DIAS SOMBRIOS...



CAPÍTULO 14:



DIAS SOMBRIOS...



Harry levou muito tempo pra convencer Rony e Mione de que estava fazendo o que era certo. Embora nenhum dos dois tivesse se convencido, concordaram em manter o segredo de suas verdadeiras intenções afastando-se de Gina. Ele passou os dois dias seguintes evitando encontrar-se sozinho com a garota, e se isto acontecia, dava um jeito de ausentar-se rapidamente. Porém, não era o suficiente. Precisava resolver a situação, rápido.



Harry pediu a Hermione para que avisasse a Gina que ele a aguardava na beira do lago. Ficou lá esperando, angustiado pelo que teria de fazer. A visão de Gina vindo sorridente ao seu encontro, provavelmente na expectativa de um encontro romântico, o fez sentir-se totalmente miserável. Recompondo-se, Harry inspirou-se em Malfoy para sustentar uma expressão de frieza. Tinha que manter-se firme.



- Olá Potter!



Quando Harry não respondeu da maneira usual, Gina teve a certeza de que algo estava muito errado. Percebera a distância que o namorado impunha desde a noite do sonho, mas culpara a este pelo estranho comportamento. Agora, o medo socou-lhe o estômago.



- Harry, o que houve? - Perguntou, enquanto levava a mão em direção aos cabelos do rapaz.



Ele esquivou-se e recuou um passo.



- Gina, eu preciso falar com você. Não vejo forma melhor de fazê-lo do que sendo direto.



Ela aguardou, antecipando nada de bom.



- Eu sempre soube que você gostava de mim. Rony me contou quando você veio para Hogwarts. E desde então eu escuto a conversa de que deveria te dar uma chance.



Gina corou, chocada.



- Harry...



- Me deixe terminar, sim? Pois bem, ano passado muitas coisas deram errado, Sirius, minha história com a Cho...Enfim, estava cheio e achei que um pouco de romance me faria bem.



Gina curvou-se um pouco, como se tivesse sido golpeada fisicamente.



- Agora eu percebo que você está levando essa historia muito mais a sério do que eu. Então, pra não chatear o Rony que é meu amigo, eu acho melhor parar as coisas por aqui, antes que você se magoe.



Gina o encarou alguns segundos, totalmente surpresa e decepcionada. E então explodiu.



- Não subestime a minha inteligência, Harry Potter! Eu não acredito em nada do que você está falando! Você está tentando me afastar de novo por cauda daquele maldito sonho. O que acontecia nele afinal?...



- Sonhos como aquele não são novidades pra mim, Gina. Aprendi há tempos a não misturá-los com a realidade. Embora fosse muito fácil pra mim usar essa desculpa, não seria verdade. A verdade Gina, é que não estou mais a fim de você. Mas espero que possamos continuar amigos...



- Amigos? Amigos?! Você não gosta de mim como amiga, Harry! Sabe disso!



Não estava dando certo. Harry respirou fundo, e evocando Malfoy novamente, desferiu o golpe.



- Não nego que foi bom Gina. Você beija bem e é bem bonita. Mas esse lugar está cheio de garotas, você não espera que eu fique só com vo...



Gina, que até ali estivera reagindo com descrença e mágoa, ergueu a cabeça e o encarou com determinação no olhar, apesar do brilho das lágrimas. Esse olhar tão magoado e tão orgulhoso fez Harry vacilar. Apertou as mãos e obrigou-se a calar.



- Tudo bem Potter. Eu só posso desconfiar de seus motivos, que devem ser sérios pra você agir dessa maneira. Mas não vou fazer cenas. Esta é a sua decisão e eu vou acatá-la. Agora por favor, eu gostaria que você me deixasse sozinha, sim?



Virou-se para o lago e ficou observando os movimentos da lula gigante, como se ele não estivesse mais ali. Harry aspirou o aroma de açúcar e canela por alguns segundos e subiu para o castelo.



== * ==



Toda a escola soube do que acontecera, mas Harry não deu margem à perguntas. Se não conseguisse ser Auror, poderia ganhar a vida como ator nos filmes dos trouxas. Era visto pelos corredores do castelo ou nos treinos de quadribol como se nada estivesse errado. Porém, os que o conheciam bem, sabiam que quase não comia, passava noites em claro e passara a permanecer várias horas na sala de Moody, que o estava ajudando a aprimorar sua oclumência. Precisava evitar que Voldemort percebesse seus reais sentimentos a qualquer custo.



Gina por sua vez, estava se revelando uma jovem surpreendente. Mesmo Rony assustava-se com a aparente serenidade com que enfrentava a situação. Só Hermione era testemunha de seu choro sentido à noite.



Malfoy não perdeu a oportunidade:



- E então Pottinho? Acabou o namorico? A pobretona ruiva foi demais pra você? Quem sabe eu me divirta um pouco com ela, também...



Harry forçou-se a balançar os ombros e sair de perto. Malfoy ele conseguia agüentar, seu problema era o olhar de Gina nas poucas vezes que se olharam...



A determinação de Harry ganhou novas forças com o comunicado que Moody lhe fez, já em meados de março.



- Dolohov fugiu de Azkaban novamente .



- Como?



- O ministro persiste confiando nos dementadores. Na minha opinião eles já mudaram de lado há tempos.



- Ele chegou a contar o que pretendia com aquele ataque no meio da escola?



- Não. Nenhum feitiço revelador teve efeito. Voldemort deve tê-lo imunizado. Algo que só bruxos poderosos como ele e Dumbledore são capazes de fazer.



- Bom, quando o pegarem novamente...



- Já pegaram. Mas não foi o pessoal do Ministério, Potter.



- Como assim?



- Dolohov foi deixado em frente ao Ministério da Magia. Morto. Por Voldemort em pessoa, acredito eu.



Harry sentou-se assombrado.



- Ele falhou em sua missão, e sabemos que o Lord Negro não tem piedade nem para com seus servos mais próximos. Os requintes de crueldade com que matou Dolohov demonstram bem isso. Dumbledore e Snape foram para Londres, ajudar o panaca do ministro que está em pânico, e também investigar uma pista sobre onde Voldemort mantém guardadas as pedras.



Nesse instante, a cicatriz de Harry ardeu. Levou a mão automaticamente à testa, surpreso. Fazia muito tempo que sua cicatriz não doía. Moody, observador, limitou-se a dizer:



- Vigilância constante, Potter. Não se descuide.









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