O olho da cobra



– Quem quer ler?


– Eu leio. – Ofereceu-se Neville.


 


Hermione se direcionou para a cabana de Hagrid sob dois pés de neve numa manhã de domingo.


 


– “Sob dois pés”? Com quantos pés você anda normalmente, Hermione?


– Eu também não entendi essa. – Respondeu a garota.


 


Harry e Rony queriam ter ido com ela mas as montanhas de tarefas de casa tinham atingido uma altura alarmante novamente ficaram de má vontade na sala comunal, tentando ignorar a alegria gritante ecoando na grama lá fora, onde estudantes estavam se divertindo, patinando no lago congelado, andando num tobogã e, o pior de todos; enfeitiçando bolas de neve para baterem na torre da Grifinória e fazerem um grande barulho nas janelas.


 


– É realmente... horrível. – Confessou James.


– Verdade. E o pior é que as pessoas parecem nem perceber, ficam se divertindo e... Argh! – Harry não conseguiu continuar tamanha a sua indignação. James assentiu.


 


– Ai! - gritou Rony, finalmente perdendo a paciência e fitando sua cabeça na janela. - Eu sou um monitor e se mais alguma bola de neve bater nessa janela... OUCH!


 


O salão riu.


 


Ele recolheu sua cabeça rapidamente, seu rosto estava coberto de neve.


– Fred e Jorge - disse friamente, fitando a janela atrás de si. - Corajosos...


 


Os marotos riram mais ainda.


– Parece Moony (N/A: sabe o que eu perceni, gente? Que tenho usado os nomes originais e os apelidos traduzidos, vou tentar dar um jeito nisso mas se tiver algum traduzido me avisem)... Vive ameaçando todo mundo, mas quando nos vê aprontando não faz nada.


– Como se fosse adiantar.


 


Hermione voltou da cabana de Hagrid pouco antes do almoço, tremendo levemente, suas vestes úmidas até o joelho.


– E então? -disse Rony, olhando-a. - Pegou todas as lições planejadas por ele?


 


– Duvido que tenha conseguido.


 


– Bom, eu tentei


 


– Viram?


 


– disse ela estupidamente,


 


– Não precisa ser estúpida, Hermione.


 


afundando-se numa cadeira ao lado de Harry. Pegou sua varinha, deu-lhe um pequeno e complicado giro e um ar quente jorrou da ponta; apontou para suas vestes, que começaram a se cobrir de vapor enquanto secavam.


 


– Inteligente para uma garota do quinto ano. – Elogiou Lily.


– Obrigada.


 


– Ele nem mesmo estava lá quando eu cheguei, fiquei batendo na porta por pelo menos meia hora. E então ele veio rapidamente da Floresta...


 


– Hagrid...


– O que você estava fazendo lá?


– O meu trabalho. – Mentiu Hagrid desviando os olhos.


 


Harry gemeu. A Floresta Proibida estava repleta de tipos de criaturas que poderiam dar a Hagrid uma demissão.


 


– Harry! – Disse Hagrid ofendido.


– Mas é verdade, Hagrid!


 


– O que ele está mantendo lá? Ele disse? - ele perguntou.


 


– Óbvio que não.


 


– Não - disse Hermione miseravelmente. - Ele disse que queria fazer uma surpresa.


 


– Puff. (N/A: gente, pra quem não sabe, isso é um bufar, OK?)


 


Eu tentei explicar sobre Umbridge mas parece que ele não entende. Ele continua dizendo que ninguém em sã consciência iria preferir estudar ouriços em vez de quimeras.


 


Todos olharam incrédulos para Hagrid, que disse:


– Ah, qual é? Quimeras são animaizinhos incompreendidos e...


– Você não muda mesmo, Hagrid... – Lily balançou a cabeça negativamente com um pequeno sorriso.


 


Oh, eu não acho que ele tenha uma quimera


 


– Graças a Deus!


 


– ela reparou um pálido olhar no rosto de Harry e de Rony –


 


– Não é pra menos.


 


, mas isso não é por falta de tentativa, pois ele disse sobre como é difícil pegar os ovos. Eu não sei quantas vezes eu disse que era melhor ele seguir o plano da Grubbly-Plank, eu sinceramente não acho que ele tenha ouvido metade do que eu disse. Ele está com um humor um tanto engraçado, vocês sabem. Ele ainda não disse como conseguiu todas aqueles machucados.


 


– É. Mas eu aposto que vocês vão descobrir.


 


Quando Hagrid apareceu na mesa de café da manhã no outro dia não se via entusiasmo nos estudantes. Alguns, como Fred, Jorge e Lino, gritaram com prazer e correram entre as mesas da Grifinória e Lufa-lufa, para apertar a enorme mão de Hagrid;


 


– Mas, é claro! Hagrid é um cara legal. – Disse Lino.


– Uhum. – Concordaram algumas pessoas, bem poucas, para se falar a verdade.


 


outros, como Parvati e Lilá, trocaram olhares frios e sacudiram suas cabeças.


 


Elas coraram, baixando a cabeça diante do olhar repressor que Lily lhes mandou.


– Vocês não deveriam fazer isso, sabiam? É falta de respeito e de consideração com o professor.


 


Harry sabia que muitos deles preferiam as aulas da professora Grubbly-Plank; e o pior de tudo era que uma pequena parte dele sabia que tinham razão.


 


– Harry! – Exclamou Lily e Hagrid lançou um olhar magoado ao moreno.


– É, que... Bem... Eu... – Tentou explicar-se Harry. – Hagrid, eu adoro você como pessoa, é um ótimo amigo. Mas, acho que ás vezes suas aulas são um tanto perigosas demais. Desculpe. – Hagrid assentiu com um leve maneio de cabeça, Harry se sentiu culpado.


 


A idéia de Grubbly-Plank de uma classe interessante não era uma onde tinham que correr o risco de ter a cabeça de alguém cortada.


 


Algumas pessoas sorriram meio desconfortáveis, fora engraçado. Mas Harry ainda se sentia culpado por magoar Hagrid.


– Hey... – Chamou James baixinho para que só Harry ouvisse, sim, ambos sabiam que Lily conseguia ouvir mas a ruiva fazia força para prestar atenção no livro e não na conversa. – Você não tem culpa, OK? Você foi sincero, pelo menos.


– Sim, mas... Hagrid é meu amigo não quero tê-lo magoado.


– Você não o magoou, apenas o surpreendeu, só isso. – James estava incerto, mas de cara percebera que Harry era aquele tipo de pessoa que se culpava por tudo. – Você tem que aprender a relaxar, Harry, Hagrid não vai ficar bravo com você e você não deve ficar bravo consigo mesmo. – Harry assentiu, dando um sorriso fraco.


Enquanto isso:


 


Essa era a certeza absoluta do receio sobre o qual Harry, Rony e Mione tinham avisado a Hagrid na terça-feira, tristemente silenciaram contra o frio. Harry estava preocupado, não apenas com o que Hagrid decidira ensinar a eles mas também com o comportamento do resto da classe, particularmente de Malfoy e cia, já que Umbridge os estava observando.


 


– Isso é tão absurdamente idiota que me da nojo! – Resmungou Gina.


– Verdade. – concordou Lily.


 


Entretanto, a grande inquisitora


 


–Notem a ironia, por gentileza. – Brincou um dos gêmeos.


 


não estava em um lugar que desse para vê-la enquanto caminhavam na neve em direção a Hagrid, que estava esperando por eles no canto da Floresta.


 


– Isso vai dar m****


– S.I.R.I.U.S!


– Calma, Ruiva!


 


Ele não parecia seguro, o machucado que estava lilás na noite de sábado agora estava tingido de verde e amarelo e algumas de suas feridas pareciam estar sangrando.


 


O salão gemeu.


 


Harry não conseguia entender isso: Será que Hagrid foi atacado por alguma criatura cujo veneno evitou que as feridas cicatrizassem?


 


– Você é realmente criativo, Harry. – Brincou Remus.


 


Para completar uma agonizante figura, Hagrid estava carregando o que parecia metade de uma vaca morta em seu ombro.


 


– Hagrid...


 


– Nós vamos trabalhar com isso hoje! - Hagrid pediu alegremente para os estudantes se aproximarem, enquanto olhava para as escuras árvores atrás dele. - Um pouco de abrigo! De qualquer forma, eles preferem o escuro.


 


– Ai meu Deus!


– Estou com uma sensação ruim.


 


– O que prefere o escuro? - Harry ouviu Malfoy dizer rapidamente para Crabbe e Goyle, com um traço de pânico na voz. - O que ele disse que prefere o escuro, vocês ouviram?


 


– Olhem, ele consegue ser mais medroso que o pai. – Zombou James. Malfoy rosnou.


– E você, Potter? Se acha muito superior não é mesmo?


– Eu não me acho superior a você, eu sou!


Malfoy bufou, irritadiço.


 


Harry se lembrou da única outra ocasião em que Malfoy entrou na Floresta antes daquela, ele não tinha sido muito corajoso desde então. Sorriu pra si mesmo; depois do jogo de quadribol qualquer coisa de causasse desconforto em Malfoy estava tudo bem pra ele.


 


– Somos dois. – Falou James, desnecessariamente já que todos já haviam percebido isso.


 


– Prontos? - disse Hagrid alegremente, olhando em volta dos alunos.


 


– Hum... Não!


 


– Certo, bom, eu estive planejando uma viagem dentro da Floresta para o seu quinto ano. Acho que veremos essas criaturas em seu habitat natural. Agora, o que estudaremos hoje é muito raro, eu presumo que provavelmente eu seja a única pessoa na Grã-bretanha que treina essas criaturas.


