Verdades



3. Verdades


Já era quase 21:10 quando Hermione sentiu aquele perfume que tanto amava. Seu coração deu uma leve acelerada e sua mão começou a tremer. Não, isso não pode tá acontecendo, ele é Draco Malfoy, o garoto mais odiável do planeta."


- Você está atrasado! - disse se virando e encontrando aqueles lindos olhos acinzentados a encarando.


- Não estou, não, um Malfoy nunca tá atrasado... E, espera aí, como você sabia que era eu?


- Por causa do seu chei- - quando se deu conta do que estava falando, Hermione corou, tentou continuar como se não tivesse dito nada, mas Draco percebeu o que ela ia dizer – Quem mais seria, ora?


- Ora, ora... então, quer dizer que além de ficar me olhando com cara de bocó, a sangue ruim sabe-tudo também reconhece meu cheiro? - estava bem claro o quanto ele se divertia com aquilo. – Vou logo avisando, Granger, se olhar demais, você vai acabar se apaixonando. Olha, você até que é gostosa, sabia? Mas eu nunca encostaria numa nada como você.


- Olha aqui você, Malfoy, eu não sou abrigada a ficar ouvindo essas suas asneiras; se bem que eu já estou acostumada com a sua estupidez. E fica tranquilo, eu nunca me apaixonaria por um babaca, egocêntrico, arrogante e nojento como você. Agora vamos logo com isso, porque quanto menos eu ficar perto de você, melhor - ela saiu andando, mais vermelha do que um pimentão de tanta raiva que sentia daquele imbecil (agora ela tinha certeza), por quem estava apaixonada.


Eles não disseram mais nada até o fim da ronda. A cara da morena estava tão emburrada que o loiro ficou com medo de ser azarado se dissesse alguma coisa.


xx


As semanas foram passando e a cada dia Hermione tinha mais certeza sobre seus sentimentos. Embora ela soubesse o quão chato aquele garoto era, ela gostava de fazer as rondas com ele. Pelo menos assim, ela podia ficar perto da sua "paixão impossível", como ela mesma chamava.


Depois de quase um mês, a convivência entre eles estava muito melhor do que no primeiro dia. Eles conseguiam ter até breves conversas durante o caminho que faziam, mas essas sempre acabavam quando o sonserino resolvia xingar alguém ou fazer alguma piada de completo mau gosto. Depois de uma dessas conversas ele resolveu falar:


- Qual é, Granger? - começou o loiro, com o típico sorriso arrogante no rosto. – Você sabe muito bem como eu sou, se for virar a cara e parar de falar comigo por cada coisa que eu disser, a gente nunca vai ter uma conversa civilizada.


- Se você chama de conversa civilizada ficar xingando os outros e fazendo piadas de mau gosto, não, nunca teremos uma! - disse isso parando, e implorando aos céus para que ele tirasse aquele sorriso, extremamente sedutor, do rosto.


- Sabe, você não é tão ruim como eu pensava – a garota lhe lançou um olhar de incredulidade, ao mesmo tempo ele pensava: Não acredito que eu estou falando isso pra ela! e olhando bem no fundo dos olhos da garota (o que a deixou um pouco tonta), continuou – É, mas sabe qual é seu problema?


Antes que ele pudesse continuar, ela o cortou:


- Sei, sim, muito bem qual é o meu problema, você é o meu problema!


- Rá, rá, rá! Muito bom, mas não, eu não sou o seu problema, posso até ser a solução. Mas o seu problema é você mesma. Você faz tudo imaginando o que os outros vão pensar. No que o Santo Potter e o resto da corja vão achar se você fizer isso ou aquilo. Tem que ser tudo perfeito. Você pode até ser a Srta. Sabe-Tudo, mas na teoria; porque na prática, você não sabe de nada.


Hermione ficou em choque, ela sabia que no fundo ele estava certo; ela era realmente muito boa na teoria, mas não sabia nada da vida, ela nunca tinha se arriscado por alguma coisa que realmente quisesse. O choque não deixou que ela respondesse nada. Então, ele se aproximou, ficando tão perto que ela achou que o loiro a beijaria. Aquele cheiro, aqueles olhos, aquela boca, tudo entrando cada vez mais na mente da garota. Ele continuou:


- Eu até poderia ser seu amigo – e mais uma vez ele riu, pensando em seguida: Puta merda, eu só posso ter ficado louco, primeiro falo que ela não é tão ruim, depois que podeira ser amigo dessa sangue ruim. Deixou a grifinória ainda mais tonta – é claro, se você não fosse uma grifinória certinha, metida a sabe-tudo, sangue ruim e amiga do Potter idiota, e do pobretão do Weasley.


Depois de muito esforço a garota conseguiu recuperar o fôlego e desviar os olhos daquele olhar penetrante.


- Já chega, Malfoy. Você não sabe nada da minha vida pra ficar falando essas coisas. E a nossa ronda acaba por aqui.


Hermione saiu correndo para o Salão Comunal, só percebeu que estava chorando quando parou em frente ao retrato da Mulher Gorda. Antes mesmo de dizer a senha o buraco se abriu e a Gina ia saindo com Harry.


- Mione! O que aconteceu? Você tá com a cara péssima - a amiga perguntou enquanto Harry observava sem entender nada


- Eu queira falar com você, Gina. Pode ser agora? - perguntou olhando para o amigo.


- Claro que pode, vem - trocou a mão do namorado pela mão da amiga e completou: – Depois a gente conversa, Harry.


As duas saíram sem rumo pelo castelo.


Assim que saiu correndo do Malfoy, a morena decidiu que contaria tudo para Gina, senão ficaria louca com tudo aquilo dentro dela.


- Então, Mione, pode começar!


A garota contou tudo, desde quando tinha descoberto de quem era o perfume – ela já tinha comentado alguma coisa com a amiga no ano anterior – até a conversa que acabara de ter com Draco.


- Mione, desculpa, mas eu vou ter que concordar com ele. Você pensa muito mais nos outros, em como agradar os outros, do que em você. Eu já tinha percebido que você estava a fim dele, eu só não pensei que fosse tão sério assim. Mas já que é – ela deu um sorrisinho maroto – acho que você devia tentar, sei lá, quem sabe dá certo, não custa nada se arriscar pelo menos uma vez na vida.


- Mas, Gina, você não entendeu? - ela encarou, cética, a amiga – Ele é o Malfoy. Ele me odeia. E além de todos os motivos que eu posso te dar pra isso não dar certo, ainda tem o Harry, que desconfia que ele esteja fazendo alguma coisa...


- Hermione, acho que quem não entendeu nada aqui, foi você. - Gina a interrompeu – Você gosta dele, gosta de ficar perto dele. E pelo o que você acabou de me contar, ele não te odeia tanto assim. E que se dane o Harry, ele está obcecado com isso. Pensa em você, no que isso vai fazer com você. Esquece o resto.


Hermione voltou a chorar, sabia que aquilo não seria nada fácil e deu um abraço na amiga.


- Obrigada, Gina!

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