Hospital St. Mungus



 -Quem vai ler? – Perguntou Neville.


– Eu leio! – Tonks se ofereceu, animadamente. Logo após pegar o livro, pigarreou e começou:


 


Harry estava tão aliviado porque a professora McGonagall estava falando tão seriamente que ele não hesitou, pulou da cama de uma vez, vestiu seu uniforme e empurrou seus óculos de volta para seu nariz.


– Weasley, você deve vir também - disse ela.


 


– Isso está me deixando preocupada.


 


Seguiram a professora McGonagall em frente às silenciosas figuras de Neville, Dino e Simas, saíram do dormitório, desceram as escadas espirais até a sala comunal, passaram pelo buraco do retrato e seguiram pelo corredor da Mulher Gorda, que estava iluminado pelo luar. Harry estava sentindo que o pânico dentro de si transbordaria a qualquer momento; queria correr pra chamar Dumbledore; o Sr. Weasley estava sangrando enquanto andavam tão tranqüilamente, e se as presas (Harry tentou arduamente não pensar "minhas presas")


 


– Como assim “minhas presas”? – Perguntou Remus.


– Eu não sei, estou tão confuso quanto vocês, acredite. – Respondeu Harry.


 


fossem venenosas?


 


– Ai meu Deus! Tomara que não.


 


Eles passaram por Madame Nor-r-ra, que mirou seus olhos luminosos em sua direção e miou fracamente, mas a professora McGonagall a espantou.


 


– Essa gata é o bicho mais chato que existe, chega a ser pior que o Sirius. – Brincou James, Sirius lhe deu um soco no ombro.


 


Madame Nor-r-ra se retirou dali e foi para a escuridão, em alguns minutos chegaram à gárgula de pedra que guardava o escritório de Dumbledore.


– Abelha Mágica Assobiando - disse ela.


 


– O quê?


– Dessa vez não é um doce?


– Mas é um doce, crianças, um doce búlgaro. – Esclareceu Dumbledore sorridente. – Sabe, você come o doce, ele é todo caramelado e tem formato de abelha, ai sua boca começa a zunir como as abelhas. É um doce delicioso.


– Albus... – disse Minerva enquanto os alunos lhe olhavam com água na boca.


– Ah, sim, claro! Voltemos a leitura.


 


A gárgula emergiu com vida e se moveu para o lado;


 


– Eu nunca fui na sala do diretor. – Disseram alguns alunos com inveja.


– Eu não gostaria de estará lá, pelo menos não nas circunstâncias. – Disse Fred.


 


a parede atrás dela se dividiu em duas para revelar uma escadaria de pedra que se movia continuamente para cima, como uma escada rolante em espiral.


 


– Uau... – Suspirou uma garota loira.


 


Os três se aproximaram da escadaria, a parede se fechou atrás deles com uma batida ensurdecedora eles foram subindo em círculos fechados até chegarem ao topo, onde havia uma porta de carvalho polido com o batedor de metal em forma de um grifo.


 


– Nossa, deve ser lindo!


– Acho que não reparamos na beleza do local com Harry dizendo que meu pai havia sido atacado.


 


Aparentemente que já havia passado da meia-noite e havia vozes vindo de dentro da sala, um murmúrio positivo deles. Parecia que Dumbledore estava entretendo pelo menos umas doze pessoas.


 


– Quem estaria a essa hora na sala da direção?


 


A professora McGonagall bateu três vezes com o batedor de grifo e as vozes cessaram abruptamente, como se alguém os tivesse desligado. A porta se abriu de sua própria harmonia e a professora guiou Harry e Rony para dentro.


A sala estava um pouco escura; os estranhos instrumentos prateados que estavam sobre mesas estavam silenciosos, melhor que emitindo baforadas de fumaça como faziam usualmente;


 


– Numa sala silenciosa eles são companheiros acolhedores. – Disse Dumbledore serenamente.


 


os retratos de antigos diretores e diretoras cobrindo as paredes estavam cochilando em suas molduras. Atrás da porta, um magnífico pássaro vermelho e dourado com o tamanho de um cisne estava adormecido em seu poleiro com a cabeça embaixo de sua asa.


 


– Ah, fênix são tão lindas. – Observou Lily.


– É verdade. – Concordou a garota loira sentada ao lado de Sirius. – Elas são acolhedoras e majestosas. – Lily assentiu.


 


– Oh, é você, professora McGonagall... E... Ah.


Dumbledore estava sentado em uma cadeira com um grande encosto atrás de sua mesa; ele se inclinou para frente, no conjunto de luz de velas que iluminavam papéis vergês antes dele. Estava vestindo um magnífico vestido longo, bordado púrpura e dourado sobre uma camisola coberta de neve mas parecia bem acordado, seus penetrantes olhos azuis atentos à professora McGonagall.


 


– Sempre...


 


– Professor Dumbledore, Potter teve um... Bem, um pesadelo - disse ela. - Ele disse...


 


– Não. Foi. Um. Pesadelo!


 


– Não era um pesadelo - disse Harry rapidamente.


A professora McGonagall olhou ao redor de Harry com uma expressão levemente carrancuda.


 


– Como sempre.


 


– Muito bem, então, Potter, conte ao diretor sobre isso.


– Eu... Bem, eu estava dormindo - disse Harry e, até pelo seu desespero para que Dumbledore entendesse, sentiu-se levemente irritado porque o diretor não estava olhando para ele mas examinando seus dedos entrelaçados.


 


O salão exclamou surpreso.


 


– Mas isso não era um sonho comum... Isso foi real... Eu vi isso acontecer... - ele respirou profundamente. - O pai de Rony, Sr. Weasley, foi atacado por uma cobra gigante.


 


– Harry... você tem que admitir que isso não parece nem um pouco real. – Falou Hermione.


– Mas, mesmo não tendo acontecido ainda. – Começou a responder “eu espero que nem aconteça”, murmurou Lily. Harry não ouviu. – Eu tenho o pressentimento de que é real.


 


Parecia que as palavras ecoavam no ar depois que as disse, soando levemente ridículas, até engraçadas.


 


– Viu?


 


Houve então uma pausa em que Dumbledore inclinou sua cadeira de volta e olhou fixamente para o teto. Rony olhou de Harry a Dumbledore, com o rosto pálido e chocado.


– Como você viu isso? - Dumbledore perguntou tranqüilamente, ainda não olhando para Harry.


 


– Tranquilamente? Temos um problema aqui, professor! Agilize as coisas! – Dumbledore não respondeu, é claro.


 


– Bem... Eu não sei - disse Harry um pouco furioso. - O que isso importa? Dentro da minha cabeça, eu suponho.


 


– Harry você é muito burro.


– O quê...? Por quê?


- Por que é obvio que o diretor não está se referindo a isso e sim a como você viu. Se via de longe, de cima, de perto, de baixo, entende?


- Ah! – Harry exclamou entendendo.


 


– Você me interpretou mal - disse Dumbledore, ainda com um tom calmo -, quero dizer... Você pode se lembrar... Er... Onde você estava quando viu o ataque acontecer? Por acaso você estava ao lado da vítima ou olhando tudo de cima?


 


– Viu?


– Pare de falar “viu?”, Hermione. – Pediu Rony que teve como resposta uma careta desgostosa.


 


Essa era uma pergunta curiosa, que fez Harry ficar boquiaberto; era quase como se ele soubesse...


– Eu era a cobra. Eu assisti a tudo do ponto de vista da cobra.


 


Os alunos lhe olharam de forma quase... acusadora e começaram a murmurar entre si. Os que estavam mais perto se afastaram levemente.


Harry corou e baixou os olhos, achando que os colegas tinham razão.


 


Ninguém falou nada por um momento, então Dumbledore, agora olhando para Rony, que ainda estava pálido, perguntou numa nova e mais ríspida voz.


 


– Até que em fim. – Murmurou Ginny, tentando quebrar a tensão.


 


– Arthur está seriamente ferido?


 


– Não, ele foi atacado por uma cobra gigantesca e está ótimo. – Murmurou o Sirius mais velho que ainda achava um absurdo Dumbledore não saber sobre o que vinha acontecendo com Harry.


 


– Sim - disse Harry enfático, por que a compreensão foi tão lenta, não imaginam o quanto uma pessoa sangra quando longas presas o perfuram? E por que Dumbledore não podia olhar cordialmente para ele?


 


– É, por quê?


 


Mas Dumbledore se levantou tão rapidamente que fez Harry pular e se dirigiu a um dos velhos retratos pendurados próximos ao teto.


– Everard? - ele disse rispidamente. - E você também, Dilys!


 


– Acho que eram eles quês estavam a falar antes.


 


Um bruxo pálido com uma curta e escura franja e uma bruxa mais velha com longos e prateados cachos na moldura ao lado, ambos parecendo ter estado no mais profundo dos sonos, abriram seus olhos imediatamente.


– Vocês estavam ouvindo?


O bruxo acenou com a cabeça, a bruxa disse.


– Naturalmente.


 


O salão deu risadas nervosas, ainda surpresos por Harry ser “a cobra”.


 


– O homem tem cabelos vermelhos e óculos - disse Dumbledore. - Everard, você precisará aumentar o alarme, tenha certeza de que ele será encontrado pelas pessoas certas.


 


– O que eles farão?


– Acho que será explicado, Sr. Black.


 


Ambos acenaram com a cabeça e se moveram para fora de suas molduras mas em vez de emergirem em figuras habituais (como usualmente acontece em Hogwarts) nenhum dos dois reapareceu. Uma das molduras agora não continha nada além de um cenário com cortinas escuras, e na outra uma bonita poltrona de couro. Harry percebeu que muitos dos diretores e diretoras na parede aparentavam estar roncando e babando mais convincentemente, mantinham-se espiando ocultamente a ele por sobre suas pálpebras, de repente percebeu quem esteve falando quando bateram à porta.


 


– Viu?


– Hermione...


 


– Everard e Dilys foram dois dos mais famosos diretores de Hogwarts


 


– Quem precisa saber disso agora?


 


– disse Dumbledore, agora andando ao redor de Harry, Rony e a professora McGonagall para chegar ao magnífico pássaro em seu poleiro ao lado da porta. - A fama deles é tanta que ambos possuem retratos pendurados em outras instituições bruxas. Como eles são livres para se moverem entre seus próprios retratos podem nos contar o que está acontecendo em qualquer um dos locais...


– Mas o Sr. Weasley podia estar em qualquer lugar! - disse Harry.


 


– Dumbledore sabe onde ele está, Harry.


– Dumbledore sempre sabe.


