A história de Hagrid

– Quem quer ler? – Perguntou Hermione.

– Eu leio. – Ofereceu-se Cho.

Chang caminhou até Hermione rebolando levemente. Harry revirou os olhos, já estava ficando cansado dela.

– Por que essa revirada de olhos? – Perguntou Sirius (do presente), mas todos tinham a mesma curiosidade.

– Cho é meio que “minha namorada” – ele fez questão de fazer aspas com as mãos. – mas eu estou me cansando dela. Merlin, ela só sabe chorar.

Só que estava mais perto, como os marotos e Hermione, conseguiu ouvir Gina dizer baixinho:

– Graças a Deus!

Enquanto isso Cho começou a ler.

Harry correu ate o dormitório dos garotos para pegar a capa de invisibilidade e o Mapa do Maroto do seu malão.

 

– Você tem? – Perguntou Remus (do passado)

– Sim.

– O que é o Mapa do Maroto, Harry? – Perguntou Cho.

– Uma coisa, Cho, uma coisa. – A garota continuou o olhando esperando que ele lhe desse uma resposta que prestasse. – Continue a ler.

 

Foi tão rápido que ele e Rony já estavam prontos pelo menos cinco minutos antes de Hermione voltar correndo dos dormitórios das garotas, vestindo cachecol, luvas e um de seus nodosos chapéus de elfos.

 

– Mulheres sempre demoram mais. Comprovado.

 

– Bom, está frio lá fora - disse ela, defendendo-se quando Rony coçou a garganta impacientemente.

Deslizaram pelo buraco do retrato e se cobriram com a capa - Rony tinha crescido tanto que agora precisava se agachar para evitar que seus pés fossem vistos –

 

– Rony está mais alto que nós dois. – Disse George.

 

então, movendo-se devagar e com cuidado, prosseguiram descendo as muitas escadas, parando com intervalos para checar no mapa por sinal de Filch ou Madame Nor-r-ra.

 

– A adrenalina correndo pelas veias. – Comentou Remus. – Sabemos bem como é isso.

 

Tiveram sorte, não encontraram ninguém além de Nick Quase Sem Cabeça, que estava pairando distraído, murmurando algo que soava horrivelmente como "Weasley é nosso rei".

 

– Fantasmas dormem? – Fora Colin quem fizera a pergunta.

Todos se entreolharam, sem saber a resposta, menos é claro Dumbledore:

– Não, senhor Creevey. Quando as pessoas morrem e viram fantasmas elas perdem praticamente tudo, inclusive a “habilidade” de dormir e comer. Pode continuar, senhorita Chang!

 

Deslizaram cruzando o Saguão de Entrada e saíram no silencioso e congelado pátio. Com um grande salto no coração, Harry viu pequenos quadrados dourados de luz à frente e fumaça saindo da chaminé da cabana de Hagrid. Andou numa marcha rápida, os outros dois empurrando e dando encontrões atrás dele. Apertaram-se agitados através da neve densa até atingirem a porta de madeira. Quando Harry levantou o punho e bateu três vezes um cão começou a latir freneticamente do lado de dentro.

 

– Canino. – Disse Hagrid com carinho.

– Eu adoro cachorros. – Declarou Sirius (o mais novo) fazendo todos rirem.

– É seu primo. – Zoou Remus.

 

– Hagrid, somos nós - Harry falou pelo buraco da fechadura.

 

– “Nós” pode ser qualquer um, Harry.

– Sim, mas nós – explicou Harry apontando para Rony e Hermione. – Somos os únicos que saímos depois do horário proibido para visitar o Hagrid.

 

– Devia ter adivinhado - falou uma voz rouca.

Sorriram uns para os outros embaixo da capa; puderam saber pela voz de Hagrid que estava feliz.

 

– Pois, não deveria. – Repreendeu a professora McGonagall.

Hagrid corou por baixo da barba espessa.

 

– Estou em casa a três segundos... Sai do caminho Canino... Sai do caminho, seu cão preguiçoso.

 

O salão riu.

 

O ferrolho foi empurrado para trás, a porta abriu rangendo, a cabeça de Hagrid apareceu no espaço.

Hermione gritou.

 

– O que houve?

 

– Por Merlin, falem baixo - disse Hagrid duramente, encarando insensatamente acima de suas cabeças. - Embaixo daquela capa, não? Bom, entrem, entrem.

– Desculpe - ofegou Hermione enquanto os três se espremiam para passar por Hagrid e tirar a capa para que ele pudesse vê-los. - Eu só, oh, Hagrid.

 

– O que houve? – Repetiu Lily, novamente.

– Acho que vamos descobrir agora, Ruiva.

 

– Não é nada, não é nada - disse Hagrid duramente, fechando a porta atrás deles e correndo para fechar as cortinas, mas Hermione continuou o encarando com horror.

O cabelo de Hagrid estava embaraçado e com sangue congelado,

 

O salão gemeu.

 

seu olho esquerdo tinha sido reduzido a uma fenda inchada em meio a um enorme hematoma roxo e preto.

 

– Por Deus, Hagrid!

 

Haviam vários cortes em seu rosto e mãos, alguns deles ainda sangrando, e estava se movendo cuidadosamente, o que fez Harry desconfiar que as costelas estavam quebradas.

 

– Onde alguém arranja tantos machucados?

– Eu conheço pessoas que são assim. – Disse Lily olhando significativamente para Sirius e James. – E depois não querem ir a enfermaria, não é mesmo?

– Lily eu... – Remus tentou intervir.

– Sei que a culpa não é sua, Aluado. – Lily interrompeu (N/A: Sim, ela o chamou de Aluado e eu quis por porque no sétimo livro tem uma carta que ela manda para o Sirius o chamando de Almofadinhas e eu achei que ela chamasse a todos assim. – O problema é que lês não vão a enfermaria e não me deixam curar seus ferimentos, inclusive o senhor.

James se inclinou e sussurrou em seu ouvido, apenas Lily ouviu:

– Você pode passar mais tarde no dormitório e fazer uma pesquisa para ver se não tenho muitos machucados.

– Quem sabe? – Respondeu, rindo. Ao namorar com James Lily começou a diferenciar brincadeira de algo sério e sabia que o namorado estava apenas brincando.

Enquanto isso o Sirius mais velho se dirigiu a Hagrid:

– Você não andou com lobisomens, andou Hagrid?

– Não, não.

E, então, Cho continuou a ler:

 

Era óbvio que tinha acabado de chegar; uma capa espessa preta de viagem estava colocada nas costas de uma cadeira e o saco grande o suficiente para carregar várias crianças estava encostado na parede atrás da porta. Hagrid, com duas vezes o tamanho de um homem normal, estava agora mancando até o fogo e colocando a chaleira de cobre sobre ele.

– O que aconteceu com você? - perguntou Harry enquanto Canino dançava em volta deles, tentando lamber seu rostos.

 

Por que é claro que ele irá responder. – Desdenhou o Sirius mais novo.

 

– Já disse, nada - respondeu Hagrid firmemente. - Querem uma xícara?

– Deixa disso - falou Rony -, olha o estado que você está!

– Estou falando, eu estou bem –

 

– Por que é claro que eles vão acreditar.

– Será que dá para parar de me interromper? – Perguntou Cho com a voz “magoada”.

– Não, acho que não. – Respondeu Sirius naturalmente.

Cho bufou, irritadiça.

 

disse Hagrid, levantando e virando para encarar todos eles, mas se encolhendo. - Minha nossa, é bom ver vocês três de novo, tiveram um bom verão, foi?

– Hagrid, você foi atacado - falou Rony.

 

– Sério mesmo? Eu nem tinha reparado. – Brincou Lily fazendo todos rirem.

