Um elfo descuidado



Quando Harry e Hermione pareciam finalmente ter se entendido Krum entrou na cabine e, deixando de lado a polidez anterior, simplesmente cravou os dedos no braço de Hermione e a puxou com força para fora.
- Hey! – gritou Harry, e puxou Hermione pelo outro braço. – Você a está machucando!
- Ela é minha mulherr... – disse Krum, com impaciência. Harry imaginou que havia acontecido algo na cabine ministerial para Krum ter deixado de lado a mascara polida. – E vai fazerr o que mando!
- Ah, não vai mesmo! – Harry puxou Hermione e ficou na frente dela, pronto para enfrentar Krum. Mas Hermione segurou-o pelos ombros e afastou-o.
- Eu vou com Krum! Ele é meu marido, Harry! – disse Hermione, fazendo Krum sorrir, estufando o peito de orgulho.
Mas depois disso ela se aproximou de Harry e sussurrou em seu ouvido.
- Quando chegarmos em Hogwarts, Krum não poderá ficar em cima de mim o tempo todo. Tenha um pouco de paciência, Harry.... só um pouco de paciência.
Irritado, Krum puxou Hermione e, arrastando-a com violência, sumiu no final do vagão.

Depois disso, Harry não viu mais Hermione, mas estava bem contente pela conversa que teve com ela, apenas de ter sido bem superficial. Havia muita coisa que ele precisava saber. Ele queria estar com ela o tempo todo e queria esclarecer a situação entre os dois de uma vez por todas, mas concordou que deveria ter paciência e ajeitar as coisas com o tempo.
A chegada em Hogwarts não foi tão animada quando imaginou que poderia ser. Malfoy afastou-se deles no trem e quando Harry o chamou para juntar-se a eles na carruagem, o garoto fingiu que não o viu e juntou-se a Crabbe e Goyle.
Harry ficou chateado, mas imaginando a situação dele, sendo um sonserino, tentou compreender e entrou, por fim na carruagem com Rony e Gina. Luna e Neville apareceram por último, ambos destranbelhados e depois disso partiram para Hogwarts.
A conversa foi animada, não falaram sobre Krum e Hermione, nem sobre mortes e batalhas, simplesmente conversaram sobre suas pretensões profissionais e sobre os NIEMs, o que deveria estar povoando a cabeça de qualquer aluno do sétimo ano, neste momento. Harry ficou um pouco nervoso. Com tudo o que aconteceu não teve tempo de pensar em sua profissão e nem em como seria Hogwarts naquele ano.

Enquanto banqueteavam, Hermione e Krum surgiram na porta do salão principal. Hermione veio sentar-se ao lado de Harry, seu lugar habitual, enquanto Krum subiu na mesa dos professores, onde estavam também outros membros do ministério, inclusive Amos Diggory, Arthur Weasley, Susan Bones e outros desconhecidos para Harry. Krum sentou-se entre o professor Dumbledore e Arthur Weasley.
- A professora Minerva não parece estar muito contente com a presença dos ilustres convidados do Ministério! – disse Rony, acenando com a cabeça para Hermione que começou a se servir.
- Viktor vai fazer um pronunciamento depois – ela revelou, enquanto Harry colocava uma grande quantidade de purê de batata no prato de Mione, pois sabia que era um de seus pratos favoritos – Obrigada, Harry.
Ela sorriu e Harry pensou que não havia nada mais bonito do que aquele rosto.
- Dumbledore é o único que pode fazer pronunciamentos no banquete de inicio do ano. – disse Rony, indignado - Umbridge tentou fazer um pronunciamento e se deu mal. Acho que Krum vai se dar mal também.
- Não diga isso, Rony! – disse Hermione. – As vezes, o que a gente deseja acontece, sabia? Krum não é ruim. Ele está tentando fazer o melhor por todos nós.
Nem Harry, nem Rony gostou do último comentário de Hermione, mas Harry reservou-se ao silêncio.
- Uhnf! – Rony fez um muxoxo e virou o rosto para o corredor.