 


– Também, né? Você é o Hagrid!


 


– E você tem certeza que são treinadas, não é? -disse Malfoy, o pânico em sua voz ainda maior. - Não seria essa a primeira vez que você trouxe coisas selvagens pra classe, seria?


 


– Com medinho, Malfoy? O bichinho vai morder ele, vai? – Perguntou James com uma voz infantil.


– Vou te mostrar o que é medinho... – Rosnou Draco. Finalmente haviam chegado onde James queria.


– Ótimo! Era isso que eu estava esperando! – E começou a se levantar.


– Senta, James. – Disse Lily, detestava brigas e James era consideravelmente maior que Draco. O garoto não lhe deu atenção, mas logo Minerva se meteu na possível briga:


– Senhor Potter! Por Merlin, você nunca vai mudar? Ou o senhor senta agora ou detenção para o resto do mês. – Sua voz era severa, James sempre fora um de seus alunos favoritos (ótimo em transfiguração como era), mas nem por isso ela aceitava suas constantes brigas.


James lançou um último olhar para Draco como se dissesse “você teve sorte” e se sentou com os braços cruzados. Lily lhe mandou um olhar repressor ao qual James retribuiu.


 


A Sonserina murmurou concordando e alguns grifinórios olharam como se achassem que Malfoy tinha uma certa razão também.


 


– Mas o que? – Perguntou Sirius incrédulo. – Chapéu Seletor esqueceu-se como os membros da Grifinória devem ser? Corajosos e fortes. Pelo amor de Deus!


 


– Claro que são treinados - respondeu Hagrid raivosamente, enquanto acomodava a vaca morta em seu ombro.


– Então o que aconteceu com seu rosto? - retrucou Malfoy.


 


– Como se você tivesse algum a coisa a ver.


 


– Vá cuidar da sua vida! - disse Hagrid furioso. - Agora, se vocês terminaram com suas perguntar estúpidas, sigam-me!


 


– Dale, Hagrid!


 


Ele começou a andar diretamente para a floresta. Ninguém parecia muito disposto a seguir. Harry olhou para Rony e Mione, que suspiraram mas oscilaram, e três deles estavam logo atrás de Hagrid, conduzindo o resto da classe.


 


– Ah, não, até vocês?


– Vocês só dizem isso por que não estavam lá. – Falou Hermione desafiadoramente.


– Você só diz isso por que não sabe quantas vezes nós – Sirius apontou para si, para Remus e para James. – Entramos lá por vontade própria.


– Como um animago é muito fácil mesmo. – Retrucou Rony.


– E quem disse que foi só como animagos? Viramos animagos no quinto ano, antes disso já tínhamos entrado lá diversas vezes.


– Por que, então, se não tinham nada para fazer lá por que entravam? – Entrara lá com Remus Rony até compreendia mas o que uma pessoa em sã consciência faria lá a troco de nada ele não conseguia entender.


– Ora, como assim “por que”? Entrávamos lá por que era proibido. – Respondeu Sirius como se fosse óbvio.


 


Andaram por volta de dez minutos até chegar em um lugar onde as árvores estavam tão próximas umas das outras que se tornara tão escuro quanto um crepúsculo e não havia tanta neve no chão.


Com um grunhido, Hagrid depositou a "meia vaca" no chão e se voltou para sua classe, muitos deles estavam rastejando de árvore em árvore em direção a ele, observando atentamente e nervosos como se estivessem esperando um ataque a qualquer momento.


 


– Quanto exagero.


 


– Juntem-se aqui, juntem-se aqui - Hagrid os encorajou. - Agora, eles serão atraídos pelo cheiro da carne mas eu vou dar a eles uma chamada de qualquer jeito, porque iriam gostar de saber que sou eu.


Ele sacudiu sua cabeça peluda para tirar o cabelo do rosto e deu um estranho "guincho chorante", que ecoou pelas sombrias árvores como se fosse o grito de um pássaro monstruoso.


 


– “Guincho chorante” Que, Diabos... é isso?


– Ele guinchou com uma voz chorante. – Respondeu Harry que se auto-compreendia totalmente.


 


Ninguém riu;


 


– Eu teria rido. – Falou Sirius.


 


muitos deles olhavam um tanto assustados para conseguir fazer algum barulho.


 


– Ah, pelo amor de Deus! Já chega, né, pessoal? A aula nem está tão ameaçadora assim.


– Ah, não – Disse Miguel Cornner irônico. – Eles estão no meio da floresta e nem está ameaçadora.


– Cale-se, Miguel. – Pediu Gina com a voz “mandante”. O garoto olhou para ela como se fosse um E.T. achou que a namorada o apoiaria. Estava tremendamente errado.


 


Hagrid deu o "guincho chorante" novamente.


 


Sirius riu.


 


Um minuto se passou durante o qual todos continuavam a observar nervosamente acima de seus ombros e em volta das árvores por uma primeira aparição do que quer que fosse que estivesse vindo. Então, Hagrid sacudiu seu cabelo para trás por um e expandiu seu enorme peito, Harry cutucou Rony e apontou para um lugar negro entre dois torcidos galhos de árvores.


Um par de olhos brilhantes e negros estava crescendo através da escuridão e um momento depois um rosto de dragão com o pescoço e o esqueleto de um enorme e negro cavalo alado surgia na escuridão. Isso foi à visão da classe por alguns segundos, zunindo seu longo e negro rabo, curvando sua cabeça e começando a rasgar o corpo da vaca morta com suas presas afiadas.


 


– O que é isso? – Perguntou Lily.


– É um testrálio. – Falou Luna. – São animais realmente muito simpáticos, é uma pena que a maioria das pessoas não os aceite. – A explicação deixou a todos ainda mais confuso, mas Hagrid sorriu para a garota.


 


Uma grande onda de alívio caiu sobre Harry. Estava provado que ele não tinha imaginado aquelas criaturas, elas eram reais: Hagrid sabia sobre elas também.


 


– Você já as tinha visto?


– Sim, quer dizer, eu vi pela primeira vez esse ano e quando via eu achava que estava ficando louco já que ninguém além de mim e... e Luna enxergavam. A primeira vez que os vi foi nas carruagens, eles a puxam.


– Elas não andam sozinhas? – Perguntou Lily.


– Não, os testrálios as conduzem.


 


Olhou ansiosamente para Rony, mas Rony ainda estava pasmo entre as árvores e após alguns segundos sussurrou.


– Por que Hagrid não chama novamente?


 


– Acho que você continua a ser o único a enxergá-los.


– Logo isso será explicado também.


 


Muitos dos alunos estavam com expressões confusas e nervosas, espantadas como Rony e outros, ainda estavam pasmos com o cavalo bem à frente deles. Havia apenas outras duas pessoas que pareciam ser capazes de vê-los: um menino da Sonserina bem atrás de Goyle estava assistindo o cavalo comer com uma expressão de grande desgosto; e Neville estava observando o longo e negro rabo.


 


– Viram? Não sou o único.


 


– Oh, e aqui vem mais um! - disse Hagrid orgulhosamente, um segundo cavalo negro surgiu de dentro das árvores com suas rígidas asas envolvendo seu corpo e mergulhando sua cabeça para devorar a carne. - Agora... Quem pode vê-los levanta a mão.


Imensamente realizado de sentir que agora estava entendendo o mistério dos cavalos, Harry levantou sua mão. Hagrid sorriu pra ele.


– Sim...Sim, eu sabia que você seria capaz Harry - disse seriamente. - E você também, Neville?


– Com licença - disse Malfoy com uma voz covarde.


 


James, que se recusava a falar, pensou: “grande surpresa”.


 


– Mas o que nós temos que ver?


Para uma resposta, Hagrid apontou para a carcaça da vaca no chão. A classe inteira parou por alguns segundos, então várias pessoas suspiraram e Parvati gritou. Harry entendeu o porquê: partículas de ossos flutuando e sumindo no ar, pareceu muito estranho, de fato.


 


– Claro que sim!


 


– Quem está fazendo isso? - Parvati perguntou com uma voz de medo, escondendo-se atrás de uma árvore. - Quem está comendo isso?


– Testrálio - disse Hagrid orgulhosamente e Hermione deu um leve "Oh" de compreensão sob o ombro de Harry.


 


– Também, né? Ela é a Hermione, no dia que não souber algo...


 


– Hogwarts tem um grande bando deles aqui. Agora, quem sabe...?


– Mas eles dão muito, mas muito azar! - interrompeu Parvati, parecendo inquieta.


 


O salão bufou em uníssono.


– Mas é verdade! –Guinchou Parvati.


– Você não tem nada na cabeça, não? – Perguntou Sirius. – Por que acreditar nessas bobagens é, no mínimo, degradante.


 


– Eles podem dar todo tipo de azar para quem olha para eles. A professora Trelawney me disse uma vez que...


 


Hermione e Minerva reviraram os lhos.


 


– Não, não, não - disse Hagrid -, isso é apenas supertição, eles não trazem má sorte, eles são muito inteligentes e úteis! Claro, esses não dão tanto trabalho, principalmente carregam a carruagem da escola quando Dumbledore tem que fazer uma longa jornada e não quer aparatar, e ali está mais um casal, olhem...


 


– Por favor, né, Hagrid?


 


Mais dois cavalos saíram silenciosamente de dentro das árvores, um deles passou muito perto de Parvati, que gritou e correu para perto de uma árvore, dizendo.


– Eu acho que senti algo, eu acho que estão perto de mim!