 


– Por favor sentem-se, os três - disse Dumbledore e, como previu Harry não havia dito nada. - Everard e Dilys talvez não estejam de volta por muito tempo.


 


– Precisam ser rápidos.


 


A professora pegou a varinha do bolso de seu vestido e a brandiu; três cadeiras apareceram do ar rarefeito, tinha encostos estreitos e eram de madeira, não muito parecidas com a confortável poltrona que Dumbledore conjurou na audiência de Harry.


 


O salão riu, novamente, e, para quem prestou bastante atenção,Minerva deu um pequenito sorriso.


 


Ele se sentou, observando Dumbledore sobre seus ombros. O diretor estava agora dando tapinhas na emplumada e dourada cabeça de Fawkes com um dedo.


 


– Fawkes é um nome, no mínimo, criativo.


 


A fênix acordou imediatamente. Fawkes esticou sua bonita cabeça e observou Dumbledore através de olhos brilhantes e escuros.


– Nós precisaremos - disse Dumbledore muito calmamente ao pássaro - de um aviso.


 


Todos fizeram uma expressão confusa.


 


Houve um clarão de fogo e então a fênix já tinha ido.


 


– Hum... OK, mas isso foi tenso.


A maioria dos alunos assentiu, concordando com Sirius.


 


Dumbledore então se abaixou sobre os frágeis instrumentos prateados cuja função ainda era desconhecida para Harry, carregou-os pela escrivaninha, sentou-se, encarando-os novamente, e deu um leve toque com a ponta de sua varinha.


 


– É só para mim que tudo o que ele faz parece confuso?


 


O instrumento tiniu para a vida de uma vez só, com tinidos e barulhos rítmicos. Pequenas baforadas de uma fumaça verdes e pálidas foram emitidas de um minúsculo tubo prateado no topo.


 


– O que esse treco faz, afinal?


 


Dumbledore observou a fumaça de perto, sua testa se enrugou. Alguns segundos depois as pequenas baforadas se tornaram correntes fixas que ficaram espessas e serpentearam no ar... Uma cabeça de serpente surgiu do fim, abrindo totalmente sua boca. Harry pensou consigo mesmo se o instrumento estava confirmando a sua história: olhou ansiosamente para Dumbledore, esperando um sinal de que estava certo, mas ele não olhou de volta.


 


Lily e James bufaram juntos, estavam achando aquela história toda muito suspeita.


 


– Naturalmente, naturalmente


 


– Naturalmente o quê?


 


– Dumbledore murmurou aparentemente para si mesmo, ainda observando a corrente de fumaça sem o menor sinal de surpresa. - Mas em essência dividido?


 


– WHAT?


 


Harry achou essa pergunta sem pé nem cabeça.


 


– Todos nós achamos, Potter.


 


A serpente de fumaça, entretanto, dividiu-se instantaneamente em duas cobras, ambas serpenteando e flutuando na escuridão. Com um olhar severo de satisfação, Dumbledore deu ao instrumento outro leve toque com sua varinha: o barulho diminuiu e cessou e a serpente de fumaça se dispersou, tornou-se uma neblina sem forma definida e desapareceu.


 


– É só eu que continuou sem entender?


– Com certeza, não.


 


Dumbledore recolocou o instrumento sobre sua fina e pequena mesa.


 


– Ai, o Potter fica detalhando tudo! Pula logo para a parte importante. Coisa irritante. – Falou Miguel.


– Ah, cale a boca. – Mandou James.


 


Harry viu alguns dos velhos diretores seguí-lo com seus olhos e então, percebendo que Harry os estava observando, apressadamente fingiram estar dormindo novamente.


 


– Fingidos...


 


Queria perguntar para que o estranho instrumento prateado servia mas antes que pudesse fazer isso houve um grito no topo da parede do lado direito deles; o bruxo chamado Everard havia reaparecido em seu retrato, um pouco ofegante.


 


– Rápido, rápido!


– Se vocês parassem de interrompê-la seria ainda mais rápido. – Falou Remus, nervoso e todos o olharam surpresos, ele corou, balançando os ombros de forma defensiva.


 


– Dumbledore!


– Tem notícias? - disse Dumbledore de uma vez.


– Eu gritei até alguém vir correndo até a mim - disse o bruxo, que estava secando sua testa com a cortina atrás dele


 


Algumas pessoas riram, mas Tonks aumentou o tom de voz e continuou a ler.


 


–, disse que eu ouviria alguma coisa descendo as escadas, eles não estavam certos se acreditariam em mim mas veja, você sabe que não existem retratos abaixo desse para observar. De qualquer forma, eles o carregaram alguns minutos depois. Ele não parece bem, está coberto de sangue,


 


– Oh, Merlin! – Exclamou Molly que foi acudida pelo marido que estava achando essa situação, de estar em dois lugares ao mesmo tempo (e em um deles extremamente ferido), muito estranha.


 


eu corri até o retrato de Elfrida Cragg para ter uma boa visão conforme eles saíam.


– Bom - disse Dumbledore conforme Rony fez um movimento convulsivo. - Eu aceito isso, Dilys deve tê-lo visto chegando, então...


 


– Aposto que agora a tal Dilys vai aparecer.


 


Momentos depois os prateados cachos que haviam reaparecido no retrato, também; ela caiu, tossindo, em sua poltrona e disse:


 


– Viu?


– H.E.R. M. I. O. N. E!


 


– Sim, eles o levaram para St. Mungus, Dumbledore... Eles o carregaram passando pelo meu retrato... Ele parece estar mal...


 


Todos os Weasley estavam pálidos mesmo que a situação não fosse real.


– Se morrer não vai fazer falta nenhuma. – Falou Draco, com sua habitual voz lenta e calculada, parecia ter a intenção de falar apenas para os amigos, mas no silêncio do salão, todos ouvirão. Draco olhou assustado ao redor, como se procurasse um lugar para onde fugir.


– Eu já cansei de falar... – Murmurou James que não sabia quem era pior: Snape ou Malfoy... Não, ele sabia sim, Snape era pior.


– Olhe aqui, seu desgraçado, não fale assim! Ninguém sentiria falta se um de seus pais comensais da morte morressem, isso sim! - Exclamou Ginny e ela, Fred, George e Rony sacaram as varinhas, prontos para defenderem a honra do pai.


– Não precisa disso, crianças. – Disse Arthur olhando com desgosto para Draco.


– Mas, papai...


– Ele já tem castigos o suficiente sendo como é, com os pais que tem e cercado de gente falsa.


Os ruivos guardaram as varinhas relutantes olhando para Malfoy como se tudo que quisessem era apertá-lo entre as mãos até morrer.


 


– Obrigado - disse Dumbledore. Ele olhou de volta para a professora McGonagall. - Minerva, eu preciso que você vá e acorde os outros filhos de Weasley.


– Claro...


A professora McGonagall se levantou e se moveu imediatamente para a porta. Harry lançou de relance um olhar para Rony, que aparentava estar apavorado.


 


– Óbvio, né?


 


– E Dumbledore, o que fazer em relação a Molly? - disse a professora McGonagall, parando à porta.


– Esse será um trabalho para Fawkes quando terminar de verificar qualquer um que se aproxime - disse Dumbledore -, mas ela talvez já saiba... Ela tem um relógio excelente...


 


A cada vez que Tonks abria a boca para ler as pessoas ficavam mais confusas.


 


Harry sabia que Dumbledore estava se referindo ao relógio que conta não as horas mas os paradeiros e condições de vários membros da família Weasley,


 


– Eu continuo confusa. – Disse Lily e a senhora Weasley respondeu.


– Eu tenho, na minha casa, um relógio com cada membro da minha família, querida. E os ponteiros indicam: “perigo mortal”, “a caminho de casa”, “trabalho” e etc. Entende?


– Oh, que relógio interessante, senhora Weasley. Gostaria de ter um.


– Eles são bem raros, na verdade, mas se um dia falar novamente com meu primo Osvaldo, ele quem fabrica, peço um para você.


– Obrigada.


 


e com uma pontada pensou que o ponteiro do Sr. Weasley deveria estar apontando perigo mortal.


 


Os Weasley tremeram.


 


Mas era muito tarde. A Sra. Weasley estava provavelmente dormindo e não olhando o relógio. Harry se sentiu gélido ao se lembrar do Bicho-papão da Sra. Weasley se transformando no corpo sem vida do Sr. Weasley, seus óculos retorcidos, sangue escorrendo pela sua face... Mas Sr. Weasley não estava morrendo... Ele não poderia...


 


– Harry, por que você não tenta ser positivo?


– Nunca consegui ser muito otimista, sabe, não é fácil com a vida que tenho.


– Sim, mas ficar tendo esse tipo de pensamento não ajuda em nada.


 


Dumbledore estava agora inspecionando um armário ao lado de Harry e Rony, emergiu dali carregando um caldeirão velho e enegrecido, o qual colocou cuidadosamente sobre sua escrivaninha. Levantou sua varinha e murmurou.


– Portus!


 


– Professor Dumbledore, poderia nos informar o que está fazendo?


– Uma Chave de Portal, imagino. – Respondeu Dumbledore sem muito entremeio.


 


Por um momento o caldeirão tremeu, acendeu então em estranhas brasas azuis; em seguida tremeu novamente e retornou a ser solidamente negro como sempre. Dumbledore se dirigiu para outro retrato, dessa vez para um bruxo aparentemente inteligente, com uma barba pontuda que havia sido pintada, vestindo as cores da Sonserina, verde e prata,


 


James e Sirius reviraram os olhos, bufando.


 


estava dormindo tão profundamente que não pôde ouvir a voz de Dumbledore quando este tentou despertá-lo.


 


– Está fingindo, eu aposto.


 


– Phineas. Phineas.


 


– Ah, eu não acredito! – Exclamaram os Sirius juntos.


– Que foi? – Perguntou Ginny.


– Meu parente. – Responderam juntos e se fitaram ao perceber isso, um desafiando o outro a continuar a falar. – Phineas Black Nigellus. Pare com isso! – Exclamaram ao perceber que falavam juntos, o Sirius mais velho bufou e jogou as costas contra a cadeira, deixando o outro continuar. – Outra merdinha da minha família.


– SIRIUS! Quando você vai aprender a não falar palavrões? – Lily deu-lhe um tapa na cabeça. James riu.


– Ai, Lily! Sua mão é pesada e “merda” não é um palavrão.


– É sim e se você não aprendeu educação em casa eu vou te ensinar!


– Você parece uma vovó falando.


– Cala a boca! É o melhor que você faz.