Por cima da mesa, Harry viu uma cabeça verde, careca e com grandes orelhas se aproximar e por um instante pensou que fosse o professor Flitwick. Quando passou por eles, Harry percebeu que era Dobby, na verdade, e acenou para o amigo Elfo.
Dobby acenou também e não viu quando Ernie Mcmillan da Corvinal ergueu um dos pés para fazer a criatura cair, mas Hermione viu a intenção do garoto e quando Dobby caiu, ela se levantou imediatamente do lugar onde estava e sacou a varinha.
- Seu idiota! Cavactum! – Ela gritou.
Um raio saiu da varinha de Hermione e atingiu Ernie bem no peito, fazendo-o cair da cadeira e bater com violência no chão.
- Srta. Hermione! – gritou Macgonagal instantaneamente, levantando-se de seu assento. – Por que fez isso, estou muito decepcionada com a senhorita!
- É mesmo? – gritou Hermione também – Sou eu quem está decepcionada com vocês. Vocês viram esse garoto asqueroso fazer Dobby cair e não fizeram nada para puni-lo.
- É um elfo domestico, querrida... – respondeu Krum, tentando acalmar Hermione que estava longe de se acalmar – Essas crriaturras estão acostumadas a serrem trratadas desta forrma... é a forrma corrreta de trratarr crriaturras fedorrentas como os elfosss.
- Você é que é uma criatura fedorenta! E Elfos são criaturas que merecem ser tratadas da melhor forma possível. E saibam que eu não permito que seja diferente. – Disse Hermione ameaçadoramente como Harry jamais viu. Ela olhava feio para Krum e depois olhou para Ernie. – Quem maltratar qualquer elfo na minha frente vai se arrepender amargamente.
E dito isso, Hermione olhou profundamente para o garoto, da mesma maneira como olhou para Krum durante o baile de casamento. O garoto começou a gritar, abaixando a cabeça.
- Pare, srta. Granger, pare de legitimentar o sr. MacMillan. – gritou Dumbledore, de repente, Hermione não parou e o garoto começou a convulsionar na frente de todos os alunos e membros do ministério, para angustia de todos. – PARE, GRANGER, VOCÊ VAI MATÁ-LO.
- Srta. Granger! – desta vez foi Macgonagal quem gritou, vendo que Ernie começava a sangrar pelo nariz. Mas nada disso fez Hermione parar. Ela parecia em transe.
Então Harry levantou-se subitamente de seu assento e correu para onde estava Hermione e a puxou, de modo que ela ficasse de frente para ele.
- Hermione.... – Harry disse, olhando assustado para a garota. Os olhos dela estavam completamente vermelhos, mas ela os piscou e eles voltaram ao normal.
- Isto... foi só um aviso. – disse ela e depois olhou outra vez para Dobby que estava com os olhos arregalados, assustado com a cena.
- Obrigada, menina Granger! – disse Dobby, ajoelhando-se na frente de Hermione, mas ela se abaixou e levantou o pequeno elfo. – Não quero que ninguém se machuque por minha causa, senhora... Dobby não merece isso, senhora...
- Não precisa fazer isso, Dobby. Você é uma criatura como qualquer um de nós. Não precisa se desculpar a ninguém!E se alguém te tratar mal, é só me procurar, está bem?
- Sim, senhorita, sim, senhorita! A senhorita é grande como o menino Potter, senhora!
Hermione levantou-se e olhou ameaçadoramente uma última vez para a mesa de Dumbledore, principalmente, para Krum e os membros do ministério e depois caminhou pelo corredor e sumiu na porta do salão.
- Meu Deus! O que foi tudo isso! – disse Rony, boquiaberto, quando Harry retornou ao seu lugar.
- Não sei, Rony. Estou tão surpreso como você. Hermione sempre gostou de elfos... montou o FALE... e tudo... mas jamais imaginei que pudesse ser tão explosiva como foi agora por causa de um deles.
