O Indomável



O Indomável





- Mamãe! – Harry gritou caindo de joelhos ao lado do corpo de Lílian Potter.



As gargalhadas de Lord Voldemort ainda despontavam em Harry sua cicatriz ardia ferozmente, ele havia andado por toda a casa a procura da mãe. Descobriu que ali ele era apenas um fantasma e não podia interferir em nada. Ele ainda conseguia escutar os gritos desesperadores de seu pai que mandava Lílian esconder-se enquanto ele ganhava tempo distraindo Voldemort. Aquilo tudo era doentio. Harry apoiou as mãos no chão e começou a vomitar. Ele viu a si mesmo, ainda bebê, soterrado a meio de escombros de madeira partida. Minutos antes o bruxo maligno havia entrado pela porta...



- Entregue-me o bebê – Voldemort ordenou a Lílian.



- Jamais! – ela disse apertando Harry entre os braços – Meu filho não tem nada haver com a história. Poupe-o de tudo – ela suplicou, encolhendo-se mais no canto da parede, como um animal acuado.



Foi como se tivessem desligado totalmente o som e tudo se passou demoradamente aos olhos de Harry. Sua mãe murmurava contra-feitiços ao ouvido do bebê, no instante seguinte, um forte feixe de luz rompeu da varinha de Voldemort e atingiu Lílian em cheio. Ela tombou de lado, deixando o embrulho de panos com seu filho rolar pelo chão de madeira. Voldemort apontou a varinha diretamente para a cabeça de Harry. Lançou a maldição e esta voltou com maior poder, derrotando-o.



Depois de limpar sua boca que tinha o horrível gosto de vomito, Harry engatinhou até o corpo de Lílian e abraçou-a fervorosamente. Mal teve tempo de despedir-se e viu que o nevoeiro voltou a cobri-lo.



***



Somente mais uma dupla estava lutando, aparentemente, inconsciente da nova chegada. Harry viu Sirius desviar do jato de luz vermelha de Bellatrix: ele estava rindo dela.







- Vamos lá! Você pode fazer melhor que isso! - gritou, sua voz ecoava na sala cavernosa.







O segundo jato de luz o acertou diretamente no peito. O riso não saiu completamente de seu rosto mas seus olhos se arregalaram em choque.







Harry soltou Neville, que estava incapaz de fazer algo. Estava pulando os degraus novamente, pegando sua varinha enquanto Dumbledore também virou em direção do balcão.







Pareceu pegar Sirius numa geração avançada: seu corpo, curvado em um gracioso arco, enquanto afundava para trás no áspero véu, suspenso pelo arco.







Harry viu no olhar uma mistura de medo e surpresa em seu padrinho, gasto, uma vez bonito, enquanto caía através da velha entrada e desaparecia por trás do véu, que se sacudia agitado, apesar do vento forte, depois caiu de volta no lugar.







Harry escutou um grito triunfante de Bellatrix Lestrange mas sabia que isso não significava nada - Sirius só tinha caído através da passagem arcada e ele reapareceria do outro lado em qualquer minuto...







Mas Sirius não apareceu.







- SIRIUS! - Harry gritou. - SIRIUS!







Ele se estendeu no chão, sua respiração veio em cauterizadas arfadas. Sirius tinha que estar logo atrás da cortina, ele, Harry poderia puxá-lo de volta...







Mas enquanto se alcançava o chão e corria a toda velocidade até o balcão Lupin agarrou Harry pelo peito, puxando-o de volta.







- Não há nada que você possa fazer, Harry...







- Pegue-o! Salve-o, ele está simplesmente lá dentro!







- ...É muito tarde Harry.







- Nós ainda podemos alcançá-lo... - Harry se debateu dura e cruelmente mas Lupin não o deixaria ir...







- Não ha nada que você possa fazer, Harry... Nada... Ele se foi.







Reviver a morte do seu padrinho fora extremamente doloroso para Harry. Ele assistia a tudo aflito quando o nevoeiro começou a envolvê-lo – pela última vez. Um estranho formigamento apossou o corpo de Harry. Quando ele se encontrou no hospital em que ele veria Draco morrer mais uma vez, sentiu que sua presença ali era maior do que de um espírito.







Correu em direção ao corredor onde Draco estava hospitalizado, um enfermeiro disse que ele não poderia entrar no quarto, mas Harry apenas apontou a varinha e ele saiu do caminho. Quando entrou no quarto, sentiu suas pernas estremecerem. Draco estava deitado na cama, de olhos fechados – e vivo – embora sua respiração fosse devagar. Harry aproximou-se dele, ficou ao lado da ama e segurou a mão pálida do menino. As lágrimas rolavam pelo rosto de Harry, ele soluçava enquanto tentava falar.







- Harry – Draco disse baixinho, abrindo os olhos – que bom que você esta aqui. Eu pensei que não viria.



- Oh – Harry engasgou chorando – Draco, não me deixe outra vez – ele suplicou – você precisa lutar!



Draco começou a perder o foco da visão, suas mãos tremiam e ele começou a agonizar, sua respiração ficou mais lenta – Harry, eu me recordo o último verão, o que passamos juntos. – ele disse enquanto as lembranças vinham à tona – nós dividimos o nosso amor... E os ventos trazem aquelas noites que passamos juntos.



Harry colocou a cabeça no colo de Draco e chorou compulsivamente. Ele estava morrendo.



- Harry – Draco o chamou pela última vez – porque esta tudo tão nublado? – ele suspirou – esta tão frio aqui...Devo sonhar que o verão chegou e estaremos juntos outra vez.



Depois de alguns segundos de silêncio, Harry ergueu o olhar e viu que Draco o fitava ternamente. A cor Esvaziou-se do rosto rapidamente.



- Draco, eu estou aqui. – Harry disse tomando o rosto dele com as mãos – fale comigo, Droga! – Harry deu um tapa no rosto do menino. – Ande seu filho da puta! – ele já estava em histeria – Você não pode me deixar, não faça isso comigo...



Uma mão leve tocou no ombro de Harry e tudo escureceu. Um forte feixe de luz o segurou, de modo suspenso, no ar no meio do nada. Finalmente, Harry deu um último suspiro e morreu. Naquele instante ele parou de sofrer.

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