Cho bufou novamente.

– Não bufe para mim, garotinha mimada. Meu Deus, eu não estou vendo nenhuma plaquinha dizendo “Proibido interromper Cho alguma coisa”.

– Ch... – Começou a responder Chang, mas Lily a interrompeu novamente.

– Não me interessa.

– Pare de me in...

– Não estou com vontade.

– Mas se...

– Não.

– Ah...

– No.

– Pare com...

– Ney.

O resto do salão começou a rir da cara que Cho estava fazendo e Lily sorris sarcástica. Cho bufou novamente deixou o livro no chão e saiu correndo do salão. Lily se arrependeu.

– Hum, será que agi mal? Quer dizer, ela estava chorando, eu acho.

– Não de bola. – Disse Harry. – Cho chora por qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.

– Hum... Quem vai ler agora? – Perguntou o professor Dumbledore.

– Eu leio. – Romilda Vane se ofereceu.

 

– Pela última vez, não é nada - disse Hagrid firmemente.

– Você diria que não é nada se um de nós aparecesse com um quilo de carne em vez de rosto? - despachou Rony.

 

O salão riu.

– Por que você nunca mostrou esse seu lado engraçado para nós? – Perguntou Fred ou...

Ron deu de ombros.

 

– Você devia ir ver Madame Pomfrey, Hagrid - disse Hermione -, alguns desses cortes estão feios.

 

– O que você fez para melhorar Hagrid? – Perguntou James, Hagrid estava com uma aparência ruim mas não tanto.

– Fui me tratando em casa mesmo.

 

– Eu estou lidando com isso, está bem? - disse Hagrid em sinal de repressão.

Ele cruzou a enorme mesa de madeira que ficava no meio de sua cabana e puxou a toalha de chá que tinha ficado lá. Embaixo havia um bife cru, ensangüentado, meio esverdeado e um pouco maior que um pneu de carro normal.

 

– Eca! – Exclamou Lilá, e várias garotas concordaram.

 

– Você não vai comer isso, vai Hagrid? - disse Rony, encostando para ver melhor. - Parece venenoso.

– Era para parecer, é carne de dragão - Hagrid falou. - E eu não peguei para comer.

Ele pegou o bife e jogou do lado esquerdo do rosto. Sangue esverdeado escorreu pela barba enquanto fazia um som de satisfação.

 

– Mil vezes: ECA! – Lilá, novamente.

 

– Assim está melhor. Ajuda com a ardência, sabe?

 

– Graças a Deus que não.

 

– Então, você vai nos contar o que houve? - perguntou Harry.

– Não posso, Harry. Segredo. Meu trabalho vale mais do que dizer isso a vocês.

 

– Isso quer dizer que ele vai acabar deixar escapar algo. – Brincou Sirius, o mais velho.

Hagrid corou.

– Os gigantes bateram em você, Hagrid? - perguntou Hermione calmamente.

 

– Gigantes?

Os três se entreolharam com sorrisos cúmplices.

 

Os dedos de Hagrid escorregaram do bife de dragão e este caiu golpeando pesadamente seu peito.

 

– AI!

 

– Gigantes? - disse Hagrid, pegando o bife antes que atingisse o cinto e jogando de volta sobre seu rosto. - Quem falou qualquer coisa sobre gigantes? Com quem vocês têm falado? Quem contou para vocês que eu... Quem disse que eu tenho... Hein?

 

– Eu não disse? – Disse Sirius, o mais novo.

– Foi eu que disse! – Rebateu o outro Sirius.

– E você é que, ô Sabichão?

Sirius deu de ombros de forma arrogante, mas sorriu, fazia tempo que não se sentia tão em casa.

 

– Nós adivinhamos - disse Hermione, desculpando-se.

– Ah, vocês adivinharam, foi? - disse Hagrid, observando-a com o olho que não estava escondido pelo bife.

– Era um pouco... Óbvio - disse Rony. Harry concordou.

Hagrid os encarou, então sorriu, jogou o bife de volta na mesa e deu um largo passo até a chaleira, que estava apitando.

– Nunca vi crianças como vocês três para saber mais do que deveriam

 

– Nunca viu, é? – Perguntou James falsamente ofendido. – Vou considerar isso uma ofensa, Hagrid. – O meio- Gigante riu.

 

– ele murmurou, servindo água fervente em três de suas canecas que pareciam baldes. - E não estou apoiando vocês também. Curiosidade, alguns chamam de Interferência.

 

– Pelo menos eu sei da onde o Harry tirou isso. – Comentou Remus baixinho e, todos que a conheciam, olharam sugestivamente para Lily.

– Que foi? Só sou um pouquinho curiosa, oras!

– Um pouquinho?

– Bem, talvez eu seja curiosa.

– Talvez?

– Eu sou bem curiosa! Me rendo!

 

Sua barba estremeceu.

– Então, você tem procurado gigantes? - Harry falou, sério enquanto sentava-se à mesa.

 

– Harry é fã de fazer perguntas óbvias.

– Eu tinha que ter certeza.

 

Hagrid serviu chá na frente de cada um deles, sentou, pegou seu bife de novo e jogou de volta no rosto.

– É, está bem - ele grunhiu. - Eu estive.

– E você os achou? - perguntou Hermione numa voz apressada.

 

– Hermione consegue ser mais curiosa que o Harry.

– Só que não. (N/A: vocês já dêem ter visto alguma coisa parecida com isso em algum lugar, né? Tipo: “ela é bonita, só que ao contrario”, ou seja, ela é feia. Ou “ele é feio, só que não”, ou seja, ele é bonito.)

 

– Bom, não é tão difícil achá-los, para ser sincero. Bem grandes, sabe?

– Onde eles estão? - disse Rony.

– Nas montanhas - disse Hagrid, em vão.

– Então por que os trouxas...

– Eles sabem - disse Hagrid obscuramente. - Só que suas mortes são sempre encobertas por acidentes de alpinismo, não são?

 

– Oh! – Exclamaram os nascidos-trouxas e um foi mais além:

– Será que um gigante matou meu tio? Por que me disseram que ele morreu num acidente de alpinismo.

– Nunca se sabe. Pode ser que sim e pode ser que não. – Respondeu Hermione prontamente.

 

Ele arrumou o bife um pouco para que cobrisse os piores machucados.

– Ah vai, Hagrid, conta o que você fez... - disse Rony. - Conta sobre ser atacado por gigantes que o Harry conta como ele foi atacado pelos dementadores...

 

Lily estremeceu nos braços de James. Ela já sabia da história só que mesmo assim ainda abominava o fato de seu filho (nossa, como isso soava estranho) ter sido atacado por dementadores. James apertou ainda mais os braços que transpassavam sua cintura.

 

Hagrid sufocou com a caneca e deixou o bife cair ao mesmo tempo, uma enorme quantidade de chá, saliva e sangue esverdeado salpicaram à mesa enquanto ele tossia e fazia barulho, o bife escorregou com um leve "splat" pro chão.

 

– Você poderia excluir essas partes, não poderia? – Perguntou Padma enquanto Lilá tapava a boca com a mão.

– E vocês poderiam deixar de serem nojentas, não poderiam? – Perguntou Hermione, retoricamente.

 

– O que você quer dizer "atacado por dementadores"? - resmungou Hagrid.

 

– Ele quer dizer que passou aas férias na Escócia, é claro. – Comentou Draco, maldosamente. Os sonserinos, a maioria dos corvinais e alguns poucos Lufa-lufas riram.

 

– Você não sabia? - perguntou Hermione de olhos arregalados.

– Eu não sei de nada que aconteceu desde que eu saí. Eu estava em missão secreta, não estava? Não queria corujas me seguindo por todo canto, benditos dementadores! Vocês não estão falando sério?