– Não se preocupe, eles não vão te machucar - disse Hagrid pacientemente. - Agora, quem pode me dizer por que algum de vocês pode vê-los e outros não?


 


– Hermione levantando a mão em 3... 2... 1... Agora!


 


Hermione levantou a mão.


 


– Eu falei, eu falei.


 


– Vá em frente! - disse Hagrid, sorrindo para ela.


– As únicas pessoas que podem ver um Testrálio são pessoas que já viram alguém morto.


 


– Eu não quero mais enxergá-los. – Disse Lily que pensara durante todo o tempo como seria vê-los.


 


– Está absolutamente correto - disse Hagrid solenemente -, dez pontos para a Grifinória.


 


– Go, go, Grifinória.


 


Agora, Testrálios...


– Hum, hum.


 


– Umbridge.


 


A professora Umbridge chegara. Estava a alguns passos de Harry, usando seu chapéu e seu casaco verde novamente, sua prancheta estava preparada. Hagrid, que não lembrava que Umbridge iria inspecioná-lo, estava preocupado e o mais próximo possível de um Testrálio, evidentemente pensando que o animal havia feito aquele som.


 


O salão riu, meio desconfortável.


 


– Hum, hum.


– Oh, olá! - disse Hagrid agora sorrindo, após localizar de onde vinha o barulho.


 


– Não mostre os dentes para a víbora, Hagrid. Ela vai te achar vulnerável.


 


– Você recebeu o bilhete que lhe mandei esta manhã? - disse Umbridge, com o mesmo tom de voz de sempre. - Dizendo que eu inspecionaria sua aula?


– Ah, sim - disse Hagrid radiante. - Que bom que você nos achou! Bom, como você pode ver, ou, eu não sei, você pode? Nós estamos vendo Testrálios hoje...


– Como? -disse a professora Umbridge quase gritando, aproximando sua mão do ouvido e curvando-se. - O que você disse?


 


– Além de velha feia ainda é surda.


 


Hagrid pareceu um pouco confuso.


– Hum, Testrálios! - ele gritou. - Grandes cavalos com asas, você sabe!


Ele bateu seus gigantes braços esperançosamente. A professora Umbridge levantou seus olhos castanhos para Hagrid e resmungou enquanto escrevia em sua prancheta:


– Tem... Que... Melhorar... Sua... Linguagem... Grosseira.


 


Hermione irritou-se e resolveu revelar o “segredo”.


– Linguagem grosseira é fazer isso na mão dos outros! – Exclamou ela pegando a mão de Harry, que puxou a mesma de volta.


– Hermione!


– Hermione está certa, Harry. – Disse Rony.


– O que...? – Perguntou Lily sem entender absolutamente nada.


– Ah! – Exclamou Hermione feliz. – Mostre a mão a sua mãe, Harry.


– Não é nada. Hermione está exagerando. – Harry contara absolutamente tudo no primeiro dia, exceto isso.


– Não estou não. – Disse Hermione inutilmente. Mas James foi mais direto, pegou a mão de Harry, a que Hermione pegara antes, e puxou-a para si.


Demorou alguns segundos até conseguir entender o que aquilo significava e as palavras “não devo contar mentiras” fez seu sangue ferver e o corpo todo tremer.


– James... – Pediu Lily tirando delicadamente a mão de Harry das de James.


Percebeu um tanto mais rápido que o namorado o que as palavras significavam.


– Ai meu Deus, Harry!


– Não é nada, eu...


– O que houve, afinal? – Perguntou Dumbledore caminhando até eles, Minerva o seguiu rapidamente.


– Como, me explique como uma coisa dessas acontece dentro da sua escola e o senhor não fica sabendo? – Perguntou James raivosamente.


– Do que está falando, James? – perguntou Dumbledore preocupado. Ele pegou a mão de Harry entre as suas e sua reação foi de horror. – Merlin!


O Sirius mais velho aproximou-se, seguido de Remus, apressadamente. Quando viu o que dizia seu sangue borbulhou de raiva também.


– Estou com James. Como isso acontece e você não fica sabendo, Dumbledore? – Antes que o velho senhor pudesse responder a voz de Ginny Weasley gritou:


– Petrificus Totalus!


Todos se viraram para ela e depois seguiram o olhar para onde sua varinha apontava: Umbridge estava no chão, dura, na entrada do salão. Gina deu de ombros.


– Com a distração ela tentou fugir. – Disse.


Lily se levantou e marchou até ela, chorando de raiva. Apontou sua varinha para o coração da paralisada Umbridge. Respirou fundo mas antes que pudesse fazer algo James caminhou até ela e segurou sua mão.


– Lily... Não.


– Mas... mas, James, olhe o que ela fez!


– Eu sei, eu sei, mas você está nervosa e sabe que não pode ficar nervosa está bem? - Lily respirou fundo, se sentia imensamente culpada por simplesmente não estar ali nos momentos que Harry mais precisou dela, e agora que ela tinha oportunidade de fazer algo, não podia.


– Me larga, James! Me larga agora.


– Não! – E arrancou a varinha da mão dela, sabia que Lily tinha razão mas sabia também que ela poderia cometer uma loucura. – Isso fica aqui. – Guardou a varinha no bolso traseiro. – E você vem comigo.


Pegou sua mão e saiu puxando-a do salão, Lily o seguiu contra a vontade.


– Ãh... – Disse Hermione desconcertada.


Minerva levitou Umbridge até a cadeira ao seu lado, novamente. Dumbledore parecia desapontado consigo mesmo.


– Eu não acredito... não acredito... – Murmurava, furioso.


– Você está bem, Harry? – Sirius se dirigiu ao garoto.


– Agora estou.


– Velha desgraçada. – Xingou. – Isso dá prisão, sabiam? Se ela não pudesse nos dedurar eu a denunciaria agora.


Depois de o tumulto passar, sem Lily e James terem voltado ainda, Neville voltou a ler.


 


– Bom... De qualquer forma... - disse Hagrid, olhando para a classe como se estivesse nervoso. - Hum... O que eu estava dizendo?


 


Provavelmente o salão se encheria de comentários nesse momento, mas acerca do último acontecimento todos se mantiveram calados.


 


– Parece... Ter... Uma... Memória... Muito... Curta - murmurou Umbridge, alto o bastante para todos ouvirem. Draco Malfoy olhou como se o Natal tivesse vindo um mês antes; Hermione, por outro lado, ficou parva de raiva.


 


Hermione enraiveceu-se do jeito que se enraiveceria no dia da ula se ela já tivesse acontecido, junto de outros que não estavam na aula e não viram isso acontecer, mas todos continuaram em silêncio.


 


– É sim - disse Hagrid, jogando um olhar de relance para a prancheta de Umbridge, com muita coragem. - Sim, eu ia dizer a vocês como nós formamos um bando. Sim, então, nós começamos com um macho e cinco fêmeas. Esse aqui... - ele pegou o primeiro cavalo que apareceu - se chama Tenbrus, ele é meu favorito, o primeiro que nasceu aqui na Floresta...


 


Alguns levantaram as sobrancelhas, duvidando da sanidade de Hagrid.


 


– Você está ciente - disse Umbridge bem alto, interrompendo-o - de que o Ministério da Magia classificou Testrálios como perigosos?


 


– Grande coisa. – Resmungou Sirius baixinho e algumas pessoas o olharam estranhamente por ele ter quebrado o silêncio. O moreno deu de ombros.


 


O coração de Harry afundou como uma pedra mas Hagrid apenas hesitou.


– Testrálios não são perigosos! Tudo bem que podem te machucar se você perturbá-los...


– Mostra... Sinais... De... Prazer... Com... A... Idéia... De... Violência - resmungou Umbridge, rabiscando em sua prancheta novamente.


 


– Ele não disse que gostava de violência, disse? Por que eu não ouvi. – Desafiou Tonks.


 


– Não, vamos lá! - disse Hagrid, parecendo um pouco ansioso agora. - Quer dizer, um cachorro morderia você se você o perturbasse, não é mesmo?


 


– Faz sentido. – Aprovou uma garota loira sentada ao lado de Sirius, do sétimo ano.


Sirius quase riu, mas limitou-se a lhe lançar um sorrisinho malicioso, a garota ergueu uma sobrancelha como se o desafiasse.


 


Mas Testrálios só têm uma má reputação por causa do negócio da morte, as pessoas costumam pensar que são maus presságios, não é? Apenas não entendem, não é?


Umbridge não deu uma palavra; escreveu sua última nota, olhou para Hagrid e disse, mais uma vez alto e devagar.


– Por favor, continue ensinando usualmente. Eu vou dar uma volta - ela fez uma mímica de o que seria andar, Malfoy e Pansy Parkinson estavam dando umas risadinhas


 


– R-E-T-A-R-D-O-S! – Soletrou Ginny.


 


– entre os estudantes - apontou para alguns membros da classe - e vou fazer-lhes algumas perguntas - apontou para a sua boca para indicar o que era falar.


 


– Ele não é retardado mentalmente para você fazer isso, idiota.


 


Hagrid a encarou, claramente perdido e sem entender por que ela estava agindo como se eles não falassem a mesma língua. Hermione tinha lágrimas de fúria em seus olhos.


 


– Você é tão ingênuo, Hagrid, tão ingênuo.


 


– Sua velha rabugenta, sua bruxa cruel! - ela sussurrou, enquanto Umbridge andava em direção a Pansy Parkinson. - Eu sei o que você esteve fazendo, sua terrível, pervertida, corrupta...


 


– Arre!