- Harry... você viu... Hermione estava legitimentando aquele rapaz. Só Voldemort costumava legitimentar pessoas assim, dessa forma...
- É, eu sei.... isso não foi nada legal, principalmente diante do pessoal do ministério. Se eles já estavam preocupados com Hermione, por ser filha de Voldemort, agora então... será um inferno. Acho que nem Viktor poderá conte-los. – Harry disse, olhando para a mesa onde alguns membros do ministério cochichavam e Krum olhava assustado para Dumbledore. – Agora eu entendo o que Krum está tentando fazer e tenho medo que não dê certo, Rony. Eu tenho medo de que eles condenem Hermione a Azkaban. Se ela for para lá, podemos perdê-la para sempre....
- Harry... você não acha que Hermione possa estar... ruim... não é?
- Não, Rony, eu acho que não. Mas se ela for para a prisão, pode querer se vingar, não?... acho que foi o que aconteceu com Voldemort. Ele quis vingar-se de todos por ser um bruxo que teve que conviver com trouxas num orfanato e acabou indo para o lado das trevas. Estou com medo, Rony, estou com muito medo que isto possa acontecer com a minha Mione. Acho que está na hora de deixar o meu orgulho de lado e me juntar a Krum para proteger Hermione.

Harry mal terminara de comer quando Dumbledore levantou-se para seu pronunciamento anual de abertura do ano letivo. Parecia que Dumbledore havia envelhecido alguns anos nesses dias desde a última vez que Harry o via. Ele parecia cansado e abatido.
- Quero que todos sejam bem vindos a Hogwarts para mais um ano... – disse Dumbledore e respirou profundamente. – Existem algumas mudanças na carga horária do último ano. Depois da batalha em que muitos desta escola participaram no final do ano passado, o conselho da escola, em conjunto com o ministério decidiu encaixar Oclumência como uma nova disciplina, separada de Defesa Contra as Artes das Trevas. Também quero dizer que como o professor Horace Slughorn está doente, não dará aulas este ano. Isto quer dizer que o professor Severus Snape encumbir-se-á de Defesa contra as Artes das Trevas e Oclumência e Poções.
- Ai meu Deus! É um pesadelo! Diz que isso é um pesadelo! – disse Harry para Rony, enquanto o Professor Snape sorria contente.
- Como o professor Snape estará muito ocupado com o sétimo ano, as aulas de poções e defesa contra as artes das trevas serão ministradas por Ian Stanislaw Kruhm, irmão do nosso, bem acredito que todos já saibam agora, ministro Vikton Krum.
Um homem magricela e carrancuco levantou-se ao lado de Viktor e acenou para o salão inteiro.
- Sim, Harry, é um pesadelo. – Rony respondeu, olhando de soslaio para Ian. – Ainda bem que aquela figura não vai dar aula pra gente.
- Bom, melhor ele do que Snape, não é? Se Snape vai dar DCAT, Oclumência e ainda Poções, isto quer dizer que vamos passar três dias inteiros com ele.
- Meu Deus! Malfoy deve estar contente! – Rony falou, olhando para a mesa onde Malfoy parecia estar bem a vontade no meio dos trogloditas Crabbe e Goyle.
- Além dessas modificações, quero alertar aos alunos do sétimo ano que este é o ano dos NIEMs, esse teste decidirá suas carreiras daqui para a frente, por isso quero pensem com cuidado em suas profissões. Um número absurdamente grande de alunos está decidindo encarar a profissão de Auror, por conta dos acontecimentos do ano passado e da grande batalha em que Harry Potter, tão habilmente liderou a todos nós para derrotar Voldemort. – Harry corou e sentiu milhões de pares de olhos sobre ele – Mas quero que saibam que esta é uma carreira muito difícil e o professor Snape pediu-me para avisar que não será benevolente e quem quiser mudar de idéia ainda tem tempo. Estudem! Estudem e Estudem!
O professor Dumbledore respirou profundamente mais uma vez e olhou para Krum com tristeza.
