Voto Perpétuo



Voto Perpétuo


 Faltavam dois dias para as férias de Natal acabarem. Hermione ainda ficava nas nuvens ao lembrar o que tinha acontecido antes das férias. Ela podia sentir cada sensação outra vez, as línguas se tocando, o cheiro daquele loiro, os toques. Estava tudo ainda tão vivo na mente da garota que só com a lembrança seu coração acelerava e suas mãos começavam a suar.




 Mas apesar de todo esse encantamento, a grifinória não tinha ficado muito feliz com o desfecho daquela noite...


 


*FLASHBACK*


 


 Seus lábios se encontraram mais uma vez, agora em um beijo calmo e apaixonado. Com relutância, afastaram os lábios, precisavam de ar.




 Hermione se afastou mais um pouco, afim de encarar aqueles olhos cinzas e encontrar resposta para tal comportamento.




 Draco, ainda com o lábios entre abertos, abriu os olhos e encontrou os castanhos perfeitos de Hermione o encarando. Ele sabia que seria questionado, mas não queria responder.




 Delicadamente, ela tirou as mãos do sonserino de sua cintura e começou a andar em círculos, tentando absorver todas aquelas maravilhosas sensações que tinha acabado de provar.




 O loiro ficou imóvel observando-a e esperando por um tapa, ou qualquer coisa pior que pudesse vir. Mas o que veio foi uma pergunta da morena, que parou na frente dele.




- Você pode, pelo amor de Deus, me explicar o que aconteceu aqui? - indagou em um sussurro quase desesperado




 Draco não sabia o que falar, ele tinha vontade de gritar, pare o castelo inteiro ouvir, que estava apaixonado por ela. Mas não o faria. Abriu e fechou a boca várias vezes, até que respirou fundo e respondeu:




- Eu não sei, tá legal! Eu só pensei que... sei lá, você me beijou e... - a grifinória não podia acreditar que estava vendo Draco Malfoy completamente sem graça e sem fala na sua frente – e que talvez eu pudesse “cobrar” por isso.




- Ah, então é isso? - estava tomada pela raiva - “Cobrar”? Você estava fazendo mais uma das suas caridades...




 A morena ia começar a andar novamente, mas o monitor segurou-a pelo braço, fazendo com que seus olhos ficassem bem próximos, o que fez os dois suspirarem.




- Não, não foi só caridade, ok? Eu quis – disse em um sussurro. “E quero ainda muito mais”, pensou – e da outra vez eu também não foi. - a garota deixou um sorriso escapar dos seus lábios com a última frase, mas logo que ele continuou o sorriso se desfez – Deixa pra lá. Esquece, finge que não aconteceu nada, tá bom assim?




 Um pouco mais calma, mas ainda muito irritada, livrou-se do toque macio que a prendia e respondeu:




- É, é melhor a gente esquecer mesmo – como doía dizer aquelas palavras, mais ainda ouvi-las, mas ambos permaneceram indiferentes – Como eu já tinha falado, te beijar foi um erro - “O melhor erro da minha vida”, pensou – um erro que eu cometi duas vezes e não pretendo cometer mais. Fingimos que nada aconteceu e fica tudo certo.




- Três vezes. Você me beijou três vezes. - debochou




- Não, eu te beijei uma vez, você que me beijou as outras duas. - ele revirou os olhos - Seu idiota. Você quer ou não fingir que não aconteceu nada?




- Ah, quero. Mas eu tenho uma condição. - sem dar tempo para Hermione falar alguma coisa, colocou o melhor sorriso sedutor nos lábios e continuou – Já é um porre fazer isso tudo tendo alguém pra conversar. Sem ter ninguém, ou melhor, você estressada, o que é pior que ninguém, fica insuportável. Portanto, a partir de hoje, a senhorita volta a conversar comigo... só durante as rondas, claro.




 Draco ficou olhando-a, esperando uma resposta, que não veio, pois Hermione estava tão boba com o que acabara de ouvir e com o modo como as palavras saíram tão doces da boca dele, que só conseguia admirar o garoto.