 


– Hum... de qualquer jeito - disse Hagrid, visivelmente se esforçando para recuperar o sentido de sua aula -, então, Testrálios. Sim. Bem, existem várias coisas boas sobre eles...


– Você acha - disse a Professora Umbridge com uma voz ressoante para Pansy Parkinson - que você é capaz de entender o professor Hagrid quando ele fala?


 


– Claro que não. Ela fala a língua das vacas nunca entenderia o que uma pessoa normal fala.


– Não ofenda as vacas, por favor, Hermione. – Pediu Ginny fazendo as pessoas ao redor rirem.


 


Assim como Hermione, Pansy tinha lágrimas em seus olhos mas essas eram de felicidade, de fato, sua resposta foi quase incoerente porque estava tentando esconder suas risadas.


– Não... Porque... Bem... Ele parece... Estar grunhindo o tempo todo...


 


– Vaca! Vadia! Filha da mãe! Filha da p***! – Sussurrou Ginny, baixinho, que odiava injustiça.


– Ginny! – Guinchou a senhora Weasley.


 


Umbridge escreveu em sua prancheta. O pequeno pedaço descoberto do rosto de Hagrid parecia excitado mas ele tentou agir como se não tivesse ouvido a resposta de Pansy.


 


O salão balançou a cabeça negativamente.


 


– Hum... Sim... Boas coisas sobre os Testrálios. Bom, quando eles estão domados, como esses, vocês nunca estarão perdidos. Um incrível senso de direção, apenas diga-lhes aonde você quer ir...


 


– Bem útil, Hagrid. – Aprovou Lupin.


 


– Na hipótese de que eles podem lhe entender, claro - disse Malfoy em voz alta e Pansy Parkinson teve um colapso de várias risadinhas. A professora Umbridge sorriu para eles e se voltou para Neville.


– Você pode ver os Testrálios, Longbottom, não é mesmo?


Neville corou.


– Quem você viu morto? - ela perguntou, seu tom de voz indiferente.


– Meu avô - disse Neville.


 


– Meus pêsames, Neville. – Neville assentiu.


 


– E o que você acha deles? - disse, mostrando com suas curtas mãos os cavalos, que agora depositavam uma grande quantidade de carcaça.


– Hum - disse Neville nervosamente, com um olhar para Hagrid. - Bem, eles, hum...Ok...


– Os estudantes... Ficam... Muito... Intimidados... Em... Admitir... Que... Estão... Assustados - resmungou Umbridge, adicionando mais uma nota em sua prancheta.


 


– Ele não disse que estava assustado!


 


– Não! - disse Neville parecendo decepcionado. - Não, eu não estou com medo deles!


– Está tudo bem - disse Umbridge, batendo no ombro de Neville como se fosse um sorriso, embora parecesse uma maldade para Harry.


– Só para você?


 


– Bom, Hagrid - ela olhou para ele novamente, falando mais uma vez bem alto e devagar. - Eu acho que já tenho o bastante para continuar com isso. Você receberá - ela fez uma mímica como se estivesse pegando algo no ar - os resultados de sua inspeção - apontou para a prancheta - em dez dias - mostrou seus dez dedos curtos e então, com seu sorriso maior e parecendo um sapo mais do que nunca sob seu chapéu verde, partiu, deixando Malfoy e Pansy Parkinson rindo, Hermione tremendo de fúria e Neville parecendo triste e confuso.


 


– Depois ainda perguntam por que eu odeio todos os sonserinos. – Falou Sirius. Os sonserinos reviraram os olhos.


 


– Aquela boba, mentirosa, desonesta velha gárgula! - vociferou Hermione meia hora depois, enquanto voltavam para o castelo através dos canais que fizeram anteriormente na neve.


 


– Nunca pensei que veria Hermione-Certinha-Granger xingando alguém. – Disseram os gêmeos em uníssono.


 


– Você vê o que ela quer? É aquela coisa sobre sangue ruim novamente. Ela está tentando fazer de Hagrid algum trasgo idiota, só porque ele tem uma mãe giganta...


 


– É justamente essas pessoas que temos que investigar. – Disse Sirius, desaprovadoramente.


– Por quê? – Perguntou Dino confuso.


– Por que, na maioria das vezes, são justamente eles que têm alguma coisa de errado com a família. Veja, Snape lá: mestiço. – Algumas pessoas exclamaram surpresas. – Parkinson: seu bisavô era casado com uma nascida-trouxa. (N/A: eu não sei, só pus para ficar mais interessante) – Agora sim, as pessoas exclamavam e cochichavam entre si. – Malfoy: eu sou parente de Malfoy, Andrômeda Tonks mãe da aurora ali, é casada com um nascido-trouxa e é parente de Malfoy; a mãe de James, casada com um Potter, é parente de Malfoy! Está certo, fomos tirados da árvore genealógica e repudiamos nossa família tanto, ou até mais, do que eles nos repudiam, mas não deixamos de sermos parente. E é por isso que eu digo: teve ter um trouxa ou hibrido na família Umbridge.


 


E. Oh, não é só, aquilo não foi tão ruim assim, Quer dizer, tudo bem aqueles Blast-Ended Skerwts novamente, mas Testrálios são legais, de fato, para Hagrid eles são muito bons!


 


– Muito obrigado, Hermione. – Agradeceu o mesmo, pensando que a garota o elogiara.


– Sem problemas, Hagrid.


 


– Umbridge disse que eles são perigosos - disse Rony.


– Bom, é como Hagrid disse, eles podem cuidar de si mesmos - disse Mione impacientemente - e eu suponho que um professor como Grubbly-Plank não nos mostraria antes de uma salamandra, mas, bom, eles são muito interessantes, não são?


 


– É. – Concordaram. – Um pouco.


 


A maneira como algumas pessoas podem vê-los ou não! Eu queria poder vê-los.


 


– Uh, Hermione, eu não.


 


– Queria? - Harry perguntou a ela.


 


O salão fez uma careta.


 


Ela pareceu de repente chocada.


– Ah, Harry, desculpa, não, claro que eu não queria, isso foi realmente estúpido.


– Tudo bem, não se preocupe.


– Estou surpreso de quantas pessoas puderam vê-los - disse Rony. - Três em uma classe...


 


– Verdade.


 


– Sim, Weasley, nós estávamos pensando - disse uma voz maliciosa. Desconhecida por eles na amortecida neve, Malfoy, Crabbe e Goyle estavam andando bem atrás deles. - Você calculou que se você visse alguém matar você seria capaz de ver a goles melhor?


 


– Você é tão engraçado, Malfoy, que me dá câncer.


 


Ele, Crabbe e Goyle riram como se tivesse empurrado o passado no seu caminho de volta ao castelo e então quebraram em um coro de "Weasley é nosso rei". As orelhas de Rony ficaram vermelhas.


– Ignore-os, apenas os ignore - disse Hermione, pegando sua varinha e fazendo um feitiço para produzir ar quente novamente, então ela pôde guiá-los em um atalho através da intocada neve entre eles e os jardins verdes.


 


Lily e James entraram no salão exatamente nesse momento todos viraram as cabeças para observá-los, mas eles não deram atenção; a reação fora a mesma de quando eles entraram de mãos dadas no Salão Principal pela primeira vez.


 


Dezembro chegou trazendo consigo mais neve e uma avalanche de tarefas para o quinto ano.


 


– Quinto e sétimo anos são os que os professores pegam mais pesado.


 


As obrigações de Rony e Mione como monitores estavam aumentando mais com a vinda do Natal. Eles foram chamados para supervisionar a decoração do castelo ("Tente colocar as luzinhas de Natal quando Pirraça pega a ponta delas e tenta te estrangular com ela", disse Rony)


 


– Sério que isso acontece?


– Muito sério.


 


, para assistir o primeiro - e o segundo - ano passar seu tempo livre do lado de dentro por causa do frio ("E eles são uns danadinhos, nós não éramos assim quando fazíamos o primeiro ano" disse Rony)


 


– Ah, não. Vocês estavam mais ocupados tentando salvar o castelo.


 


e para rondar os corredores no lugar de Argo Filch, que pensava que no dia dos espíritos duelos de bruxos poderiam acontecer ("Ele tem estrume em vez de cérebro", disse Rony furioso)


 


– É serio, Rony, você nunca nos mostrou esse seu lado engraçado. – Falou Fred rindo.


 


Estavam tão ocupados que Hermione parou de tricotar chapéus para os elfos e estava lamentando que estava em decadência para sua última árvore.


 


– O quê?


– Você tricota para elfos? – Perguntaram aturdidos.


– Sim, eu quero livrá-los da escravidão.


– Como é isso? – Perguntou Hanna interessada.


– É assim ó...


– Ah, não. Agora não! Mais tarde vocês conversam. – Cortou Rony fazendo sinal para Neville continuar.


 


– Todos esses pobres elfos, eu não os libertei ainda, tendo que ficar aqui no Natal porque não têm chapéu suficiente!


Harry, que não teve coração para dizê-la que Dobby estava pegando tudo que fazia,


 


– O quê?! É Dobby quem pega todos os meus chapéus?! – Perguntou Hermione.


– Hum... – Harry se remexeu se afastando da garota. – Sim?


– E por que você não me contou?


– Por que como disse no livro, eu não tive coragem. Desculpe, Hermione. – A garota bufou, cruzou os braços e se atirou par atrás na cadeira.


 


voltou para a conversa sobre o teste de História da Magia. Em todo caso, não queria pensar no Natal. Pela primeira vez em sua carreira escolar queria passar o feriado longe de Hogwarts.


 


Olhares curiosos foram dirigidos ao garoto.


