O SONHO.



CAPÍTULO 13:



O SONHO



Aquelas foram, de longe, as melhores férias de Natal de Harry. Ele passou os dias de folga entre jogos com os amigos, visitas a Hagrid (- Achei que tinham me esquecido!-), e, é claro, o namoro com Gina. Era muito bom ter uma namorada, concluiu para Rony certa vez. Diante de frase tão original, o amigo o esculhambou por vários dias, divertindo a todos.



As nuvens negras só teimavam em aparecer quando pensava em Voldemort. O Lord Negro estava excepcionalmente sumido, e ao contrário do que se poderia pensar, para Harry isso era muito preocupante.



O começo do novo trimestre veio com notícias de MacGonagall sobre o resultado de seus NOM’s. A professora falou a um Harry muito feliz e aliviado, que suas notas haviam sido mais que suficientes, com exceção de Poções, na qual ele teria que caprichar mais, e de Adivinhação, esta totalmente descartável. Harry não conseguiu segurar o riso diante de tal qualificação, e jurava que MacGonagall tinha piscado pra ele!



- E também Potter, fico satisfeita em dizer que o Tribunal Bruxo analisou sua ficha e, como a lógica impõe, você foi aprovado para candidato a Auror. Porém, devo avisá-lo que tem um longo período de muito estudo pela frente, e eu não aceito nada mais de você do que dedicação absoluta. Agora pode ir.



Harry manteve-se controlado na presença da professora, mas quando ganhou o corredor correu desabalado até onde os amigos e Gina o aguardavam. Abraçou a namorada, levantou-a do chão e girou-a no ar, protagonizando mais uma cena romântica, cercada de suspiros invejosos. Rony e Mione, assistindo àquilo, souberam que o amigo tinha se dado bem.


Isso somado ao fato de que ganharam de Lufa Lufa pelo assombroso placar de 350 a 70, fez com que Harry esquecesse, por algum tempo, da ameaça de Voldemort. Nem mesmo Malfoy, quieto durante tanto tempo, mas que voltara às costumeiras ofensas, (-Conseguiu em Gigi!!! Sabe Pottinho, que eu achava que não ia honrar suas calças?-), conseguiu arrefecer o bom humor de nosso herói.



Janeiro passou com muita neve e estudos. E fevereiro não começou diferente. O primeiro Dia dos Namorados do quarteto não poderia ter sido mais feliz, cercados pela decoração de cupidos e corações do Três Vassouras. Tarde naquela noite, Harry afastou uma Gina muito corada de si, dizendo:



-Gina por favor, suba agora ou eu não me responsabilizo.



-Se escondendo de novo, Potter?



E puxou-o pelo colarinho, beijando sua orelha. Harry respirou fundo, tentou concentrar-se na cara de Rony se visse a cena, mas não resistiu...Segurando os cabelos da garota, beijou-a longamente, saboreando os murmúrios que ela emitia. Quando Gina enfiou os dedos pela abertura de sua camisa, Harry afastou-a de novo.



- Gina vá! Por favor!



A diabinha sorriu, satisfeita por conseguir provocá-lo, e desapareceu pelas escadas, jogando no ar um último beijo. Harry sentou em uma poltrona, espichando-se. Sorriu para si mesmo enquanto pensava em sua ruiva. Sua vida não estava tão mal, afinal. Aliás estava era muito boa. Relaxou tanto ali, em frente ao fogo, que pegou no sono. E foi quando aconteceu.



Estava deitado em um chão frio de pedra que lhe pareceu estranhamente familiar. A sua frente a figura alta e aterrorizante de Voldemort em pessoa.



-Então, Harry! Achou realmente que eu não viria me divertir com meus novos poderes, eliminando você?



A risada fria e o tom debochado reviveram em Harry o ódio pelo bruxo, mas antes que conseguisse puxar a varinha, a dor impiedosa da maldição Cruciatos atingiu-lhe. E desta vez estava mais forte do que se lembrava.



- Isso mesmo fedelho. Demonstre respeito e temor a quem é infinitamente mais poderoso que você. Fique ai bem quietinho enquanto eu me divirto com sua amiguinha.



Dizendo isso, Voldemort ergueu uma das mãos, e sem usar varinha, levantou Harry do chão e manteve-o flutuando, com um feitiço que “puxava” seus braços e pernas para direções diferentes, cegando-o de dor. Harry sentiu sua pele se rompendo, enquanto o sangue escorria. Sentiu medo, não tinha varinha, não havia o que fazer... Mas nada disso apavorou-o tanto quanto o que Voldemort fez a seguir. Girando o corpo, mostrou a Harry a figura de Gina, caída, totalmente a mercê do bruxo, os grandes olhos implorando por ajuda.



- Eu vou deixar você escolher Harry, como eu devo me divertir com ela, hum? Escolha direito, moleque, por que você vai assistir de camarote... E gargalhou.



Não, não a Gina. O desespero de Harry aumentava a cada segundo. Tinha que se mover, tinha que fazer alguma coisa. A dor em seu corpo era agora nauseante, sua visão estava escurecendo, não tinha mais voz... Não podia morrer, tinha que chamar ajuda! Num esforço agoniado conseguiu gritar:



- GINA! ALGUÉM AJUDE! VAI MATÁ-LA!



- Harry! Harry! Acorde por favor! Vamos cara acorde!



Harry abriu os olhos confuso. Viu Rony e Hermione assustados em volta de si e Gina, mortalmente pálida, olhando-o mais de longe. Enxugou o suor da testa enquanto sentava na poltrona, respirando fundo para conter a náusea.



- O quê..?



- Não sei cara. Estava descendo para ver porque não estava no quarto e te encontrei aqui no chão, gritando...-



-Eu e Gina estávamos acordadas conversando e ouvimos você chamar por ela.



Gina, que nunca presenciara um dos pesadelos de Harry, venceu o susto e veio chorando abraçar o rapaz, que surpreendentemente impediu-a com um gesto da mão.



- Gina desculpe, mas eu preciso me deitar, o.k.? Mione, por favor, ela está assustada, leve-a pra cima e cuide dela, sim?



Hermione não entendeu mas levou uma Gina totalmente confusa e relutante para o dormitório. Rony encarou o amigo que ainda respirava com dificuldade e que parecia estar se controlando a custo.



- O que foi isso? Por que afastou Gina?



Harry abaixou a cabeça, derrotado, e então respondeu ao amigo:



- Rony, vou precisar da sua ajuda e de Hermione em algo muito importante.



- Claro. No que?



-Vocês vão ter que apoiar Gina, cuidar dela.



Rony chocou-se.



- Você não vai...



- Vou. Vou terminar o namoro.



- Por que? O que foi que você sonhou?



- Voldemort vai pegá-la Rony, aqui dentro de Hogwarts. Eu vi, senti a dor,... Tenho que convencê-lo que Gina não significa tanto pra mim. Tenho que convencer GINA que ela não significa tanto pra mim...Ela tem que se afastar...



Harry abraçou os joelhos agoniado. Então o nó em seu peito subiu para a garganta e explodiu em um urro abafado, mas cheio de dor. Rony sentou-se a seu lado, e pôs a mão em seu ombro, solidário na dor do amigo.





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