- Bem, como devem ter notado, Hogwarts abrigará os membros do ministério até que um novo Ministério da Magia seja construído. O que significa que o terceiro andar está proibido para os alunos. Haverá guardas de segurança que impedirão o incurso de qualquer aluno naquelas dependências que estão reservadas para o ministério, então peço que colaborem e evitem constrangimentos. E agora, o nosso novo Ministro da Magia Viktor Kruhm fará um pronunciamento.... Sr. Kruhm...
- Querridos alunos de Hogowarrtes... querridos membrros do ministérrrio. Quero que saibam que este ano será um novo ano para a Inglaterra. Apessarrr de ser bulgarro, estou muito prreocupado com o destino de todos os brruxos brritânicos e futurros brruxos...
Harry, mesmo sem querer, desligou os ouvidos para o discurso de Krum e achou que aquele era um excelente momento para sair e conversar com Hermione a sós.
- Rony, estou indo tá... espere um minutinho antes de subir... – Harry pediu e saiu silenciosamente.
Esperando que Hermione já estivesse na sala comunal, Harry subiu correndo os degraus, pulando de dois em dois para alcançar a torre da grifinória.
A sala comunal estava na penumbra, não fosse por algumas brasas que crepitavam na lareira, mas não havia ninguém ali, nem mesmo Hermione.
Como não poderia subir os degraus da escada para o dormitório feminino, Harry resolveu chamar pela amiga, com esperanças de que ela pudesse ouvi-lo.
- Hermione! – ele falou, alto o suficiente para que quem quer que estivesse nos dormitórios femininos o escutasse. – Mione!
- Harry? – Hermione surgiu no alto da escada, vestindo uma camisola branca mimosa e adorável; os cabelos longos e soltos caiam-lhe pelo ombro até quase a cintura. – Está tarde! – ela disse, mas começou a descer os degraus.
Quando ela desceu o último degrau e estava ao alcance de Harry, algo inesperado aconteceu.
Harry enlaçou sua cintura e puxando-a para si, cobriu seus lábios com os dele.
Hermione resistiu no inicio, espalmando suas mãos no peito de Harry, mas como esse não fez menção em terminar a carícia, a garota deixou-se entregar, aconchegando-se nos braços dele.
Quando ele finalmente a soltou, Hermione respirou profundamente e repousou a cabeça nos ombros de Harry.
Ele afastou os cabelos de Hermione e fez uma carícia nos ombros nus da garota (não fosse pela alça da camisola) com a ponta dos dedos. Ela cheirava a rosas e a neve, como Harry sempre lembrava.
- Hermione... você não imagina quanto tempo eu rezei para poder tê-la uma vez mais em meus braços, para beija-la uma vez mais, abraça-la uma vez mais.
- Harry...
- Eu sonhei tanto com este momento, Hermione. Você é minha, não é de ninguém mais. Esperei muito para poder falar com você a sós novamente. Desde o último ano, quando você fugiu de mim.
- Harry... escuta o que eu tenho para te falar, pois é muito importante – ela disse, afastando-se dele. – Lembra-se do que eu te disse, durante o baile? Ainda não terminou. As coisas só estão começando.
- Que coisas? – Harry perguntou, assustado – Eu não estou entendendo nada, Mione. Primeiro você foge de mim, dizendo que precisa ficar um tempo sozinha e pensar na vida. Fugiu de mim, sem dar notícias, a não ser que você considere aquela carta em que você me mandou sem pé nem cabeça...
- Ah, Harry... aquela carta tinha mais coisas do que você poderia supor... Escrevi como se estivesse com febre e delirando para que Krum não desconfiasse.
- O que? Quer dizer que aquela carta...
- “A Águia está voando baixo agora”... isto quer dizer que Krum estava me azarando. Krum é conhecido como Águia no Ministério da Magia. – Hermione disse, como se tudo parecesse óbvio. Harry não sabia que Krum tinha um apelido.- “O sol não aparece por baixo da porta.” Isto queria dizer que eu estava presa num lugar sem sol e sem claridade... isso foi um pedido de socorro. Krum me deixou trancada num departamento todo destruído do antigo Ministério da Magia por dois dias!
