Assunto de Meninos



Assunto de Meninos





25 horas para o reencontro com Malfoy.



Harry ficou irracional por boa parte do final do dia. Seria impossível organizar os seus pensamentos, Rony e Hermione não ousaram perguntar nada. Apenas deixaram o amigo sozinho (só depois de Harry berrar isso a eles) para que ele pudesse refletir e se recuperar. As emoções de Harry fluíam como cavalos selvagens – impossíveis de serem controladas. Era uma grande dor pensar em continuar vivo sem Ter a presença de Malfoy para mostrar que ainda valia apena se sacrificar, fazer este mundo um lugar descente para viver, era uma tarefa para muitas mãos. Harry desistiu... afundou em um abismo profundo, as trevas estavam por toda à parte e o gelo embaixo da língua ficava pior quando Harry pensava no amanhã. No quarto semi-escuro, Harry via sombras de um passado que insistia em atormentá-lo. Rony entrou no dormitório pelas pontas dos pés, aproximou-se manso e silenciosamente até o carrossel da cama do amigo e agachou-se ao lado de Harry.



Harry... – ele chamou baixinho – você quer participar da ceia de natal?

‘Brigado – Harry respondeu sem abrir o olho.

Er... – parecia que Rony queria dizer algo – Queria que você soubesse o quanto todos nós amamos você. Nunca nos deixe.

Eu jamais faria isso com você, Rony – Harry respondeu agora abrindo os olhos – A não ser por um bom motivo, e agora eu não tenho nenhum.

Tudo bem, te vejo depois – Rony respondeu aliviado, saindo do quarto.

Depois que Rony saiu do quarto, Harry ficou sentado e meditou por instantes. Não queria que as pessoas sentissem pena dele, levantou-se e foi até a janela. Admirou os jardins de Hogwarts, que ficavam tão tocantes no inverno. O lago da lula gigante... suas lembranças foram para aquela tarde de fim de verão, quando ele e Draco haviam se reencontrado pela primeira vez depois do episódio da biblioteca. Um brilho inusitado chamou a atenção de Harry, bem no meio das copas altas da floresta proibida. Ele piscou e fixou o olhar no mesmo ponto. Uma forte dor na cicatriz o fez cair de joelhos no chão. Aquela então havia sido a dor mais forte que ele já sentiu na vida. Quase vomitou, mas conteve-se a tempo a ponto de desmaiar. Ficou de pé ainda zonzo. Uma voz muito baixa ecoava na sua mente, ele se concentrou para ouvi-la.



"Venha até mim, vou realizar o seu desejo"



Não vou cair nessa – Harry respondeu para Voldemort – vou agora mesmo avisar Alvo Dumbledore que você esta em Hogwarts.

"Ele já deve suspeitar, por isso não tenho muito tempo. Estou lhe fazendo uma proposta, quer ouvir?"



Sou todo ouvidos. – Harry respondeu.

"Ótimo – Voldemort disse em tom de satisfeito, não imaginou que o garoto fosse ceder tão rápido – Eu lhe concedo um dia inteiro para que você o desfrute com qualquer pessoa morta que você escolher"



Isso só seria possível se eu também morresse – Harry falou nervosamente

"Exatamente, e eu tenho o poder para fazê-lo encontrar-se com quem você quiser, imagino que seja o menino Malfoy, ou Sírius, ou seus pais"



O que você ganha com isso? – Harry perguntou.

"Ver você morto seria um excelente presente de natal" – Voldemort riu fazendo a cicatriz de Harry doer um pouco mais.



Eu pagaria com a morte este favor? – Harry quis saber.

"Isso mesmo, é pegar ou lagar. Escolha na hora a pessoa que você quer ver. Você terá com ela um dia mágico, fará tudo que sempre sonhou"



Posso escolher quantas pessoas eu desejar? – Harry perguntou.

"Desde que estejam mortas..."



E se você jogar sujo?

"Desta vez ou a minha palavra. Afinal, você vai estar morto, e não vai ser por feitiço. Vai querer ou não?" – Voldemort barganhou.



Você é o ponto luminoso da floresta proibida?

"Pode apostar que sim"



Já estou indo ai, nada de truques. – Harry avisou.

