Querido diário?



3 de setembro, terça-feira


Querido diário, meu nome é Hermione Granger e... não sei se esta é uma boa maneira de começar um diário, para falar a verdade, nem sei porque tô escrevendo sobre meu dia nada legal nesse presente de Gina Weasley. Ela me deu este diário pouco antes de saímos de férias, ela disse que eu precisava desabafar, e não seria Harry e Ron que ouviriam esses desabafos. Até que a ruiva estava certa. Eu já considerei Gina minha amiga, só que essa fantasia de melhor amiga acabou quando Harry descobriu sua paixão pela ruiva.


A coisa funciona assim: eu sou apaixonada por Harry, Harry é apaixonado por Gina, Gina é apaixonada por Harry e eu sobro nessa história. E por que o casal nunca consegue ficar juntos já que se amam? Porque Harry acha que Ron não vai gostar de vê sua única irmã com o melhor amigo. Entendeu? E Rony é afim da Luna, mas sai com a Lilá. Legal como esses ruivos encaram as coisas, né?


Então você, caderno velho, se pergunta novamente: por que Rony está com a loira doida sendo que é apaixonado por outra loira? Porque ninguém ainda colocou na cabeça ruiva do Rony que ele tem que se decidir.


Não é nada fácil ter que consolar Harry enquanto ele está triste por Gina, nem é fácil ter que aguentar as dúvidas cruéis do Rony quanto a Luna. Conclusão: eu sobro muito no que costumávamos chamar de trio.


Mas vamos as partes legais da vida: fico bem de verde e sou monitora da Grifinória. Agora vamos as partes ruins disso: verde é a cor da Sonserina e o cargo de monitora-chefe eu disputo com ninguém menos que Draco Malfoy. As vezes eu acho que alguém lá em cima não gosta de mim. Por que, nossa, tinha quer ser mesmo Malfoy?


A professora McGonagall disse que como “somo alunos exemplares, dedicados e responsáveis” poderíamos dividir este cargo sem problemas. (SEM PROBLEMAS PARA ELA, CLARO, PORQUE PRA MIM É PERTURBADOR PENSAR EM DIVIDIR ESSE CARGO COM DRACO IRRITANTE MALFOY.)


A parte boa: eu posso acabar com a doninha e sambar na cara dele por ser monitora-chefe. A parte ruim: ele nunca foi tão chato e irritante quanto está sendo.


Ou seja, sou monitora da Grifinória (tendo meu amado ruivo Ronald Weasley como sub-monitor) e o cargo de monitora-chefe, porém dividido com Malfoy. Eu ainda tenho que fazer as rondas de noite. E com quem eu faço as rondas? Com Luna Lovegood, que é monitora da Corvinal? Nãããão, eu faço a monitoração com Malfoy.


Eu sou uma garota de muitos problemas.


Aliás, Ron veio aqui na biblioteca para minha missão cupido. Este ano prometi que iria ajudar ele com a Luna. Tenho vontade de tranca-los na sala precisa e deixarem se resolverem, assim como Harry e Cho... Grr.


– Qual o plano? – disse ele se sentando de frente pra mim.


– Primeiro você tem que terminar com a Lilá – não tirei os olhos do livro.


– Plano B... – falou inocente. Revirei os olhos.


– Você quer a Luna ou quer a Lilá? – LUNA! RESPONDA QUE QUER A LUNA! PORQUE, OLHA RUIVO, NÃO É NADA FÁCIL TE VER AOS BEIJOS NO CORREDOR COM AQUELA LOIRA DONA DO FC APAIXONADAS PELO UON-UON.


– Não sei – encarei ele – É difícil escolher. Se eu largar da Lilá para tentar alguma coisa com Luna e não der certo?


– Por que se preocupa tanto com aquela loira esteárica? – falei. Ele não respondeu. – Se resolve, ou você quer uma ou quer outra.


– E se não der certo com a Luna? – repetiu ele, quase sem paciência. Suspirei.


– O mundo mágico tá cheio de meninas que gostam de ruivos (n/a: pessoas como essa humildeautora).Não se preocupe. – falei voltando a atenção para meu livro.


Ronald Weasley tinha um sério problema de indecisão. O que me iritava bastante, às vezes.


– Não estou apaixonado por outras garotas, estou apaixonado pela Luna! – aaaah não diga, ruivo! Será que é por isso que eu to te pedindo para ficar longe da Lilá?


Revirei os olhos. Francamente, alguém diz para esse mané que Luna também gosta dele?