– Estamos, estamos sim, eles apareceram em Little Whinging e atacaram meu primo e eu, e o Ministério da Magia me expulsou...

– O quê?

– E eu tive que ir a uma audiência e tudo, mas diga sobre os gigantes primeiro.

– Você foi expulso?

– Conta sobre o seu verão que eu conto sobre o meu.

 

– Harry sabe ser chantagista quando quer.

– Sério James?

– Sim, sério, Sirius. – Respondeu de mau-humor e os outros riram.

 

Hagrid o encarou através do seu único olho aberto. Harry olhou de volta uma expressão de determinação inocente no rosto.

 

– “Determinação inocente”? Essa é nova para mim.

– É assim ó... – Disse Harry fazendo a cara que fez para Hagrid.

– Hum... – Falou Sirius e ficou tentando fazer o mesmo.

 

– Está bem - disse Hagrid numa voz conformada.

Ele se curvou e tirou a carne de dragão da boca de canino.

– Ah, Hagrid, não faz isso, não é higiê... - Hermione começou mas Hagrid já tinha colocado a carne de volta sobre seu olho inchado.

 

– O.K. Isso foi realmente nojento.

 

Ele tomou outro gole fortificante de chá, então disse.

– Bom, nós partimos logo depois que as aulas acabaram...

– Madame Maxime foi com você, então? - Hermione adicionou.

 

– Hum... Madame Maxime.

– Tem certeza que vocês só foram procurar dragões, Hagrid? – Comentaram Fred e George.

– O que mais teríamos ido fazer?

– Sei lá – Sirius também entrou na brincadeira. – Talvez, uma Lua-De-Mel adiantada.

Hagrid corou balançando a cabeça negativamente e o salão riu.

 

– É isso - disse Hagrid e uma expressão mais gentil apareceu nas poucas polegadas de rosto que não estava obscurecido pela barba ou pelo bife verde. - É, éramos só nós dois.

 

O salão riu novamente.

 

E eu vou dizer isso, ela não tem medo de lutar, a Olímpia. Vocês sabem, ela é uma mulher refinada e bem vestida e sabendo onde estávamos indo eu imaginei como ela se sentiria sobre escaladas e dormir em cavernas e essas coisas, mas ela não reclamou.

 

– É assim que começa. Com elogios. Isso mesmo Hagrid. – Brincou James.

– Hagrid sabe como agradar uma mulher, aprendam com ele. Ou comigo. – Obviamente, era Sirius (mais novo) quem falava. – Mas, garotas, não se preocupem. A aula para vocês é pratica. – E picou um dos olhos, charmosamente. Algumas garotas, como Lilá, soltaram risadinhas.

 

– Vocês sabiam onde estavam indo? - repetiu Harry. - Vocês sabiam onde os gigantes estavam?

– Bom, Dumbledore sabia e ele nos disse.

– Eles estão escondidos? - perguntou Rony. - É segredo onde eles estão?

 

– É claro que não, Weasley, ás vezes eles até saem na rua. – Desdenhou Malfoy.

 

– De fato, não

 

– Toma! – Disse Rony para Draco destruindo o sorriso que se formara em seu rosto.

 

– disse Hagrid sacudindo sua cabeça peluda. - É só que a maioria dos bruxos não se importa onde eles estão, ainda que é uma longa estrada. Mas onde eles estão é muito difícil chegar, para humanos, pelo menos, então nós precisamos das instruções de Dumbledore. Levamos um mês para chegar lá.

– Um mês? - disse Rony, como se nunca tivesse ouvido falar sobre uma viagem que durasse ridiculamente tanto tempo. - Mas por que vocês não podiam simplesmente pegar uma chave de portal, ou algo do tipo?

Tinha uma expressão estranha no olho obscuro de Hagrid enquanto ele encarava Rony; era quase dó.

– Nós estamos sendo observados, Rony - falou grosseiramente.

– O que você quer dizer?

– Você não entende, o Ministério está observando Dumbledore e qualquer um que eles saibam que é leal a ele...

– Nós sabemos disso - falou Harry rapidamente, ansioso para ouvir o resto da história de Hagrid -, sabemos que o Ministério está vigiando Dumbledore...

– Então vocês não podiam usar magia para chegar lá? - perguntou Rony, olhando atordoado. - Vocês tiveram que agir como trouxas todo o caminho?

– Bom, não exatamente todo o caminho - disse Hagrid com cautela. - Nós só tivemos que ter cuidado, porque eu e Olímpia chamamos atenção...

 

– Não mais atenção que os totalmente gigantes.

 

Rony fez um barulho abafado em algum lugar entre um ronco e uma fungada e apressadamente tomou um gole de chá.

– Então não é difícil nos seguir. Nós estávamos fingindo que estávamos de férias juntos, então fomos para o interior da França, simulando que íamos para onde é a escola da Olímpia, nós sabíamos que tinha gente do Ministério seguindo. Tivemos que ir devagar, porque na verdade não devo usar magia e sabíamos que o Ministério estava procurando uma razão para nos prender. Mas nós demos um jeito de escapar perto de Dee-Jonh...

– Ooooh, Dijon? - disse Hermione agitada. - Eu estive lá nas férias, você viu...

 

– Foco, Hermione, foco!

– O marido da foca. – Disse Luna e começou a rir sozinha. – Desculpe. – Disse depois que parou. – É que eu sempre quis dizer isso. – E voltou a rir loucamente.

 

Ela se calou com o olhar de Rony.

– Arriscamos um pouco de magia depois disso e não foi uma má viagem. Encontramos alguns trasgos loucos na divisa com a Polônia e eu tive uma pequena discussão com um vampiro num pub em Minsk mas, fora isso, foi uma viagem calma. Então chegamos no lugar, então veio a parte difícil pelas montanhas, procurando por sinais deles... Tivemos que deixar de usar magia, então, parte porque eles não gostam de bruxos e nos não queríamos briga tão cedo, parte porque Dumbledore tinha avisado que Você-Sabe-Quem estava determinado a achar os gigantes e tudo. Ele disse que seria estranho se não tivesse mandado mensageiros até lá ainda. Disse para tomarmos muito cuidado ao chamar atenção para nós no caso de haverem Comensais da Morte.

Hagrid parou para um longo gole de chá.

– Continue - disse Harry apressado.

 

– É, é, continue!

 

– Achamos eles - disse Hagrid grosseiramente.

 

– Perceberam que Hagrid só está falando grosseiramente?

– Você se prende muito aos detalhes, Lily, eu quero saber mais. Continue...

– Romilda. – Ela prendeu um suspiro ao ver Sirius dirigir-se a ela.

– Isso. Continue, Ro-alguma coisa.

 

– Fomos ao lado de um cume uma noite e lá estavam eles, espalhados abaixo de nós. Pequenas fogueiras queimando sob enormes sombras... Era como ver pedaços da montanha se mexer.

– Quanto eles medem? - perguntou Rony numa voz baixa.

– Uns cinco metros - disse Hagrid despreocupadamente. - Os maiores deviam ter seis metros e meio.

– E quantos eram?

– Eu acho que mais ou menos setenta ou oitenta.

 

–Nossa! – Exclamou Lily. – Só?! Mas... – Ela calou-se ao ver o olhar de Sirius.

 

– Só isso? - disse Hermione.

– É - disse Hagrid, triste -, oitenta restam e haviam muitos antes, deviam haver centenas de tribos diferentes, de todo lugar do planeta. Mas eles têm morrido há anos. Bruxos mataram alguns, claro, mas eles matam uns os outros e agora estão morrendo mais rápido que nunca. Eles têm que viver juntos desse jeito. Dumbledore diz que é nossa culpa, foram os bruxos que os forçaram a sair e fizeram com que ficassem bem longe da gente e não tiveram outra escolha além de ficar junto para proteção.