"Negócio fechado" – Voldemort disse encerrando a sessão de telepatia.



***



Por precaução, Harry saiu do castelo debaixo da capa de invisibilidade, o mapa dos marotos a mão e a varinha. Ele só resolveu ir até Voldemort, porque segundo o mapa do maroto, Voldemort estava sozinho. O caminho estava obstruído por neve e Harry não usou mágica para limpar a trilha até a floresta proibida para não levantar a atenção de qualquer pessoa. Suas mãos estavam frias e ele estava sentindo um pouco de excitação. Os próximos dez minutos de caminhada pela floresta foi silencioso. Harry usou a varinha somente quando se afastou bem da orla da floresta. Iluminou o caminho estreito e também o mapa do maroto, Precisava certificar-se se naquele meio tempo, nenhum comensal da morte havia se reunido a Voldemort.



Harry aproximou-se da clareira que estava indicada no mapa sobre onde Voldemort estava. O Bruxo estava coberto por uma capa branca, seu rosto estava concentrado em uma feição carregada de ansiedade. Ele agitava as mãos, em protesto ao frio – aquele não parecia ser o Lord das trevas... mas já que o mapa assim dizia... e ele não estava só. Um dementador estava junto a ele.



O que significa este dementador? – Harry disse empunhando a varinha em direção a ele.

Eu te disse que não lançaria nenhum feitiço sobre você – Voldemort falou – este dementador é capaz de realizar aquela tarefa da qual já conversamos. Agora você não poderá voltar atrás.

E o que ele irá fazer comigo? – Harry perguntou.

Irá te dar o beijo da morte. Irei lançar nele um feitiço especial que irá reunir as almas de todos que você desejar.

Eu realmente não tenho nada a perder. – Harry falou esfregando a moeda da Armada de Alvo Dumbledore. Todos do grupo estavam recebendo o comunicado que ele estava em perigo mortal, prioridade máxima.

Harry havia decidido que realmente iria partilhar dos planos de Voldemort, porém entregaria o bruxo. Em sua cama havia um bilhete explicando tudo.



Eu não tocarei em você, estou sem varinha – Voldemort disse – quando o Dementador beijá-lo, direi algumas palavras e tudo acontecerá. Diga-me o nome das pessoas que você quer passar as vinte quatro horas, e na ordem que deseja vê-las. As horas serão divididas.

Esta bem – Harry começou a dizer os nomes, quando terminou, Voldemort ficou em silêncio. Depois de alguns segundos mentalizando algo, ele ordenou friamente que o dementador matasse a Harry.

Eu não encontrei outra palavra mais indelicada – explicou o bruxo depois de Harry apanhar a varinha.

Nuvens de fumaça branca começaram a envolver a Harry. Ele escutava os gritos da sua mãe no momento em que Voldemort entrou na sua casa e matou os seus pais. O Dementador aproximou-se de Harry e agora suas bocas estavam muito próximas uma da outra. Harry fechou os olhos e sentiu uma alavanca o puxar no momento em que foi beijado e Voldemort dizia palavras sagradas.



***



Lílian Potter – Primeira pessoa, Das seis da manhã até o meio dia.







24 horas para o reencontro com Malfoy.



Um caminhão de mudanças parou rente a calçada. Uma Van estacionou logo atrás, Lílian bateu a porta do carro e foi até o porta malas ajudar a Harry que retirava as caixas com porcelanas.



Gostou da nossa nova casa? – Lílian perguntou ao filho.

Fantástica – Harry respondeu – onde fica meu quarto, mãe?

O primeiro depois da escada. – ela disse deixando Harry entrar sozinho na casa, enquanto ela falava com os carregadores do caminhão de mudanças.

Quando Harry já estava no Hall de entrada, escutou sua mãe lhe chamando, ela subiu os degraus da varanda correndo.



Já tinha me esquecido – ela disse ofegante, apoiando-se nos ombros de Harry - ...Aff! Ah, nada de mágicas. Por favor.

E o que eu iria fazer? – Harry deu uma de inocente – Usar mágica para desempacotar minhas meias?