 


Entre sua expulsão do quadribol e a preocupação de que querendo ou não Hagrid seria colocado em experiência ele se sentia altamente ressentido naquele lugar no momento.


 


– Hum...


 


A única coisa que ele realmente queria era o encontro da AD e teriam que parar por causa do feriado, como todo mundo na AD passaria a época com suas famílias. Hermione estava indo esquiar com seus pais, algo que realmente divertiu Rony, que nunca ouviu falar de patins de ski para descer as montanhas.


 


– Ski?


– O que, Diabos...


– Uma coisa trouxa. – Respondeu Hermione, cansada demais para explicar.


 


Rony estava indo para A Toca. Harry sentiu muita inveja antes de Rony responder a pergunta que Harry o fez sobre como ele iria para casa no Natal: "Mas você vai também! Eu não te disse? Mamãe me escreveu e pediu pra eu te convidar há umas duas semanas atrás!".


 


Harry corou, mas ninguém disse nada, para a sua surpresa. Pelo menos as pessoas tinham mais tato que Rony.


 


Hermione moveu os olhos mas o espírito de Harry soou: só em pensar num Natal n'A Toca era incrivelmente maravilhoso, já que não podia passar o feriado com Sirius.


 


– Uma pena.


 


Imaginou se seria possível persuadir a Sra. Weasley a convidar seu padrinho para a festa.


 


– Acho difícil. – Sussurrou Sirius para Harry. – Molly não parece gostar muito de mim.


Harry riu baixinho.


 


Embora duvidasse que Dumbledore permitiria que Sirius deixasse Grimmauld Place de qualquer jeito, pode até não ajudar, mas pensar que a Sra. Weasley não iria querê-lo; ambos estavam freqüentemente estúpidos.


 


 


– Obrigada(o). – Agradeceram irônicos.


 


 


Sirius não se comunicava com Harry desde de seu último aparecimento no fogo e embora soubesse que com Umbridge em vigilância constante seria imprudência tentar uma comunicação não gostava de pensar que Sirius estava sozinho na casa velha de sua mãe, talvez até brigando com Kreacher.


 


– Não se preocupe comigo. A casa está sempre cheia de membros da Ordem.


 


Harry chegou cedo na sala do requerimento para a última reunião da AD antes do feriado e estava muito orgulhoso disso, porque quando as tochas queimaram em chamas pôde ver que Dobby tinha trabalhado decorar o local para o Natal. Ele não podia dizer que o elfo tinha feito isso porque ninguém mais teria pergaminhos dourados caindo do teto, cada uma mostrando uma foto com o rosto de Harry e com a legenda: "TENHA UM FELIZ NATAL, HARRY".


 


– Que fofo.


 


Harry estava terminando de recolhê-los quando a porta abriu com um ruído e Luna Lovegood entrou, parecendo mais sonhadora do que nunca.


– Oi - disse ela vagamente, olhando em volta o que havia restado da decoração. - Esses são legais, foi você quem os colocou?


– Não. Foi Dobby, o elfo doméstico.


– Visco - disse Luna sonhando, apontando para um cepo com sementes brancas postas quase sobre a cabeça de Harry. Ele saiu de debaixo delas. - Bem pensado - disse seriamente. - Está sempre infectado de Nargles.


 


– Eu adoro Viscos. – Comentou Sirius para a garota ao seu lado, ela lhe sorriu.


 


Harry foi salvo da necessidade de perguntar o que era Nargles pela chegada de Angelina, Katie e Alicia. As três estavam ofegantes e pareciam estar com muito frio.


– Bem - disse Angelina estupidamente, tirando seu casaco e o jogando em um canto. - Finalmente nós substituímos você.


– Me substituíram? - disse Harry confusamente.


 


– É, né, sabichão? Você foi expulso.


 


– Você, Fred e Jorge - disse ela impacientemente. - Nós temos outro apanhador!


– Quem?


– Gina Weasley - disse Katie.


 


– O QUÊ? – Perguntaram todos, a própria Ginny pareceu surpresa.


– Então, eu consegui! Yup! Eu ia tentar hoje.


– V-você joga? – Perguntaram os Weasley atônitos.


– Não. – Respondeu irônica. – Foi a primeira vez que subi numa vassoura, consegui por pura sorte. – Todos se calaram diante disso. – Só fico pensando, eu gosto de jogar como artilheira, não como apanhadora.


– Mas era a única vaga que tinha, né?


– É, deve ser por isso.


 


Harry deixou cair o queixo.


– É, eu sei - disse Angelina, tirando sua varinha e flexionando seu braço -, mas ela é muito boa. Nada como você, claro


 


– Obrigada, Angelina. – Agradeceu Ginny sinceramente pelo elogio.


 


– disse, trocando um olhar de reprovação com ele -, mas como não podemos ter você...


Harry se segurou para não dar a resposta que tanto queria: ela imaginou por um segundo que ele não se arrependia da expulsão do time milhões de vezes mais do que ela se arrependeu?


 


– Provavelmente.


 


– E os batedores? - perguntou ele, tentando manter a voz.


– Andrew Kirke - disse Alicia sem entusiasmo - e Jack Sloper. Ambos brilhantes comparados ao restante de idiotas que se tornaram...


 


Os dois citados coraram.


 


A chegada de Rony, Hermione e Neville acabou com essa conversa depressiva e em cinco minutos a sala estava cheia o bastante para evitar que Harry visse o olhar repreensivo de Angelina.


 


Eles riram.


 


– Ok - disse ele, chamando-os para se ordenar. - Eu pensava que nessa noite nós acabaríamos com as coisas que fomos longe demais, porque é a ultima reunião antes do feriado e não há nada: começaremos algo novo assim que acabarem as três semanas de folga...


– Nós não vamos fazer nada novo? - disse Zacarias Smith, parecendo bastante descontente. - Se eu soubesse disso não teria vindo.


 


– Então, por que foi? Odeio essa gente que só sabe criticar.


 


– Nós sentimos muito mesmo que Harry não os tenha avisado - disse Fred, gritando.


 


Eles riram novamente.


 


Várias pessoas riram. Harry viu Cho rindo e sentiu um incômodo familiar no estômago enquanto perdia um degrau da escada.


 


(N/A: pessoinhas lindas, finjam o seguinte: que o Harry e a Cho têm um enrosco mas que nunca se beijara, OK? Então, esse tempo todo eles estavam se conhecendo mas nunca haviam se beijado, entenderam?)


Cho, que estava sentada a mesa da Grifinória, sorriu para Harry. Lily olhou com desgosto.


 


– Nós podemos praticar em pares - disse Harry. - Vamos começar com a Azaração de Impedimento, por dez minutos, e então nós podemos pegar as almofadas e tentar estuporar de novo.


 


– Vai ser legal “assistir” ao um encontro dessa tal AD.


 


Todos se dividiram obedientemente; Harry ficou com Neville como de costume.


 


Neville corou.


 


A sala estava cheia de intermitentes coros de "impedimenta!". Pessoas congeladas por um minuto enquanto seu parceiro fitava a sala, vendo os outros pares trabalhando, para então descongelar e fazê-los voltar à azaração.


 


– Eu gostei!


 


Neville melhorou sua memória. Depois de um tempo, quando Harry tinha se descongelado três vezes uma após a outra, viu Neville com Rony e Mione de novo e então pôde andar pelo quarto e assistir os outros. Quando passou por Cho ela sorriu pra ele; resistiu a tentação de andar perto dela.


 


Harry corou. E os marotos e Lily viram Ginny o olhar pelo canto do olho e depois baixar a cabeça, “brincando” com um furo na mesa. Lily olhou para os marotos, incrédula, que dizer, Ginny estava ali; uma garota de personalidade forte, inteligente, carismática, engraçada e ele perdendo tempo com a sem-sal. Lily e os meninos, definitivamente, preferiam Ginny mas não tinham que se meter nisso.


 


Após dez minutos em Azaração do Impedimento, deitaram nas almofadas no chão e começaram a praticar estuporar. O espaço era muito confinado para trabalharem todos ao mesmo tempo; metade do grupo observava os outros por um tempo e então se revezavam.


Harry sentiu sua positividade aumentar com orgulho enquanto assistia a todos eles.


 


– Tomara que não seja egocêntrico como seu pai, Harry. – Lily falou docemente. James exclamou ofendido. – Estou brincando, mas não deixa de ser verdade. – Deu um pequeno beijo na bochecha do namorado.


 


Na verdade Neville deixou Padma Patil sem sentido melhor do que tinha feito com Dino, ele tinha melhorado sua pontaria cada vez mais do que o de costume e todos os outros também fizeram enormes progressos.


 


– Parabéns, Neville.


– Obrigado.


 


No final de uma hora Harry pediu para pararem.


 


– Ah...


 


– Vocês estão ficando muito bons - disse ele, sorrindo. - Quando voltarmos do feriado vamos começar fazendo algo de grande, talvez até o Patrono.


 


– Uou! Você sabe? – Perguntou James, taí, outra coisa que não tinham contado.


– Sei, faço um patrono corpóreo dês de os treze anos, Remus que me ensinou.


– E qual é a forma? – Harry sorriu.


– Um cervo. – James sorriu largamente.


– Então, a família toda é da mesma espécie de animais? – Brincou ele, com a voz retumbante de orgulho.


– Como assim?


– O patrono e a forma animaga de James é um cervo, a sua é um cervo e a minha é uma corça. – Harry sorriu mais ainda. – Na verdade, aprendemos a fazer no início desse ano e era um furão só que – sorriu para o namorado. – quando comecei a namorar James se transformou numa corça.