 Ao perceber que Hermione não diria nada, o sonserino deu um sorriso divertido e falou:




- Vamos Granger, temos uma ronda pra terminar.


 


*FIM DO FLASHBACK*


 


- Burro! Burro! Burro! - esbravejava Draco para o espelho do seu belo quarto na Mansão Malfoy – Como você pôde ter sido tão idiota?




 O sonserino também passou todos aqueles dias lembrando o que havia feito e o quão perfeitos foram aqueles beijos. Mas não conseguia se perdoar por não ter dito o que sentia, por ter ficado reclamando do quanto era chato fazer aquelas rondas com ela emburrada e sem querer falar com ele...




“... Pelo menos você conseguiu fazer ela rir um pouco, coisa que não acontecia há muito tempo.” começou pensando “Pelo menos eu fiz ela rir? Ah, faça me o favor. Quem iria querer ela rindo, quando poderia ter ela te beijando, se não tivesse falado que tava 'cobrando' o beijo que ela te deu? Dessa vez você se superou Draco... ela deve estar certa quando fala que você é um idiota!” Seu reflexo estava rubro pela raiva que sentia dele mesmo. “A Granger deve ter colocado uma poção do amor no meu suco de abóbora, só desse jeito pra eu ter me apaixonado assim.”


 


xx


 


 Os quatro grifinórios estavam reunidos no salão comunal contanto como havia sido as férias e se lamentando – com exceção de Hermione – por no dia seguinte, segunda-feira, eles terem que voltar a vida normal.


 


 Harry, como sempre, não largava o Mapa do Maroto. Hermione, aproveitando que o assunto “férias” tinha acabado, começou a falar.


 


- Harry, você ainda tá nisso? Já se passaram quase seis meses e você ainda não descobriu nada. - Os outros três trocaram olhares significativos.


 


- É... o Harry descobriu uma coisa, Mione. - Gina falou, já sabendo que a amiga não ia gostar nem um pouco do que Harry tinha para dizer.


 


- Ah, é?! E você pretendia me contar isso quando? - ergueu uma sobrancelha em reprovação para o amigo.


 


- Credo, Mione, eu ia te falar... só não tinha surgido oportunidade ainda. - sob um olhar de “tá esperando o que para começar?”, ele continuou – Sábado, antes das férias, eu saí no meio da festa do Slughorn e fui atrás do Snape. Calma, tá?! Eu estava com a capa, ele não me viu. - apressou-se em dizer, ao ver o olhar de censura da amiga – Ele encontrou o Malfoy no corredor e entrou numa sala com ele. E, bom, entre várias coisas que eles disseram, deu para entender que o Malfoy tem alguma missão, que o próprio Voldemort lhe deu. - Hermione ficou em choque com aquelas palavras, sabia que Draco seria capaz de fazer coisas horríveis, mas uma missão, dada pelo próprio Voldemort, era demais – E o Snape ainda falou que ele tava sendo muito irresponsável, que já estavam desconfiando dele, por causa do ataque à Cátia Bell. E o que mais me intrigou: ele falou que está tentando ajudá-lo e que fez um Voto Perpétuo com a mãe do Draco, jurando que o protegeria.


 


- Mas Harry, isso é muito sério. - Hermione não podia acreditar, agora que parecia que ela e Draco iam começar a se dar bem, ela descobre isso – Voto Perpétuo não é aquele que se a pessoa não cumpre ela...


 


- Morre? É, esse mesmo.


 


- E por que você não me contou isso logo, Harry? Você já falou com o Dumbledore?


 


- Ainda não, a gente acabou de chegar, né?!


 


- É, a gente acabou de chegar. Mas fala logo com ele. - foi a única coisa que consegui dizer – Eu vou subir. Gina, você pode vir comigo? 

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Comentários (1)

  • Angel Tonks

    Oi, eu gostei muito da sua fic, viu!Adorei que a Hermione que tomou a iniciativa do primeiro beijo!Continua, pq a história tá ficando boa!Bjus e até o próximo! 

    2012-02-04
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