Lílian riu e voltou para a rua, tinha que dar instruções aos carregadores que já tinham quebrado seu armarinho de louça durante a mudança. Harry depositou a caixa de papelão no chão da sala e saiu para dar uma rápida explorada na casa vazia. Ele achou ótimo que seus pais tivessem escolhido um bairro de trouxas para eles morarem, era sempre melhor e mais seguro fora que o Ministério da Magia fez questão que eles se mudassem para aquela região – porque ela não era habitada por uma família de bruxos a dezenas de quilômetros e era sempre bom Ter alguém mágico em cada distrito – assim tinham um melhor controle e a região não ficava magicamente descoberta.



O assoalho de piso frio fez Harry sentir-se melhor, já que aquele verão prometia ser fustigante. Ele passou brevemente pela cozinha, quando chegou ao quarto, percebeu que aquele quarto era o mesmo que sua mãe havia se escondido quando Voldemort chegou e a matou. De repente Harry se lembrou que tudo aquilo que ele estava vivendo era por menos de seis horas, ele precisava aproveitar o tempo que tinha com a sua mãe, para ela, à noite em que Voldemort apareceu, nunca havia acontecido e ela não se perguntava porque seu filho estava com dezesseis anos de idade.



Arre! – Harry gritou quando se virou e deu de cara com a sua mãe que o fitava parada na porta do quarto.

Em que você estava pensando? – Lílian perguntou – nunca o vi tão sério! Esta tudo bem filho?

Harry não disse nada, apenas caminhou até a sua mãe e a abraçou. Ela era a criatura mais angelical que ele já tinha presenciado – ela era santa, pura e só tinha amor nos olhos.



O que deu em você, Harry? – Lílian se queixou – ontem brigamos feio porque você não queria deixar Little Whinging. Duda até ameaçou nunca mais olhar na minha cara se eu separasse a amizade de vocês!

Eu mudei de idéia – Harry disse fingindo se lembrar de tudo aquilo que em outra dimensão a Lílian lembrava e ele não – me desculpe, mamãe – Harry não pode deixar de se emocionar quando disse a palavra mãe.

Quando seu pai chegar do trabalho vou mandar ele preparar uma poção para você – ela colocou a mão na testa do filho para ver se ele tinha febre – Tudo isso é saudade da minha irmã? Eu não entendo até hoje porque você e Petúnia se dão tão bem... e o Valter então? Praticamente quis morrer quando anunciamos a nossa mudança para cá. Não sei o que deu nele, só estamos morando na rua de cima... parece que mudamos de continente!

Os Dursleys sempre foram exagerados – Harry disse surpreso ao saber que em algum tipo de vida paralela, Tio Válter quase o adotou.

Bom, toda essa demonstração de carinho que você teve por mim não irá livrá-lo do castigo que eu lhe dei – Lílian falou enquanto bagunçava os cabelos de Harry – Você resmungando coisas horríveis ao meu respeito foi o fim picada.

O que eu falei de você? – Harry perguntou se livrando do abraço de urso que Lílian estava investindo.

Agora deu surto de memória? – Lílian se queixou ficando mais acalorada – Eu me lembro bem do "mais peçonhenta que um basilisco". É isso que você pensa da sua mãe?

Vamos esquecer tudo isso – Harry a abraçou pela a cintura – me perdoe, mamãe. Nunca mais vou fazer isso. Agora bagunce meu cabelo mais uma vez...

Eu já lhe disse que estou seriamente pensando em lançar um feitiço no seu cabelo?

Pode pintá-lo de laranja berrante que eu não me importo. – Harry disse – Agora vamos lá embaixo porque eu acho que os carregadores quebraram mais alguma coisa. Acho que foi o abajur da vovó...

***



Depois de descarregada a mudança e depois que os malditos carregadores foram embora, Lílian não hesitou em disparar feitiços por toda a casa. Em minutos toda a mobília estava organizada os pratos quebrados recuperados e as panelas chiavam e exalavam um ótimo cheiro que vinha da cozinha.



Eles passaram o restante da manhã colando as fotografias em um álbum de família. Só assim Harry soube que naquela esquisita vida, ele havia sido um filho rebelde, e pior – encarnado um arrogante Malfoy. Harry se divertiu muito, passou horas maravilhosas ao lado da mãe, quando chegou à hora do almoço, escutou sei pai chegando. Harry sentiu que estava olhando para seu reflexo no espelho, mas Tiago Potter tinha os cabelos grisalhos.