(N/A: Gente, escolhi furões, ou furanitos, por que pesquisei e eles são animais gentis e doces. Que jeito melhor de descrever a Lily?)


 


Ouviram-se sussurros de excitação.


 


– É claro. Todos estão animados para aprender.


 


O quarto começou a ficar com as usuais duplas e trios, a maioria desejou a Harry um Feliz Natal enquanto saía. Sentindo alegria, recolheu as almofadas com Rony e Mione e as guardou. Rony e Mione foram embora antes dele; ficou mais um pouco porque Cho ainda estava lá e queria receber um Feliz Natal dela.


 


Lily tapou o rosto com as mãos, balançando a cabeça negativamente.


– Não poderia pular essa parte do livro, não? – Perguntou ela, sabendo que não iria dar boa coisa.


– De jeito nenhum. – Disse Neville rindo. – Li mais para baixo e vai ficar melhor.


Lily poderia imaginar o “melhor”. A menos que Harry desse um fora nela, nada ficaria bem.


 


– Não, você pode ir - ele ouviu ela dizer para sua amiga Marietta e seu coração deu um pulo que pareceu subir até a boca.


 


Sirius estava vermelho, fazia muito tempo que segurava a risada, até que ele finalmente explodiu em gargalhadas latidas. As pessoas olharam para ele como se fosse louco. Quando finalmente parou de rir explicou-se:


– O filho de James é... inseguro com garotas. – Voltou a rir. – Acho que ele puxou a Lily.


– Não tem graça, vira-lata desgraçento. – Falou Lily batendo nele. O que não adiantou de nada, ele continuou a rir.


 


Fingiu estar arrumando a pilha de almofadas. Estava absolutamente certo de que eles estavam sozinhos agora e esperou ela falar. Em vez disso ele ouviu um suspiro.


Ele se virou e viu Cho no meio do quarto, lágrimas caindo de seu rosto.


 


– O que...?


 


– O que...?


Ele não sabia o que fazer. Ela estava simplesmente ali, chorando silenciosamente.


 


– Mas... – Começou James. – Como assim, meu Deus? Por que ela está chorando?


 


– O que houve? - disse fracamente.


Ela sacudiu a cabeça e enxugou os olhos em sua manga.


– Me... Desculpe - disse ela intensamente. - Eu acho que... É só que... Aprender todas essas coisas... Me faz... Pensar se... Se ele soubesse disso tudo... Ele ainda estaria vivo.


 


– Ah, não, não, não, não, não, não! – Sirius parecia incrédulo. – Ela está chorando por outro! O que fazemos nessas situações, James? – Perguntou ele para o amigo como se tivesse ensaiado.


– Vamos embora a menos que ela seja o amor de sua vida o que, definitivamente, não é o caso.


– Isso, e eu espero, Harry, que você tenha ido embora.


 


O coração de Harry saltou para o passado e posou bem no meio de si. Devia saber. Ela queria falar sobre Cedrico.


 


– Viu? Vai embora, ela não quer nada contigo! – Dessa vez, para a surpresa, foi Lily quem falou.


 


– Ele sabia disso - disse Harry pesadamente. - Ele era muito bom nisso ou nunca teria chegado no meio do labirinto. Mas se Voldemort realmente quer matar você, você não tem chance.


 


– Ótimo! Agora já pode ir embora. Deixa ela, pessoas assim merecem ficar sozinhas.


– Olhem aqui, meu namorado morreu ano passado e vocês não sabem como é isso. – Seus olhos estavam se enchendo de lágrimas de novo.


– Sim, e a última coisa que o outro cara precisa é ouvir você se lamentando sobre o ex. E não vá começar a chorar de novo, ele morreu ano passado não acha que está na hora de superar?


 


Ela soluçou com o nome de Voldemort mas olhou para Harry sem hesitar.


– Você sobreviveu quando era um bebê - disse quietamente.


– É, bem - disse Harry monotonamente, indo para a porta


 


– Isso, Harry! Isso!


 


–, eu não sei por que, ninguém sabe, então não é nada para se orgulhar.


– Oh, não vá!


 


– Agora não quer que ele vá! É o cúmulo.


 


– disse Cho, parecendo triste novamente. - Realmente sinto muito lhe trazer essas chateações... Eu não queria...


Ela soluçou novamente. Era muito bonita mesmo com os olhos vermelhos e inchados.


 


– Eu não acho. E olhe que tenho um bom gosto. – Sirius definitivamente não sabia ser delicado. E Cho, com isso, começou a chorar. – O que...?


– Você acabou de chamá-la de feia. – Disse Lilá indo consolá-la.


– E por isso começou a chorar? Ah, pelo amor de Deus! Quanto recalque! É só para chamar atenção, suas idiotas, mas só podem ser muito burras mesmo. – Disse Lily.


 


Harry se sentiu completamente miserável. Teria ficado tão feliz com um simples Feliz Natal.


 


– Viu? Ninguém gosta de alguém chorando no seu ombro.


– Ah, cale a boca, Black!


– “Cale a boca, Black!” Quem você pensa que é?


 


– Eu sei que deve ser horrível pra você - disse ela, esfregando os olhos nas mangas de novo. - Eu mencionando Cedrico, quando você o viu morrer... Eu suponho que você queira esquecer isso, não é?


 


– Então por que continua falando?


 


Harry não deu uma palavra; era um consentimento silencioso mas se sentiu cruel em não responder.


– Você é realmente um ótimo professor, sabe - disse Cho, com um sorriso molhado. - Eu nunca fui capaz de deixar alguém sem sentidos antes.


– Obrigado - disse Harry embaraçosamente.


 


Todos bufaram, começando a concordar com Lily.


 


Eles se entreolharam por um grande tempo. Harry sentiu um desejo enorme de correr do quarto e ao mesmo tempo uma incapacidade de mover o pé.


 


Bufos novamente.


 


– Visco - disse Cho calmamente, apontando para o telhado acima da cabeça de Harry.


– É - disse Harry. Sua boca parecendo muito seca. - Está provavelmente cheio de Nargles.


 


– Olha, Harry, me desculpe, mas eu não sei qual dos dois é o mais retardado. Pronto falei! – Sirius, obviamente.


 


– O que é Nargles?


– Não faço idéia


 


– Agora ficou legal.


 


– disse Harry. Ela se aproximou. O cérebro dele pareceu estar embriagado. - Você deveria perguntar a Lonny, quer dizer, Luna.


Cho fez um barulho esquisito que poderia ser um soluço ou uma risada. Estava mais perto dele agora. Ele podia até contar as sardas no nariz dela.


– Eu realmente gosto de você, Harry.


 


– Grande coisa! Continua chorando pelo outro. – Falou Lily.


 


Ele não podia pensar. Um formigamento estava se espalhando, paralisando seus braços, pernas e cérebro. Ela estava muito perto. Ele podia ver cada lágrima em seus olhos...


 


– Que nojo! – Exclamou Lily.


– Olhe, Lily, você faz isso todos os dias. – Lily revirou os olhos, ou Sirius era muito lento ou estava brincando. Ela se referiu a isso como nojento por que era com a maldita oriental.


 


Ele voltou a sala comunal meia hora depois para encontrar Hermione e Rony nas melhores cadeiras ao lado do fogo; todos já tinham ido se deitar. Mione estava escrevendo uma carta muito grande, já tinha preenchido metade do rolo de pergaminho, que estava dependurando no canto da mesa. Rony estava deitado sobre a mesa, tentando terminar sua tarefa de Transformação.


– Por que demorou?


 


– Não queira saber.


 


– ele perguntou enquanto Harry se sentava em uma cadeira próxima a Mione.


Harry não respondeu. Estava em estado de choque. Metade dele queria dizer a Rony e Mione o que havia acontecido mas a outra metade queria levar esse segredo consigo até o túmulo.


 


– Tem que mais é que segredar mesmo. Poderia ter sido com alguém melhor. – Disse Lily e olhou significativamente para Ginny.


 


– Você está bem Harry? - Mione perguntou, observando-o por cima de sua pena.


Harry encolheu os ombros. Na verdade nem ele mesmo sabia se estava bem ou não.


– O que houve? - disse Rony, levantando seus cotovelos para ter uma visão mais clara de Harry.


– O que aconteceu?


 


– Ai, meu Deus! Fale logo.


 


Harry não sabia como dizer, e ainda não tinha certeza se queria. Apenas quando decidiu não dizer nada Mione percebeu o que houve.


– É a Cho? - ela perguntou como se fosse alguém de negócios. - Ela esperou você depois da reunião?


 


– Hermione, sua adivinha!


– Mais um sinal de que a garota já tinha tudo planejado, viram? Estou dizendo, estou dizendo.


 


Incrivelmente surpreso Harry ficou rubro. Rony riu em silêncio, parando quando Mione o fitou.


– Então, er, o que ela queria? - perguntou ele num tom casual de sarcasmo.


 


– Ela o esperou para tricotarem para elfos quem sabe, Hermione? – Disse Sirius, irônico.


 


– Ela... - Harry começou, roucamente, limpou a garganta e tentou novamente. - Ela... Er...


– Você a beijou? - perguntou Mione vivamente.


 


– Mais direta? Impossivel!


 


Rony se sentou tão rápido que sua insígnia voou para o tapete.


 


– Como se ele tivesse se casado.


 


Desconsiderando isso por completo, encarou Harry avidamente.


– E? - ele disse.


Harry olhou da expressão de Rony - de uma curiosidade e alegria - para o franzido nas sobrancelhas de Mione e sacudiu a cabeça.