 

– Graças a Merlin que tem só isso. – Declarou Zabine. – Quanto menos melhor . – E olhou significativamente para Hagrid,

 

– Então - disse Harry - você os viu, e depois?

– Bom, esperamos até de manhã, não queríamos tentar alguma coisa no escuro, para nossa própria segurança. Por volta das três da manhã eles dormiram bem onde estavam sentados. Não ousamos dormir por dois motivos, queríamos ter certeza de que nem um deles acordasse e viesse onde estávamos e também porque os roncos eram inacreditáveis. Causaram uma avalanche perto do amanhecer. Bom, quando amanheceu fomos falar com eles.

– Simples assim? - disse Rony, olhando aterrorizado. - Vocês foram entrando no acampamento de gigantes?

– Bom, Dumbledore tinha dito como fazer isso. Dar presentes ao Gurg, mostrar respeito, sabe.

 

– O que é um Gurg?

 

– Dar presentes a quem? - perguntou Harry.

– Ah, ao Gurg, quer dizer o chefe.

 

– Hum...

 

– Como vocês sabiam qual era o Gurg? - perguntou Rony.

Hagrid grunhiu de divertimento.

– Sem problemas, era o maior, mais feio e mais preguiçoso.

 

O salão riu, novamente.

 

Sentado, esperando que os outros tragam comida. Cabra morta, essas coisas. O nome era Karkus. Eu diria que tinha uns cinco metros e meio, talvez seis, o peso de um par de elefantes machos. A pele como dinheiro amassado e tudo.

– E vocês foram falar com ele? - disse Hermione, perdendo o ar.

– Bom... Fomos, ele estava deitado no vale. Estavam numa depressão entre quatro montanhas bonitas e altas, sabe, do lado do lago da montanha, e Karkus estava deitado ao lado do lago, uivando para os outros trazerem comida para ele e para a mulher. Olímpia e eu descemos a encosta da montanha...

 

– Está começando a ficar interessante.

– Eu gostaria que não.

 

– Mas eles não tentaram matar vocês quando viram? - perguntou Rony, desacreditado.

– Definitivamente, eles estavam pensando nisso - disse Hagrid, encolhendo os ombros - mas fizemos como Dumbledore pediu, que era segurar nosso presente no alto e ficar olhando para o Gurg e ignorar os outros. Então nós fizemos isso. E o resto deles ficou calado e olhando a gente passar. fomos até o pé de Karkus, então nos curvamos e pusemos nosso presente no chão na frente dele.

– O que se dá a um gigante? - perguntou Rony ansioso. - Comida?

– Não, eles se viram pra achar comida sozinhos. Levamos magia. Gigantes gostam de magia, só não gostam quando é usada contra eles. De qualquer jeito, aquele primeiro dia demos um galho de fogo Gubraithian.

Hermione disse "Wow" baixinho mas Harry e Rony franziram as sobrancelhas, embaraçados.

– Um galho de...?

– Fogo eterno - disse Hermione, irritada -, vocês já deviam saber. O professor Flitwick comentou pelo menos duas vezes na sala!

 

– Isso mesmo, senhorita Granger. – Aprovou a voz esganiçada do professor Flitwick.

 

– Bom, de qualquer forma - disse Hagrid rápido, interferindo antes que Rony pudesse responder -,

 

– Ele sempre tem que responder.

– Isso é por que você tem sempre que se achar superior.

– Cale a boca, Ronald!

– Isso vai dar casamento, hein.

Rony e Hermione coraram, mas não responderam por que quem dissera isso fora Sirius.

– Não duvidem, sabe por quê? Estão vendo aqueles dois ali? – Apontou para Lily e James que estavam aos beijos. – Eles eram pior do que vocês. E olhem no que se transformaram. – Balançou a cabeça negativamente, como se estivesse inconformado. – Trágico, eu sei.

As pessoas ao redor riram.

 

Dumbledore enfeitiçou esse galho para queimar para sempre, o que qualquer bruxo poderia fazer, então eu pus no chão coberto por neve perto do pé de Karkus e disse: "Um presente para o Gurg, dos gigantes, de Alvo Dumbledore, que manda seus respeitosos cumprimentos".

– E o que Karkus disse? - perguntou Harry ansioso.

– Nada. Não falava inglês.

 

– Brincadeira!

 

– Você tá brincando!

– Não importava - disse Hagrid, imperturbável -, Dumbledore tinha avisado que isso poderia acontecer. Karkus sabia o suficiente para gritar para que alguns gigantes que conheciam nosso língua e eles traduziram para nós.

 

– Pelo menos isso, né?

 

– E ele gostou do presente? - perguntou Rony.

– Ah, sim, começou uma tempestade quando ele entendeu o que era - disse Hagrid, virando a carne de dragão para pressionar o lado mais frio no olho inchado. - Muito satisfeito. Então eu disse: "Alvo Dumbledore pede que o Gurg fale com seu mensageiro quando voltar amanhã com outro presente".

– Por que vocês não podiam falar com ele aquele dia? - disse Hermione.

– Dumbledore queria que fôssemos muito devagar. Fazer com que vejam que cumprimos nossas promessas. "Vamos voltar amanhã com mais ofertas", e voltamos com mais presentes, dá boa impressão, vê?

 

– Inteligente.

– Também, né? Dumbledore é um gênio.

O professor sorriu em direção a Hermione, que foi quem o elogiara.

 

E dá tempo a eles de testarem o primeiro presente e descobrir que é bom, e os deixa ansiosos por mais. De qualquer jeito gigantes como Karkus, sobrecarregue-o com informações e ele te mata só pra simplificar as coisas. Então nos curvamos fora do caminho e saímos e achamos uma pequena caverna para passar a noite e na manhã seguinte voltamos, dessa vez encontramos Karkus sentado esperando por nós, parecendo ansioso.

 

– Bom sinal.

 

– E você falou com ele?

– Ah, sim. Antes demos a ele um bonito elmo de batalha, feito por duendes e indestrutível, sabe, e então sentamos e falamos.

 

– Prá que um gigante iria querer um elmo de batalha?

– Não importa pra que ele vai usar, o que importa é que ele tenha. – Respondeu Dumbledore.

 

– O que ele falou?

– Não muito. Ouviu mais. Mas houveram bons sinais. Ele tinha ouvido falar de Dumbledore, ouvido que tinha brigado contra a matança dos últimos gigantes na Inglaterra.

 

– Claro que sim. Dumbledore sempre sendo justo.

 

Karkus pareceu estar bem interessado no que Dumbledore tinha pra falar. E alguns dos outros, especialmente aqueles que falavam um pouco de inglês, se juntaram e ouviram também. Tínhamos esperanças quando partimos aquele dia. Prometemos voltar na manhã seguinte com outro presente. Mas aquela noite tudo deu errado.

– O que você quer dizer? - disse Rony rapidamente.

 

– É.

– Depois que sou a curiosa.

– Deixa-a ler, Lily.

– Mas foi você quem a interrompeu primeiro...

 

– Bom, como eu disse, eles não deviam viver juntos, gigantes –

 

– Se mataram todos, só pode.

 

disse Hagrid triste. - Não em grupos grandes como aquele. Eles não se agüentam, matam metade deles a cada poucas semanas. Os homens lutam uns com os outros, as mulheres lutam umas com as outras; os remanescentes das antigas tribos lutam uns com os outros, isso sem contar brigas por comida, os melhores fogos, os melhores cantos para dormir. Você pensaria, vendo que toda a raça está para se extinguir, que eles cuidariam uns dos outros, mas...

 

– Gigantes são competitivos.

