1º Dia de Aula



Estavam tomando o café, quando a Profª. McGonagall chegou com os horários das aulas. Dois tempos de Poções, seguidos de dois de Transfiguração e à tarde teriam Feitiços e Herbologia.


Harry começou a pensar em como seriam estas aulas; fazia muito tempo desde que deixara a escola, e tentara viver o mais trouxa possível, desde então. Olhou pra Gina, na outra ponta da mesa e viu como ela já era dona da situação, completamente entrosada com os colegas, conversava alegremente com Lily e Alice Smith, outra colega de dormitório.


Sirius mantinha os olhos quase fechados, e Harry desconfiava que, em breve, ele iria cair de cara no prato. Remo lia, Pettygrew se empanturrava e Tiago mexia na comida, olhando disfarçadamente para o lugar onde Lily estava. Harry não pôde deixar de rir e Tiago percebeu.


- Ei, Granger, tá rindo de quê? Que eu saiba, a sua Foguinho também não dá a mínima pra você... - disse, sufocando uma risada.


- Ela não é “minha Foguinho”! A gente não tem nada um com o outro.


- Exato. Ela não é sua Foguinho porque ela não dá a mínima pra você, por isso vocês não têm nada um com o outro.


Harry revirou os olhos. Não ia discutir uma besteira daquelas. Eles não tinham nada um com o outro... "Por que, então, se incomodar tanto com isso?" - perguntou-se, desalentado.


* * * * * * * * *


Quando chegaram às masmorras, pra aula de poções, eram poucos os que cursavam esta matéria. Dos marotos só não estava o Pettygrew. Além dos três, estavam Lily, Alice, Frank Longbottom, Gina e Harry, da Grifinória. Havia também uns poucos da Corvinal e da Lufa-Lufa, mas o que chamava atenção era o quarteto da Sonserina; Snape, Malfoy, Nott e Avery, velhos "amiguinhos" de Harry.


Diviram-se em quartetos e sentaram-se às pequenas mesas; Harry ficou com os marotos e Gina com os outros três da Grifinória. Demorou um pouco até o professor entrar na sala.


- Desculpem-me, meus caros. Eu estava conversando com o prof. Dumbledore e só pude vir agora. - sorriu Slughorn para os alunos. Harry olhou para Gina sorrindo e desviaram o olhar, quando o professor recomeçou a falar. - O diretor me informou de dois novos alunos, vindos da McKinnon, não é mesmo? Deixe-me ver... Harry Granger... Não conheço seu sobrenome, meu caro.


- Meus pais são trouxas, professor. - respondeu aliviado por não ter que responder perguntas embaraçosas. Conhecia o estilo de Slughorn; era um pouco pomposo, mas era inofensivo.


- Sim, claro... Seja bem-vindo, Sr. Granger. - Os Sonserinos fizeram um som de desaprovação, mas não se atreveram a falar nada na frente do professor. - E você, senhorita Weasley... - Slughorn estacou, quando viu Gina. - Não é possível! - Disse, num fio de voz.


- Professor, desculpe-me, mas não estou entendendo. - Gina falou, preocupada. olhava furtivamente para Harry, mas ele também não sabia o que fazer.


- Minha cara, sei que a família Weasley é uma das famílias sangue-puro mais antigas da Grã-Bretanha, e que você inegavelmente faz parte dela, com seus cabelos maravilhosos; o que me assombra é que você é espantosamente parecida com uma ex-aluna minha, Molly Prewett, que casou-se com Arthur Weasley.


- Professor, não os conheço. Meu Weasley vem da irlanda, e eu não conheço os parentes daqui... - disse Gina, um pouco insegura, depois de um tempo. - Além do mais, meu rosto é muito comum, as pessoas me confundem sempre com alguém conhecido e -


- Não, senhorita! - Slughorn a interrompeu - Seu rosto não tem nada de comum. Sua beleza é extraordinária, creio que todos nesta sala concordam comigo.


Gina ficou da cor de seus cabelos, se é que isto é possível. Harry ficou alarmado, com o "discurso" de Slughorn. Ouviu Sirius concordar prontamente com o professor, mas, para o seu espanto, viu todos da Sonserina concordarem também, e viu um sorriso malicioso dançar nos lábios do Malfoy.


- Vamos começar com a aula, então, senhores e senhoritas. - voltou à palavra o professor.


Harry achou que teria mais dificuldades com a volta às aulas, especialmente uma em que ele sempre fora um aluno medíocre, mas os marotos sabiam das coisas, e ele sentiu que estava em boas mãos.


Logo os preferidos do professor foram se destacando: Snape, Lily e agora, Gina. Ela era realmente muito boa, e o professor não cansava de elogiá-la. Terminada a aula, ele a convidou para fazer parte do clube do Slug, que se encontrava esporadicamente.


Ela sorriu e aceitou. Saiu da sala meio correndo, porque tinha que chegar logo na sala da profª. McGonagall, para a aula de Transfiguração. Qual não foi a sua surpresa ao ver que tinha alguém lhe esperando.


- Oi, ruiva. Podemos conversar um pouco? - falou com a voz arrastada.


- Sinto muito, Malfoy, mas estou atrasada para a aula de Transfiguração. Com licença. - e tentou empurrá-lo, para passar.


- Que pressa é essa, Foguinho? Tá com medo de mim?