– Não fale sobre essa missão cupido comigo até terminar com a Lilá, ok? – murmurei irritada, peguei meu livro e sai da biblioteca.


Pior que ajudar Ron com o triângulo amoroso dele, era ajudar Harry e Gina.


– Então… alguma novidade? - perguntou Harry cauteloso assim que passei pelo quadro e entrei no Salão Comunal da Grifinória.


– Ainda nem deu o toque de recolher, Harry – falei com calma.


Harry, diferente de Rony, tinha um plano em mente, o que fazia ele lembrar de sua amiga aqui. Essa missão cupido seria mais fácil, eu só precisava falar com Gina e depois falar com Harry para os dois chegarem a um consenso. Tá ai a parte difícil do plano: eu não aguentaria ouvir a resposta de Gina.


– Certo, Mione, desculpe. – respondeu se sentando em uma das poltronas de frente com a lareira. – Só quero resolver isso logo – ele mantinha um tom calmo, embora eu conhecesse Harry o suficiente para saber que ele gritava de ansiedade por dentro. Não é fácil ver Harry dessa maneira. – O que acha? – perguntou ele, pela sétima vez desde que concordei em fazer isso.


– Não sei – aquela era o tipo de pergunta que eu sempre ignorava e mudava de assunto, mas Harry já estava nervoso demais e eu não queria ser a culpada por um infarto dele.


Ele suspirou calmamente. Ia dizer alguma coisa, mas foi interrompido por Ron passando pelo quadro.


– Será que a Luna vai gostar de mim se eu der um pudim pra ela? – perguntou o ruivo chegando com um prato na mão. Pude perceber que ele estava comendo pudim de chocolate. Revirei os olhos. Então a fixa caiu…


– VOCÊ FOI NA COZINHA PEDIR PUDIM PARA OS ELFOS? – Existe muitas maneiras de me deixar pirada, e uma delas é ir a cozinha e pedir alguma coisa pros elfos.


Além de Ron me dizer esse tipo de coisa que ele chama de ideia, o maldito ainda frequenta a cozinha e me aparece com um pudim no Salão Comunal.


– Peguei no Salão Principal, lá tem pudim sabia? E não é proibido. – disse enquanto mastigava o pudim.


Olhei para Harry dizendo “o quê?”. Ele sorriu.


– Já deu a hora da janta, Hermione – disse sorrindo.


O meu coração dispararia com o sorriso dele se eu não estivesse tão pirada com eles e devo dizer que realmente disparou.


– Estava todo esse tempo na biblioteca?


– Foram para o Salão Principal sem mim? – choraminguei.


– Eu estava tentando te chamar, mas você saiu da biblioteca nervosa. – falou Ron no canto da sala com seu pudim.


– Ora, vocês dois… – não tentei pensar em nenhuma ameaça boa para eles. Apenas me virei e sai pelo quadro, emburrada.


Eu estava na biblioteca tentando ajudar Ron e depois fui para o Salão Comunal ajudar Harry. E eles me agradeceram? Não, eles não agradeceram.


E, meu Merlin, quem eu encontro no Salão Principal jantando sozinho? Se você disse Draco Malfoy, parabéns, você acertou!


O loiro imbecil estava sozinho na mesa da Sonserina, lendo um livro qualquer e provavelmente brincando com a comida.


– Oh Granger?! – disse com aquele sorriso sarcástico pregado no rosto. Suspirei entediada – Cadê seus amigos geniais? Tá sozinha, é?


– Acho que isso não é da sua conta, Malfoy – sentei em qualquer lugar da mesa da Grifinória.


– Ah sim, Potter tá tendo um caso com a Weasley caçula. Esqueci que você sobra nesse grupo. Até o Weasley tem companhia, Granger – encarei as costas dele, o matando mentalmente – Você não cansa não?


– Eu canso de você, pode ser? – respondi me servindo de suco de abobora. Ele continuara de costas pra mim.


– Deve ser horrível pra você vê Potter com a ruiva, né?


Trinquei os dentes. Idiota.


– Tem coisa pior, como ficar sozinha com você no Salão Principal.


– Arranje alguém melhor pra te fazer companhia.


– Estou sem opções no momento – rebati. Que nada, ele riu sarcástico.


– Esqueci que Potter e Weasley deixam você de lado sempre que vêem uma oportunidade – MALDITO COMENSAL QUE COLOCOU ESSA DONINHA LOIRA NO MUNDO!


– Às vezes eu tento me livrar de você também, mas nunca da certo. – tentei manter o tom calmo e paciente para não atacar ele com um feitiço qualquer.