- Bem... eu não sabia disso... e não me toquei que aquela carta poderia ser um pedido de socorro... achei que você estava delirando. Foi para mim uma confirmação de que você estava muito ruim e que estava quase morrendo.
- Eu estava quase morrendo! – Hermione disse, calmamente, e depois abaixou a cabeça triste. – Talvez fosse melhor...
- O que ? – Harry perguntou, sem entender a última frase.
- Nada, Harry... nada... só que não posso te dizer tudo o que aconteceu comigo, está bem?
- Por que não? – Harry perguntou, aborrecido.
- Porque você não entenderia... – Hermione respondeu, calmamente.
- Como você tem tanta certeza? – Harry perguntou, ainda
- Porque eu te conheço... – Hermione levou a mão à tempora, parecendo cansada. – Harry... não quero discutir com você... não agora que estamos bem... Sei que você está com raiva por causa do mistério que estou fazendo. Mas não estou fazendo isso para aborrecê-lo, assim como não fiquei sem dar notícias para castigá-lo, mas por enquanto, é só o que posso dizer...
- Hum... – Harry deu um muxoxo aborrecido. – Você não confia em mim. Se confiasse, contaria o que está acontecendo. Eu sempre contei a você... e ao Rony, tudo o que aconteceu comigo. E olha que muitas vezes tinha coisas graves e sérias para te contar e mesmo assim confiei em você. Eu confiei mais em você do que em Rony, pois sabia que você compreenderia. E mesmo assim, Hermione... Gina é capaz de saber mais sobre você do que eu...
Hermione olhou com pesar para Harry.
- Você tem razão em estar bravo comigo, Harry. – Hermione disse, se afastando para segurar a mão dele. – Mas, se você soubesse.... eu estou cansada. Esses últimos meses não foram fáceis para mim. É bom estar de volta. Eu achei que Krum insistiria para que eu ficasse com ele nos aposentos ministeriais, mas eu consegui convencê-lo de que em Hogwarts eu sou uma estudante e não a primeira dama.
- Ainda bem, Hermione. Por que não sei se eu suportaria ver você indo todas as noites dormir com Krum.
- Eu nunca dormi com Krum, Harry, já te falei isso. – Hermione abaixou os olhos. – No dia em que nos casamos eu disse para ele que compreendia o que ele estava tentando fazer, mas que jamais deixaria que ele me tocasse, pois minha alma pertencia a outra pessoa. E só a esta pessoa eu vou me entregar.
Harry sentiu um estranho sentimento vibrar em seu interior, mas manteve-se calmo.
- E quem é essa pessoa? – ele perguntou, displicentemente.
- Achei que soubesse... – Hermione corou e abaixou a cabeça.
Harry não tinha certeza... não poderia ter, mas tinha uma idéia e aquela idéia o fez sorrir.
- Harry... – Hermione levantou a cabeça como se lembrasse de algo muito importante – Eu preciso lhe dizer algo.... algo que...bem... existe uma profecia... sobre mim... que...
- Eu já sei, Hermione! – disse Harry. – A Filha do Lord das Trevas ressuscitará o exercito do mal.... essa frase fica martelando incessantemente em minha cabeça nos últimos dias. Vai me dizer do que se trata?
Hermione ficou branca e por um minuto, Harry achou que ela estava passando mal e fosse desmaiar.
- Hermione? – Harry perguntou ainda mais preocupado quando viu os olhos de Hermione brilharem e uma lágrima árdua descer pelo seu rosto.
- Harry... você sabe no ano passado, você fez uma coisa muito ruim comigo. Você me fez sofrer muito, mas eu compreendo que tenha feito aquilo com uma boa intenção. Para me afastar e me proteger. Eu fiquei brava com você e o julguei mal. Por favor, Harry, não me julgue mal. Dê-me o beneficio da dúvida!
- Do que está falando, Hermione? Não estou entendendo!