- Me poupe, Malfoy! Dá licença? - ela já estava extremamente irritada. "Eu devia dar um murro na cara desse idiota!"


- Me chame de Lúcio, Foguinho. A gente pode se divertir muito por aqui, é só você parar de andar com essa escória com quem você anda... Granger e Evans! Eles não têm nenhum futuro, sabe?


- Já terminou com esse seu discurso nazista? Pois saia da minha frente e nunca mais dirija a palavra a mim! Se eles são escória, ainda está pra ser inventada palavra que te descreva, Malfoy - disse o nome dele como se cuspisse.


Malfoy não ficou muito satisfeito com o que escutou. O sorrisinho que estava colado no rosto dele minutos antes desapareceu, e ele empunhou a varinha, apontando para Gina.


- Você é muito arisca, Foguinho... Que tal me obedecer um pouquinho, hein? Imperius!


Nesse momento, Harry voltava correndo até a sala de Poções. Estranhara o atraso de Gina, e dera por falta na sala de Malfoy. Quando ele viu aquele imbecil lançando uma maldição imperdoável na Gina, esqueceu-se de onde estava e o estuporou, com ódio.


Malfoy nem soube o que o atingiu, e tombou no chão. Gina não entendeu o que tinha acontecido, até que viu Harry, que ainda estava furioso.


- O que você pensava que estava fazendo? Ele estava te amaldiçoando, e você não ia fazer nada? - Gritou com ela. Depois a abraçou e disse baixinho, no ouvido dela: - Você está bem?


- Estou, Harry. Obrigada por ter vindo me salvar. - E desvencilhou-se do abraço.


Harry percebeu o sarcasmo última frase.


- Mas você é uma mal-agradecida, mesmo!


- E você me vê como uma idiota. Você acha mesmo que ia permitir que ele me amaldiçoasse? Você acha mesmo que eu não sei como sair de uma maldição Imperius? Me poupe desse seu discursozinho clichê de sabe-tudo, Harry.


E virou-se, indo em direção à sala de Transfiguração.


* * * * * * * * *


Passaram o resto do dia sem se falar. Harry estava com um péssimo humor. Mesmo sendo o primeiro dia de aula, ele recebeu tarefa extra de todas as matérias, com exceção de Poções. Ele não conseguia se concentrar, sempre se lembrando da cena da manhã. Gina estava entre os melhores da sala, sempre respondia corretamente e os professores estavam encantados com ela.


O que Harry não havia atinado ainda é que ele agora era o "badboy" mais cobiçado da escola. Todas as garotas suspiravam quando ele passava, e sua aparência mais desleixada (e, de acordo com Gina, perigosa) somada à sua indiferença nas aulas o tornara um troféu para as meninas.


Sirius estava indignado com isso. Demorara seis anos para construir a sua imagem de "badboy" da escola, e ela fora destruída em um dia, por novato sabe-se lá de onde. Se fosse qualquer outro cara, Sirius não hesitaria em vingar-se, mas com o Granger era diferente; não sabia por que, mas confiava nele, e simpatizava com o cara. "Mas que ele merece uma brincadeirinha, merece..." - pensou Sirius, maquiavelicamente.


Gina estava possessa. Harry fizera todo aquele discurso antes de virem que confiava nela, que sabia que ela era capaz, e, na primeira oportunidade, fazia um papelão daqueles. E o pior, a abraçara daquele jeito, que lhe causava ondas de calor só de se lembrar. E cada vez que se lembrava de como gostara de ser abraçada por ele daquela forma, mais raiva sentia. "Não é hora nem lugar para voltar a sentir alguma coisa por Harry Potter, Gina! Você só vai sofrer! De novo!"


Lily olhava de um para o outro na mesa. Era óbvio que os novatos eram completamente apaixonados um pelo outro. Ele era meio bruto, mas era leal. Ela o seguira quando ele foi atrás da Gina. Nenhum dos dois perceberam porque estavam preocupados demais em brigar por besteira.


- Gina, você está legal? - finalmente perguntou Lily.


- Hã? - pergutou distraída, como se acordasse.


- Gina, você está bem? Eu sei que você e o Harry brigaram...


- Quem te disse isso?


- Precisa alguém dizer? A sua cara e a dele estão as mesmas: péssimas! Olhe, eu sei que não nos conhecemos há muito tempo, mas deu pra perceber que vocês dois se gostam, mas são cabeça-dura demais pra se resolverem...


- Olha quem fala: Você não consegue ficar um minuto sem olhar pro Tiago e vem me dar lição de moral! - retrucou Gina, em voz baixa, para mais ninguém ouvir, além delas duas e Alice.


Lily ficou de toda cor. Engasgou-se e ficou um bom tempo tossindo. Tiago imediatamente se levantou e foi pra perto dela, ver se ela estava bem. Lily ficou com ódio por ele estar lá, assistindo ela se engasgar daquele jeito ridículo.


- Sai daqui, Potter! - gritou Lily, em meio ao acesso de tosse.


Mas Tiago não saiu enquanto ela não parou de tossir. Depois se abaixou perto dela e perguntou docemente se ela estava melhor. Lily teve ganas de estrangulá-lo, mas se controlou e levantou-se, rumando para o salão comunal.


- Quem entende as mulheres? - disse Tiago desolado, sentando-se perto dos marotos e de Harry.


* * * * * * * * *


Gente, comentem, digam que tá horrível, me esculhambem, mas se manifestem!


Bjos.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.