– Percebe-se.

 

Hagrid suspirou profundamente.

– Aquela noite uma briga começou, vimos da boca da nossa caverna, olhando para baixo, no vale. Continuou por horas, vocês não acreditariam no barulho. E quando o sol subiu a neve estava escarlate e sua cabeça estava na beira do lago.

 

O salão gemeu, imaginando a cena.

 

– Cabeça de quem? - ofegou Hermione.

– Do Karkus

 

–Ah, não...

– Droga!

– Nada nunca da certo nessa m...

Frases como essas ecoaram por todo o salão.

 

– disse Hagrid pesadamente. - Havia um novo Gurg, Golgomath - ele suspirou profundamente. - Bom, não havíamos considerado um novo Gurg dois dias depois de fazer contato amigável com o primeiro e tínhamos um pressentimento de que Golgomath não estaria tão ávido por ouvir, mas tínhamos que tentar.

 

– Melhor não...

 

– Você foi falar com ele?

 

– Não, cabeça de cenoura, ele fez sinal de fumaça. – Gozou Draco e muitas pessoas riram.

 

– pergunto Rony, incrédulo. - Depois de assistir ele tirar a cabeça de outro gigante?

– Claro que sim - disse Hagrid -, não fomos até lá para desistir depois de dois dias! Nós descemos com o próximo presente que íamos dar a Karkus. Eu sabia que não ia ter jeito antes de ele abrir a boca. Estava ali sentado, com o elmo de Karkus, olhando com maldade enquanto chegávamos perto. Ele era grande, um dos maiores. Cabelo preto e dentes combinando e um colar de ossos. Alguns ossos humanos. Eu fiz uma tentativa, segurei um grande rolo de pele de dragão e disse "Um presente para o Gurg dos gigantes...". Logo depois eu estava pendurado de pés para o ar seguro pelos pés, dois de seus colegas haviam me agarrado.

Hermione tampou a boca com as mãos.

– Como você se safou disso? - perguntou Harry.

– Não teria se Olímpia não estivesse lá. Ela tirou a varinha e fez um dos feitiços mais rápidos que eu já vi. Maravilhoso. Acertou os dois que estavam me segurando bem no olho com a maldição Conjuctivitus

 

– É um ótimo feitiço e... – Hermione se calou ao ver o olhar de todos sobre ela.

 

e eles me largaram na mesma hora, mas estávamos enrascados então, porque tínhamos usado magia contra eles e isso é o que gigantes odeiam sobre bruxos. Tivemos que sair a pé e sabíamos que não havia jeito de voltar ao acampamento de novo.

– Nossa, Hagrid - disse Rony baixo.

– Então por que você demorou tanto para vir para casa se você ficou lá por apenas três dias? - perguntou Hermione.

– Não partimos depois de três dias! - disse Hagrid, parecendo indignado. - Dumbledore estava contando conosco.

– Mas você acabou de dizer que não havia jeito de voltar!

– Não durante o dia, nós não podíamos, não. Só tivemos que repensar um pouco. Gastamos alguns dias deitados na caverna e observando. E o que vimos não foi bom.

– Ele tirou mais cabeças? - perguntou Hermione, sensivelmente.

 

– Hermione sempre pensando nos outros...

– Por que se ela não pensasse não seria tão...

– Hermione. – Os gêmeos completaram um frase do outro.

 

– Não, preferia que fosse isso.

– O que quer dizer?

– Eu quero dizer que nos logo descobrimos que ele não recusa todos os bruxos, só nós.

– Comensais da Morte? - disse Harry rapidamente.

– É

 

– Diga-me que dessa vez você foi embora?

– Não, não. Não iria desistir facilmente.

– Você é, definitivamente, louco, Hagrid.

 

– disse Hagrid obscuramente. - Dois deles os estavam visitando todos os dias, trazendo presentes pra o Gurg, e ele não estava virando eles de pés pro ar.

– Como você sabe que eram Comensais da Morte? - disse Rony.

– Por que reconheci um deles - disse Hagrid. - Macnair, lembra dele? O cara que mandaram para matar Bicuço? Maníaco, é o que ele é. Gosta de matar tanto quanto Golgomath; não é à toa que se deram tão bem.

– Então Macnair convenceu os gigantes a se aliar a Você-Sabe-Quem? - disse Hermione desesperadamente.

– Segure seus Hipogrifos, eu ainda não terminei minha história - disse Hagrid, indignado, que, considerando que não queria contar nada desde o começo agora parecia estar até gostando.

 

Mais risadas.

 

– Eu e Olímpia conversamos e concordamos que só porque o Gurg parecia estar favorecendo Você-Sabe-Quem não queria dizer que todos favoreceriam. Tentamos convencer alguns dos outros, os que não queriam Golgomath como Gurg.

– Como vocês sabiam quais eram? - perguntou Rony.

– Bom, eram os que estavam apanhando feio, não eram? - disse Hagrid pacientemente. - Os que tinham alguma consciência estavam ficando fora do caminha de Golgomath, se escondendo em cavernas em volta da depressão, assim como nós. Então decidimos ir remexendo as cavernas à noite e ver se conseguíamos convencer alguns deles.

– Vocês foram remexendo cavernas escuras procurando gigantes? - disse Rony, com admirável respeito em sua voz.

 

– Quem não teria? Quer dizer, eu iria embora daí o mais rápido possível.

– Acho que a maioria de nós iria.

Todos concordaram.

 

– Bom, não era com os gigantes que estávamos mais preocupados, estávamos mais inquietos por causa dos Comensais da Morte.

 

– Com razão.

 

Dumbledore tinha dito antes de partirmos para não bobear com eles se pudéssemos evitar e o problema era que eles sabiam que estávamos por perto, acho que Golgomath contou sobre a gente. De noite, quando os gigantes estavam dormindo e nós estávamos rastejando nas cavernas, Macnair e o outro ficavam rondando as montanhas, procurando nós dois. Foi difícil impedir Olímpia de pular em cima deles - disse Hagrid, os cantos da boca levantando sua barba selvagem -, ela estava querendo atacar ele... Tem alguma coisa quando ela acorda, Olímpia... Abrasador, sabe... Acho que é por que é francesa...

 

– Hum... Abrasador. – Disse Sirius extremamente malicioso.

– Quando ela acorda? – Perguntou James. – Você a deixou dormir, Hagrid?

 

Hagrid encarou com os olhos enevoados o fogo. Harry deixou trinta segundos de lembranças antes de limpar sua garganta alto.

 

– Lembranças boas ou ruins?

– E você ainda pergunta? Devem ser ótimas! – Nesse momento todo o salão já estava começando a desconfiar que Hagrid e Olímpia tinham tido algo. E Hagrid estava muito corado.

– Agora é sério, Hagrid. – Disse Angelina. – O que... rolou entre vocês dois dentro da caverna?

– Viram o que vocês dois fizeram? – Perguntou Hagrid para James e Sirius, se remexendo desconfortável. – Não aconteceu nada, Angelina, absolutamente nada.

 

– Então, o que aconteceu? Vocês chegaram perto de algum dos gigantes?

– Que? Ah... Ah, é, chegamos. É, na terceira noite depois que Karkus morreu nos saímos da caverna onde estávamos nos escondendo e nos dirigimos de volta para a depressão, mantendo os olhos abertos por causa dos Comensais da Morte. Entramos em algumas cavernas, de nada adiantou, então por volta da sexta achamos três gigantes se escondendo.

 

– A caverna devia ser grande, né?

 

– A caverna devia estar apertada - disse Rony.

 

– Não disse?

 

– Não tinha espaço para balançar um amasso - disse Hagrid.

– Eles não atacaram vocês quando viram? - perguntou Hermione.