– HÁ!


 


– Rony está mais feliz que Harry! Morro com isso.


 


Rony fez um gesto triunfante com seu punho e uma rouca risada fez vários olhares tímidos do segundo ano observarem.


 


– É serio, Rony, você é retardado.


 


Um relutante sorriso se espalhou no rosto de Harry enquanto observava Rony rolando.


Mione deu a Rony um olhar de profundo desgosto e se voltou para sua carta.


– Bom - Rony disse finalmente, olhando para Harry -, como foi?


 


– Retiro o que disse. Rony consegue ser mais direto.


 


Harry considerou por um momento.


– Molhado - disse triunfante.


 


– E ainda é triunfante?


 


Rony fez um barulho que deve ter sido de desgosto ou regozijo, é difícil dizer.


– Por causa das lágrimas - continuou Harry pesadamente.


 


– Ai meu Deus! Se mata!


 


– Oh - disse Rony, seu sorriso desaparecendo. - Você beija tão mal assim?


 


O salão riu.


 


– Não sei - disse Harry, que não considerou isso, e imediatamente se sentiu preocupado. - Talvez sim.


 


– Nossa, você realmente é inseguro.


– Se você não tivesse a cara dele não diria que era filho do James.


– O que você quer dizer com isso, Sirius? – perguntou Lily ofendida.


– Desculpe, Ruiva, mas, sério, o garoto parece ser apenas seu filho.


- Pelo menos ele não é tão cheio de si quanto vocês dois. – Sirius revirou os olhos.


- Se não gosta por que está com James?


- É diferente.


- Por que?


- Por que eu o amo, né?


- Também te amo, ruivinha.


 


– Claro que não - disse Mione distraidamente, ainda escrevendo em sua carta.


 


– Como você sabe, Granger? – Perguntou Cho enciumada.


– Ah, deve ser porque eu beijo Harry toda vez que tenho oportunidade. – Hermione foi sarcástica.


– Sério? – Perguntou Rony.


– Era ironia, Rony, ironia.


 


– Como você sabe? - perguntou Rony muito precisamente.


– Porque Cho passou esses últimos dias chorando - disse Mione vagamente. - Ela faz isso durante as refeições, em todos os lugares.


 


– Só para chamar a atenção. Dessa vez é sério.


 


– Você acha que um beijinho a alegraria? - disse Rony, sorrindo.


 


 Rony, você é retardado.


 


– Rony - disse Mione em uma voz digna, mergulhando sua pena no tinteiro -, você é a protuberância mais insensível que eu tive a infelicidade de conhecer.


 


O salão riu, riu não, gargalhou gostosamente.


 


– Como assim? - disse Rony indignado. - Que tipo de pessoa chora ao receber um beijo?


 


– Até ele pensa como eu! – Exclamou Lily indignada. – E sabem o que isso quer dizer?


– Não, Lily. O que quer dizer?


– Que ela está FINGINDO! Será que ninguém percebe?


 


– Sim - disse Harry, parecendo desesperado, - que tipo?


 


– Uma fingida.


 


Hermione olhou para eles com uma expressão quase que de piedade.


– Vocês não entendem o que Cho estava sentindo no momento?


 


– Claro que não.


 


– Não - disseram Harry e Rony em uníssono.


Mione assinou e guardou sua pena.


– Bem, obviamente ela estava muito triste por causa da morte de Cedrico. Então eu acho que ela ficou confusa porque gostava de Cedrico e agora gosta de Harry e não pode decidir de quem gosta mais. Então está se sentindo culpada, pensando que é um insulto à memória de Cedrico beijar Harry e deve estar pensando sobre o que vão dizer dela estar saindo com ele. E provavelmente não consegue trabalhar seus sentimentos com Harry, de qualquer jeito, porque ele era o único que estava com Cedrico quando morreu, então isso tudo é muito dolorido. Ah, e está com medo de ser expulsa do time de quadribol da Corvinal porque ela está voando muito mal.


–U-A-U!


– Eu não concordo.


– Lá vem...


– Não é “lá vem”. Tudo bem, isso deixa uma pessoa confusa e talvez triste, mas eu realmente não conheço ninguém que chora toda hora na frente de todo mundo. Afinal, quem aqui gosta de chorar na frente dos outros? – Ninguém respondeu a pergunta feita por Lily. – Estão vendo? Ninguém gosta. Aí ela vem e chora na frente de todo mundo, todo mundo se apieda dela e ela faz o que quer com quem quer. – Finalizou.


– EU NÃO SOU ASSIM! – Berrou Cho.


– Bem, se você está tão mal por que não está chorando agora? Não está confusa? Eu acabei de te ofender, por que não está chorando?


– Por que eu não quero.


– Se consegue não chorar agora por que não consegue não chorar em momentos bobos?


Cho fez uma careta, visivelmente desgostosa, mas não respondeu.


 


Um atordoado silêncio trouxe o fim desta conversa, então Rony disse.


– Uma pessoa não pode sentir tudo isso de uma só vez, ela explodiria.


– Só porque você consegue ter controle emocional não quer dizer que nós também - disse Mione sordidamente, pegando sua pena novamente.


 


– Você não chora toda a hora.


 


– Ela foi à única que começou isso - disse Harry. - Eu não teria... Ela veio até mim... E outra coisa, ela estava chorando em mim... Eu não sabia o que fazer...


– Não se culpe, cara - disse Rony, parecendo alarmante com o que disse.


– Você só queria ser legal com ela - disse Mione, parecendo ansiosa. - Você foi, não foi?


 


– Hermione!


 


– Bem - disse Harry, com um calor escorrendo seu rosto -, eu meio que... Alisei as costas dela.


 


James esfregou rosto com as mãos, tapando os olhos.


 


Mione olhou como se estivesse lhe tivesse restringindo mexer os olhos com extrema dificuldade.


– Bem, eu suponho que poderia ter sido pior - disse ela. - Você vai vê-la novamente?


– Eu vou ter que ver, não vou? - disse Harry. - Nós temos as reuniões da AD, não temos?


– Você sabe o que eu quis dizer - disse Mione impacientemente.


 


– Eu, definitivamente, preciso falar com você mais tarde. – Falou James.


– Não! De jeito nenhum! – Sobressaltou-se Lily. – Você não vai dar conselhos a ele, James, não vai.


– Mas, Lily... – Choramingou o garoto.


– Não. Vai.


 


Harry não disse mais nada. As palavras de Mione abriram uma visão de algumas possibilidades. Ele tentou imaginar indo para algum lugar com Cho - Hogsmeade, talvez - e estar sozinho com ela por algumas horas. Claro que ela estava esperando que ele fosse chamá-la para sair depois do que aconteceu... Só de pensar seu estômago apertou dolorosamente.


 


– Na verdade, isso não quer dizer nada, não é só por que você beija uma garota que têm de chamá-la para sair.


– Você também não tem que dar conselhos a Harry, Sirius.


 


– Bom - disse Mione friamente, enterrado em sua carta mais uma vez -, você terá várias oportunidades de pedir pra sair com ela.


– E se ele não quiser sair com ela? - disse Rony, que estava observando Harry com uma expressão perspicaz em seu rosto.


– Não seja bobo - disse Mione vagamente -, Harry gosta dela há anos, não é mesmo Harry?


Ele não respondeu.


– É, ele gosta da Cho há anos mas quando imagina uma cena de envolvimento entre os dois pensa em uma Cho que curtia e não em uma Cho soluçando incontrolavelmente em seu ombro.


 


– Todo mundo pensa isso! Que tipo de pessoa gosta de outra que fica choramingando? Ninguém!


 


– Pra quem você está escrevendo essa novela, a propósito?


 


– Rony, acho que vamos admitir que somos parentes. – Falou George.


– É. – concordou o gêmeo.


 


– Rony perguntou Mione, estava tentando ler um pedaço de pergaminho, agora arrastando no chão. Mione puxou o pergaminho para si.


– Vítor.


– Krum?


– Quantos Vítors nós conhecemos?


 


– Hum...


 


Rony não disse mais nada, olhou com desgosto.


 


– Mil vezes: hum...


 


Eles sentaram em silêncio por outros vinte minutos. Rony agora estava terminando sua tarefa de transfiguração com muitas resfolegas de impaciência e resmungos, Mione escrevendo calmamente no final do pergaminho, enrolando cuidadosamente e selando-o, e Harry se aquecendo no fogo, desejando mais que qualquer coisa que a cabeça de Sirius aparecesse lá e lhe desse uns bons conselhos sobre garotas.


 


– Viu, Lily? Ele quer meus conselhos!


– Ele não quer os seus conselhos. Quer os conselhos daquele Sirius. – E apontou para Sirius (Confuso...).


– Grande diferença.


– Espero que el... você tenha amadurecido.


 


Mas o fogo estava estalando menos e menos, até a quente brasa virar cinzas e, olhando em volta, Harry viu que eram, mais uma vez, os últimos no salão comunal.


– Bem, boa noite - disse Mione, bocejando extensamente enquanto subia a escadaria das garotas.


– O que ela vê em Krum? - Rony comentou enquanto Harry escalava a escada dos meninos.


 


– Um milhão de vezes: hum...


 


– Bem - disse Harry, considerando a questão -, eu suponho que ele é mais velho, não é... E ele é um jogador de quadribol internacional...


 


– Obrigada, Harry, mas eu não sou uma vadia.


 


– Sim, mas tirando isso - disse Rony, parecendo irritado. - Quer dizer, ele é um idiota, não é?


– Muito idiota, é - disse Harry, cujos pensamentos ainda estavam em Cho.