 


Os retratos forrando a sala já não estavam mais fingindo que dormiam, estavam mudando de molduras, procurando a que desse uma melhor visão sobre o que estava acontecendo. Quando o aparentemente inteligente bruxo continuava a fingir estar dormindo


 


– Falei. Ele está fingindo.


 


alguns deles gritaram seu nome também.


– Phineas! Phineas! PHINEAS!


 


– Deve ser horrível estar numa sala com retratos gritando.


 


Ele não poderia fingir por muito mais tempo; então deu uma sacudida teatral e abriu seus olhos completamente.


 


Algumas pessoas chegaram a rir, mas apenas algumas.


 


– Alguém me chamou?


 


– Nãããão, imagine.


 


– Eu preciso que você vá visitar seu outro retrato novamente, Phineas


 


– Droga! O outro retrato fica na “muy antiga e nobre casa dos Black”. – Disse Sirius (mais velho) fazendo voz e postura arrogante na última parte. – Idiotas. – Revirou os olhos voltando a sua postura relaxada de sempre.


 


– disse Dumbledore. - Eu tenho outra mensagem.


– Visitar meu outro retrato? - disse Phineas com uma voz aguda, dando um longo e falso bocejo (seus olhos passeando ao redor da sala e se focando em Harry).


 


– Idiota lárálárálá. – Cantarolou o Sirius jovem.


 


– Oh, não Dumbledore, estou muito cansado esta noite.


 


Os alunos soltaram exclamações, surpresos.


 


Algo na voz de Phineas era familiar para Harry,


 


– Onde você ouviu?


– Sei lá, não consigo ouvir a voz dele. – Respondeu Harry como se fosse óbvio, e era.


– Deve ter sido na casa de Sirius. – Disse Lupin.


 


onde ele a teria ouvido antes? Mas antes que pudesse pensar os retratos que rodeavam a sala desabaram com uma onda de protestos.


 


– Certo eles.


 


– Insubordinação, senhor! - rugiu um bruxo corpulento e de nariz vermelho, brandindo seus punhos. - Negligência com a obrigação!


 


– Pois é...


 


– Nós somos honrados determinadamente a prestar serviços ao presente diretor de Hogwarts!


 


– Isso mesmo!


 


– clamou um aparentemente frágil e velho bruxo que Harry o reconheceu como sendo o predecessor de Dumbledore, Armando Dippet.


 


– Como você sabe quem é? – Perguntou James, o garoto ficara em silêncio a maior parte do tempo.


– A história é longa. Mais tarde eu conto.


 


– Tenho vergonha de você, Phineas!


 


– Sei bem como é. – Disse Sirius.


 


– Eu devo persuadi-lo, Dumbledore? - disse um bruxo de olhar penetrante, levantando uma não muito comum varinha, grossa, que não era muito diferente de uma vara de pescar.


 


– Uma varinha parecida com uma vara de pescar? Tenso... - |Sirius parecia achar muita graça naquilo.


 


– Oh, muito bem - disse o bruxo chamado Phineas, olhando a varinha com suave apreensão


 


– Uh, covarde.


– Já era de se esperar, não é mesmo? Sonserino...


 


–, acho que ele bem que poderia ter destruído minha figura agora, ele o fez com grande parte da família.


 


– Ainda não tive a oportunidade, mas não se preocupe logo, logo sua vez chegará. – Falou Sirius com a voz cortante e ressentida.


– Sério? – Perguntou o outro Sirius.


– O quê?


– Sério que você destruiu os quadros? – O outro assentiu. – Uau... Eu sempre quis fazer isso. – E deu um soco no ar.


– É mais divertido do que você imagina, sabe, jogá-los contra a parede.


 


– Sirius sabe que não deve destruir seu retrato


 


– Não o destrui ainda por que não tive oportunidade, não por que o senhor mandou.


 


– disse Dumbledore e Harry se lembrou imediatamente onde havia ouvido a voz de Phineas antes: emitida da aparentemente vazia moldura em seu quarto em Grimmauld Place.


 


– Hum...


 


– Você dará a ele a mensagem de que Arthur Weasley foi gravemente ferido e que sua mulher, filhos e Harry Potter estarão chegando à sua casa dentro em breve. Você entendeu?


– Arthur Weasley, ferido, mulher, filhos e Harry Potter chegando pra ficar - repetiu Phineas numa voz entediada.


 


– Vai ser, provavelmente, a coisa mais importante que você já vez na vida (na morte, no caso), então, trate com mais respeito, por favor.


 


– Sim, sim... Muito bem.


Ele saiu rapidamente pela moldura do retrato e desapareceu da vista no mesmo instante em que a porta se abriu novamente. Fred, Jorge e Gina foram acompanhados para dentro pela professora McGonagall, todos os três aparentavam estar desordenados e chocados, ainda com seus pijamas.


 


Harry corou ao imaginar Ginny de pijamas.


 


– Harry, o que está acontecendo? - perguntou Gina que olhou assustada. - A professora McGonagall disse que você viu meu pai ser ferido...


– Seu pai foi ferido enquanto ia do seu trabalho para a Ordem de Fênix - disse Dumbledore antes que Harry pudesse dizer alguma coisa.


 


– Professor Dumbledore, me desculpe se estiver faltando com o respeito, mas o senhor está agindo estranhamente.


– Não é desrespeito nenhum, senhora Pot... – Dumbledore maneou a cabeça e se corrigiu. – Senhorita Evans, mas temos que ser rápidos numa situação delicada como está.


 


– Ele foi levado ao hospital St. Mungus Para Doenças e Acidentes Mágicos. Eu os estou enviando de volta para a casa de Sirius, onde é muito mais conveniente para ir ao hospital do que A Toca. Você vai encontrar a sua mãe lá.


– Como nós vamos? - perguntou Fred agitado. - Pó de Flu?


 


– Claro que não, as redes estão sendo vigiadas pelo ministério.


 


– Não, pó de Flu não é seguro no momento, a rede está sendo vigiada, vocês irão irá usando uma chave de portal. Ele indicou o velho caldeirão descansado inocentemente sobre a sua escrivaninha. - Estamos apenas esperando Phineas Nigellus nos reportar de volta... Eu quero ter certeza de que o caminho está limpo antes de mandar vocês...


 


– Como assim “o caminho está limpo”?


– Ele quer saber se não tem ninguém lá.


– Mas, não são apenas as pessoas da Ordem que vão lá e elas não são confiáveis.


– Mesmo assim, é mais seguro se ninguém souber.


 


Houve um clarão de chama bem no meio do escritório, deixando para trás uma singular pluma dourada, que flutuou gentilmente até o chão.


 


– Fawkes...


 


– Foi um aviso de Fawkes - disse Dumbledore, apanhando a pluma conforme ela caiu. - A professora Umbridge deve saber que vocês estão fora de suas camas... Minerva, vá e a deixe fora disso, conte a ela qualquer estória...


 


– Sapa velha e cor de rosa.


 


E a professora McGonagall se foi num instante.


– Ele disse que ficará encantado - disse uma voz entediada vinda detrás de Dumbledore; o bruxo chamado Phineas tinha reaparecido em frente a uma bandeira da Sonserina.


 


– Ai meu Deus, não basta ser fanático por algo, tem que ser a Sonserina.


 


– Meu tataraneto sempre teve um gosto estranho para convidados.


 


– Eu tenho um gosto ruim para convidados? Então, devo presumir que uma casa infestada de comensais é que é boa? Acho que seus valores estão invertidos.


 


– Venham então - Dumbledore disse para Harry e os Weasley. - E rápido, antes que alguém mais apareça...


Harry e os outros se agruparam em volta da escrivaninha de Dumbledore.


– Vocês já usaram uma chave de portal antes? - perguntou Dumbledore e acenaram com a cabeça, cada um deles alcançando uma parte do caldeirão enegrecido. - Bom, agora quando eu contar até três, então... Um... Dois...


 


– Agora, a sensação horrível.


 


Durou uma fração de segundo: na infinitésima pausa antes de Dumbledore dizer "três", Harry olhou para cima - estavam muito próximos, juntos - e o olhar azul e limpo de Dumbledore se moveu da chave do portal para o rosto de Harry.


 


– Vai acontecer algo estranho agora, vocês verão.


 


Pouco tempo antes a cicatriz de Harry estava queimando violentamente e agora queimava de novo - e espontaneamente, indesejadamente mas horripilantemente forte, cresceu dentro de Harry um ódio tão grande que sentiu naquele instante que não queria nada mais que golpear, morder, perfurar com suas presas o homem atrás dele...


 


– Oh, não. – Sussurrou Dumbledore. Os murmúrios agora haviam crescido e todos olhavam acusadoramente para Harry. – Harry, - Chamou Albus. – Você poderia passar na minha sala amanhã?


– Ãh... Claro, senhor. Sem problemas. – Dumbledore lhe lançou um sorriso gentil mas ele logo se apagou quando Zabini gritou, da mesa da Sonserina:


– O que estão esperando? Potter é perigoso, peguem-no! – Os sonserinos murmuraram concordando e alguns até se alevantaram, a maioria dos Corvinais parecia em dúvida e alguns poucos lufanos pareciam cogitar a idéia (N/A: não tem nada a ver com algum tipo de preconceito com relação as casas, OK? Eu fiz baseada na batalha; nenhum sonserino ficou para lutar, a metade dos corvinais foram embora e a maioria dos lufanos ficou, eu só inverti os números.).


– O quê? Não! – Exclamou Hermione. – Não é culpa dele.


– Não interessa! Ele é perigos e pode atacar qualquer um a qualquer momento, até você, ele era a cobra!


– Vocês não vão fazer nada com ele! – Gritou Ginny.


– Exatamente, senhor Zabine. – Disse Dumbledore. – O senhor Potter não fez absolutamente nada e se fez não cabe a vocês decidirem seu destino.


Mas alguns alunos haviam levado a idéia de Zabine em consideração e continuaram a falar o quanto Harry era perigoso.


– Ótimo, então. – Falou James altamente, os professores e membros da ordem tentavam conter a balbúrdia. – QUE VENHAM!


Se levantou e se postou em frente a Harry Lily o seguiu rapidamente e logo, entendendo o que James queria dizer, todos os Grifinórios faziam um “escudo” em frente a Harry. Sirius , Lupin e Tonks se juntaram a eles, junto de alguns corvinais e lufanos. O resto do salão ficou em silêncio.


– O que foi? – Perguntou Sirius. – Pensei que quisessem pegá-lo, por que não vem pegá-lo agora?


