Presente de Natal
8. Presente de Natal
Faltava pouco menos de um mês para o Natal. Draco e Hermione continuavam na tentativa, frustrada, de esquecer um ao outro. Mesmo estando se esforçando ao máximo, ficava bem difícil, uma vez que tinham praticamente todas as aulas juntos; sem contar as rondas, onde a proximidade dos dois fazia com que seus corações tomassem um ritmo completamente descompassado, que o cheiro inebriante de ambos os invadisse. E que, em segredo, desejassem colar seus lábios novamente.
A não ser pela tristeza emitida pelos olhares, tanto da grifinória, quanto do sonserino, aparentemente não havia nada de errado com os monitores. Hermione não se permitia fitar o profundo mar azul-acinzentado que eram os olhos de Draco. O mesmo era repetido pelo loiro, que não se deixava admirar os lindos olhos castanhos da morena. Por isso, nunca perceberam a tristeza que emanava daqueles olhos.
A cada dia que terminava, a garota sentia um aperto no peito por não escutar aquela voz arrastada e sedutoramente arrogante. Nem que fosse com mais uma das inúmeras ofensas que Malfoy lhe lançava, ela queria ouvi-lo, mas nem isso tinha mais. Não tinha xingamentos, olhares debochados... não tinha mais nada que viesse dele.
Draco não sabia porque – é claro que, no fundo, ele sabia... estava apaixonado –, mas não conseguia fazer de Hermione um alvo com quem se divertia xingando. Doía, quase fisicamente, fazer isso agora. Simplesmente não conseguia mais. Ele sentia falta das conversas que tinham, ou tentavam ter, durante as rondas. Sentia falta, das raras, mas deliciosas risadas que por vezes ele arrancara da companheira. De poder olhar no fundo daqueles olhos, enraivecidos por alguma coisa que ele havia dito...
Ambos não conseguiam deixar de lembrar daquele único beijo trocado. A mera lembrança daquele breve momento trazia à tona todos os sentimentos que haviam sentido, fazendo-os tremer com a explosão que aquilo os levava.
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Hermione não se perdoava por não ter ouvido o que Draco tinha para falar, E se ele fosse falar que também gostava de mim? Que queria ficar comigo, ou qualquer coisa do tipo?... NÃO, Hermione, não seja estúpida, ele concordou com tudo que você disse. Foi melhor assim, pelo menos não foi humilhada mais uma vez por aquela fuinha medíocre e sem coração.
Já Draco, arrependia-se por ter concordado com a garota, pela primeira vez na vida havia se apaixonado por alguém e não teve coragem de admitir. Você foi um completo idiota, devia ter falado, afinal, foi ela quem te beijou. E aqueles olhares... ela com certeza estava interessada em você – também, não tem quem não fique... Não, para com isso! Você é um Malfoy e nunca se apaixonaria por uma... por uma... por uma sabe-tudo linda, que beija maravilhosamente bem, que tem um perfume, ah que perfume... Malfoy, Malfoy, maldito nome! Ahhh! Cala a boca, só tá piorando a situação!
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Era a última ronda antes das férias de Natal, que Hermione passaria com seus pais na França. Ela nunca foi disso, mas dessa vez torcia para que conhecesse algum francês que a fizesse esquecer de Draco.
Ela chegou no corredor e encontrou Draco sentado no chão, encostado a uma parede, com as mãos sobre o rosto. Ao sentir que ela se aproximava o loiro olhou na direção dela; ela pôde notar que ele estava muito aflito e com cara de quem havia... chorado? Draco Malfoy chorando? Será possível? Ai meu Deus, será que aconteceu alguma coisa com ele?
A morena sentiu vontade de sentar ao lado garoto, abraçá-lo, perguntar o que tinha acontecido... Mas não o fez, tomou uma postura de indiferença – não antes de Draco perceber o quanto ela tinha ficado preocupada – e disse:
- Vamos?
O sonserino nada respondeu, apenas levantou-se e a seguiu. E, embora estivesse passando por diversos problemas, ele conseguiu sorrir com a ideia de uma Hermione preocupada com ele.