– Provavelmente atacariam se estivessem em condições, mas eles estavam bem machucados, os três; o pessoal de Gologmath os deixou inconscientes; eles tinham acordado e se arrastado até o abrigo mais próximo que puderam encontrar.

 

– Para gigantes até que são bem inteligentes.

 

O fato é que um deles falava um pouco de inglês e traduziu para os outros, o que tínhamos para falar não pareceu tão mal. Então nós continuamos voltando, visitando os feridos... Chegou uma hora que eu acho que tínhamos uns seis ou sete convencidos.

 

– Nada mal.

– É, mas se pensar pelo numero de gigantes que tinha quando chegaram isso não é nem metade da metade e se todos os outros gigantes tiverem se juntado a Você-Sabe-Quem... Estaremos ferrados.

Todos concordaram com a explicação de Lily.

 

– Seis ou sete? - disse Rony ansioso. - Bom, isso não é nada mal, eles vão vir para cá e começar a lutar contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado com a gente?

Mas Hermione disse.

 

– Sempre a Hermione

Snape (N/A: acho que ele não tinha aparecido muito, né?) revirou os olhos pensando: menininha intrometida. Pensei que fosse só comigo, mas vejo que não.

 

– 'O que você quer dizer com "chegou uma hora", Hagrid?

Hagrid olhou para ela triste.

 

–Aí vem bomba.

 

– O pessoal de Golgomath invadiu as cavernas. Os que sobreviveram não queriam mais nada conosco depois disso.

– Então... Então não tem gigante nenhum vindo - disse Rony, parecendo desapontado.

 

– É o que parece.

 

– Não - disse Hagrid, suspirando profundamente e virando seu bife para colocar o lado mais frio em seu rosto –

 

Caretas de nojo foram vistas por todo o salão.

 

, mas fizemos o que devíamos ter feito, demos a mensagem de Dumbledore, alguns deles ouviram e espero que alguns se lembrem. Talvez os que não apóiam Golgomath saíam das montanhas, então há uma chance de que se lembrem da mensagem amigável de Dumbledore... Pode ser que venham.

 

– É só eu que não tenho tanta esperança assim?

– Não, eu também. Até por que, os que estão sendo oprimidos, uma hora ou outra, vão se acovardar e se juntar a Golgomath também

A neve estava cobrindo as janelas agora. Harry percebeu que os joelhos de suas vestes estavam encharcados: Canino estava babando em seu colo.

 

–Que nojo! Como vocês aguentam isso? – Perguntou Pansy Parkinson olhando-os com nojo.

– A pergunta certa seria: como você se aguenta?

– Ah, isso é muito vindo de uma metida-a-sabe-tudo de sangue imundo.

– Sou sim e com muito orgulho. – Respondeu Hermione sem se abalar.

– Nem se estresse, Mione. – Disse Rony. – Pelo menos você não tem cara de Buldogue.

Pansy abriu a boca para retrucar, mas as risadas abafaram sua voz.

 

– Hagrid? - disse Hermione, baixinho, depois de um tempo.

– Hum?

– Você... Tinha algum sinal... Você ouviu alguma coisa sobre... Sua... Mãe enquanto estava lá?

 

– O QUÊ?! - O salão explodiu de vozes perguntando isso, Hagrid corou e abaixou a cabeça.

– Olhem, isso não tem nada a ver, está bem? – Gritou Harry. – A descendência de Hagrid não tem nada a ver co o que ele é.

– Como não? – Perguntou um Miguel Cornner. – Se eu entendi bem a mãe dele é uma giganta e gigantes são realmente agressivos e...

– Isso não quer dizer que Hagrid também seja. – Intrometeu-se Remus (mais novo) – É como os nascidos-trouxas: nasceram de trouxas e são bruxos. Os meio-Gigantes: nasceram de gigantes, provavelmente maus, mas isso não quer dizer que eles vão sair por ai matando todo mundo.

– O senhor Lupin tem razão. – Disse Dumbledore. – E não quero mais nenhum de vocês julgando nenhum, está certo?

Diante da fala de Albus, todos se calaram.

 

O olho não tampado de Hagrid a fitou e Hermione pareceu bem assustada.

 

– Eu nunca faria nada a você, Hermione. – Disse Hagrid, com a voz magoada.

– Oh, desculpe, Hagrid. É que você é grande e... Desculpe-me. – Hagrid assentiu.

 

– Desculpe... Eu... Esqueci isso...

– Morta - Hagrid grunhiu. - Morreu anos atrás. Eles me contaram.

 

– Sinto muito. – Desejaram os amigos. Hagrid negou com a cabeça, o que significava que ele não se importava muito.

 

– Ah... Eu... Sinto muitíssimo - disse Hermione, uma voz muito baixa. Hagrid encolheu seus ombros enormes.

– Não precisa - disse rapidamente. - Não me lembro muito dela. Não era uma boa mãe.

 

Todos o olharam com pena.

 

Eles ficaram em silêncio mais uma vez. Hermione encarou Harry e Rony nervosa, claramente querendo que eles falassem.

– Mas você ainda não explicou por que você ficou desse jeito, Hagrid - disse Rony, referindo-se ao rosto manchado de sangue de Hagrid.

– Nem por que você só voltou agora - disse Harry. - Sirius disse que Madame Maxime voltou há tempos...

 

– Sirius devia parar de ficar passando informações a essas crianças. – Disse Molly, parecendo indignada.

– De novo não, Molly...

– De novo sim, Sirius Black. Pare de tratá-las como se fossem adultos.

– Não são crianças também. – Respondeu o homem cansado.

– Olhe, não quero que fique fazendo isso com meus filhos, portanto, a Rony você não fala mais nada, a Hermione eu vou me comunicar com os Granger e Harry... eu tenho certeza que Lily e James não gostariam que ele ficasse sabendo de certas coisas. – Disse Molly esquecendo que os mesmos estavam ali.

– Como você pode ter tanta certeza se nem nunca conversou com ele, Molly? Aliás, - Disse Sirius. – Eles estão aqui, por que não pergunta para eles.

– São só adolescentes...

– Muito obrigada. – Falou James sarcástico.

– Está certo. Vocês acham que Harry, o filho de vocês, deva saber quais são os passos de Voldemort e o que nós, da ordem, estamos fazendo para detê-lo?

James a olhou incrédulo.

– Mas, é claro que ele tem de saber. Não tudo já que não é um membro dessa tal ordem, mas ele tem o direito de saber sim.

– James! – Repreendeu Lily.

– Pense bem, Ruiva, Harry sobreviveu a uma maldição de morte de Você-Sabe-Quem. Teve os pais, nós, mortos por culpa dele; foi Harry quem viu ele ressurgir e agora querem deixar o garoto as cegas! – Lily pareceu pensar por um momento, com a cabeça meio inclinada.

– Você tem razão. Acho que Harry tem o direito de saber pelo menos o mínimo que está acontecendo. – A Sra. Weasley abriu a boca indignada, achara que pelo menos Lily concordaria com ela.

– E outra coisa não quero ofendê-la, Sra. Weasley, sei que fez tudo o que pôde e o que não pôde por Harry, mas acho que se botamos Sirius como padrinho de Harry é por que confiamos nele e por que ele sabe o que é melhor para ele. Mesmo que seja meio irresponsável as vezes.

Molly, por incrível que pareça, sorriu.

– Mesmo que não concorde com a decisão de vocês fico feliz por Harry finalmente ter os pais. – Lily sorriu de volta.

 

– Quem te atacou? - disse Rony.

– Ninguém me atacou! - disse Hagrid enfaticamente. - Eu...