– Senhores sentem-se, nada de duelos em pleno salão. – Disse Minerva. Ninguém lhe deu atenção. – Cem pontos serão descontados de cada casa que tiver um membro em pé!


A Sonserina se sentou imediatamente, Lufa-Lufa e Corvinal correram para seus lugares, Grifinória continuou em peso de pé.


– Ora, é uma desonra para mim que a minha própria casa continue de pé! – Minerva parecia exasperada.- Cem pontos serão tirados pela impertinência!


– Concordo com a professora Mcgonagoal, - Disse Dumbledore e sua voz parecia incrivelmente serena. – porém, serei obrigado a dar cento e cinquenta pontos para a Grifinória pela força de vontade e por não desistirem daquilo que acham certo.


Por um momento o salão pareceu estupefato demais para falar, mas segundos depois os murmúrios recomeçaram; o resto das casas reclamando e a Grifinória dando vivas!


– E TEM MAIS UMA COISA! –Dessa vez Dumbledore foi mais inteligente e usou um feitiço de ampliação para voz, só não o tinha feito antes por que queria ver até onde a aquilo ia. – SENHOR ZABINI ESTÁ EM DETENÇÃO PELO RESTO DA SEMANA.


Quinze minutos depois, quando o salão voltou ao seu habitual silêncio Tonks voltou a ler.


 


– ...Três.


Harry sentiu uma poderosa contração atrás de seu umbigo, o chão desapareceu sob seus pés, sua mão estava grudada ao caldeirão; estava se debatendo conforme todos aceleravam para frente num redemoinho de cores e uma agitação de ventos, o caldeirão os puxando para frente... Até seus pés atingirem o chão tão pesadamente que seus joelhos dobraram, o caldeirão caiu fazendo um grande barulho e uma voz bem próxima a eles disse:


 


– Chave de Portal é horrível. – Disse James naturalmente, como se o que tivesse acontecido antes fosse extremamente comum. Harry sorriu, mais em agradecimento por antes do que por qualquer outra coisa.


 


– Aqui novamente, pirralhos traidores do sangue. É verdade que o pai deles está morrendo?


 


– Nossa, quanta simpatia. – Murmurou Lily de olhos arregalados;


– FORA! - rugiu uma segunda voz.


 


– Retiro o que disse; essa pessoa sim que é simpática. – Comentou Lily com ironia, novamente.


– Hum... Acho que sou eu. – Disse Sirius.


– Então por que está mandando-os embora?


– Não estou mandando-os embora, estou mandando a pessoa que disse embora.


– Ah, assim, sim.


 


Harry arrastou seus pés e olhou em volta; tinham chegado no escuro porão da cozinha, no número vinte, Grimmauld Place. A única fonte de luz era o fogo e uma vela gotejando, iluminava os vestígios de um solitário jantar.


 


Sirius olhou para seu eu mais velho e suspirou tristemente, não conseguia acreditar que um dia ficaria daquela forma.


 


Monstro estava desaparecendo através da porta para o hall, olhando de volta para eles malevolente conforme puxava sua tanga; Sirius estava se apressando em direção a eles, parecendo ansioso.


 


– Óbvio.


 


Estava com a barba por fazer e ainda com as roupas que vestiu de manhã; tinha até uma leve semelhança com o bafo de bebida envelhecida de Mundungo.


 


Todos evitaram fazer comentários, mesmo que o Sirius mais jovem tenha posto uma bala na boca.


 


– O que está acontecendo? - ele disse, esticando a mão para ajudar Gina a subir. - Phineas Angellus disse que Arthur se feriu gravemente...


 


– Foi o que aconteceu.


 


– Pergunte a Harry - disse Fred.


 


– por que será que eu senti uma acusação aí?


 


– É, eu quero ouvir isso por ele mesmo - disse Jorge.



De novo...


 


Os gêmeos e Gina olharam fixamente para ele. As pegadas de Monstro tinham parado nas escadas, do lado de fora.


 


– Êta elfozinho enxerido!


 


– Isso foi - Harry começou. - Isso foi até pior do que como McGonagall e Dumbledore contaram. Eu tive um... Um tipo de... Visão.


 


Algumas pessoas, as que o tinham defendido, olharam com pena para Harry, deveria ser horrível ter aquele tipo de visão.


 


E ele contou tudo o que tinha visto, alterando um pouco a história para que parecesse que estava vendo tudo ao lado da cena conforme a cobra atacava,


 


Harry corou levemente.


 


preferível do que pelos próprios olhos dela.


 


– Nesse ponto ele tem razão.


 


Rony, que ainda estava muito branco, deu um rápido olhar para Harry mas não disse nada.


 


Rony sorriu para o amigo, não o “entregaria” dessa forma.


 


Quando Harry tinha terminado, Fred, Jorge e Gina ainda continuaram olhando fixamente para ele por um instante.


 


– Nesses momentos queremos sempre mais informações.


 


Não sabia se estava imaginando isso ou não mas desconfiou que havia um tom de acusação em seus olhares.


 


– Eu disse.


 


Bem, se estavam indo culpá-lo por simplesmente ter visto o ataque Harry estava feliz por não ter contado que estava dentro da cobra naquele momento.


 


Algumas pessoas deram pequenas risadinhas, que logo cessaram.


 


– Minha mãe está aqui? - perguntou Fred, virando para Sirius.


– Ela provavelmente nem sabe o que aconteceu ainda. O mais importante a se fazer era trazê-los antes que Umbridge pudesse interferir. Eu suponho que Dumbledore está deixando Molly a par de tudo nesse momento.


 


– É Umbridge-Cara-De-Sapa tem de ser detida, senão já viram.


 


– Nós temos de ir ao hospital St. Mungus - disse Gina em tom de urgência. Ela olhou em volta para seus irmãos; eles ainda estavam, é claro, de pijamas. - Sirius, você pode nos emprestar capas ou qualquer coisa assim?


 


– Estão pensando em sair a essa hora, de pijamas, foragidos do colégio?


– De preferência.


 


– Esperem, vocês não podem ir até o hospital com tanta pressa!


 


– Exato!


 


– Claro que podemos ir ao St. Mungus se quisermos


 


– Só que não.


 


– disse Fred obstinadamente. - Ele é nosso pai!


– E como vão explicar como ficaram sabendo que Arthur foi atacado antes mesmo deixarem a esposa dele saber disso?


 


– Isso, Sirius, acho que você ficou mais inteligente com a idade.


 


– O que isso importa? - disse Jorge com raiva.


 


– Vocês lá ou não, não vai fazer diferença. – Disse Harry. Mas, os Weasley pareciam que realmente estavam com o pai no hospital por que George, nervoso, respondeu:


– Você não sabe como é!


– Nem você.


– Sim, mas uma vez mamãe também ficou doente e nós quase a perdemos, sabemos como isso é por experiência própria. – Falou Rony, os outros Weasley assentiram concordando.


– E vocês não puderam ajudar em nada, nessas horas o melhor é esperar que o melhor aconteça, talvez até atrapalhe. – Harry só estava tentando ajudar, não falava por mal.


– Você não sabe o que fala! Nunca passou por isso, você é órfão.


O murmúrio de “Uuuuuuuuuuuuuuh” correu por todo o salão depois que Fred disse isso. Harry o encarou friamente, as orelhas do garoto coraram.


– Harry eu... não sabia o que estava falando e...


– Sem problemas. – Falou o moreno com dureza. – Continue a ler, Tonks.


 


– Importa porque nós não queremos atrair atenção pro fato de Harry estar tendo visões sobre coisas que acontecem centenas de quilômetros além! - disse Sirius irritado. - Você tem idéia do que o Ministro faria com essa informação?


 


– O prenderia em Azkaban.


 


Fred e Jorge olharam com cara de quem não estava ligando a mínima para o que o Ministro faria. Rony ainda estava pálido e silencioso.


– Uma outra pessoa poderia ter nos contado - disse Gina -, nós poderíamos ter ouvido de alguém que não fosse o Harry.


 


– Ah, claro, e aí essa pessoa seria presa.


 


– De quem, por exemplo? - disse Sirius impacientemente. - Escute, seu pai foi ferido no caminho para a Ordem e as circunstâncias já são duvidosas demais sem os filhos dele sabendo disso segundos após isso acontecer, você poderia prejudicar seriamente a Ordem...


 


– Pois é.


 


– Nós não ligamos para essa Ordem estúpida! - disse Fred.


 


– Não eram vocês que queriam tanto fazer parte?


 


– É sobre o nosso pai morrendo de que estamos falando! - gritou Jorge.


– Seu pai sabia no que estava se metendo e ele não vai agradecê-los por bagunçar as coisas para a Ordem! - disse Sirius igualmente furioso.


 


– É estranho pensar em Sirius furioso. – Analisou Lily, que evitava olhar para Fred, James a contrário encarava o ruivo bravamente. – Ele geralmente é relaxado.


– Lily... Será que da para parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui?


– Oh, claro.


 


– Isso é como as coisas são, isso é por que vocês não estão na Ordem, vocês não entendem, tem certas coisas que vale a pena morrer por elas.


 


– Acho que está exagerando um pouco, Sirius.


– Quando você entra para a Ordem é assim que as coisas são.


 


– Fácil pra você dizer, preso aqui! - berrou Fred. - Eu não vejo você arriscar o seu pescoço!


 


Uma nova onda de “Uuuuuuuuuuuuuuh” foi ouvida.


– Pisou na bola de novo, Fred.


 


O pouco de cor que remanescia no rosto de Sirius foi drenado com isso. Ele olhou por um momento até parecendo que iria bater em Fred


 


– Não ouse. – Disse Molly.


– Se você ensinasse seu filho a ter papas na língua isso não seria necessário.


– Eu vou ter uma conversinha com Fred mais tarde, mas não ouse bater nele, isso é serviço meu.


 


mas quando falou foi numa voz de determinada calma.


– Eu sei que é difícil mas temos que agir como se não soubéssemos de nada ainda. Temos que ficar parados pelo menos até ouvirmos de sua mãe, tudo bem?


 


– óbvio que ao está tudo bem, mas vai ter que ficar.


 


Fred e Jorge ainda olharam rebeldemente.


 


– Como sempre.


 


Gina, entretanto, deu alguns passos até a cadeira mais próxima e caiu nela. Harry olhou para Rony, que fez um movimento engraçado que estava entre um aceno e um encolher de ombros e eles se sentaram também. Os gêmeos olharam penetrantemente para Sirius por outro minuto e então pegaram assentos ao lado de Gina.


 


– Ótimo acalmaram os ânimos.