Já arrumaram toda a casa? – perguntou ele.

Um nó na garganta surgiu e Harry segurou-se para controlar suas emoções. A imagem de seu pai foi se desfocando conforme seus olhos se enchiam de lágrimas.



***



Tiago James Potter – Segunda pessoa, Meio dia até seis da tarde.











Harry e seu pai estavam comendo como monstros quando Lílian não pode mais suportar e começou a reclamar.



Vocês poderiam ao menos mastigar a comida antes de engolir? Ou melhor, de boca fechada! – ela se queixou.

A comida está ótima – Tiago disse com a voz engrolada por causa da boca cheia - Eu não tirei a tarde de folga para perder com um almoço. Harry e eu vamos jogar Quadribol lembra-se?

Vão jogar essa droga de Quadribol, aproveite e leve Harry no Sto. Mungos ele deve estar doente, se comportou muito bem hoje, disse que me amava um milhão de vezes e colou fotos minha por toda a casa – ela limpou seu próprio prato e mostrou a estampa da louça – eu não achei graça em encontrar meu rosto até em tampas de privada.

Eu nunca vou esquecer o seu rosto, mãe.

Cruzes! – Tiago se benzeu – e você fica me olhando como seu eu fosse um pote de ouro!

Esqueçam isso, onde vamos jogar Quadribol? – Harry pediu.

No lugar de sempre, o clube de golfe para bruxos, no centro de Londres. Mas afinal, se é para jogar Quadribol, porque se chama Clube de Golfe? – Tiago ficou de pé e terminou de tomar o suco de abóbora. – vamos?

***



Harry achou o máximo que a sua família estivesse na lista da Sociaty Rotary Clube. Isso era uma pequena amostra da popularidade dos Potters sobre a Bruxidade. O garoto descobriu muito mais: todos os holofotes estavam mirados sobre sua família. Era como se fossem os "Queridinhos da Inglaterra". Os Potters viviam como uma típica família bruxa, absolutamente normal. Harry degustou toda essa felicidade antes mesmo de passarem para a parte interna do Clube. Já na portaria, Tiago foi efusivamente cumprimentado por vários colegas.



Ola, Pontas! – Uma voz logo atrás chamou por Tiago. Quando Harry virou-se, deu de cara com Lupin.

Pelas barbas de Merlin! – Tiago exclamou, abraçando o amigo – Quando você voltou da França?

Na verdade, acabei de chegar. Os bruxos aparatam, sabem... – Lupin dizia, ignorando Harry completamente, quando se virou para o garoto.

Como vai, Harry – ele estendeu a mão.

Oi, professor. – Harry cumprimentou.

Mas que droga! – Lupin disse furioso, dando um soco no ar – Como vocês ficaram sabendo?

Sabendo sobre o que? – Tiago bagunçou o cabelo, um tanto confuso.

Que eu começarei a dar aulas de DCAT em Hogwarts! – Ele disse – Eu ia fazer uma surpresa, contar a todos vocês, mas queria esperar que Sírius chegasse.

Não fazíamos idéia – Tiago argumentou, tentando fingir que esquecera a surpresa.

Mas Harry chamou-me de professor! – Lupin disse em tom de súplica.

Oras, homem! – Tiago disse – Fico imensamente feliz que Dumbledore o tenha chamado. Quando Sírius chegar, faremos a surpresa a ele.

Porém, eles aguardaram na lanchonete por quase vinte minutos e Sírius não apareceu, então uma coruja chegou a mesa.



Rapazes, fiquei preso aqui no Ministério, tenho muitos memorandos para enviar. Quando eu passar para levar Harry no Show de abertura das Esquisitonas do primeiro jogo da temporada de Quadribol, a gente se fala.







Abraços, Sírius.



Decidido isso, eles foram para o vestiário. Harry colocou um uniforme "não-oficial" para treinos e aguardou por seu pai no lado de fora do campo, já com a sua Firebolt nas mãos.



Harry foi tomado por tristeza no final da tarde. Ele ansiava para contar tudo a Rony quando se lembrou que não poderia voltar atrás com Voldemort. Ele já estava semimorto. Passou a tarde toda jogando Quadribol com seu pai e outros amigos dele. Havia descoberto um Tiago que ele nunca, em seus mais delirantes sonhos, achou que encontraria. Então mais uma dúvida surgiu na cabeça dele – Será que todos estavam plenamente cientes de tudo o que estava se passando? Seria uma loucura coletiva?