 


– Ah, por favor! Pára com isso, pára!


 


Tiraram suas vestes e colocaram seus pijamas em silêncio; Dino, Simas e Neville já haviam adormecido. Harry colocou seus óculos na sua mesa de cabeceira e caiu em sua cama, fitou o pedaço do estrelado céu visível através da janela próxima a cama de Neville. Se soubesse, há essa hora na noite anterior, isso em vinte e quatro horas ele teria beijado Cho Chang...


 


– É realmente uma grande coisa. – Sirius foi, claramente, irônico.


 


– Boa noite - grunhiu Rony, de algum lugar à sua direita.


– Boa noite.


Talvez de uma próxima vez... Se houvesse uma próxima vez...


 


– Tomara Deus não haverá. – Falou Lily. – Tem coisas melhores em Hogwarts, Harry. – E olhou novamente para Ginny.


 


Ela estaria um pouco mais feliz. Ele teria de chamá-la para sair; ela provavelmente estava esperando isso e agora estava realmente chateada com ele... Ou estava chorando na cama, seria por Cedrico? Não sabia o que pensar. A explicação de Mione fez isso tudo parecer mais complicado de se entender.


 


– Nunca tente entender uma mulher. NUNCA!


 


"Isso era o que eles deviam nos ensinar aqui", pensou ele, virando-se para seu lado, "como funciona o cérebro das garotas... Seria mais útil que Adivinhação...".


 


Todos prenderam risadas e alguns, mais atrevidos, soltaram risadinhas.


 


Neville respirou fundo em seu sono. Uma coruja piou em algum lugar lá fora na noite.


 


– Muitos detalhes.


 


Harry sonhou que estava de volta à sala de AD. Cho o estava acusando de a estar iludindo com falsas pretensões; disse que ele prometeu a ela uma centena de figurinhas dos chocolates de Sapos de Chocolate se ela mostrasse seus sentimentos.


 


– Você tem sonhos estranhos, Harry, muito estranhos.


 


Harry protestou... Cho gritou "Cedrico me deu muitos desses, olhe!" e ela tirou suas figurinhas do bolso de sua veste e as jogou no ar. Então ela se voltou para Mione, que disse "Você prometeu a ela, você sabe Harry... Eu acho melhor você dar algo a ela em vez de... O que acha de sua Firebolt?"


 


– Meu Deus!


 


e Harry estava protestando que não podia dar a sua Firebolt porque Umbridge estava com a vassoura e, de qualquer forma, tudo aquilo era ridículo, tinha ido à sala da AD apenas para colocar algumas bugigangas com a cabeça de Dobby...


 


– Fica mais estranho a cada instante.


– Eu que o diga.


 


O sonho mudou...


 


– Graças a Merlin!


 


Seu corpo estava mais suave, poderoso e flexível. Estava planando entre as brilhantes barras de metal, cruzando o escuro frio... Estava se achatando contra o chão, movendo-se ao longo de seu corpo... Estava escuro mas podia ver os objetos em volta brilhando estranhamente, cores vibrantes... Estava movendo sua cabeça...A primeira vista o corredor estava vazio... Mas não... Um homem estava sentado no chão logo à frente, seu queixo caído em seu peito, sua sombra brilhando no escuro...


 


– Mas o que...?


– Shhh! Quero ouvir o que vai acontecer.


 


Harry colocou sua língua pra fora... Sentiu o aroma do homem no ar... Estava vivo porém inerte... Sentado em frente a uma porta no final do corredor...


 


Harry tinha um mal pressentimento com relação á aquilo e, por um momento, teve vontade de ouvir as pessoas rindo novamente por conta de seu sonho anterior.


 


Harry demorou a pegar no homem... Mas precisava dominar a fundo o impulso... Tinha coisas mais importantes a fazer...


 


Todos estavam extremamente confusos.


 


Mas o homem estava agitado... Uma capa prateada caiu de suas pernas enquanto pulava seus pés; Harry viu sua vibrante e embaçada sombra sob ele, viu uma varinha saindo de um cinto... Ele não tinha escolha... Ele se levantou do chão e golpeou uma, duas, três vezes, mergulhando suas presas profundamente no corpo do homem, sentindo suas costelas se estilhaçando sob sua mandíbula, sentindo o quente jato se sangue...


 


– Ai meu Deus! O que está acontecendo? – Lily estava horrorizada com tudo aquilo.


 


O homem estava gritando de dor... Então ele se calou... Afundou para trás contra a parede... O sangue espalhado do chão...


 


– Parem!


 


Sua testa doeu terrivelmente... Estava ardendo, quase queimando...


– Harry! HARRY!


 


Todos suspiraram, aliviados, durante o sonho uma sensação estranha os afligiu.


 


Ele abriu os olhos. Cada parte de seu corpo estava coberto com um suor frio; seus lençóis estavam misturados em volta de si como uma camisa de força; sentiu como se uma brasa estivesse sendo aplicado em sua testa.


 


Muitos alunos olharam para Harry temerosamente.


 


– Harry!


Rony estava em volta dele parecendo extremamente assustado. Havia mais figuras nos pés da cama de Harry. Apertou sua cabeça com as mãos; a dor o estava cegando... Rolou para o lado e vomitou no colchão.


 


– Argh!


 


– Ele está realmente doente - disse uma voz assustada. - Nós devíamos chamar alguém?


– Harry, Harry!


Ele tinha que contar a Rony, era muito importante dizer a ele... Tomando uma pouco de ar, Harry se levantou da cama, disposto a não vomitar novamente, a dor o cegando.


 


– O que houve?


– Vamos saber agora, se deixarem Neville ler.


 


– Seu pai - ele ofegou, seu peito vibrando. - Seu pai... Foi atacado...


 


Os Weasley soltaram exclamações e as lágrimas preencheram os olhos da senhora Weasley.


– Não se preocupem. – Disse Arthur. – Estou aqui, estou aqui. Nada disso aconteceu.


Com isso eles relaxaram, mas ainda assim se sentiam estranhos.


 


– O quê? - disse Rony incompreensivelmente.


– Seu pai! Ele foi atacado, é sério, havia sangue em todos os lugares...


 


– Só não disse que foi você que o atacou, não é, Potter? – Perguntou Draco maldosamente.


 


– Vou buscar ajuda - disse a mesma voz assustada e Harry ouviu passos saindo pelo dormitório.


 


– Aposto que fui eu. – Comentou Neville decepcionado.


 


– Harry, cara - disse Rony incertamente. - Você estava apenas sonhando...


 


– Eu acho que não, hein?


 


– Não! - disse Harry furiosamente; era crucial que Rony entendesse. - Não foi um sonho... Não um sonho qualquer... Eu estava lá, eu vi aquilo, eu fiz aquilo...


Ele pôde ouvir Simas e Dino murmurando mas não se importou. A dor em sua testa estava diminuindo levemente embora ainda estivesse suando e tendo calafrios. Teve ânsia de vômito novamente e Rony pulou para fora do caminho.


– Harry, você não está bem - disse ele, tremendo. - Neville foi buscar ajuda.


 


– Ajudem o senhor Weasley! – exclamou Harry, como se aquilo estivesse acontecendo.


 


– Eu estou bem! - Harry sufocou, limpando sua boca em seu pijama e tremendo incontrolavelmente. - Não há nada de mal comigo, é com seu pai que você deve se preocupar, nós precisamos descobrir onde ele está, ele está sangrando muito... Eu era... Aquilo era uma grande cobra.


Ele tentou sair da cama mas Rony o empurrou de volta a ela; Dino e Simas ainda estavam cochichando em algum lugar ali perto.


 


– Ajudem, seus imprestáveis!


 


Se um minuto ou dez se passaram Harry não sabia; simplesmente estava lá tremendo, sentindo uma dor sumindo muito devagar de sua cicatriz... E então ouviu passos apressados vindo das escadas e ele ouviu a voz de Neville novamente.


 


– Não disse?


 


– Aqui professora.


A professora McGonagall entrou correndo no dormitório com sua camisola xadrez e seus óculos inclinados sob seu nariz ossudo.


– O que é isso, Potter? Onde dói?


 


– Será que ninguém entende?


 


Ele nunca ficou tão feliz em vê-la; era um membro da Ordem da Fênix que precisava agora em vez de alguém perturbando e prescrevendo poções inúteis.


– É o pai do Rony - disse ele, sentando novamente. - Ele foi atacado por uma cobra e é serio, eu vi tudo acontecer.


 


– Por favor, acredite, acredite.


 


– Como assim você viu acontecer? - disse a professora McGonagall, contraindo seus olhos.


– Eu não sei... Eu estava adormecendo e então eu estava lá...


– Quer dizer que você sonhou com isso?


– Não! - disse Harry aborrecido; nenhum deles entendia?


– Pois é.


 


– Eu estava sonhando com algo completamente diferente, algo estúpido... E então fui interrompido por isso. Era real, eu não imaginei. O Sr. Weasley estava desacordado no chão e tinha sido atacado por uma cobra gigantesca, tinha muito sangue, estava desmaiado, alguém tem que descobrir onde ele está...


 


– Vão! Rápido!


 


Professora McGonagall o estava encarando através de seus óculos enquanto estava aterrorizada com o que via.


– Eu não estou mentindo e eu não sou mau! - Harry disse a ela, quase gritando. - Eu lhe digo, vi isso acontecer!


– Eu acredito em você, Potter


 


– Graças a Merlin!


 


– disse a Professora McGonagall curtamente. - Coloque seu uniforme, nós vamos ver o diretor.

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