 


– Tudo bem - disse Sirius encorajando -, venham, vamos todos... Vamos tomar algo enquanto esperamos. Accio Cerveja Amanteigada!


 


– Ãh... acho que não vai dar muito certo, só acho.


 


Ele levantou sua varinha, meia dúzia de copos vieram voando da copa para a frente deles, derrapando pela mesa, espalhando as sobras do jantar de Sirius, e pararam, limpos, em frente aos seis. Todos beberam e por um momento os únicos sons que se ouviam eram o estalar do fogo da cozinha e o macio golpe de seus copos na mesa.


 


– Deu Certo! Viu? Sou demais!


 


Harry só estava bebendo para ter algo a fazer com as mãos.Seu estômago estava cheio de uma horrível, quente e borbulhante culpa.


 


– Por quê?


 


Não estariam ali se não fosse por ele; ainda estariam dormindo em suas camas. E não era bom contar a si mesmo que aumentando o alarme tinha assegurado que o Sr. Weasley fosse encontrado porque também não podia escapar do pensamento de ter sido ele quem tinha atacado o Sr. Weasley em primeiro lugar.


 


– O quê? Como assim?


– Como você teria saído de Hogwarts? Para início de conversa.


 


"Não seja bobo, você não tem presas",


 


– Tem mais isso, ainda.


 


pensou consigo mesmo, tentando manter a calma, a mão com que segurava o copo estava tremendo. "Você estava dormindo em sua cama, não podia estar atacando ninguém..."


 


– Exato.


 


"Mas então, o que aconteceu no escritório de Dumbledore?", perguntou a si mesmo. "Eu senti como se quisesse atacar Dumbledore também..."


 


Dessa vez ninguém achou explicações.


 


Bateu o copo um pouco mais forte do que planejava e derrubou um pouco na mesa. Ninguém percebeu. Então um estouro de fogo surgiu no ar, iluminando os pratos sujos na frente dele, e conforme gritavam pelo susto um rolo de pergaminho caiu com um baque sobre a mesa, acompanhado por uma singular pluma dourada de fênix.


 


– Fawkes! – Exclamou Sirius, ansioso.


 


– Fawkes! - disse Sirius de uma vez, pegando o pergaminho. - Essa não é a letra de Dumbledore, deve ser uma mensagem, da sua mãe, aqui...


 


– Abra logo, abra logo.


 


Ele empurrou a carta para as mãos de Jorge, que a rasgou para abri-la e a leu em voz alta:


"Seu pai ainda está vivo. Eu estou me dirigindo para o St. Mungus agora. Fiquem onde vocês estão.


 


– Viram?


–Shhhh!


 


Mando notícias assim que eu puder.


Mamãe."


Jorge olhou em volta da mesa.


– Ainda vivo... - ele disse devagar, - Mas isso soa como...


 


– Se estivesse prestes a morrer.


O Weasley olharam de forma intimidante para Cho, que foi quem falara.


 


Ele não precisava terminar a sentença. Isso soava para Harry, também, o Sr. Weasley estava pairando em algum lugar entre a vida e a morte. Ainda excepcionalmente pálido, Rony fixou seu olhar por detrás da carta de sua mãe, esperando que ela dissesse palavras de conforto para ele. Fred pegou o pergaminho das mãos de Jorge e leu por si mesmo, depois olhou para Harry, que sentiu sua mão tremer com o copo novamente e o agarrou firmemente com a mão mais cerrada, para parar com a tremedeira.


 


– Vocês deveriam agradecer a ele. Se ele não tivesse visto não teriam encontrado seu pai e ele possivelmente estaria morto, pronto falei.


 


Se Harry já tivesse passado por uma longa noite como esta não podia se lembrar. Sirius sugeriu uma vez, sem nenhuma convicção, que todos fossem pra cama mas os olhares de desgosto dos Weasley já eram resposta suficiente.


 


Risadas fracas foram ouvidas.


 


Sentaram-se em silêncio ao redor da mesa, assistindo ao pavio da vela afundando abaixo e abaixo para a cera derretida, ocasionalmente elevando o recipiente para seus lábios, falando só para checar as horas, para abertamente discutir o que estava acontecendo e para assegurar que se chegasse uma má notícia saberiam dela diretamente, porque a Sra. Weasley deveria demorar, uma vez que chegasse ao St. Mungus.


 


A emoção da cena era tanta que ninguém teve coragem de falar algo, até por que, não tinha o que se dizer.


 


Fred se sentiu sonolento, sua cabeça encostava ao lado de seus joelhos. Gina se curvava como um gato em sua cadeira mas seus olhos estavam abertos; Harry pôde vê-los refletindo a luz do fogo. Rony estava sentado com sua cabeça em suas mãos, acordado ou adormecido era impossível de se dizer. Harry e Sirius se olhavam entre eles várias vezes, intrometidos sobre tristeza da família, esperando... Esperando...


 


Harry e Sirius se entreolharam, mas naquele momento eles não eram os únicos intrometidos, todos que estavam ali, e que ouviam, participavam, mesmo que contra a vontade, de um momento muito particular.


 


Às 4:50 da manhã pelo relógio de Rony a porta da cozinha se abriu calmamente e a Sra. Weasley entrou na cozinha. Estava extremamente pálida mas quando todos voltaram a olhar para ela Fred, Rony e Harry estavam se levantando de suas cadeiras e ela deu um sorriso enfraquecido.


 


– Acho que ele está bem.


 


– Ele ficará bem


 


– Graças a Deus!


Todos os Weasley suspiraram aliviados.


 


– disse ela, sua voz soou cansada. - Ele está dormindo. Nós podemos todos vê-lo depois. Gui está no hospital com ele agora; ele irá ter uma folga pela manhã.


 


Fred caiu em sua cadeira com suas mãos sobre sua face. Jorge e Gina acordaram, andaram rapidamente para sua mãe e a abraçaram. Rony deu uma risada extravagante e bebeu o resto da sua cerveja amanteigada em um gole.


 


– Que alívio, hein?


 


– Café da manhã


 


– Nada mais revigorante.


 


– disse Sirius em um tom alto e alegre, saltando sobre os pés dele. - Onde está o atrapalhado elfo doméstico? Monstro! MONSTRO!


 


– Você poderia tentar ser um pouquinho mais simpático com Monstro, Sirius? – Perguntou Hermione.


– Não. – Ele respondeu, direto.


 


Mas Monstro não atendeu à intimação.


 


– Um elfo-doméstico desobediente? Isso sim é engraçado.


 


– Oh, esqueçam isso, agora - murmurou Sirius, contando as pessoas defronte dele. - Então é café da manhã para, deixe-me ver, sete... Bacon e ovos, eu acho, e chá, e torradinha.


 


– Oh! Sirius sabe cozinhar! - Exclamou, brincalhão, James.


– Tomara que eu não tenha aprendido com você, ainda me lembro daquele macarrão. – E começaram a rir de alguma piada interna.


 


Harry apressadamente se dirigiu ao fogão para ajudar. Ele não queria se intrometer na felicidade dos Weasley e temeu o momento em que a Sra. Weasley iria lhe pedir que recontasse sua visão. Entretanto, tinha disfarçadamente pego pratos do armário da cozinha quando a Sra. Weasley os tirou de suas mãos e lhe puxou para um abraço.


– Eu não sei o que teria acontecido se não fosse por você, Harry


 


– Pelo menos você, senhora Weasley, reconhece isso.


– É claro que reconheço, minha querida. Harry é como um filho para mim.


 


– ela disse em voz baixa. - Eles talvez não o teriam encontrado por horas e aí teria sido tarde demais, mas graças a você ele está vivo e Dumbledore foi capaz de pensar numa história para encobrir por Arthur ter estado onde estava, caso contrário, você não tem idéia do trabalho que teria dado, olhe para o pobre Sturgis...


Harry mal podia sustentar tal gratidão mas felizmente ela o soltou rapidamente e virou para Sirius, agradecendo-lhe por ter cuidado das crianças durante a noite para ela.


 


– É, realmente quando uma pessoa te agradece por algo importante geralmente ficamos envergonhados.


 


Sirius disse que estava muito satisfeito por ter podido ajudar e esperançava que todos pudessem ficar lá pelo tempo que o Sr. Weasley ainda estivesse no hospital.


 


– A casa é realmente muito parada. – Avaliou Sirius.


 


– Oh, Sirius, estou tão agradecida... Eles acham que ele ficará lá por algum tempo e seria ótimo estar em um local próximo... E isso, é claro, significa que estaremos aqui para o Natal.


 


– Uma das únicas boas notícias do dia.


 


– Quanto mais tempo melhor! - disse Sirius com uma sinceridade tão óbvia que a Sra. Weasley ficou radiante, vestiu um avental e foi ajudar com o café da manhã.


 


– Deveria descansar, Molly. Passou a noite em claro. – Sirius parecia estar sentindo uma simpatia maior pela mulher.


 


– Sirius - Harry murmurou, incapaz de aguardar mais. - Posso ter uma palavrinha com você? Er... Agora?


Ele foi para a escura despensa e Sirius o seguiu. Sem delongas, Harry contou ao seu padrinho todos os detalhes da visão que tivera, incluindo o fato de que ele próprio era a cobra que havia atacado o Sr. Weasley. Quando parou para respirar, Sirius disse.


 


– Espero que não o julgue.


– Nunca faria isso.


 


– Você contou isso a Dumbledore?


– Sim - disse Harry impacientemente


 


– Controle-se, Harry.


 


– mas ele não me contou o que isso queria dizer. Bem, ele na verdade não me conta mais nada.


 


– Senti uma pontada de ressentimento.


– Tem sentido pontadas demais, Lilá.


 


– Estou certo de que ele teria contado se fosse algo com o que você tivesse que se preocupar - disse Sirius com firmeza.


 


– Ou não.


 


– Mas isso não é tudo - disse Harry numa voz somente um pouco acima de um sussurro.


 


– É agora!


 


– Sirius, eu... Eu acho que estou ficando louco. Ainda no escritório de Dumbledore, logo antes de usarmos a chave do portal... Por alguns segundos eu achei que eu era uma cobra, eu me senti como uma, minha cicatriz doeu muito quando eu estava olhando para Dumbledore... Sirius, eu queria atacá-lo!


 


– Acalme-se, acalme-se. Você nã tem culpa de nada.


 


Ele só podia ver um pedaço do rosto de Sirius; o restante estava na escuridão.


 


– Sempre imaginei conversar com alguém assim.


 


– Deve ter sido em conseqüência da visão, só isso. Você ainda estava pensando no sonho, ou seja lá o que foi aquilo e...