Mas o resto das palavras foram abafadas pelas batidas repentinas na porta. Hermione ofegou; a caneca escorregou de seus dedos e espatifou no chão; Canino latiu. Os quatro olharam pela janela perto da porta. A sombra de alguém pequeno e agachado ondulou na cortina fina.

 

– Droga! A sapa!

 

– É ela! - murmurou Rony.

– Fiquem aqui em baixo! - disse Harry rapidamente; pegando a capa de invisibilidade, jogou sobre ele e Hermione enquanto Rony corria para dar a volta na mesa e foi para baixo da capa também.

 

– A capa é sempre extremamente útil.

 

Grudados uns nos outros eles foram para um canto. Canino latia loucamente para a porta, Hagrid pareceu bem confuso.

– Hagrid, esconda nossas canecas!

Hagrid pegou as canecas de Harry e Rony e as empurrou para baixo da almofada no cesto de Canino. Canino estava agora saltando na porta; Hagrid o tirou do caminho com os pés e abriu.

 

– Nossa, quanta delicadeza.

 

A professora Umbridge estava parada na entrada, vestindo a capa verde e um chapéu com protetor de orelha combinando. Lábios apertados, ela se inclinou para ver o rosto da Hagrid; quase alcançava seu umbigo.

 

– Verde? Achei que ela só usasse rosa.

– Mas como você mesmo disse: verde combina mais com a espécie dela.

 

– Então - ela disse devagar e alto, como se estivesse falando com algum surdo. - Você é Hagrid, é?

Sem esperar pela resposta ela caminhou pelo cômodo, seus olhos salientes indo a todas as direções.

 

– Quanta educação.

– Educação? Essa palavra não existe no dicionário dela.

– Com certeza.

 

– Sai da frente - ela falou rispidamente, sacudindo a bolsa de mão para Canino, que estava pulando nela, tentando lamber seu rosto.

– Er... Eu não quero se rude - disse Hagrid, olhando para ela - mas quem é você?

– Meu nome é Dolores Umbridge.

Seu olhos estavam varrendo a cabana. Duas vezes ela olhou diretamente para o canto onde Harry estava, esmagado entre Rony e Hermione.

 

– Procurem respirar bem lentamente, – Aconselhou James. – Faz bem menos barulho. E não se mecham.

– James! Não o quero dando “conselhos” para meu filho e seus amigos.

– Merlin, Lily! Como se você nunca tivesse usado a capa. – Em reposta, Lily bateu, sem muita força é claro, em seu ombro.

– Ninguém precisa saber disso.

 

– Dolores Umbridge? - disse Hagrid, parecendo bastante confuso. - Eu achei que você era do Ministério... Você não trabalha com Fudge?

– Eu era Subsecretária superior do Ministro, sim

 

– Subsecretária superior do Ministro. – Repetiu Sirius, mais novo. – Que serventia tem isso.

– Mais serventia que um fugitivo do... – Umbridge abriu a boca pela primeira vez, mas foi logo repreendida por Minerva.

– Calada!

 

– disse Umbridge, analisando a cabana agora, captando cada detalhe, desde a mochila encostada na parede até a capa de viagem abandonada. - Agora sou professora de Defesa Contra as Artes das Trevas...

– Que coragem a sua, não tem mais muita gente querendo o emprego.

 

– Claro que não, é amaldiçoado.

 

– E Grande Investigadora de Hogwarts - disse Umbridge, não dando sinais de ter ouvido o que ele falou.

– O que é isso? - disse Hagrid, sombrio.

– Exatamente o que eu ia perguntar - disse Umbridge, apontando para os pedaços de porcelana quebrada que foram a caneca de Hermione.

 

– Puts.

– Nunca deixe rastros, NUNCA! – Enfatizou Sirius. – Pode ser perigoso.

– Você sabe bem disso, né, Sirius?

– Cala boca, James, não quero nem lembrar. – James e Remus se entreolharam e começaram a rir.

– O que houve? – Perguntou Hermione a Lily.

– Você acha que eu me intrometo nos papos desses três? Ás vezes James me conta, mas é mais seguro nem saber.

 

– Ah - disse Hagrid, com um inútil olhar para o canto onde estavam escondidos Harry, Rony e Hermione. - Ah, isso foi... Foi Canino. Ele quebrou a caneca. Então eu estava usando esta no lugar.

 

– Você, definitivamente, não sabe mentir, Hagrid. Nem por um livro eu acredito em suas mentiras.

 

Hagrid apontou para a caneca em que tinha estado bebendo, uma mão ainda pressionando o bife de dragão sobre o olho. Umbridge parou para olhá-lo agora, captando cada detalhe de sua aparência em vez da cabana.

– Eu ouvi vozes - disse ela baixo.

– Eu estava falando com Canino - disse Hagrid com bravura.

 

– Hagrid, por favor...

 

– E ele estava respondendo?

– Bom... É maneira de falar - disse Hagrid, parecendo desconfortável. - Eu, às vezes, digo que Canino parece huma...

– Tem três conjuntos de pegadas na neve saindo da porta do castelo e vindo para sua cabana - disse Umbridge educadamente.

 

– NUNCA deixe rastros, vocês não me ouvem?

– Mas, você só disse isso agora.

Sirius bufou do mesmo jeito.

 

Hermione ofegou; Harry tampou sua boca com as mãos. Por sorte, Canino estava fungando alto em volta da barra das vestes da professora Umbridge e ela não pareceu ter ouvido nada.

– Bom, eu acabei de voltar - disse Hagrid, sacudindo uma enorme mão para a mochila. - Talvez alguém tenha vindo me chamar antes e não me encontrou.

– Não tem pegadas saindo da sua cabana.

– Bom, eu... Eu não entendo como pode... - disse Hagrid, puxando nervoso a barba e mais uma vez olhando de esguelha para o canto onde estavam Harry, Rony e Hermione, como se pedisse por ajuda.

 

– Pelo amor de Merlin! Pare com isso Hagrid!

– Assim ninguém nunca vai acreditar.

– Vocês têm que levar em conta que mentir é difícil. – Se intrometeu Harry.

– Difícil? – Perguntaram os marotos, juntos e incrédulos. – É a coisa mais fácil do mundo.

– Não dê bola para eles, Harry. Não sabem o que dizem.

 

Umbridge se virou repentinamente e foi até a ponta da cabana, olhando em volta com cuidado. Ela se curvou e observou atentamente embaixo da cama. Abriu o armário de louças. Passou a cinco centímetros de onde Harry, Rony e Hermione estavam pressionados na parede; Harry até encolheu a barriga quando ela passou.

 

– Você tem barriga? – Perguntaram os gêmeos assustados.

– Eu nunca vi. Estranho...

As pessoas ao redor riram, Harry corou.

 

Depois de olhar atentamente dentro do enorme caldeirão que Hagrid usava para cozinhar, ela se virou repentinamente de novo e disse.

 

– O que, Diabos, caberia dentro de um caldeirão?

– A Lily. – Respondeu Sirius prontamente fazendo as pessoas rirem.

– Isso é preconceito, sabia Black?

 

– O que aconteceu com você? Como você agüenta esses machucados?

 

– Ela está super preocupada. Pode crer. – Falou Ginny, irônica.

 

Hagrid tirou o bife de dragão do rosto rapidamente, o que Harry achou ser um erro, porque agora dava para ver com clareza o hematoma roxo e preto, sem mencionar a quantidade de sangue fresco e congelado no seu rosto.

 

Todos fizeram uma careta imaginando a dor.

 

– Ah, eu... Tive um tipo de acidente - disse desleixado.

– Que tipo de acidente?

– Eu... Eu tropecei.

– Você tropeçou - ela repetiu friamente.

 

– Foi o que ele disse. Por mais que minta mal.