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Por todo o caminho, ela teve ímpetos de perguntar o que estava acontecendo, se tinha alguma coisa que ela pudesse fazer para ajudar, mas seu orgulho não deixou.
Draco não pode deixar se notar que, mesmo tentando esconder, Hermione ainda demonstrava preocupação e periodicamente lhe lançava olhares como se tentasse entender o que ele estava sentindo.
Com tudo o que estava acontecendo na vida do garoto, ele tinha até se esquecido que aquela era a última ronda antes do Natal. Se já é ruim com ela por perto, imagina longe, pensou, ainda mais agora, que eu sei que ela pelo menos se preocupa comigo...
Foi quando ele teve uma ideia. Se não desse certo, eles ficariam um bom tempo sem se ver mesmo e se desse, bom, se desse certo ele resolveria depois...
- Granger! - Hermione se assustou, não imaginava que aquele silêncio incomodo, estabelecido há tanto tempo, seria quebrado. Malfoy estava parado, esperando por uma resposta que levou alguns segundos para vir.
- Oi - Hermione disse se virando e se arrependendo profundamente ao encontrar lindos olhos acinzentados a encarando.
- Eu estava pensado... - começou, determinado foi andando em direção à garota, até que ela encontrou a parede.
A monitora estava tão assustada e entorpecida que não conseguiu falar nada, só pensar no quanto ele era lindo, em como ela adorava aquele cabelo do jeito que estava, meio bagunçado e em como o cheiro dele a deixava completamente tonta. O sonserino, percebendo o que causava naquela figura maravilhosa, de onde não conseguia tirar os olhos, em sua frente, continuou, ainda mais confiante:
- Sabe, está chegando o Natal - disse como se tivesse acabado de chagar a uma conclusão muito importante. – E eu fui um bom menino durante todo o ano - encostou os lábios no ouvido de uma Hermione ainda estática e sussurrou as últimas palavras –, então, acho que eu mereço um presente...
Antes que pudesse processar o que tinha ouvido, Hermione sentiu os lábios do garoto, por quem estava completamente apaixonada, tocar os seus. Ela perdeu completamente a razão quando sentiu a língua quente e macia abrir espaço entre seus lábios e não hesitou em se entregar ao beijo. Podia sentir cada célula do corpo reagindo àquele contato.
O coração de Draco parecia que ia sair pela boca. Hermione afundou as mãos em seu cabelo. Como ele ansiava por isso mais uma vez. Puxou-a pela cintura, a fim de diminuir ainda mais a distância entre eles e aumentar o contato entre os corpos. Aprofundavam cada vez mais o beijo, as mãos de Draco já passeavam nas costas da grifinória, procurando pele entre a blusa e a calça que ela vestia, quando um súbito de consciência fez com que ela o empurrasse.
Ainda segurando-a pela cintura, com a respiração irregular e um sorriso encantador nos lábios vermelhos e um pouco inchados, Draco falou:
- Que foi, Granger, não gostou?
- Por que você fez isso? - foi a única coisa que saiu.
- Ué, você acha mesmo que pode me beijar sem mais nem menos e eu não tenho todo o direito de fazer a mesma coisa? - perguntou como se isso fosse muito óbvio, mas não deixou que ela respondesse. – Se bem que eu não te beijei sem mais nem menos, eu te avisei que merecia um presente de Natal. Eu devo estar louco por querer isso como presente...
- Você queria um beijo meu como "presente de Natal"? - perguntou incrédula.
Draco deu um sorriso tímido, mas que pareceu o mais sincero do mundo e afirmou com a cabeça. Hermione sentiu seu coração falhar, era muita coisa para assimilar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu novamente os lábios do sonserino nos seus.
Oi pessoal!! E ai, estão gostando?? Espero que sim!! rs
Acho que o presente não foi só pra Draco, não, hein!?! hehe Será que agora eles se acertam??? Aguardem e verão!! rs
Beijocass!!! ^-^
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