– Não foi isso - disse Harry balançando a cabeça -, era como algo crescendo dentro de mim, como se houvesse uma cobra dentro de mim.


 


– Harry, você está me assustando.


 


– Você precisa dormir - disse Sirius firmemente. - Você vai tomar o café da manhã, depois suba as escadas, vá para a cama e depois do almoço você poderá ir ver Arthur com os outros. Você está assustado, Harry; você está se culpando por algo que você apenas testemunhou e tivemos sorte de você ter testemunhado, ou Arthur talvez tivesse morrido. Simplesmente pare de se preocupar.


 


– Sirius tem toda a razão, Harry.


– Você deveria parar de se preocupar e se culpar tanto.


 


Ele deu uma palmadinha no ombro de Harry e saiu da despensa, deixando Harry sozinho, no escuro.


 


– Acho que não ajudei muito, né? – Falou Sirius com a voz pesada.


– Acho que disse o que eu precisava ouvir, não o que eu queria.


 


 


Todos - à exceção de Harry - passaram o resto da manhã dormindo.


 


– Por que você não dormiu?


 


O garoto foi para o quarto que ele e Rony tinham compartilhado nas últimas poucas semanas de verão mas enquanto Rony rastejava em sua cama e estava dormindo em minutos Harry se sentou completamente vestido, pôs-se sobre a barra fria de metal da cama, mantendo-se deliberadamente inconfortável, determinado a não cair num leve sono, com medo de que poderia vir a ser serpente de novo em seu sono e acordar percebendo que tenha atacado Rony, ou pior, se arrastado através de casas uma após a outra.


 


– Ai, Harry, que horror. Isso nunca aconteceria.


– A menos que você fosse um animago e, ainda assim, você precisa querer se transformar. – Disse James. O Harry do presente continuava desconfiado.


 


Quando Rony acordou, Harry fingiu ter aproveitado uma refrescante soneca também. Seus malões chegaram de Hogwarts enquanto estavam almoçando então puderam se vestir como trouxas para a viagem rumo a St. Mungus.


 


– Não parece uma coisa muito animada.


 


Todos, com exceção de Harry, estavam incontrolavelmente felizes e conversativos por trocaram seus pijamas por jeans e camisas. Quando Tonks e Olho-Tonto se viraram para guiá-los através de Londres eles os agradeceram, rindo do exagerado chapéu-coco que Olho-Tonto utilizava, num ângulo para conciliar seu olho mágico e assegurá-lo, honestamente, que Tonks, cujo cabelo estava curto e num tom rosa brilhante, atrairia de longe, muito menos atenção no subsolo.


 


– Claro que um cabelo rosa nunca chamaria a atenção de ninguém. – Disse Cho, ironicamente, ironia essa que ela nitidamente não sabia utilizar.


 


Tonks estava muito interessada na visão de Harry sobre o ataque ao Sr. Weasley, algo que ele não estava nem remotamente querendo discutir.


 


– Desculpe, Harry.


– Sem problemas.


 


– Não tem nenhum vidente na sua família, tem? - ela perguntou curiosa, conforme se sentavam lado a lado num trem indo em frente, direto ao coração da cidade.


 


– Como ele vai saber se não tem contato com nenhum parente bruxo.


 


– Não


 


– Você não tem certeza, Harry. – Observou Lily. – Tem algum vidente na sua família, Jay?


– Acho que não. – Respondeu distraidamente.


 


– disse Harry pensando na professora Trelawney e se sentindo insultado.


 


O salão riu, dessa vez com vontade.


 


– Não - disse Tonks, meditando -, não, eu suponho que não seja bem uma profecia isso o que você está fazendo, é? Quero dizer, você não está vendo o futuro, está vendo o presente... É estranho, não é? Útil, ainda que...


 


– É tão estranho falar de mim na terceira pessoa. – observou, sorridente, a de cabelos rosa.


 


Harry não respondeu; felizmente saltaram na parada seguinte, numa estação que ficava bem no centro de Londres e no alvoroço das pessoas saindo do trem deixou Fred e Jorge ficarem entre ele e Tonks, que conduzia o caminho.


 


Tonks fingiu lançar um olhar ofendido para Harry, mas logo sorriu.


 


Todos a seguiram pela escada rolante, Moody fazendo barulho atrás do grupo, seu chapéu-coco se inclinou para baixo e uma mão áspera emperrou entre os botões de seu paletó, agarrando sua varinha. Harry imaginou que Moody sentiu seu "olho conciliado" duramente emperrado. Tentando evitar mais perguntas sobre seu sonho, perguntou a Olho-Tonto onde St. Mungus estava escondido.


– Não muito longe daqui


 


– Realmente, muita ajuda.


 


– grunhiu Moody conforme ficaram próximos a um ar gelado numa larga rua comercial, cheia de carrinhos de compras para o Natal. Ele empurrou Harry para um pouco à sua frente e se espantou enquanto ali estava. Harry sabia que o olho estava girando para todas as direções embaixo daquele chapéu inclinado. - Não foi fácil achar um bom local para um hospital. Lugar algum do Beco Diagonal era grande o suficiente e nós não poderíamos ter isso no subsolo, como o Ministro... Não estaria saudável. No final orientaram para que fizessem a construção aqui. Em teoria, bruxos doentes poderiam ir e vir aqui simplesmente se misturando com a multidão.


 


– A menos que você tenha varíola de dragão. Fica com manchas horríveis na pele. Meu tio morreu disso.


 


Ele pegou o ombro de Harry para prevenir que não fossem separados por um bando de compradores planejando nada mais que fazer compras numa loja cheia de equipamentos eletrônicos.


 


O salão bufou.


 


– Aqui vamos nós - disse Moody um instante depois.


Tinham chegado numa larga, antiquada, loja de departamentos de tijolos vermelhos, chamada "Purge & Dowse Ltda."


 


– Não iam a um hospital?


 


. O lugar tinha um gasto e miserável ar; a vitrine consistia em alguns destroços de manequins com perucas tortas, posicionadas ao léu e com modelos de pelo menos dez anos atrasados. Grandes avisos na porta diziam: "Fechado para Reformas". Harry distintamente ouviu uma mulher carregada de sacolas com compras dizer para a sua amiga enquanto passavam: "Esse lugar nunca está aberto...".


 


– Se é o que eu estou entendendo isso é uma coisa óbvia.


 


– Certo - disse Tonks, acenando para uma vitrine que não tinha nada além de uma manequim particularmente feia. Ela tinha cílios postiços e estava vestindo um vestido avental verde. - Estão todos prontos?


 


As caras confusas desanuviaram a medida que os alunos foram entendendo.


 


Acenaram com a cabeça, agrupando-se ao redor dela. Moody deu a Harry outro empurrão no ombro, querendo que ele fosse mais para a frente e Tonks se inclinou para bem perto ao vidro, olhando para a manequim muito feia, sua respiração embaçando o vidro.


– Wotcher - ela disse -, estamos aqui para ver Arthur Weasley.


 


– OK, ela está falando com uma manequim e isso é extremamente normal. – Falou Collin.


 


Harry pensou em quão absurdo era Tonks esperar que a manequim a ouvisse falando tão baixo, através de uma parede de vidro, com todo o barulho dos ônibus e dos compradores. Lembrou-se então de que manequins não podiam ouvir de qualquer maneira.


 


– Pois é.


 


Um segundo após, sua boca abriu em choque conforme a manequim fez um pequeno aceno com a cabeça e fez um gesto com seu dedo articulado, e Tonks tinha agarrado Gina e a Sra. Weasley pelos cotovelos, pararam em frente ao vidro e desapareceram.


 


– Isso é... Uma espécie de chave de portal? – Perguntou Collin.


– Não, - Lily respondeu prontamente. – pelo que entendi; é como o muro que separa O Beco Diagonal daquele bar estranho.


– AH!


 


Fred, Jorge e Rony se aproximaram depois deles. Harry olhou de relance ao redor da multidão e nenhum deles parecia ter consideração para uma vitrine tão feia quanto a da Purge & Dowse Ltda.; nem perceberam que seis pessoas tinham se dissolvido em ar rarefeito na frente deles.


 


– Trouxas, sempre tão cegos...


 


– Venham, rosnou Moody, dando a Harry outro empurrão nas costas e juntos se aproximaram à frente do que parecia ser um lençol de água fresca, emergindo quase morna e seco do outro lado.


 


– Deve ser legal.


 


Não havia sinal da manequim feia ou do lugar onde ela estava. Parecia que estavam numa recepção tumultuada, com fileiras de bruxos e bruxas sentados em fracas cadeiras de madeira, pareciam perfeitamente normais e examinando edições atrasadas do Semanário das Bruxas, outros fazendo horríveis desfigurações, tais como calções de elefante ou mãos adesivas extras que pegavam dinheiro. A sala estava muito menos quieta que a rua lá fora, alguns dos pacientes faziam sons muito peculiares: uma bruxa com o rosto suado no centro da fileira da frente, estava abanando a si mesma vigorosamente com uma cópia do Profeta Diário, um assobio com um vapor preto saiu torrencialmente pela sua boca;


 


– Aposto que tentou se transformar numa chaleira. – Falou minerva desaprovadoramente. – Sempre dá errado para principiantes.


 


um bruxo aparentando estar sujo, no canto, ressoava como um sino a cada vez que se movia e com cada som sua cabeça vibrava horrivelmente, tanto que ele teve de agarrar a si mesmo pelas orelhas e segurá-la fixamente.


 


– Sino, com certeza. – Disse Minerva.


 


Bruxos e bruxas em robes verde-limão andavam para cima e para baixo nas fileiras, fazendo perguntas e fazendo anotações em pranchetas, como Umbridge.


 


– Não compare, Harry, por favor, não compare.


 


Harry percebeu o emblema bordado em seus peitos: uma varinha e um osso, cruzados.


 


– Medi-bruxos...


 


– Eles são médicos? - perguntou a Rony disfarçadamente.


 


– Médicos? O que é isso? – Perguntaram alguns sangues-puros, como James, desinformados.


– Amor, médicos são como medi-bruxos, só que eles nos dão remédios e não poções, não fazem feitiços e etc. – Respondeu Lily.


 


– Médicos? - disse Rony surpreso. - Aqueles trouxas malucos que cortam as pessoas? Não, eles são medi-bruxos.


 


– Eles não são “trouxas malucos” a maioria deles só faz o seu trabalho.


 


– Bem aqui! - chamou a Sra. Weasley sob o renovado som do feiticeiro no canto e eles a seguiram até uma fila em frente à bruxa loira e obesa sentada atrás de uma escrivaninha marcada como "Requerimentos".