Ao Chegar em casa, Harry encontrou Sírius sentado no sofá da sala.



Quase que você não chega a tempo da gente ir para o Show das Esquisitonas. – Sírius disse ficando de pé, vestindo a jaqueta e couro que segurava na mão.

Eu ainda nem tomei banho ou jantei! – Harry reclamou.

Eu lhe concedo quinze minutos.

Sírius – Terceira pessoa, Seis da tarde até Meia Noite



A vista noturna do centro de Londres atrai muitos turistas – trouxas ou bruxos – e os bares eram os mais disputados pela juventude britânica. Mesmo já sendo quase oito horas da noite, a cidade estava muito quente e abafada, ao chegarem na estação King’s Cross, Sírius e Harry logo tinham experimentado vários feitiços discretos que os ajudasse a desgrudar a camisa das costas suada. Um bruxo chamado Hammye encontrou-se com Sírius no instante em que eles iam atravessar a barreira da Plataforma 9 ¾ da estação.



Vai levar seu afilhado para o Show das Esquisitonas? – perguntou o bruxo ao referir-se a Harry.

Não perderíamos este grande Show por nada – Sírius afirmou entre uma piscadela para Harry – Imagine só, o novo disco ainda nem foi lançado e vendeu milhares de cópias.

Eles atravessaram a barreira e pela primeira vez Harry viu parado na estação um tipo de metrô, bem diferente do habitual Expresso de Hogwarts. Vendo a curiosidade de Harry, Sírius tratou de explicar.



O trem para Hogwarts é de uso exclusivo dos alunos de Hogwarts. Este daqui é para o transporte dos bruxos.

A viagem foi rápida e tranqüila. Eles foram conversando sobre coisas que Harry fingia estar por dentro mesmo sem saber do que Sírius falava Harry tinha apenas uma leve noção. Ele comentava sobre muitas coisas, e falava de uma maneira apaixonante e convicta.



Em pouco tempo estaremos mostrando aos trouxas o que é a magia, tudo aos poucos, é claro – dizia ele – Arthur Weasley esta trabalhando arduamente com os primeiros ministros das duas sociedades, finamente vamos Ter uma única civilização...

O metrô foi reduzindo a velocidade e parou no meio de uma cidade movimentada, com bruxos e bruxas de todos os estilos caminhavam através das plataformas de trem. Aparentemente todos estavam indo ao Show das Esquisitonas. Um Auror do Ministério da Magia aproximou-se de Sírius e o cumprimentou calorosamente. Harry só o reconheceu depois de olhar duas vezes. Estava incrédulo.



Ola, Harry! – Lúcius estendeu a mão direita para o garoto.

Oi – Harry disse desconcertado.

Nossa! – Lúcius exclamou em tom brincalhão – que bicho te mordeu hoje? – ele acrescentou com uma exagerada careta e incredulidade – você nem ao menos me deu aqueles soquinhos amistosos!

Harry achando que não estava agindo muito bem sendo como ele mesmo deveria ser e se comportar, tratou de socar amistosamente o ombro de Lúcius, mostrando que tudo estava bem.



Bom, eu preciso ir, preciso manter a ordem neste Show. – Lúcius disse se afastando.

Só um instante – Harry o chamou – Onde Draco esta? – ele perguntou.

Meu filho chega hoje à noite de viajem, não se lembra? – Lúcius perguntou perplexo - Ele ficou de aparecer na sua casa quando fosse perto da meia-noite...

Ah! Que cabeça a minha! – Harry disse, dando um tapa na testa – Esqueci-me completamente.

Então... até mais – Lúcius virou as costas e misturou-se a multidão.

Definitivamente, hoje não é o seu dia – Sírius clamou a Harry – parece que um Dementador andou dando uns beijos em você – ele brincou.

Harry riu nervoso. Depois que ele entregou o seu ticket ao guarda da bilheteria, afundou-se na sua poltrona de frente para o palco e mal percebeu quando o Show acabou. A multidão vibrou quando os jogadores Húngaros entraram no campo, empunhando bastões reluzentes e trajavam um uniforme azul. No momento em que o time da casa entrou, Harry achou que a arquibancada fosse ceder ao peso.