– Você me ama, Granger. – disse indiferente, como se comentasse sua cor favorita de camiseta.


– Oh sim. E Snape vai adotar Harry, né? – ironizei. Ele deu risada – Talvez isso aconteça quando você deixar de ser um arrogante estúpido.


– Sou arrogante com quem merece, pessoas como você. E, querida, por favor, não sou um estúpido. – Tive a inesperada vontade de mostrar a língua para ele assim como fazem as meninas de 5 anos quando descobrem que não vão ganhar um unicórnio no Natal. ELE ME CHAMOU DE QUERIDA?


– Você não tem amor próprio, né? Sua amada mãe não ficou 9 meses te aguentado para você... ser assim. Chega até decepciona-la, Malfoy.


– Você me ama.


Isso não teve muito sentido. Fiz careta.


– Acho que já discutimos isso – tentei manter a calma.


– Ah é, você baba no Potter – ele me ignorou.


– O que te faz pensar isso?


– Por favor, Granger – sorriu irônico, mas não se virou – Até a gata do Filch sabe que você gosta do cicatriz – não, ele não tem amor próprio.


– Até ela consegue ser melhor companhia – é, isso também não fazia sentido.


– Então admite que gosta do Potter, Granger? – ele se virou, apenas com um gesto do pescoço. Senti meu rosto arder. CARAMBA! POR QUE TEMOS MESMO DISCUTIR SOBRE MINHA VIDA AMOROSA?!


Abri a boca para falar qualquer bobagem que passou pela minha cabeça, mas ele foi mais rápido.


– É claro que gosta – sorriu irônico e me deu as costas. ODEIO VOCÊ, MALFOY!!!


– E a Parkinson como vai? – AQUELE PROJETO VERDE DE MISS COMENSAL?!


– Vai bem, obrigado. – ele se levantou e se aproximou aos poucos da mesa da Grifinória, parou de frente pra mim e colocou a pilha de livros que carregava na mesa. Se sentou paciente, cruzou os braços e me fitou.


Não me pergunte. Eu não estava entendo coisa nenhuma.


– Você gosta do Potter, Granger, mas tem medo de decepcionar a ruiva. Fique sabendo que ela não faria o mesmo por você – ele sorriu de lado. Gelei. Desde quando Malfoy era meu conselheiro?


– Achei que pensava que eu te amava. – qualquer coisa para mudar de assunto seria bom. Até mesmo falar sobre o clima.


– Agora quer discutir isso? – tipo, como tá o clima em Londres? Por favor, mude de assunto.


– Não vou fazer nada para prejudicar aqueles dois – espera, por que eu tava me explicando para essa doninha?


– Prefere sofrer, né? – ele me encarou. Desviei o olhar, fingindo que minha comida era mais interessante que aquilo.


Ficamos em silêncio, não respondi essa provocação dele e ele não voltou a me provocar, foi embora junto com sua pilha de livros.


Sabe, eu ainda estou tentando entender essa conversa. O que aquela doninha tinha a ver com minha vida?


Depois que voltei para o Salão Comunal da Grifinória – emburrada – tive que fazer a monitoração junto com Draco Malfoy.


Não deveria ter alguém lá em cima que me ama e que quer meu bem? Então, tá na hora de demonstrar isso. Por Merlin, por que tem que ser Draco Malfoy?


Tentei evitar Malfoy ao máximo que pude levando o Mapa do Maroto comigo. Enquanto ele estava de um lado, pode ter certeza, eu estava do outro lado.


Talvez Malfoy esteja com a razão, eu preferia sofrer. Mas Harry gosta da Gina, o que eu posso fazer? Se ela não sentisse o mesmo seria diferente... MAS NÃO, VIDA, ELA SENTE O MESMO. O pior de tudo é que eu tenho que assistir isso de camarote ainda e, bem, pagar de cupido. Mas não vou desistir de colocar na cabeça ruiva do Rony largar da Lilá.


Agora vou me preparar psicologicamente para o dia de amanhã e rezar para que aconteça algo com Malfoy que o impeça de ir a aula amanhã, ou pelo resto do ano, que seja.


Volto a escrever amanhã, presente de Gina Weasley

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Déia Santos

    Eu particularmente não gosto de contos em primeira pessoa, mas li até o fim e a trama me interessou bastante. Hermione afim do Harry, Harry e Gina se gostam... Rony num triangulo... Hermione avulsa! Draco de conselheiro kkkkkkkkkkkkkkkkk indo pro proximo capitulo

    2013-10-12
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.