A parede atrás dela estava cheia de notícias e pôsteres dizendo coisas como: UM CALDEIRÃO LIMPO NÃO DEIXA POÇÕES VIRAREM VENENOS e ANTÍDOTOS SÃO ANTI - NÃO OS USE A NÃO SER QUE APROVADOS POR UM MEDI-BRUXO QUALIFICADO. Havia também um largo retrato de uma bruxa com longos cabelos cacheados, e tinha uma legenda:


Dilys Derwent


Medi-bruxa de St. Mungus 1722 -


Diretora da escola de bruxaria e feitiçaria de Hogwarts 1741 –


 


– Ah, por isso ela sabia onde ele estava!


 


Dilys era visivelmente a mais próxima dos Weasley; quando Harry olhou em seus olhos ela deu uma leve piscada, andou para os lados, saindo de seu retrato e desapareceu.


Entretanto, na frente da fila, um bruxo jovem estava dançando com um estranho gingado, entre grunhidos de pânico, para explicar a sua situação para a bruxa atrás da escrivaninha.


 


– Deve ser legal ser atendente do St. Mungus, deve ser engraçado.


 


– São esses, ouch, sapatos, meu irmão me deu, ow, eles estão comendo meu, OUCH, pé, olhe para eles, deve haver algum tipo de azaração neles e eu não consigo, AAAAARGH, retirá-los - ele saltou de um pé para o outro, como se estivesse dançando sobre carvão quente.


 


– Um dia ainda vou fazer isso com você – George ameaçou Fred.


– Nem tente. – Respondeu o outro sorrindo.


 


– Os sapatos não impedem que você leia, impedem? - disse a bruxa loira, apontando irritadamente para uma grande placa à esquerda de sua escrivaninha. - Você quer Danos por Magia, quarto andar. Do jeito que está escrito no guia do andar. Próximo!


 


– Ela poderia tentar ser uma atendente um pouco melhor, não?


 


Assim que o bruxo mancou e empinou para os lados, fora do caminho, os Weasley se moveram alguns passos à frente e Harry leu o guia do andar:


ACIDENTES COM ARTEFATOS... Térreo


Explosão de caldeirões, tiro pela culatra da varinha, batidas de vassoura, etc.


 


– Quem consegue dar um “tiro pela culatra” com ua varinha? – perguntou Sirius.


– Também não sei. – Mentiu Rony enquanto ele, Harry e Hermione riam se lembrando de Gilderoy.


 


FERIMENTOS INDUZIDOS POR CRIATURAS... Primeiro andar


Mordidas, picadas, queimaduras, espinhos enfiados, etc.


 


– Acho que é esse andar.


 


ACIDENTES MÁGICOS... Segundo andar


Doenças contagiosas, catapora e. g. de dragão, doença do desaparecimento, etc.


ENVENENAMENTO POR POÇÕES OU PLANTAS... Terceiro andar


Erupções da pele, regurgitação, descontrole 2, etc.


DANOS POR MAGIA... Quarto andar


Azarações problemáticas, feitiços, aplicação incorreta de encantos, etc.


SALÃO DE CHÁ PARA OS VISITANTES/SHOPPING DO HOSPITAL... Quinto andar


 


– Shopping do hospital? Como assim?


 


SE VOCÊ NÃO TEM CERTEZA AONDE IR, POSSUI INCAPACIDADE DE CONVERSAR NORMALMENTE OU NÃO CONSEGUE SE LEMBRAR DE POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI, NOSSA RECEPÇÃO VAI TER O PRAZER DE AJUDÁ-LO.


Um bruxo muito velho com uma trombeta se arrastou para a fila agora.


– Estou aqui para ver Broderick Bode! - ele pronunciou ofegantemente.


 


– Bode. – Riu-se James. – Que nome estranho!


 


– Ala quarenta e nove mas acredito que você esteja perdendo seu tempo - disse a bruxa. - Ele esta completamente confuso, você sabe, ainda pensa que é um bule para chá. Próximo!


 


Mais risadas.


 


Um bruxo que parecia atormentado estava segurando sua pequena filha firmemente pelo tornozelo, enquanto ela batia na cabeça dele com uma asa imensamente larga, emplumada, que tinham brotado em suas costas, rasgando seu traje.


 


– Ah, eu gostaria de ter asas, me pergunto por que eles foram ao hospital.


– Eu me pergunto como conseguiram passar no meio de trouxas, com asas saindo das costas.


 


– Quarto andar - disse a bruxa numa voz sonolenta sem perguntar e o homem desapareceu através de portas duplas ao lado da escrivaninha, segurando sua filha como um estranho e cheio balão. - Próximo!


A Sra. Weasley se moveu em frente para a escrivaninha.


– Olá - ela disse -, meu marido, Arthur Weasley estava para ser transferido para outra ala esta manhã, você poderia nos dizer...?


– Arthur Weasley? - disse a bruxa, correndo o dedo por uma longa lista à sua frente. - Sim, primeiro andar, segunda porta à direita, Ala Dai Llewellyn.


 


– “Daí” o que?


– Llewellyn. – Tonks leu novamente.


–Atá.


 


– Obrigada - disse a Sra. Weasley. - Venham, vocês todos.


Eles a seguiram através da porta dupla e pelo estreito corredor além, repleto de outros retratos com mais famosos medi-bruxos e iluminado por bolhas de cristais cheias de velas que flutuavam próximas ao teto, parecendo gigantes espumas de sabão. Mais bruxos e bruxas em robes verde-limão iam para dentro e fora do corredor em que passavam; um mal cheiro de um gás amarelo conforme passaram por uma porta, e em todas, aqui e ali, ouviam distantes lamentos.


 


– eu simplesmente odeio hospitais. São tão chatos e tediantes.


 


Subiram um lance de escadas e entraram no corredor de Ferimentos Induzidos por Criaturas, onde na segunda porta à direita estava escrito: "Perigo - Ala Daí Llewellyn: mordidas sérias". Abaixo disso, havia um cartão num prendedor de metal em que havia sido escrito a mão: "Medi-bruxo em ofício: Hippocrates Smethwyck. Medi-bruxo estagiário: Augustus Pye."


– Nós esperaremos aqui fora, Molly - disse Tonks. - Arthur não vai querer muitos visitantes de uma só vez... Deve ir apenas a família primeiro.


 


– Concordo.


 


Olho-Tonto rosnou sua aprovação a esta idéia e recostou suas costas na parede do corredor, seu olho mágico estava girando em todas as direções. Harry se retraiu também mas a Sra. Weasley o puxou com sua mão através do corredor, dizendo.


– Não seja bobo, Harry, Arthur quer agradecê-lo.


 


– Muito gentil, Senhora Weasley. – Lily sentia uma simpatia cada vez maior por aquela mulher ruiva.


– Pode me chamar de Molly. – O sentimento, com certeza, era recíproco.


 


A ala era pequena e suja, a única janela era estreita e alta, na parede oposta a da porta. A maior parte da luz vinha das bolhas brilhantes de cristal do meio do teto. As paredes eram de carvalho e havia um retrato de um bruxo aparentemente malicioso na parede, com a legenda:


Urquhart Rackharrow, 1612-1697, Inventor da praga expelidora de entranhas.


 


– Nossa, quem inventaria algo assim?


– Urquhart Rackharrow.


– Haha, muito engraçado, James, mas era uma pergunta retórica.


 


Só havia três pacientes. O Sr. Weasley estava ocupando a cama no final da ala, ao lado da pequena janela. Harry estava contente e aliviado em ver que ele estava apoiado em vários travesseiros e lendo o Profeta Diário com um solitário raio de sol que caía sobre a sua cama. Olhou para cima conforme eles avançavam em direção a ele e, vendo quem era, ficou sorridente.


 


– Quem não ficaria feliz em ver a família após uma experiência quase-morte.


– Eu! – Exclamou Sirius alegremente. – Por que minha família de sangue provavelmente só iria me visitar para terminar o serviço.


 


– Olá!, disse ele, jogando o Profeta para o lado. - Gui acabou de sair, Molly, teve que voltar ao trabalho mas ele disse que fala com você depois.


– Como você está Arthur? - perguntou a Sra. Weasley, curvando-se para beijar sua bochecha e olhando ansiosamente para sua face. - Você ainda está parecendo um pouco doente.


 


– Molly, Molly, sempre tão cuidadosa. – Falou o marido a abraçando pelos ombros de forma carinhosa, os filhos fizeram careta.


 


– Eu me sinto absolutamente bem - disse o Sr. Weasley brilhantemente, levantando seu braço bom para dar a Gina um abraço. - Se eles pudessem tirar essas bandagens eu estaria bom para ir pra casa.


– Por que eles não podem retirá-las, pai? - perguntou Fred.


– Bem, eu comecei a sangrar como louco toda vez que tentaram


 


– Deve ser horrível.


 


– disse o Sr. Weasley animado, alcançando sua varinha no gabinete ao lado e a balançou, fazendo com que seis cadeiras aparecessem ao seu lado para que todos pudessem se sentar. - Parece que havia um incomum veneno nas presas daquela cobra que mantém feridas abertas. Eles têm certeza de que encontrarão um antídoto; disseram que já tiveram casos bem piores que o meu e que entretanto eu só tenho que ficar tomando uma poção repositora de sangue a cada hora. Mas aquele camarada ali ao lado - disse, falando baixo e acenando com a cabeça para a cama oposta, na qual um homem aparentando estar verde e fraco. - Mordido por um lobisomem, pobre homem. Não tem cura.


 


Lupin balançou a cabeça tristemente.


 


– Lobisomem? - sussurrou a Sra. Weasley, olhando alertadamente. - Ele está seguro em uma seção na ala pública? Não seria melhor ele estar em uma sala privada?


 


– Oh! Desculpe, Remus! – Exclamou tapando a boca com as mãos.


– Sem problemas, Molly. – Respondeu sinceramente.


 


– Duas semanas para a lua cheia - o Sr. Weasley relembrou quietamente. - Eles estiveram conversando com ele esta manhã, os medi-bruxos, você sabe, tentando persuadi-lo para ser capaz de ter uma quase vida normal... Eu disse para ele, não mencionei nomes, é claro, mas eu disse que eu conhecia um lobisomem pessoalmente, um homem muito bom, que acha as condições até um pouco fáceis de se controlar.


 


– Obrigado, Arthur.


– Só falei a verdade, Remus.


 


– E o que ele disse? - perguntou Jorge.