Chudley Cannos! – gritou vocalista da banda.

Borrões laranja cortaram o campo e os jogadores se posicionaram, aguardando a entrada do Juiz. Harry sentiu sua perna estremecer quando reconheceu seu pai montado em uma das vassouras.



Meu pai é apanhador dos Chudley Cannos! – Harry gritou.

- E daí? Todo mundo sabe – Gritou um garoto sentado atrás de Harry.



Aquela temporada de Quadribol foi a melhor que Harry já tinha assistido. A caminho de casa, os Potter, Sírius e Lupin foram até um restaurante no beco-diagonal. Antes de sentarem-se a mesa, Tiago deu alguns autógrafos e pousou para alguns fotógrafos e por fim jantou com a família e os amigos. A caminho de casa, Harry ficou ansioso para chegarem. Ele precisava se arrumar o mais depressa possível. Iria reencontrar com Draco.



Draco Malfoy – Última pessoa. Meia Noite até as Seis da manhã.







O mais incrível é que Harry não se sentia cansado. O simples fato de ficar acordado por quase 48 horas não era nada comparado à experiência de reencontrar Draco Malfoy. Aproveitou os vinte minutos que conseguiu abonar com Sírius e foi até o banheiro se arrumar. A fumaça branca exalada da água, vaporizou todos os poros de Harry. Ele deixou a água quente escorrer por todo o seu corpo, livrando-o de o pouco cansaço que brandia seus ombros. Depois de desligar o registro de água, se enrolou na toalha e correu para seu quarto que ficava de frente para o banheiro, lá embaixo as vozes animadas de seus pais e do seu padrinho, mostravam que logo iria se iniciar uma pequena festa banhada à cerveja amanteigada.



O guarda roupas estava repleto de roupas que Harry sempre desejou usar. Aquele reencontro seria mágico, ele apanhou uma camisa branca de manga comprida e gola alta, uma jeans azul-desbotada e um tênis All-Star. Um perfume de cânfora deu o toque final, e os cabelos rebeldes assumiram um moderno penteado. Quando Harry estava descendo as escadas, rumo ao Hall, a campainha tocou.



Eu atendo! – Harry disse ao pai que havia se inclinado no sofá.

Com as mãos trêmulas Harry abriu a porta. Draco Malfoy estava ali, parado encima da soleira do tapete escrito "Wizard Forever", as mãos no bolso da jaqueta de um time de Quadribol da terceira divisão, os cabelos loiros levemente inclinados para frente, acentuando a pele clara. Harry olhou fundo naqueles olhos. Sentia-se muito bem, mas como se o encontra-se pela primeira vez. Ele ficou tão fascinado que Draco conseguiu sentir as vibrações que Harry transmitia, de tão grande que era sua emoção.



Oi – Draco disse, tímido.

Quer entrar? – Harry gaguejou.

É melhor irmos logo para minha casa – Draco disse – você tem alguma coisa pra pegar?

Oh, Não. Seus pais...

Você esta agindo estranho – Draco falou mansamente – sabe muito bem que eu não gosto de entrar na sua casa e sabe que minha mãe não iria voltar comigo e sabe também que meu pai só volta amanhã e que a casa esta sozinha...

Desculpe – Harry murmurou – espere só um instante que eu preciso falar uma coisa com meus pais.

Harry virou as costas e correu para a sala. Todos fizeram silêncio e o olharam.



Eu posso dormir na casa do Draco? – Harry pediu aos pais.

Você está de castigo – Lílian o lembrou.

Deixe o garoto – Sírius deu uma força a Harry. – Ele nem aproveitou o Show das Esquisitonas...

Vá – Tiago disse sério – Amanhã você irá aparar todo o jardim. E sem magia.

Sem problemas – Harry disse agradecido. Beijou o rosto da mãe, um cafuné em Sírius e um forte abraço no pai. Fora o tapinha que levou de Lupin.

Obrigado por tudo – Harry disse a eles – Vocês nunca terão noção do quanto o dia de hoje foi bom pra mim. - O garoto virou-se no momento em que as lágrimas escorreram pelo seu rosto.

