causou, alimentando ainda mais o poder deles. Nós não queremos isto e é por isso que eu não quero que isto saia deste quarto, estão entendendo? Eu vou falar com Dumbledore, talvez ele possa esclarecer o que isto quer dizer. Por falar em Dumbledore... ele vem à festa?
- Acho que vem sim. E por falar em festa... acho que é melhor irmos descendo... – Rony falou. – O casamento vai começar daqui a pouco.


Quando Harry entrou no galpão ao lado da casa dos Weasleys ele não era o único surpreso. Tio Valter, Tia Petúnia e Duda viram, junto com ele, as portas se abrirem para um salão gigantesco, numa perfeita simulação do salão principal de Hogwarts. Arranjos, flores e velas decoravam o salão com um luxo nunca antes imaginado pelos Dursleys. O salão estava composto de bancos em duas fileiras cada, como uma igreja, com um pequeno altar à frente, onde Dumbledore estava a esperar pelos noivos.
- Dumbledore vai fazer o casamento. Fleur queria trazer um bruxo da França, mas Gui fez questão em trazer Dumbledore. – Rony sussurrou em seu ouvido enquanto entravam pelo corredor principal. – Vamos, nós vamos sentar na segunda fileira. A primeira é para mamãe, papai e os padrinhos do Gui.
Harry sentou entre Rony e Gina que imediatamente segurou em sua mão. Malfoy sentou-se ao lado de Gina e em seguida, sentaram-se Carlinhos, os Gêmeos e os Dursleys. Percy estava sentado num banco bem no final do galpão.
Enquanto Dumbledore esperava sozinho no altar, uma banda muito engraçada composta basicamente por fantasmas cantava uma canção de casamento. As pessoas que entravam aparentavam serem muito ricas, principalmente às que sentavam no lado da noiva, já que Fleur pertencia a uma família de classe nobre da França.
Só muito tempo depois, quando todos já estavam sentados é que apareceu, para surpresa de Harry, o professor Snape, luxuosamente vestido ao lado de Dumbledore.
- Sonorus – Ele apontou para a própria garganta e começou a narrar o casamento. – Agora, temos o prazer de ver a entrada do noivo.
A senhora Weasley surgiu no fim do corredor, com Gui ao seu lado, ambos bem vestidos e aproximaram-se do altar lentamente. Gui ficou em pé, mas a Sra. Weasley sentou-se na primeira fileira
- Recebamos agora o pai do noivo com a mãe da noiva. – Snape narrava.
O sr. Weasley veio muito orgulhoso trazendo a mãe de Fleur. Na frente do altar eles se dividiram: Arthur veio sentar-se ao lado da esposa, enquanto que a mãe de Fleur, sentou-se no outro lado do corredor na primeira fileira.
- Os padrinhos do noivo.
O professor Lupin, em sua melhor forma e no mais luxuoso traje, veio trazendo Tonks lentamente para frente e ambos sentaram-se ao lado da Sra. Weasley.
- E agora, temos o prazer de receber... – Harry pensou por um segundo que Snape repousara seu olhar sobre ele - ... os padrinhos da noiva... uma grande honra em poder receber o novo ministro da magia.
Harry, surpreso, virou-se para ver a entrada de Victor Krum. Ninguém tinha a postura dele naquele casamento. Ele emanava poder e, ao mesmo tempo, simpatia e desenvoltura. Só então, Harry olhou para a mulher que Krum trazia... e teve a impressão que o tempo parara. Harry sentiu o coração pulsar... e pulsou tão forte que ele imaginou que iria sair pela boca... ele se sentiu tonto, mas Gina segurou-o pela mão e falou algo em seu ouvido... Rony também se virou para falar algo... as pessoas todas se viravam surpresas e um grande burbúrio irrompeu no salão... no entanto, Harry não pode escutar nada... nada... nem um som... nem um único assobio... seus ouvidos haviam simplesmente sido desligados para dar toda a energia para seus olhos... porque seus olhos estavam vendo nada mais, nada menos que HERMIONE GRANGER.


- Calma, Harry... fique calmo... – Harry conseguiu escutar o que Gina dizia depois de muitos segundos. Ela o segurava firmemente, e se não fosse por ela, Harry achou que desmaiaria quando Hermione passou bem à sua frente, com as mãos dadas à Krum, sem nem ao menos olhar para o lado. Ele tremeu os lábios, queria falar algo, queria gritar algo, mas parecia que não tinha forças suficientemente.
Em seguida, entrou a noiva, Fleur Delacour no vestido mais espalhafatoso que ela conseguiu arranjar, mas nem isso serviu para atrair a atenção das pessoas que estavam surpresas demais com a presença de Victor Krum e ainda mais, com o aparecimento de Hermione dada como morta.
E Hermione estava belíssima. Trajava um vestido cor-de-rosa que combinava perfeitamente com sua pele alva e macia e tinha parte do cabelo preso em um coque, enquanto a outra caia pelo ombro esquerdo. Suas jóias eram simples, tanto quanto seu vestido, mas não havia ninguém ali tão bela e adorável quanto ela, apesar da feição série e compenetrada.
“Hermione,”, Harry pensou, não conseguindo conter a emoção “porque você não olha para mim. Por que, depois desse tempo todo, você faz uma entrada fascinante como essa sem nem olhar para mim. Se você queria me castigar, está conseguindo”.
Harry, naquele segundo, tinha inveja do talento que Hermione desenvolvera em Legitimência, pois queria ser capaz de penetrar em seus pensamentos e desvendar os seus mistérios. Ele queria tanto poder ver seus olhos vivos e sagazes depois de tanto tempo imaginando que ela estava morta.
Foi então, num momento mágico, que Hermione se virou e ele pode contemplar seu olhar pela primeira vez em tantas semanas. E, para a sua surpresa, viu uma lágrima brilhar no canto daqueles olhos castanhos. Os olhos mais adoráveis de todo o universo refletiam apenas tristeza...

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