- Harry... por favor... me abrace...
Harry obedeceu e envolveu Hermione com ternura.
- Você está tremendo, Hermione! Meu Deus, diga o que está acontecendo. Deixa eu te ajudar, por favor.
Hermione começou a chorar e agarrou as vestes de Harry como se estivesse com muito medo.
- Meu Deus, Hermione! – Harry disse desesperado com o comportamento da amiga.
Mas Hermione controlou-se, secou as lágrimas com os dedos e respirou profundamente.
- Você não vai me dizer nada não é? – Harry perguntou, frustrado, quando ela começou a se afastar.
Hermione balançou a cabeça.
- Mas não desista de mim, está bem? – ela disse, com tristeza. – Prometa, Harry...
- Eu nunca vou desistir de você, Hermione... jamais...
Hermione começou a subir as escadas, parecendo abatida e cansada, mas quando estava no alto, virou rapidamente. Mas antes que ela falasse alguma coisa, qualquer coisa, Harry a impediu.
- O que foi aquilo com Dobby, Mione? E com Krum, no baile do casamento? – disse ele, olhando para ela seriamente – Seus olhos...
- Bem... eu me tornei muito boa em legitimência. Eu sei que é uma arte das Trevas. Sei muito bem disto, mas preciso ter alguma arma em mãos para enfrentar o que precisarei enfrentar este ano.
- Eu gostaria de saber o que é ESSA COISA que você tem para enfrentar. Eu tenho uma idéia, mas quero pensar que é isso.
Hermione abaixou a cabeça e sorriu.
- Não posso falar agora...
- Imaginei que diria isso. – Harry respondeu. – Hermione, eu não me importo em aprender o que tiver de aprender para combater o mal, mas, por favor, não dê mais demonstrações do seu poder em público, principalmente, na frente dos membros do ministério. Legitimência ainda não é imperdoável, mas torturar pessoas é...
Hermione respirou fundo e tristemente.
- Sinto muito pelo que fiz. Eu não queria machucar Ernie... bem... na verdade eu queria... mas eu só queria lhe dar uma lição... a ele e a qualquer um que maltrate os elfos... Eu descobri uma coisa sobre os elfos... eles nos serão mais importantes do que qualquer um imagina...
- Eles são muito úteis! – Harry respondeu... – É da natureza deles serem subservientes, Hermione, compreenda isso.
- Muitas atrocidades são cometidas a elfos, e eles são criaturas bondosas...
- A maioria deles! – Harry corrigiu, pensando em Monstro.
- Sim... bem... eu prometo não fazer mais nada como hoje à noite. Não quero arriscar parar em Azkaban novamente! Boa noite, Harry!
Harry esperou Hermione sumir no dormitório feminino para dizer a si mesmo:
- E eu vou avisar a Dobby para não aparecer em público e para não ser descuidado!
Harry foi dormir ainda mais frustrado do que estava. Ele ficara à sós com Hermione. Beijou-a, ambos trocaram carícias e mesmo assim, ele ainda estava na mais completa escuridão. A única coisa que tinha certeza é que Dumbledore tinha razão: Hermione precisava muito da sua ajuda. Harry só esperava ser forte o suficiente para ajudá-la e enfrentar aquilo que ela precisava enfrentar... coisa que Harry não queria nem pensar no que era, apesar de, realmente, ter uma idéia. A segunda coisa era proteger Hermione do Ministério que, com certeza, tentaria aprisioná-la se ela fizesse mais alguma demonstração como a daquela noite. E Harry não suportaria vê-la em Azkaban novamente... não depois de tudo o que ela sofrera. E a terceira coisa, era proteger Hermione de si mesma, pois ela demonstrava ter herdado alguns talentos de Voldemort.
No fim, apesar de estar extremamente irritado com o comportamento de Hermione que teimava em não lhe contar nada, Harry não conseguia brigar com ela, porque a simples presença dela acalmava seu espírito e renovava-lhe as forças...
















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