Ele fechou a porta da casa e olhou pela última vez, o vulto dos seus familiares.



Porque esta chorando? – Malfoy perguntou, aproximando-se dele.

Não foi nada, apenas estou feliz – Harry secou as lágrimas com as costas das mãos, não queria mostrar-se fraco na frente de Draco.

Eles caminharam em silêncio por um bom tempo. Draco não indicava caminho algum para onde queria ir, por isso Harry foi andando a esmo.



Você não se lembra mesmo aonde eu moro? – Draco perguntou, De repente.

Com vergonha e cabisbaixo, Harry fez que não. Como a rua estava deserta, Draco não se importou em pegar nas mãos de Harry.



Não precisa sentir vergonha – Malfoy disse baixinho, sua voz serena era reconfortante e elevou o espiritual de Harry – você esta agindo de maneira estranha, eu não me importo com isso – e sem avisar Draco o abraçou, fazendo Harry parar de andar – Oh, Deus. Como senti sua falta – Draco falou, fitando Harry com seus olhos azuis – Vamos para a minha casa.

Harry evitou falar qualquer coisa a caminho da casa de Draco, que era bem próximo de onde eles estavam. O tremor nas mãos de Harry chamou a atenção de Draco.



Esta tudo bem com você? – ele perguntou – Como foi o jogo do seu pai?

Tranqüilo – Harry respondeu, guardando as mãos no bolso.

Não se falaram até chegarem enfrente a casa de Draco. Apenas a luz do Hall estava acesa. Um silêncio incômodo passeava pelos jardins.



Onde esta o Dobby? – Harry perguntou enquanto atravessavam o imenso jardim.

- Foi com a minha mãe. Isso é bom, assim ficamos completamente sozinhos.



Eles subiram os lances de degraus da Nobre Mansão Malfoy e logo estavam no grande salão de entrada da casa. Ao fechar a porta , eles não aguardaram mais nenhum minuto. O quarto de Draco era no andar superior, com a máxima urgência, correram para os aposentos, os dois se jogaram na espaçosa cama.



Harry porque você esta chorando outra vez?

Não é nada – Harry respondeu – Só estou feliz de estar ao seu lado.

Tem alguma coisa errada com você, eu posso sentir, não esconda nada de mim. – Draco segurou o queixo de Harry – Eu o amo, isso não é suficiente pra você confiar em mim?

Amanhã cedo eu te conto – Harry mentiu – me deixe apenas olhar para você. Quero passar a madrugada acordado. Você não imagina o quanto me custou Ter essas horas com você.

Eu consigo imaginar – Draco falou – ouvi seus pais dizerem que você esta de castigo. Cortar gramas sem magia é horrível. Nunca o fiz, mas imagino como é.

Harry não respondeu. Colocou sua cabeça sobre o colo de Harry e deixou-se ser acariciado, mansamente. Draco conseguia tocar em sua alma aquelas mãos delicadas percorriam calorosamente o seu corpo, Harry sentia-se excitado emocionalmente por conseguir ficar ao lado de Draco por pelo menos mais uma vez. O preço valeria apena.



As horas seguintes foram mágicas. Draco sentiu-se satisfeito com toda a ardência que Harry transmitia ao se tocarem, os momentos passavam rapidamente e os orgasmos freqüentes não os deixava exaustos. Harry não sentiu o tempo passar. Exatamente às seis horas da manhã ele escutou uma voz familiar. O chamado vinha do lado de trás da porta do quarto de Draco. Quando Harry se virou o menino já estava dormindo. Ele vestiu um roupão e descalço foi te a porta. Girou a maçaneta e empurrou-a. Lord Voldemort o esperava.



- Você irá passar por mais um momento difícil – Disse o bruxo – terá que vê-los morrer mais uma vez.



- Isso não – Harry disse nervoso – você não poderá me obrigar a ver isso...



- Você não tem escolha – disse o bruxo virando as costas e sumindo em um nevoeiro.



A fumaça branca começou a tomar conta do quarto. Harry não conseguia ver um palmo a sua frente, quando abriu os olhos, notou que estava em um lugar diferente. Os gritos da sua mãe começaram a ecoar por todos os lados.

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