 

– É, isso mesmo. Sobre... Sobre a vassoura de um amigo. Eu mesmo não vôo. Bom, olhe o meu tamanho, eu não acho que exista uma vassoura que me agüente. Um amigo meu cria cavalos Abraxam, eu não sei se você já viu, animal grande, alado, sabe, eu fui dar uma voltinha nele e foi isso...

– Onde você esteve? - perguntou Umbridge, cortando friamente o falatório de Hagrid.

 

– Como você consegue ser tão ruim? Não se sente mal, não? – Perguntou Hanna Abbot para Dolores, que não respondeu.

 

– Onde eu...?

– Esteve, é. O período começou há dois meses atrás. Outra professora teve que dar as suas aulas. Nenhum de seus colegas pôde me informar nada sobre seu paradeiro. Você não deixou endereço. Onde esteve?

Houve uma pausa onde Hagrid a encarou com seu olho recém destampado. Harry quase podia ouvir seu cérebro funcionando furiosamente.

 

– Harry, você é...

– Detalhista demais, já entendi.

 

– Eu estava com problemas de saúde.

 

– A desculpa mais esfarrapada que existe. Eu geralmente usava ela para matar aula.

– Bom saber, Sirius. – Disse a professora de transfiguração. – Agora já sei por que sempre faltava as minhas aulas.

 

– Problemas de saúde - repetiu a Professora Umbridge. Os olhos dela viajaram pelo rosto sem cor e inchado de Hagrid; sangue de dragão derramado gentilmente sobre seu colete. - Dá pra ver.

– É, um pouco de ar fresco, sabe...

– Como guarda-caça deve ser tão difícil pegar ar fresco - disse Umbridge docemente. A pequena parte do rosto de Hagrid que não estava roxa e preta ruborizou.

– Bom... Mudar de cenário, sabe...

– Montanhas? - disse Umbridge rapidamente.

 

– Ah, droga! Ela sabe!

 

"Ela sabe", Harry pensou desesperadamente.

 

– Viram?

 

– Montanhas? - Hagrid repetiu, claramente pensando rápido. - Não, sul da França pra mim. Um pouco de sol e... E praia.

– Sério? Você não esta muito queimado.

– É... Bom... Pele sensível - disse Hagrid, tentando um sorriso agradável.

Harry percebeu que dois de seus dentes estavam faltando. Umbridge olhou para ele friamente; o sorriso vacilou. Então ela levantou sua bolsa de mão um pouco mais no cotovelo e disse.

 

– Ficaria muito mais fácil se você não explicasse tudo.

– Vocês só não se lembram que não fui eu quem escreveu esse livro. Até por que nem me lembro mais nesses detalhes.

 

– Eu devo, claro informar o Ministro de seu atraso.

– Certo - disse Hagrid, concordando com a cabeça.

– Você deve saber, também, que como Grande Investigadora é meu inadequado mais necessário dever inspecionar meus colegas professores. Então eu me arrisco a dizer que nos veremos novamente em breve.

 

– Vai toma no seu...

– SIRIUS BLACK!

– Parei!

 

– Você está inspecionando a gente? - repetiu Hagrid vagamente.

 

– Não, não! Imagina se estivesse. – Zombou Malfoy.

 

– Ah, sim - disse Umbridge gentilmente, olhando de volta para ele com a mão na maçaneta. - O Ministério está determinado a eliminar professores insatisfatórios, Hagrid. Boa noite.

 

– Como... você?

 

Ela partiu, fechando a porta com um estalo. Harry ia pular da capa de invisibilidade mas Hermione segurou seu pulso.

– Ainda não - ela murmurou em seu ouvido. - Ela pode não ter ido ainda.

 

– Inteligente...

 

Hagrid parecia estar pensando o mesmo; cruzou a sala e puxou a cortina um polegada ou um pouco mais.

– Ela esta voltando para o castelo - ele disse numa voz baixa. - Minha nossa... Inspecionando a gente, é?

– É - disse Harry, saindo de baixo da capa. - Trelawney já está em provação...

 

– Quem é Trelawney? – Perguntou Lily para Ginny, baixinho.

– Aquela lá. – Respondeu a garota apontando discretamente para a professora. – É professora de Adivinhação e é... meio estranha, para dizer o mínimo.

Lily assentiu.

 

– Hum... O que você esta planejando fazer nas nossas aulas, Hagrid? - perguntou Hermione.

– Ah, não se preocupe com isso, eu tenho um bom bocado de aulas planejadas - disse Hagrid entusiasmado, tirando o bife de dragão da mesa e jogando sobre seu olho mais uma vez. - Eu tenho guardado algumas criaturas para os N.O.M.'s de vocês, algumas coisas bem especiais.

– Erm... Especial como? - disse Hermione na tentativa.

 

– Pra que toda essa preocupação? – Perguntou James baixo,que era para só os que estavam ali perto ouvir e não atrapalhar a leitura.

– Hagrid dá aulas que poderiam ser diagnosticadas perigosas pelo ministério.

– Hum...

 

– Eu não vou dizer - disse Hagrid alegre. - Não quero estragar a surpresa.

– Olha, Hagrid - disse Hermione com urgência, deixando todo o fingimento. - A professora Umbridge não ficará nada feliz se você trouxer alguma coisa perigosa demais para a aula.

– Perigosos? - disse Hagrid, parecendo realmente confuso. - Não seja boba, eu não traria nada perigoso! Quero dizer, está bem, eles se viram...

 

– Ou seja...

– Provavelmente é perigoso.

 

– Hagrid, você tem que passar pela inspeção de Umbridge e para isso seria melhor se ela visse você nos ensinando como cuidar de pocotós, como diferenciar ouriços e porcos espinhos, coisas do tipo! - disse Hermione gravemente.

 

– Isso é totalmente sem graça. – Reclamou Hagrid.

– Mas é seguro.

 

– Mas isso não é muito interessante, Hermione. O que eu tenho é tão mais impressionante. Eu tenho trazido eles há tempos, eu acho que tenho o único bando domesticado da Inglaterra.

 

– O que é, afinal?

 

– Hagrid... Por favor... - disse Hermione, uma nota de desespero na voz. - Umbridge está procurando qualquer desculpa para se livrar dos professores que ela acha que são muito próximos de Dumbledore. Por favor, Hagrid nos ensine alguma coisa boba que pode cair no nosso N.O.M.

Mas Hagrid bocejou largamente e deu uma olhada de relance para a cama no canto.

– Ouçam, foi um longo dia, e é tarde –

 

– Ele quer acabar com o assunto, com certeza.

 

ele disse, dando uma pancadinha leve no ombro de Hermione, seus joelhos dobraram e bateram no chão com um som surdo.

 

– Desculpe.

 

– Ah, desculpe - ele levantou ela de volta pela gola de suas vestes. - Olhem, não se preocupem comigo, prometo que tenho boas coisas planejadas para suas aulas agora que eu estou de volta... Agora, todos vocês, é melhor voltarem para o castelo e não esqueçam de limpar seus passos atrás de vocês.

 

– Nada de rastros.

 

– Não sei se você o convenceu - disse Rony um pouco depois quando, tendo checado que a barra tava limpa, estavam voltando para o castelo pela neve espessa, não deixando rastros graças ao feitiço de Desaparecimento que Hermione estava realizando enquanto andavam.

 

– Hermione sempre...

– Inteligente. Vocês não vão parar com isso?

– Não se faça de rogada, Mione, sabemos que você adora isso.

 

– Se é assim, eu volto amanhã - disse Hermione determinada. - Eu planejarei as aulas para ele se for necessário. Eu não ligo se ela expulsar Trelawney mas ela não vai se livrar de Hagrid!
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N/A: espero que tenham gostado! Até o próximo! 

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