 


– Aposto que não foi muito receptivo. – Avaliou Moony.


 


– Ele me disse que me daria uma outra mordida se eu não me calasse


 


Remus, por incrível que pareça, soltou uma risada fraca.


– Não é fácil no início, eu mesmo, era apenas uma criança, nem sabia o que queria dizer a palavra “lobisomem”.


 


– disse o Sr. Weasley triste. - E essa mulher que está ali, ele indicou a única outra cama ocupada, a qual estava ao lado direito da porta -, não consegui contar os medi-bruxos que ela mordeu, o que faz com que a gente pense que carregava alguma coisa ilegalmente. O que quer que isso fosse, pegou um bom pedaço da perna dela, um cheiro muito desagradável saiu quando eles tiraram o seu vestido.


 


– Deve ser horrível estar num hospital com uma colega de quarto que fede.


– É horrível estar em um hospital. Não importa a situação.


 


– Então você vai contar o que aconteceu, pai? - perguntou Fred, puxando sua cadeira mais pra perto da cama.


 


– Curioso...


 


– Certo, vocês já sabem, não sabem? - disse o Sr. Weasley, com um significante sorriso ao Harry. - É muito simples, eu tive um dia muito longo, tirava um cochilo, fui mordido e picado...


– Isto está no Profeta, você ser atacado? - perguntou Fred, indicando o jornal que o Sr. Weasley tinha jogado ao lado.


 


– Fred, Fred, você é tão ingênuo.


 


– Não, lógico que não - disse o Sr. Weasley, com um desprezível sorriso -, o Ministério não quer que todo mundo saiba que uma suja e gigante serpente entrou...


– Arthur! - a Sra. Weasley advertiu.


 


– É só a verdade.


 


– Me ent...r...ou com as presas - o Sr. Weasley disse rapidamente, Harry tinha quase certeza que isso não era o que ele iria dizer.


– Então onde você estava quando isso aconteceu, pai? - perguntou Jorge.


 


– Verdade. O que o senhor estava fazendo, pai? – Arthur não respondeu, nem tinha certeza do que era, mas poderia imaginar.


 


– Isso é o problema meu - disse o Sr. Weasley com um pequeno sorriso. Ele pegou rapidamente o profeta Diário, balançou-o, abriu de novo. - Eu estava apenas lendo sobre o poder de Willy Widdershins quando vocês chegaram. Vocês sabiam que Willy voltou para estar entre aqueles banheiros regurgitantes de volta no verão? Uma dessas azarações foi um tiro pela culatra, o toalete explodiu e o acharam mentindo inconsciente nos destroços que cobria da cabeça aos pés...


 


–Banheiros regurgitantes?


– Longa história...


 


– Quando dizem que você está durante sua obrigação - Fred interrompeu em voz baixa -, o que você está fazendo?


 


– Achei que tinha dado o assunto por encerrado.


 


– Você escutou seu pai - sussurrou a Sra. Weasley -, nós não estamos discutindo isso aqui! Fale sobre Willy Widdershins, Arthur.


– Bom, não me pergunte como mas ele realmente deixou de se encarregar pelo banheiro - disse Sr. Weasley medonhamente. - Eu posso somente supor que ouro mudou de mãos.


– Você está guardando ela, não está? - disse Jorge silenciosamente. - A arma? A coisa do Você-Sabe-Quem?


 


– Arma? – perguntou James. – Vocês realmente pularam partes importantes da história!


– Mais tarde eu conto.


– Você já tem duaa coisa a nos contar , Harry, não se esqueça.


– Acho que vocês nunca me deixariam esquecer.


 


– Jorge, fique quieto! - interrompeu Sra. Weasley.


 


– Exatamente! Fique quieto!


 


– De qualquer forma - disse o Sr. Weasley, em voz alta -, nessa hora Willy foi pego vendendo Doorknobs a trouxas e eu não acho que será capaz para rastejar para fora disso, porque, de acordo com esse artigo, dois trouxas perderam dois dedos e estão agora no St. Mungus para um emergencial re-crescimento do osso e para modificação na memória. Apenas pense sobre isso, trouxas no St. Mungus! Eu gostaria de saber em qual seção eles estão!


 


– Uau! Nunca tinha ouvido falar de trouxas no St. Mungus.


 


Ele olhou entusiasmado ao redor e a além, esperando ver algum cartaz de informação.


– Você não disse que Você-Sabe-Quem tem uma cobra, Harry? - perguntou Fred, olhando para seu pai para ver sua reação. - Uma massiva? Você viu isso na noite em que ele retornou, não é?


 


– É, ele tem. Se chama Nagini, se não me engano.


 


– Já basta - disse a Sra. Weasley. - Olho-Tonto e Tonks estão do lado de fora, Arthur, eles querem vir e ver você. E vocês podem esperar lá do lado de fora - adicionou aos seus filhos e Harry. Você pode vir e dizer tchau depois. Vá indo.


 


– Senhora Weasley, a senhora é bem pratica, não?


 


Voltaram juntos até o corredor. Olho-Tonto e Tonks foram e fecharam a porta da seção entre eles. Fred levantou seus olhos.


– Claro - disse ele friamente, revirando seus bolsos.


 


– Vai aprontar, na certa.


 


– Procurando por isto? - disse Jorge, segurando o que parecia uma mistura de barbantes coloridos.


 


– Orelhas extensíveis! – Exclamaram os gêmeos.


– O que? – perguntaram James e Sirius juntos, extremamente interessados, é claro.


– Orelhas que nós mesmos fabricamos, logo vocês verão como elas funcionam. São demais!


 


– Você leu minha mente - disse Fred, rindo. - Vamos ver se St. Mungus colocou impertubadores nessas portas da seção, devemos?


 


– Oh, não! Eu ensinei vocês a não escutarem atrás das portas e... – Mas, Molly foi interrompida por Sirius e James que gritaram, excitados:


– SÉRIO? Fizeram um invento para ouvir atrás da porta?


– James! Onde está a sua educação? – Perguntou Lily dando um tapa em seu ombro. – Não se deve interromper as pessoas.


– Desculpe, senhora Weasley. – disse sem dar muita atenção. – Agora, vocês fizeram mesmo?


– S-I-M!


– Oh, deixe-me ver. – Pediu Sirius e os gêmeos lhe entregaram as orelhas, logo os quatro estavam entretidos em um papo animado (James até esquecera o que Fred dissera para Harry a alguns segundos atrás.)


– JÁ CHEGA! – Gritou Lily e os quatro silenciaram. – Sirius, James, Fred e George ouvir conversas atrás da porta é falta de educação. Sirius e James interromper uma pessoa, ainda mais ela sendo mais velha, é ainda pior. E nós temos que ler o livro.


Tonks voltou a ler e Lily sussurrou para James:


– Mais tarde nós vamos conversar.


– O que...? Por quê?


– Por que você tem que aprender a deixar de agir feito uma criança.


– Uma criança? Então, agora eu sou uma criança? – Perguntou, ofendido.


– Não disse que é uma criança, disse que age como uma.


– Ótimo. – Disse friamente. – realmente: ó-t-i-m-o!


– Vai ficar ofendidinho agora?


– Não, minha namorada acaba de me chamar de criança e eu não ficarei ofendido. Com toda a certeza, Lily. – A ruiva bufou, mas não respondeu.


Enquanto isso:


 


Ele e Jorge se livraram do barbante e separaram 5 orelhas extensíveis de cada um deles. Fred e Jorge os pegou ao redor. Harry estava hesitando pegar um.


– Vai em frente, Harry, pegue isto! Você salvou vida do meu pai. Se alguém tem o direito de espiar, é você.


 


– Ou não, né?


 


Rindo de si mesmo, Harry pegou o fim do barbante e inseriu este em sua orelha como os gêmeos tinham feitos.


– Ok, vai! - Fred falou baixo.


 


– Vamos ver se essa geringonça funciona.


– Não chame de Geringonça, Ginny! Levamos muito tempo para fazê-las.


 


Os barbantes coloridos se agitaram como uma longa e fina minhoca e se arrastaram por debaixo da porta. Primeiro Harry não pôde ouvir nada então pulou quando escutou Tonks cochichando claramente como pensava, estava localizada ao lado dele.


– ...Eles procuraram toda área mas não conseguiram encontrar cobra em lugar algum. Parece que desapareceu logo após ter atacado você, Arthur... Mas Você-Sabe-Quem não pode ter esperar que uma cobra consiga chegar até nós, não é?


 


– Conseguiu. – disse Sirius.


James e Lily finalmente pararam de cochichar e ninguém saberia dizer qual estava com a cara mais fechada.


 


– Eu acho que ele mandou esta para uma espionagem - rugiu Moody -, porque ele não tem nenhuma sorte tão longe, tem? Não, eu acho que ele está tentando obter imagem clara do que ele está enfrentando e se Arthur não estivesse ali poderia ter tido muito mais tempo olhar ao redor. Então, Potter diz que viu isso tudo acontecer?


 


– Nãããão, imagine.


 


– Sim - disse a Sra. Weasley. Ela pareceu predeterminadamente difícil. - Você sabe, Dumbledore parece ter ficado esperando Harry ver alguma coisa como esta.


 


– O quê? - Perguntaram todos confusos.


 


– Sim, claro - disse Moody. - Há uma coisa engraçada em relação ao Potterzinho, nós todos sabemos isso.


 


– Coisa engraçada? – Perguntou Hermione. Harry prosseguiu:


– A única coisa é que esse “nós todos sabemos” não me inclui! Coisa incrível! É realmente engraçado que o “Potterzinho” nunca precise saber de nada.


Todos se calaram diante as palavras de Harry.


 


– Dumbledore parecia amedrontado em relação ao Harry quando eu falei com ele essa manhã - sussurrou a Sra. Weasley.


 


– Amedrontado? As coisas começam a ficar mais cabeludas a cada instante, não é mesmo? – A voz de Harry ficava cada vez mais fria e cortante.


 


– É claro ele está com medo - rugiu Moody. - O menino está vendo coisas por dentro da cobra do não-sei-quem. Obviamente, Potter não entende o que isso significa mas se Você-Sabe-Quem estiver se apossando dele...


 


O salão silenciou, Harry levantou e saiu correndo do lugar. Sirius o seguiu antes que Lily e James fizessem algo.


 


Harry puxou a orelha extensiva para fora do ouvido, seu coração disparava muito rapidamente e o calor invadia sua face. Olhou ao redor para os outros. Estavam todos olhando fixamente para ele, os barbantes ainda estavam saindo de suas orelhas e pareciam inesperadamente amedrontados.

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